O jornalista Marcelo Salles, correspondente da revista 'Caros Amigos' e editor do site 'Fazendo Média', denuncia a perseguição que companheiros de profissão estariam sofrendo na emissora na família Marinho. A reportagem de Salles está no site da 'Caros Amigos'.
Marcelo Salles conta a história da demissão de Marco Aurélio Mello, então editor de economia do Jornal Nacional em SP. Ele havia sido um dos jornalistas a se recusar a assinar o abaixo-assinado preparado por Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da TV Globo, com o objetivo de negar que a Globo havia tentado influenciar o resultado das eleições do ano passado.
"No dia 23 de março, Marco Aurélio tomou um susto. O chefe de jornalismo em São Paulo, Luiz Cláudio Latgé, avisou que ele estava demitido. Latgé teria dito que após uma avaliação interna de seu trabalho, concluiu-se que seu perfil não era mais compatível com a empresa. Funcionário da casa há 12 anos, Marco Aurélio Mello foi editor do Jornal Nacional durante quatro anos e do Jornal da Globo por outros três. Era ele quem ajudava a pautar Franklin Martins, que ficava em Brasília."
Marcelo relata que escreveu um e-mail para o chefe de jornalismo da Globo em São Paulo com as seguintes perguntas: "é verdade que o jornalista Marco Aurélio Mello foi demitido por "não se adequar ao perfil da empresa"? Se for verdade, qual seria o perfil da empresa? E se não for verdade, por qual motivo ele foi demitido? É verdade que o Aurélio era um dos jornalistas que não havia concordado em assinar o abaixo-assinado em defesa da cobertura das eleições? É verdade que há um clima de medo entre alguns jornalistas da TV Globo em São Paulo?"
A resposta de Luiz Cláudio Latgé: "O clima é ótimo na Redação. O Aurélio não foi o único a não assinar o documento. Outros não assinaram e continuam trabalhando normalmente e contamos com eles. Na redação, o clima é positivo, diante dos novos desafios propostos a vários profissionais a quem, por seus méritos, foram confiadas novas missões na Redação"."
Marcelo diz que a versão de Latgé é contestada por vários profissionais da TV Globo. Segundo esse pessoal, o clima na Redação seria de "caça às bruxas".
A reportagem trata ainda de outros casos de demissões súbitas de jornalistas que não se comportaram como "bonecos ventrílocos": Rodrigo Vianna, Franklin Martins (atual ministro da Comunicação Social), Carlos Dornelles etc.
Marcelo aproveita o assunto das demissões de jornalistas para tratar da responsabilidade das empresas que operam concessões públicas de televisão: "A Globo não é apenas uma empresa privada. É uma empresa privada que opera uma concessão pública e, como tal, deve estar subordinada ao controle público. Além disso, a informação é um bem público e não pode sofrer clivagens de mercado ou ideológicas."
Marcelo Salles conta a história da demissão de Marco Aurélio Mello, então editor de economia do Jornal Nacional em SP. Ele havia sido um dos jornalistas a se recusar a assinar o abaixo-assinado preparado por Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da TV Globo, com o objetivo de negar que a Globo havia tentado influenciar o resultado das eleições do ano passado.
"No dia 23 de março, Marco Aurélio tomou um susto. O chefe de jornalismo em São Paulo, Luiz Cláudio Latgé, avisou que ele estava demitido. Latgé teria dito que após uma avaliação interna de seu trabalho, concluiu-se que seu perfil não era mais compatível com a empresa. Funcionário da casa há 12 anos, Marco Aurélio Mello foi editor do Jornal Nacional durante quatro anos e do Jornal da Globo por outros três. Era ele quem ajudava a pautar Franklin Martins, que ficava em Brasília."
Marcelo relata que escreveu um e-mail para o chefe de jornalismo da Globo em São Paulo com as seguintes perguntas: "é verdade que o jornalista Marco Aurélio Mello foi demitido por "não se adequar ao perfil da empresa"? Se for verdade, qual seria o perfil da empresa? E se não for verdade, por qual motivo ele foi demitido? É verdade que o Aurélio era um dos jornalistas que não havia concordado em assinar o abaixo-assinado em defesa da cobertura das eleições? É verdade que há um clima de medo entre alguns jornalistas da TV Globo em São Paulo?"
A resposta de Luiz Cláudio Latgé: "O clima é ótimo na Redação. O Aurélio não foi o único a não assinar o documento. Outros não assinaram e continuam trabalhando normalmente e contamos com eles. Na redação, o clima é positivo, diante dos novos desafios propostos a vários profissionais a quem, por seus méritos, foram confiadas novas missões na Redação"."
Marcelo diz que a versão de Latgé é contestada por vários profissionais da TV Globo. Segundo esse pessoal, o clima na Redação seria de "caça às bruxas".
A reportagem trata ainda de outros casos de demissões súbitas de jornalistas que não se comportaram como "bonecos ventrílocos": Rodrigo Vianna, Franklin Martins (atual ministro da Comunicação Social), Carlos Dornelles etc.
Marcelo aproveita o assunto das demissões de jornalistas para tratar da responsabilidade das empresas que operam concessões públicas de televisão: "A Globo não é apenas uma empresa privada. É uma empresa privada que opera uma concessão pública e, como tal, deve estar subordinada ao controle público. Além disso, a informação é um bem público e não pode sofrer clivagens de mercado ou ideológicas."
"Há também um outro aspecto a ser levado em consideração, que diz respeito ao caráter do setor. As empresas de comunicação não são como as indústrias de automóvel, ferro, carvão ou petróleo. Além de produzirem bens tangíveis, que podem ser comercializados (novelas, filmes, esportes, carnaval, etc.), esses artigos possuem um capital subjetivo poderosíssimo. Tão poderoso que conferem a seus detentores a responsabilidade por transmitir formas de sentir, pensar e viver a cada indivíduo e, conseqüentemente, lhes garantem o poder de interferir em toda a sociedade. Assim, tanto é possível legitimar editorialmente genocídios quanto erradicar o analfabetismo. Só depende do uso que se faz dos meios de comunicação e, em especial, da televisão."
Esse é o "Padrão Globo de Qualidade" em jornalismo.
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