sábado, 19 de abril de 2008
O banzo do DEM
O trecho acima é do artigo do professor Gilson Caroni Filho, publicado no portal "Vermelho".
Clique aqui e leia na íntegra. Vale à pena.
Os gatos
'Menina do Jô' vai comandar o "Roda Viva"
Lílian, pra quem não sabe ou não lembra, fazia parte da patotinha de quatro mulheres que se reunia toda quarta-feira no "Programa do Jô" pra meter o pau no governo Lula.
Será que no "Roda Viva" ela vai fazer aquela tradicional cara de pinguim?
Testando hipóteses
O preço do jornalista
Não entendo essa classe de jornalista que vive a serviço dos poderosos e à sombra do poder. A matéria da "Caros Amigos" não deve ser analisada pelo ineditismo dos fatos narrados, mas pelo mérito de ter revelado ao Barsil quem de fato é o senador José Agripino e quais são suas costumeiras práticas políticas. Assim, todo mundo pode ficar sabendo que Jajá não passa de uma velha meretriz a pregar, da boca pra fora, as virtudes da castidade. A tese do babão é que os fatos são muito antigos, "mais de 20 anos passados". Imagina ele que o tempo transcorrido de lá para cá serve de atestado de inocência, como se a canalhice do passado tivesse precrevido.
Em 2003, quando participei do primeiro Fórum Social Brasileiro em Belo Horizonte (MG), assisti uma palestra sobre jornalismo e, no final, o palestrante (agora não me lembro quem era) fez uma pergunta aos futuros jornalistas de todo o Brasil que estavam ali: "Vocês já pensaram por quanto vão se vender quando se formarem?".
É isso. Quando leio uma defesa apaixonada de um babão como esse, a serviço de gente como José Agripino, a primeira coisa que me vem à mente é a pergunta: por quanto será que ele se vendeu?
Nada se cria, tudo se copia
Eu e meus exercícios masoquistas
sexta-feira, 18 de abril de 2008
O primeiro pódio de Nelsinho
Nas pistas da Fórmula 1, ele ainda não disse a que veio - apesar da babação de ovo da Globo e de Galvão Bueno. Mas fora delas, Nelsinho Piquet, da Renault, conquistou seu primeiro pódio.
Segundo uma pesquisa do canal televisivo Nuvolari divulgada hoje, Nelsinho ficou em terceiro lugar, com 17% dos votos, na preferência dos italianos gays que acompanham Fórmula 1.
Lewis Hamilton foi o primeiro colocado (32%) e Fernando Alonso, o segundo (21%).
É isso aí. Caso não dê certo como piloto, o rapaz pode até partir para outras "experiências".
As máscaras de Agripino
Beleza. Temos que dar a mão à palmatória, porque de "máscaras" o senador entende muito bem.
Ele só não gosta quando fazem as dele cair - como fez a "Caros Amigos" deste mês.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
É esse?
A condição de Wilma é que o candidato do PT deve ser o deputado Fernando Mineiro.
Os jornalistas 'especialistas' em política já começaram a bombardear Mineiro, dizendo que, segundo as pesquisas divulgadas, ele é o mais rejeitado entre os pré-candidatos - impressionantes 7% de rejeição por aí.
Depois dessa história, teve gente que assumiu de vez a torcida por Rogério Marinho: "Aí deixar Rogério que tem 12%... Para apoiar o que tem menos 12...", lamentou uma conhecida blogueira.
Este blog já avisou antes que a possibilidade de Wilma apoiar uma candidatura do PT é grande. Wilma sabe que vai precisar do PT e do presidente Lula para a sua campanha à senadora em 2010.
Esse é mais um sinal que a candidatura de Rogério Marinho subiu de vez no telhado.
No campo é outra história
O América ganhou no tapetão do Assú, mas em campo, na noite desta quinta-feira (17), tomou um chocolate de 3x0 do Potiguar de Mossoró em pleno Machadão.
O jogo da volta será na segunda-feira (21), no feriado do dia de Tiradentes, em Mossoró. O Potiguar pode até perder por dois gols de diferença que mesmo assim fica com a Taça Cidade do Natal (equivalente ao segundo turno do campeonato norte-riograndense) e disputará a final do estadual contra o ABC.
Alguém bota fé que o América consegue se salvar da degola?
Tô espalhando
“O prefeito na hora que foi conversar (com líderes do PMDB e PT) suponho que tenha ido em nome do partido. Mas ele (Carlos Eduardo) tem que sentar com o partido para dizer o resultado da conversa ao invés de dizer pela imprensa. O canal adequado é a instância partidária”.
“Ele é um membro (do PSB) e na convenção qualquer filiado tem o mesmo voto (do prefeito) e há mais de 3 mil filiados em Natal. A posição do prefeito não definirá minha candidatura”,
Essas declarações, de acordo com o blog Panorama Político, são do Deputado Rogério Marinho mirando na cabeça de Carlos Eduardo.
Fácil de traduzir. WILMA VAI ROMPER COM CARLOS EDUARDO, PODE ESPALHAR. Mandou Rogério preparar o terreno, desqualificando o alcaide e depois dá o tiro de misericórdia. Moral da história: Tata volta para a família, o que ele queria. E Wilma junta a sua tropa de choque e vai pro pau. Agora a coisa esquenta.
Endoidou, presidente?!
"HOMENAGEM. O presidente Lula sancionou, no "Diário Oficial" de ontem, lei mudando o nome da Ordem do Mérito das Comunicações para Ordem do Mérito das Comunicações Jornalista Roberto Marinho. A insígnia foi criada por decreto na ditadura militar para ser entregue a personalidades que se destacam na área."
"NA FRENTE. Em decretos publicados anteontem no "Diário Oficial", o presidente Lula renovou as cinco concessões da Globo, que seguem agora para o Congresso. As demais outorgas vencidas em outubro, incluindo Record e Band, aguardam decreto."
Entendeu?! Eu também não. Lula deve ter fumado bosta de gado pensando que era maconha...
Caça às bruxas
O principal alvo da ira da mídia conservadora é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A Globo disse que militantes do MST fizeram um protesto na quarta-feira da semana passada (dia 9) e ameaçaram interditar a Estrada de Ferro Carajás. Os manifestantes, na verdade, eram do Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração (MTM).
Em nota, o MST disse que "o fechamento da portaria que dá acesso à mina do grande projeto de exploração de ferro Carajás foi realizado por operários da Vale e das empresas terceirizadas prestadoras de serviço, que cobram melhores condições de trabalho da maior empresa privada da América Latina".
"A Vale atribuiu ao MST esses protestos para esconder da sociedade que diversos setores populares fazem manifestações contra a diretoria da mineradora e pela reestatização da empresa, que trabalha com recursos naturais que pertencem ao povo brasileiro", diz outro trecho da nota.
A Vale contou com a colaboração da Globo pra ocultar os protestos dos seus funcionários e atribuí-los ao MST.
Mesmo quando a verdade veio à tona, a emissora achou um jeitinho de sair pela tangente e deu a seguinte 'notícia': "Para escapar da Justiça, militantes do MST vestiram camisas do Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração".
Mas a perseguição não é exclusividade da Globo. A Folha de São Paulo também mira no MST. Na edição de hoje (quinta-feira, 17), o jornal chama a "Jornada Nacional de Lutas", deflagrada tradicionalmente pelo MST no mês de abril, de "abril vermelho".
O jornal perguntou ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, o que ele achava das ações dos movimentos sociais. Esperava ouvir dele uma condenação. Mas, como resposta, o ministro disse que os movimentos sociais "têm as suas agendas e cada um tem que se responsabilizar por suas atitudes" e que eles são essenciais para o "fortalecimento da democracia" no Brasil.
O bola murcha
O deputado chegou hoje à tarde a Natal e sua tropa armou o maior circo no aeroporto pra recebê-lo. Todos de bandeirinha na mão e gritando o nome do deputado. Os vereadores 'socialistas' também estavam lá. Tudo pra levantar a bola do deputado, que anda pra lá de murcha.
Eles bem que tentam, mas...
José Agripino e Arthur Virgílio se descabelam pra tentar entender por que, apesar de tantas 'crises' e sabotagens, o governo não cai.
O blog vai dar uma forcinha pra eles. O Ministério do Trabalho divulgou hoje os números da geração de empregos com carteira assina em março. Foram criadas 206.556 novas vagas no mercado formal.
Isso representa o recorde dos últimos 17 anos e uma alta de 0,7% em relação ao mês de fevereiro.
Nos três primeiros meses do ano, a criação de empregos formais atingiu o número de 554.440 vagas - 39% superior ao registrado pelo mesmo período em 2007 (399.628), que era o recorde anterior.
O saldo positivo entre admissões e desligamentos em março foi 41% superior ao recorde registrado em março de 2007 (146.141 postos) e 170% maior que o saldo de março de 2006 (76.455).
Difícil derrubar um governo assim, né?!
Xeleleu News
Recebi um e-mail inusitado hoje. A mensagem dizia assim:
"Ei! Chega de blog com babação de ovo. Jornalismo político com informação confiável, humor e uma generosa pitada de pimenta você só encontra no Xeleleu News."
Arrisquei e fui conferir esse tal de "Xeleleu News". E não é que o bicho é bom mesmo!
Não conheço o autor - Rodrigo Moreno, mas o cara não fez propaganda enganosa quando falou em humor e uma "genereosa pitada de pimenta".
Sobre o jornalista Roberto Cabrini, preso terça-feira passada em São Paulo, ele escreveu:
"Eita piula, pense num cabra que tá enrolado.
Tudo por conta de dez papelote (sic) de cocaína, uma blitze,
uma história mal-contada, um pen drive e uma rapariga.
Rapariga e feia diga-se de passagem."
Sobre Alex Medeiros, que disse que a matéria da "Caros Amigos" sobre José Agripino tinha sido encomendada por José Dirceu, ele escreveu:
"Você viram a coluna de Alex Medeiros ontem?
Coitado o cara pirou de vez na sua loucura nazista.
Está agora defendendo pena de morte abertamente
num jornal que se diz sério e permite que ele pregue
suas convicções safadas aos leitores.
Parece que o PT tirou de vez o juízo do jornalista."
E Thaísa Galvão também não escapou do seu escracho:
"Thaisa Galvão precisa apenas estudar um pouco mais de
geografia para tentar encontrar o mapa de Minas. Pelo
visto ela só encontrou o mapa da mina. Até porque há
uma sintonia com João, Wagner, Micarla, Rogério,
Alexandre Macedo, Dickson... Para encontrar o de Minas
só resta a conversa com Fernando que é Mineiro."
Taí, mais uma leitura prazeroza pra todo dia.
Clique aqui e confira tudo isso e muito mais.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Deu no "No Minuto"
O vereador Enildo Alves (PSB) voltou a dizer, em entrevista ao portal No Minuto, que os vereadores do PSB rechaçam a possibilidade da governadora Wilma de Faria (PSB) apoiar a candidatura à prefeita da deputada Micarla de Sousa (PV).
Ele disse que se o deputado Rogério Marinho (PSB) não for candidato, os pessebistas preferem apoiar a candidatura do PT.
"Se for para apoiar Micarla, eu prefiro apoiar o candidato do PT. Eu até defendo a proposta do prefeito Carlos Eduardo (PSB) de fazer uma aliança com PSB, PT e PMDB. Deveríamos fazer uma pesquisa, aí o primeiro lugar era o candidato, o segundo era o vice e o terceiro apoiava", declarou o vereador ao portal.
P.S.
O blog soube que a secretária de Planejamento Virgínia Ferreira (PT) acompanhou o prefeito Carlos Eduardo em sua viagem para Brasília.
Carlos foi participar da "Marcha dos Prefeitos" e conversar com a deputada federal Fátima Bezerra (PT) e com o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB).
Está tudo acontecendo conforme o roteiro pervisto pelo blog. Carlos Eduardo, em breve, deverá anunciar seu apoio à Virgínia Ferreira.
Na Câmara
O blog disse ontem que o prefeito Carlos Eduardo (PSB) deu um sonoro "não" ao deputado federal Rogério Marinho (PSB) e deixou claro que não vai apoiar sua candidatura. A informação foi passada por uma fonte que soube do "não" do prefeito pelo próprio Rogério Marinho.
Não adiantou nada a governadora Wilma de Faria (PSB) pressionar o prefeito para assumir a candidatura de Rogério Marinho. Carlos saiu da reunião que teve com Wilma e com o vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), segunda-feira (dia 14) à noite, dizendo a mesma coisa, que não tem candidato ainda e que só anuncia apoio a alguém em maio.
Carlos voou para Brasília para participar da "Marcha dos Prefeitos" e para conversar com a deputada federal Fátima Bezerra (PT) e com o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB).
Na volta, Carlos deverá anunciar seu apoio à candidatura da secretária de Planejamento Virgínia Ferreira (PT). O PMDB deverá indicar o vereador Hermano Morais para vice.
A bancada do PSB na Câmara Municipal de Natal, percebendo que Carlos Eduardo não vai apoiar Rogério Marinho de jeito nenhum, se reuniu ontem e deu uma entrevista coletiva pedindo que a governadora Wilma de Faria assuma o comando da sucessão em Natal e oficialize seu apoio à candidatura de Rogério, isolando Carlos Eduardo.
A rebelião pessebista na CMN confirma a informação dada pelo blog sobre o "não" de Carlos Eduardo a Rogério Marinho. Os vereadores sabem que não podem contar com o apoio do prefeito ao candidato deles.
A única possibilidade de Carlos Eduardo aderir à candidatura de Rogério Marinho é numa composição entre PSB, PT e PMDB, mas essa tríplice aliança é improvável porque o PT ou o PMDB teria que ficar de fora da formação da chapa majoritária.
Os vereadores deram a última cartada para tentar salvar a candidatura de Rogério. Há rumores de que, sem contar com Carlos Eduardo, a governadora pode optar pela candidatura de Micarla de Sousa (PV), hipótese rechaçada pela bancada dos 'socialistas'.
Há muitos cenários possíveis, muita especulação e quase nenhuma certeza ainda. Tudo pode acontecer. Façam suas apostas.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Eleições em Natal
A imprensa inteira da capital divulgou o encontro entre a governadora Wilma de Faria (PSB) e o prefeito Carlos Eduardo, que ocorreu ontem à noite na casa da governadora, quando eles tentaram chegar a um acordo sobre quem será o candidato da base governista à Prefeitura de Natal.
O encontro durou quatro horas e terminou sem acordo. Wilma deseja oficializar agora o apoio à candidatura do deputado federal Rogério Marinho (PSB), mas Carlos não cedeu à pressão. O prefeito saiu da reunião, que também contou com a participação do vice-governador, Iberê Ferreira de Souza, dizendo que "não tem definição" sobre nome de candidato e que vai conversar com outras correntes políticas da base governista.
Carlos Eduardo disse que iria à Brasília conversar com a deputada Fátima Bezerra (PT) e com o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB). O prefeito externou que deseja unificar em torno de uma candidatura de consenso os partidos aliados do governo Lula - PSB, PT e PMDB - para a disputa em Natal.
O blog soube que antes de conversar com a governadora, Carlos Eduardo falou com o deputado Rogério Marinho e disse, assim com todas as letras, que não o apoiaria.
Isso estava mais que evidente. A governadora tem um candidato e pressiona para que o prefeito anuncie apoio a esse candidato. Mas o prefeito resiste e, em seguida, diz que vai para Brasília conversar com Fátima e Garibaldi. Precisa de sinal mais claro que esse para perceber que Carlos Eduardo não vai de Rogério Marinho em outubro?
O blog também soube que o prefeito avisou à deputada Fátima Bezerra que quando voltar de Brasília vai se encontrar com o diretório municipal do PT. Após essa reunião, Carlos Eduardo poderá anunciar seu apoio à candidatura da secretária de Planejamento de Natal, Virgínia Ferreira (PT). Anunciado o apoio à Virgínia Ferreira, o PMDB deverá indicar o vereador Hermano Morais para vice na chapa petista.
A dúvida é saber qual será a decisão da governadora Wilma de Faria caso esse cenário do prefeito apoiar Virgínia Ferreira se concretize.
Ela tem três opções: bancar sozinha a candidatura de Rogério Marinho, embarcar com o prefeito na candidatura de Virgínia Ferreira ou declarar apoio à deputada estadual Micarla de Sousa (PV).
Comenta-se nos bastidores políticos e jornalísticos que a governadora não vai correr o risco de patrocinar sozinha a candidatura de Rogério Marinho e, por isso, optaria por Micarla de Sousa se o prefeito escolher mesmo Virgínia Ferreira para receber sua bênção.
Mas falta combinar isso com o PSB. O vereador pessebista Enildo Alves, em entrevista ao Portal No Minuto, afirmou repudiar a possibilidade da governadora Wilma de Faria apoiar Micarla de Sousa.
"Eu acharia péssimo se Wilma apoiasse Micarla. Ela não tem o perfil do que o PSB pretende para Natal. Eu não ficaria à vontade para apoiar a candidatura dela até porque meu eleitorado não vê em Micarla o melhor para a cidade", declarou o vereador.
Enildo Alves acrescentou que dos 21 pré-candidatos do PSB a vereador, nenhum concorda com o apoio de Wilma à Micarla.
Wilma, como se vê, está sem muitas opções. Não estranhem, portanto se ela, tal qual Carlos Eduardo, declarar apoio à candidata do PT.
É esperar pra ver.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
O fim da picada
A reação de José Agripino
Jajá disse o seguinte:
"Essa matéria estava anunciada, até porque foi encomendada. O governo quer a todo custo desqualificar a oposição. Coisa dos 'aloprados'. Esse é o preço que eu pago por interpretar o sentimento da sociedade fazendo oposição".
Ah, faça-me o favor! Respostinha vagabunda essa, senador.
Jajá jura que tá com essa bola toda, a ponto do presidente Lula se dignar a comprar revista pra publicar matéria contra ele (Agripino).
Dizer que ele enquanto oposição interpreta "o sentimento da sociedade" é uma piada. Deve ser a parcela da sociedade que integra o "lourismo". Falar também em "integridade da oposição" é ser muito cara de pau.
Mas Jajá é assim mesmo. Tem rompantes ditatoriais e não gosta quando pisam no calo dele. A democracia, para ele, termina quando alguém o interpela e o contraria.
A matéria da "Caros Amigos" fez a máscara cair e deixou reizinho de nada nú.
O leitor João Maurício escreveu um comentário dizendo que as pesquisas de opinião que mostram a popularidade cada vez maior do presidente Lula são, por si só, suficientes para desmoralizar a oposição.
E ele diz mais: "Parece até que o governo precisa agir para desmoralizar uma oposição que conta com personas do cacife José Agripino, Arthur Vírgílio, Álvaro Dias..."
João Maurício também reclamou da defesa que a jornalista Thaísa Galvão fez, em seu blog, do dito senador.
Confiram o que a blogueira em questão escreveu:
"A revista Caros Amigos, que está nas bancas, traz como reportagem de capa, uma matéria que pelo tanto de adjetivo, passa longe de uma matéria jornalística.
Sem questionar as informações...mas apenas a forma como elas foram colocadas, mais parece uma bem feita peça publicitária, encomendada pelo presidente Lula.
Que não supooorta a oposição ao seu governo comandada pelo senador José Agripino Maia (DEM)."
Primeiro que a matéria não tem esse "tanto de adjetivo" que ela diz ter. Há um adjetivo específico que é usado e reiterado: filhote da ditadura. O que o jornalista Léo Arcoverde, autor da matéria, fez foi dar nome ao boi.
Como a própria blogueira admite, não dá pra questionar as informações da matéria, simplesmente porque são absolutamente verídicas.
Sobre a matéria ser uma "peça publicitária", a blogueira seguiu direitinho a linha de defesa ditada por Jajá. Não dá pra levá-la a sério.
Por fim, não é o presidente Lula que "não supooorta (sic) a oposição". A oposição e suas velhas matraqueiras (José Agripino, Arthur Virgílio and company) é que não engole um presidente com origem operária. Tanto é verdade que até surra em Lula eles já prometeram dar.
Essas raposas, quando descem do salto, ninguém segura...
domingo, 13 de abril de 2008
O "Dossiê Agripino" na Caros Amigos
OS RABOS-DE-PALHA DE UM FILHOTE DA DITADURA
O SENADOR JOSÉ AGRIPINO MAIA (DEM-RN) É APRESENTADO PELA MÍDIA GRANDE COMO UM ÍCONE DA MORAL, SEMPRE ENTREVISTADO PARA DENUNCIAR AS MAZELAS DO GOVERNO LULA E PONTIFICAR SOBRE ÉTICA POLÍTICA. SEU PASSADO, PORÉM, NÃO O ABONA.
Do meio para o fim dos anos 1970, para fazer parte do grupinho oligárquico que havia duas décadas comandava a política do Rio Grande do Norte, uma condição era suficiente e necessária: aderir à estratégia de renovação do regime autoritário, preparando-se para a transição. Isto é, a bênção dos militares era mais que bem-vinda. O industrial Osmundo Faria, dono da salina Amarra Negra e de vasto latifúndio no agreste, estava para ser anunciado sucessor do governador Cortez Pereira (1971-1975). Não tinha experiência em cargo eletivo – era suplente do senador Dinarte Mariz. Mas contava com o apadrinhamento de ninguém menos que o ministro do Exército, general Dale Coutinho, ex-chefe da repressão no Nordeste. Era, no dizer do político gaúcho Leonel Brizola, o “filhote da ditadura” da vez.
O episódio que pesou contra Osmundo Faria, em maio de 1974, deu-se no Hotel Nacional, na Ribeira, centro de Natal, ponto de encontro de lideranças políticas. O ex-deputado Anderson Dutra, ao irromper no bar e cumprimentar o deputado Ivan Rosado, aliado de Dinarte, cometeu uma inconfidência que mudaria os rumos da história política do Estado:
- Aluízio é muito forte. Mesmo cassado, tá ali cochichando com o futuro governador.
Na noite desse mesmo dia, Dinarte já sabia. Foi o suficiente para o senador voltar-se contra o próprio suplente Osmundo Faria e opor-se à nomeação dele. Aluízio Alves, chefe de extenso clã, tinha ascendido ao governo em 1960, após intensa luta eleitoral contra o então governador Dinarte MAriz e seu candidato, o deputado federal Djalma Marinho, ruim de voto, mas importante quadro intelectual da direitista União Democrática Nacional, a UDN.
Apoiado pelo PCB e outras forças de esquerda, Aluízio representava interesses de modernização num Estado dominado pela agropecuária. Tinha, contudo, sólidas raízes udenistas - foi eleito deputado federal seguidas vezes, a partir de 1945, pela UDN, pilotando programas de rádio e organizando ações de assistência aos flagelados das secas. Um populista cujo mandato de deputado federal acabaria cassado em fevereiro de 1969 sob a acusação de corrupção.
Mais próximo dos generais da ditadura, Dinarte, assim que soube da conversa no bar do hotel, escreveu para o "general de plantão" Ernesto Geisel, reclamando que nem sequer havia sido ouvido sobre a escolha de Osmundo. Geisel chama Petrônio Portela, seu principal articulador:
- Petrônio, você já nomeou o governador do Rio Grande do Norte?
- Ainda não - responde Petrônio de cima do muro.
- Então, dê uma satisfação ao senador Dinarte Mariz. Nãoa nuncie agora, não.
- Tudo bem.
No dia seguinte, morre Dale Coutinho, padrinho de Osmundo e general linha-dura, que havia proclamado:
- O Brasil melhorou muito quando começamos a matar!
É quando entra em cena o general Golobery do Couto e Silva, eminência parda do governo Geisel: convoca o amigo Tarcísio Maia para assumir o governo potiguar e começar a renovar a elite política estadual, como aconteceria país afora.
Um filhote gera outros: nasce a oligarquia Maia
Apesar de ruim de urna, Tarcísio tem fama de bom administrador - sob a batuta dos generais foi presidente do extinto Ipase, Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado. Mostrou-se desde cedo um filhote da ditadura implacável, ávido pelo poder. A partir de 1975, montou uma estrutura de trabalho social preconizada pelo II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento) e se fez senhor da política estadual, indicando o primo e compadre, o médico Lavoisier Maia, seu secretário de Saúde, para sucedê-lo na chefia de governo em 1979.
Segundo José Antonio Spinelli, sociólogo e professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Sociais da UFRN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, esse processo de sucessão deu início à montagem de uma máquina política poderosa, que ocuparia o poder por longos anos.
- Essa composição de poder vai ser extremamente receptiva aos interesses do setor econômico moderno que se consolida nos anos 60 e 70. Mas, assim como seus adversários históricos, os aluizistas, trazia a marca do velho na origem, a utilização do enpotismo como forma de se reproduzir.
Por sua vez, Lavoisier indica para a prefeitura da capital o filho de seu primo Tarcísio, José Agripino Maia, 33 anos, jovem engenheiro da EIT, uma empreiteira potiguar, de sólidas ligações com governos do Nordeste. Antes de nomeado, José Agripino prestava serviço para a EIT em São Luís, onde a empresa mantém escritório até hoje. Spinelli confirma: a indicação de quadros técnicos, jovens, ligados ao empresariado de ponta, para as capitais nordestinas, obedecia à estratégia de perpetuação do regime autoritário.
Embora dependente dos recursos e das diretrizes técnicas do governo federal, José Agripino, bom de palanque, desembarca no Rio Grande do Norte disposto a tocar, a qualquer custo, o projeto d epoder do velho Tarcísio, seu pai. Inicia em 1979 um programa habitacional que o torna popular.
Natural de Mossoró, filho de pai paraibano e mãe baiana, José Agripino faz parte do ginásio em Natal, no Colégio Marista, onde estudam os filhos da pequena burguesia. Aos 13 anos muda para o Rio, onde cursa o Colégio Andrews. Gradua-se em engenharia civil e faz pós-graduação em estabilização de taludes.
Analisada friamente, a trajetória de ânsia pelo poder de José Agripino é exemplo de sucesso nas urnas: governador em 1982, na primeira eleição direta pós-1964, contra ninguém menos que Aluízio Alves; e novamente em 1990, em disputa com o primo Lavoisier Maia (o mesmo que o nomeou filhote-prefeito em 1979); e depois senador por dois mandatos.
Ajuda dos milicos: o voto camarão
Voto vinculado, invenção da ditadura, que o povo apelidou de voto camarão: o eleitor só podia votar em candidatos de um mesmo partido, sob pena de anular o voto. Era o que José Agripino precisava nas eleições de 1982 para governador. Nem mesmo a popularidade de Aluízio Alves conseguiu vencer a estrututra montada em torno do jovem prefeito. Coordenador da campanha de Aluízio, o jornalista Ticiano Duarte detalha o que pesou a favor do adversário:
- José Agripino foi beneficiado pelo voto camarão. O PDS tinha tudo, estrutura maior, poder, dinheiro. Eram quatro deputados do nosso lado contra vinte e tantos do outro; eram seis, oito prefeitos contra noventa. Cem vereadores contra quinhentos. Aluízio venceu em Natal por cem votos, mas perdeu feio no interior.
José Agripino Maia toma posse em 15 de março de 1983 e, dali a dois anos, será flagrado numa reunião com auxiliares e 120 prfeitos, acertando o que constituiria a maior fraude elitoral da história do Rio Grande do Norte.
Dessa vez, José Agripino queria eleger prefeita de Natal sua secretaria de Promoção Social, Wilma Maia, em 1985. Tinham como adversário o deputado estadual Garibaldi Alves Filho (PMDB), sobrinho de Aluízio e hoje presidente do Senado. O plano foi todo armado em quatro reuniões, no Centro de Convenções, Zona Sul de Natal.
José Agripino simplesmente instruiu os prefeitos a comprar títulos eleitorais, distribuir presentes, incentivar tumultos nos processos de votação e apuração e, ainda, usa veículos oficiais com placas frias para transportar eleitores do interior para a capital. O caso ficou conhecido como Escândalo Rabo-de-Palha, rótulo fornecido pelo próprio José Agripino, que ao final de uma reunião pediu:
- Não podemos deixar rabo-de-palha.
Caros Amigos reproduz aqui parte da conversa. Laudo do Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, diz que a voz é do governador.
José Agripino -Os pobres estão indecisos. É em cima desse povo que você tem que atuar. Com uma feirazinha, com um enxoval, com umas coisinhas.
Iberê Ferreira de Souza (secretário) - O povo mais pobre que não se compromete, troca o voto por qualquer coisa. Botar o milhp no bolso, porque sem milho não funciona.
Álvaro Alberto (financiador) - O meu jogo é aberto. Se é preciso comprar os títulos, vamos comprar. Te que gastar dinheiro, tem que chegar com o dinheiro.
O conceito de democracia de Agripino é peculiar, não é adequado a verbete de dicionário, serve apenas a ele e seus apaniguados:
- Vamos indicar ma área para vocês trabalharem e inclusive nas áreas modestas, de eleitores indecisos que são sensíveis a uma conversa e a uma negociação, que será feita por nós ou por eles. Democracia é isto!
O conceito de terrorista também:
- E aí eu quero fazer um lembrete: importante não é a quantidade de pessoal, é a qualidade das pessoas, porque, se a gente traz uma mocinha, como eu vi na eleição de 82, mocinhas inexperientes, elas ocupam uma função, não dão conta do recado e perdem fácil para o comunista, o terrorista, que vai se impor, intimidar e ganhar no grito.
Incômoda redemocratização
Com a redemocratização e a nomeação do peemedebista Aluízio Alves ministro da Administração do governo Sarney, os adversários de José Agripino é que passam a dar as cartas em Brasília. O palno do então governador, de "implodir" o PMDB, não se concretiza. Pelo contrário. ALuízio a autoconcessão da TV Cabugi (afiliada da Globo) - sua família também é dona de rádios e do jornal Tribuna do Norte. Garibaldi Filho é eleito prefeito de Natal. No ano seguinte, a chapa João, Lavô e Jajá (João Faustino para governador r Lavoisier Maia e José Agripino, senadores) leva as duas vagas do Senado,mas perde na "cabeça" para Geraldo Melo,a liado dos Alves. O filhote não cai, mas balança.
Nos últimos trinta anos, alguns atos de José Agripino povoam o folclore político da região. Um deles, quem conta é o colega Ailton Medeiros, blogueiro e apresentador de progrma de entrevistas de uma emissora de televisão de Natal.
- No primeiro governo de José Agripino, me mandaram cobrir a visita do governador aos flagelados do Seridó. Eu estava acompanhando o senador Dinarte Mariz, quando José Agripino começou a fumar numa piteira de ouro. Foi repreendido por Dinarte: "O que é isso? Isso é maneira de visistar os flagelados?" Daí, o governador, meio sem jeito, apagou o cigarro.
Outro detalhe é o gosto de José Agripino por carros e equipamentos de som e imagem. Em 2002 declarou que tem um luxuoso Mercedes SL-320 de 114.500 reais; a sala de cinema instalada em seu apartamento de Natal está avaliada em mais de 150.000 reais.
Lourismo: uma questão de bom gosto racial
Em 2006, o jornalista e escritor Orlando Rangel Rodrigues, o Caboré, lançou Rabo-de-Palha: o Jabá de Jajá. Caboré é um tipo atuante, opositor da ditadura militar e crítico feroz das oligarquias. Ganhou notoriedade no Seridó nos anos 60 e 70 ao denunciar, na Rádio Rural, crimes de pistolagem. Seu livro narar o Escândalo Rabo-de-Palha de maneira engraçadíssima e traz mais curiosidades sobre José Agripino. Uma delas é o "lourismo". Define o autor na página 89:
"... era uma fauna que definia os mortais de puro sangue do governo José Agripino. (...) criaram a República de Jacumã, praia do litoral norte potiguar. Belas mansões que abrigavam, em veraneios, somente pessoas estritamente do convívio palaciano: uma elite de políticos de grandes currais eleitorais e empresários bons de nota".
Segundo Caboré, o lourismo não aceita, por exemplo, Lula na preseidência da República. Peço para ele comentar estas declarações do agropecuarista José Bezerra de Araújo Júnior, suplente de José Agripino, em entrevista para a Tribuna do Norte:
"Collor foi o governo menos corrupto que o país já teve" e "Eu acho que o Lula é um populista analfabeto. Discrimino mesmo: é analfabeto!"
- Taí um exemplo do que faz o lourismo. Nunca quiseram ver Lula presidente. São contra metalúrgico, contra nero, contra pobre, contra analfabeto. Acham que não têm direito a nada. Convivo com muita gente do ourismo. Já ouvi vários afirmarem ser contra Barack Obama. Tem algum motivo dessa casta, dessa elite ser contra Barack Obama a não ser pelo fato de ele ser negro. Hein?
Com a corda toda
De volta ao governo em março de 1991 - após derrotar o primo e ex-aliado Lavoisier -, José Agripino deixa o cargo em abril de 1994 para concorrer mais uma vez ao Senado. Volta a Brasília sem que um escândalo de arrecadação de seu governo seja esclarecido. O Ganhe Já consistia numa loteria em que o cidadão trocava notas fiscais por cupons que lhe davam o diereito de concorrer a prêmios - geladeira, bicicleta, mochila. Transcrevo a manchete e o começo de uma reportagem do JN, Jornal de Natal, de 21 de novembro de 1994:
"A Falência do Ganhe Já e o Arrocho Fiscal. A campanha do Ganhe Já, denunciada sistematicamente por este jornal como uma farsa, que vendia uma falsa realidade do Rio Grande do Norte (tendo inclusive motivado a decisão do JN a não publicar quqlaquer anúncio da campanha), faliu sem jamais ter alcançado seu objetivo, aumentar a arrecadação do Estado. Foi apenas um sangradouro de dinheiro que financiou a Dumbo Publicidade e fornecedores e levou o Erário a esvaziar-se a ponto de o Estado não ter dinheiro em caixa sequer para o pagamento da folha do funcionalismo."
O semanário JN vendia 7.500 exemplares (nada mal para uma cidade do tamanho de Natal). A reportagem a seguir ilustra bem o que estava por atrás do Ganhe Já:
"O empobrecimento do Estado, que tem hoje uma legião de 1 milhão de flagelados (...), se deu na exata medida do enriquecimento de 'amigos do peito' do governador, com destaque para os proprietários da Dumbo Publicidade, responsável pela farsa do Ganhe Já, que manteve quase toda a imprensa amordaçada durante os quatro anos de governo pefelista."
A Dumbo Publicidade não tocava o dito programa de arrecadação com zelo, como mostra o JN de 28 de novembro de 1994:
"Como tudo que cercou o Ganhe Já antes de sua falência total, a participação da empresa Informe Prestação de Serviços Ltda., terceirizada pela Dumbo Publicidade para executar a campanha, também é um mistério. E dos mais nebulosos. Contratada sem licitação, depois que o então secretário de Fazenda Manoel Pereira anulou inexplicavelmente a concorrência que havia sido aberta justamente para se escolher a firma que iria trabalhar no Ganhe Já, a Informe viveu sempre nas sombras."
José Agripino nunca processou o JN pelas denúncias.
De bem com a vida
Rua Carlos Passos, bairro do Tirol, área prá lá de nobre. É aqui, no condomínio Aurino Vila, que mora na cobertura com piscina o senador José Agripino. É um edifício de dezesseis andares, de mau gosto arquitetônico - de fachada branca empastilhada. Não é para qualquer um. É para o raro cidadão que tem 1 milhão e meio de reais no bolso sobrando. Grana, para José Agripino, não é problema. Menos ainda depois que o INCRA comprou, já no governo Lula, três imóveis dentro da fazenda São João, antes pertencente ao pai dele, Tarcísio, em Mossoró. O governo comprou os imóveis, com 3.985 hectares, por quase 4 milhões de reais. Nada mal para quem já declarava à Justiça Eleitoral, em 2002, quase 3 milhões de patrimônio.
Apuração
Estive em Natal na segunda metade de fevereiro passado. Durante uma semana consegui entrevistar apenas três pessoas (e todas sem se identificar) sobre o Rabo-de-Palha e o Ganhe Já. Ninguém quer tocar no assunto. Fácil explicar: a família de José Agripino, líder do DEM (ex-PFL) no Senado, controla cinco rádios e uma emissora de televisão, a TV Tropical (afiliada da Record); Iberê Ferreira de Souza, seu ex-secretário, é vice-governador e secretário de Recursos Hídricos, auxiliar justamente da governadora Wilma de Faria, ex-mulher de Lavoisier Maia e secretária de Promoção Social de José Agripino que, caso vencesse Garibladi Filho no pleito de 1985, se tornaria a maior beneficiária do Rabo-de-Palha.
Tem mais, muito mais: Álvaro Alberto, financiador de campanha envolvido no esquema, é um sujeito muito rico. Foi dono da falida Associação de Poupança e Empréstimo do Rio Grande do Norte (Apern), hoje preside a Companhia Hipotecária Brasileira (CHB), empresa de obtenção de crédito com atuação em todo o país. O próprio resultado da eleição de 1985 ajudou o caso a cair em esquecimento: Garibaldi Filho, hoje presidente do Senado, venceu o pleito, ajudado pela exposição doe scândalo pouco antes da eleição. Ou seja: ganhou a eleição, para que contestar o resultado? Outra ironia: Garibladi Filho e José Agripino hoje estão aliados, Costumam cumprir agenda, percorrendo juntos o Estado.
O Rabo-de-Palha é tabu em Natal, cidade onde nasci e cresci ouvindo em casa, na escola, na rua a história das "feirinhas do Centro de Convenção" de que falava Agripino. O mesmo acontece com o Ganhe Já. Como todo lugar em que as oligarquias dominam a política e contorlam os veículos de informação, ese tipo de assunto fica restrito à casa dos envolvidos. O que faz sentido: não existe lugar mais apropriado para lavar a roupa suja.
TAL PAI
Cinqüenta e cinco deputados federais (10,7 por cento da casa) detêm concessões de radiodifusão. O Rio Grande do Norte encabeça o rol de maiores detentores: metade da sua bancada.
O deputado potihuar Felipe Maia (DEM), 34 anos, filho de José Agripino e neto do velho Tarcísio, possui cotas nas rádios A Voz do Seridó e Rádio Curimatau de Nova Cruz. Chama atenção o valor das cotas: 32 reais. A declaração de bens do parlamentar em 2006 mostra que sua participação na Rádio Curimatau é de apenas 10 reais; na outra, investiu mais alto: 22 reais.
A maior parte de seus quase 4 milhões de reais declarados está numa de suas oito contas do Fundo de Investimentos Sudameris. Felipe tem apartamentos em bairro chique, empresa de revenda de motos, contas em fundos de investimentos. E ainda a Comav, que, mediante concessão pública, transporta o combustível que abastece aeronaves no aeroporto de Parnamirim (Grande Natal).
Felipe Maia tem participação, também, na emissora de televisão do pai, a TV Tropical (afiliada da Record), com 2.000 reais de cotas. O artigo 54 da Constituição diz que deputados e senadores não podem ter participação no tipo de empresa em que Felipe Maia atua: concessionárias da administração pública. E na Câmara dos Deputados ele é suplente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar...
Léo Arcoverde, com colaboração de Raquel Souza.