José Agripino escalou um babão pra defendê-lo da matéria de capa da "Caros Amigos", onde ele é chamado de "filhote da ditadura". O jornalista (?!) João Batista Machado (quem?!) escreveu um artigo para o Diário de Natal deste sábado e chama os fatos relatados por Léo Arcoverde na revista de "notícias requentadas de mais de 20 anos passados, sem fundamentação acusatória". E diz ainda que são "versões deturpadas dos fatos". Atribui a matéria a uma encomenda do ex-deputado e ex-ministro José Dirceu e assegura que o líder dos "demos" tem "vida e currículos limpos".
Não entendo essa classe de jornalista que vive a serviço dos poderosos e à sombra do poder. A matéria da "Caros Amigos" não deve ser analisada pelo ineditismo dos fatos narrados, mas pelo mérito de ter revelado ao Barsil quem de fato é o senador José Agripino e quais são suas costumeiras práticas políticas. Assim, todo mundo pode ficar sabendo que Jajá não passa de uma velha meretriz a pregar, da boca pra fora, as virtudes da castidade. A tese do babão é que os fatos são muito antigos, "mais de 20 anos passados". Imagina ele que o tempo transcorrido de lá para cá serve de atestado de inocência, como se a canalhice do passado tivesse precrevido.
Em 2003, quando participei do primeiro Fórum Social Brasileiro em Belo Horizonte (MG), assisti uma palestra sobre jornalismo e, no final, o palestrante (agora não me lembro quem era) fez uma pergunta aos futuros jornalistas de todo o Brasil que estavam ali: "Vocês já pensaram por quanto vão se vender quando se formarem?".
É isso. Quando leio uma defesa apaixonada de um babão como esse, a serviço de gente como José Agripino, a primeira coisa que me vem à mente é a pergunta: por quanto será que ele se vendeu?
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