quarta-feira, 19 de julho de 2006

Resposta

Transcrevo aqui o e-mail que Rodrigo Levino, apresentador do programa "Encontro com a Notícia" da TV Tropical me enviou hoje:

"Olá Alisson, tudo bem?

Gostaria de agradecer pelo e-mail. Argumentos objetivos e bem postos sempre melhoram o debate. Não tenho porque simplesmente discordar de suas idéias, pelo contrário, o ideal é que elas sejam postas à frente das que foram objetos de sua discordância, para um saudável debate.

Pensemos no meio eficaz para tal. Seu e-mail será encaminhado aos participantes do programa de sábado e cobrarei dos participantes uma resposta sim.

Quanto ao fato dos participantes serem amigos (e se tratarem pelos apelidos), pergunto: que mal há nisso? Desde quando um debate sério (ou que se proponha a tal) precisa ser feito por inimigos? Acho, e posso estar errado, que esta é uma questão secundária.

Quanto a minha função de mediador, penso que meu papel é apenas esse mesmo, "armar as jogadas" para que os debatedores concluam da forma como bem entenderem, independente de um gol fantástico ou de uma falta desnecessária. O adjetivo que dá é o telespectador. Como você o deu.

As outras questões sobre a linha editorial política da TV Tropical, você pode discutir pessoalmente com o diretor da emissora, no e-mail janiovidal@uol.com.br

A sua atenção é muito gratificante. Espero que seja também dispensada às demais emissoras, em observações tão contundentes e bem articuladas. Dessa forma a evolução do jornalismo, ouvindo os telespectadores, não se daria apenas na TV Tropical.

Grande abraço,
Rodrigo Levino"

A estratégia de Alckmin

Do Blog do Noblat (www.blogdonoblat.com.br):

"Do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), na reunião que a coordenação de campanha de Alckmin faz neste momento no comitê inaugurado hoje em Brasília:

- Nosso objetivo se chama Jornal Nacional.

A frase foi ouvida quando fotógrafos e cinegrafistas puderam registrar imagens da reunião.
Preocupado com o que ouvira, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), alertou Bornhausen:

- Cuidado, olha a imprensa.

Era tarde."

Trololó tucano

André Petry

"Dá gosto ver como os tucanos reagem quando a vaca vai para o brejo. São Paulo virou show da bandidagem, e Geraldo Alckmin, governador do estado até quatro meses atrás, percorreu um calvário de explicações: começou a semana falando em "números europeus" e encerrou insinuando que o PT pode estar por trás das ações criminosas do PCC. Vale a pena acompanhar a evolução:

• Domingo, dia 9. Ao embarcar para a Europa, Alckmin não enxerga crise alguma, diz que os presídios paulistas estão sob controle e que o índice de fugas das penitenciárias do estado é de apenas 0,13%, "um número europeu".

• Segunda, dia 10. Já na Europa, Alckmin descobre a América, vislumbra um pedacinho de crise e faz um diagnóstico ululante: "Nosso problema são os presos, temos 140.000 pessoas em presídios, inclusive líderes de facções criminosas".

• Quarta-feira, dia 12. De volta a São Paulo, Alckmin vai mais longe e explica que a nova onda de atentados do PCC decorre de um acerto do governo paulista. "É reação a uma ação da polícia, que prendeu um dos grandes traficantes, líder do crime organizado no estado." (Referia-se ao bandido Emivaldo Silva Santos, de 30 anos, preso no dia anterior.) No mesmo dia, o senador Jorge Bornhausen, a Bia Falcão da política nacional, diz suspeitar que o PT está por trás das ações do PCC. Por quê? Porque as ações criminosas recrudesceram no dia em que uma pesquisa eleitoral apontava crescimento de Alckmin...

• Quinta-feira, dia 13. Alckmin finalmente enxerga uma crise importante, mas agora acha que Bornhausen pode ter razão e tudo muda: "Estranhas a forma como a coisa ocorre, a época em que ocorre, a maneira como os atos são desencadeados".

Como assim? A coisa não ocorre porque "nosso problema são os 140.000 presos, inclusive líderes de facções criminosas"? A época em que a coisa ocorre não é por causa da "ação da polícia, que prendeu um dos grandes traficantes, líder do crime organizado no estado"?
O episódio é uma demonstração constrangedora do esforço dos tucanos para se eximirem de responsabilidade numa crise em que estão cobertos de responsabilidade. O tucano José Serra, virtualmente eleito para o governo paulista, passou a semana dizendo que Lula era o responsável pela crise em São Paulo e que, em vez de tomar as providências necessárias, optou por fazer "demagogia e trololó". Serra até encampou, com mais ênfase que Alckmin, a tese de que o PT anda dando a linha para o PCC...

Lula não fez nada na área da segurança pública. Na campanha de 2002, disse que seria sua prioridade, apresentou um programa bonitão e, depois de eleito, engavetou todas as letras. Prometeu que faria cinco presídios federais de segurança máxima. Se conseguir um milagre, encerra o mandato com dois. Mas, cá para nós: os tucanos governam São Paulo há doze anos, governaram o Brasil por oito anos e Lula, há quatro no poder, é o único culpado pelo caos?

Ora, senhores: dizer isso é combinar demagogia com trololó. "
Revista Veja (Edição 1965, 19 de julho de 2006).

BASTA!!!

O que é que o Brasil quer fazer com tanto dinheiro? Este país latino, cheio de portugueses, índios e negros... Isso tem que acabar, o progresso só é bom para as culturas do norte, é isto que desestabiliza a ordem, alguém tem que dar um fim ao PT.

Mas o ponto não é só esse, afinal de contas, a América não é dos americanos? O que é que o Brasil tem que se meter nos assuntos que sempre foram do interesse dos americanos? Ainda que se trate da América Latina, América é América!

Estávamos acostumados a mais de 30 anos de submissão aos empréstimos do BID, BIRD e FMI, e agora vem um sapo barbudo e acha que porque conseguiu transformar o caixa do país de 600 milhões de dólares em 63 bilhões de dólares em menos de dois anos e meio pode começar a andar com as próprias pernas... Isso é um verdadeiro absurdo!!!! Alguém faça alguma coisa!

Nossa dívida pública vinha crescendo tão bonita, em 1994 no primeiro ano do primeiro mandato de FHC ela era muito tímida coitada, algo em torno de 60 bilhões, mas em 8 anos nosso poliglota FHC conseguiu fazer o bolo crescer a ponto de chegar a 887 bilhões de dólares e isso é um exemplo de competência, não é fácil fazer a dívida chegar a este ponto, FHC conseguiu em apenas 8 anos fazer a dívida pública crescer 1300% (atenção eu não digitei zeros a mais não) um recorde fabuloso! E o Sapo Barbudo? Pouco mais de 12% em dois anos e meio... O Lula é muito incompetente, com o Lula a curva da dívida se inverteu e agora começa a cair... Coisa de broxa, o que queremos é uma dívida viril como uma reta nas alturas, esse era o nosso único orgulho, o que tínhamos de mais elevado e o cara estragou tudo.

A própria dívida externa também caiu e por dois anos seguidos, em 2003 e 2004 e ao que tudo indica cairá em 2005 também. O que será que o Lula pretende com isso? Atrair investimentos estrangeiros? Não é assim que se pega dinheiro para financiar obras, porque o dinheiro estrangeiro vem como investimento e fica aqui, morre aqui, valoriza a moeda local e um monte de outros absurdos que não podemos mais admitir, o certo é pedir empréstimo. Volta FHC, volta!

Eu tinha um país muito bom, uma terra segura, segura de que a inflação retornaria com força! Mês a mês podíamos comemorar os índices atingindo 10, 15, 18, 25 % e de repente estes comunistas vermelhos colocam a inflação a cerca de 6% e temeravelmente pode chegar a 4% antes de 2007, assim não pode e assim não dá, pensem em sua consciência: Do que viverá a imprensa deste país se não puder mais publicar o medo, o nosso medo comum de cada dia?

Eu não sei mais como poderá ser o dia de amanhã, antes sentia o chão firme para ser pisado, agora só se vê o céu... Você não tem medo de altura? Eu tenho.

Todos os dias eu leio o jornal Valor Econômico, não que seja uma referência, é uma mídia como todas as outras, é produto da união da Folha de São Paulo com as Organizações Globo. Volta e meia vejo em suas páginas um novo escândalo: No dia 17 de junho de 2005, sexta feira, na página 4 do caderno A para meu assombro estavam os gráficos da s relações entre construção civil / PIB, construção civil / investimentos e pessoal ocupado neste setor.
Durante os dez últimos anos nós tivemos confortáveis e seguros declíveis nos resultados das curvas o que se inverte imediatamente depois do pleito de 2002, ou seja, de 2003 em diante... De novo o sapo barbudo em ação.

O problema é que construção civil emprega muita gente e por muito tempo, isso diminui o desemprego e reduz o número de vadios disponíveis para o crime organizado, eu sei que vocês hão de concordar como isso desestabiliza nossa vocação.

A Caixa Econômica, por exemplo, vem denunciando este criminoso aumento sem precedentes nos investimentos em casa própria e saneamento. Eu pergunto, até onde isso vai parar? O que vai acabar acontecendo é a melhora no nível de IDH...

Tem um tal de marco regulatório do setor de energia que eu não quero nem tocar nesse assunto que me causa repúdio.

Bom mesmo era aquele tempo tão criativo da era FHC quando o Brasil conseguia fazer quase 90 mil empregos por anos, agora é engraçado, estes vermelhos de plantão ficam criando mais de 1,5 milhões de empregos por ano e enchendo a paciência e a tolerância de todos, será que chegaremos ao ponto de aquecer a economia? É isso? Então agora temos que agradecer a pedreiros e operários, a motoristas e costureiras pelo vigor econômico?

O Brasil nunca antes foi tão humilhado! Basta! Não, é sério! Chega desses progressistas loucos! Minha empregada doméstica ganhava 40 dólares em 2002 e hoje vi a cotação e pelos meus cálculos ela deve estar ganhando uns 125 dólares. Isso é um absurdo! Uma pouca vergonha! Segurem este câmbio maldito que causa deflação, que aumenta o poder de compra do assalariado, que reduz os insumos importados de toda, eu disse toda a nossa indústria, se continuarmos neste caminho o Brasil vai crescer em proporções incontroláveis! É bem capaz de realmente nos tornarmos uma superpotência em 10 anos ou menos, alguém precisa urgentemente acabar com isso!Assim não pode e assim não dá!

Covardes! Canalhas! Corruptos! O jogo estava todo ganho, era só entregar o Brasil de bandeja para os interesses de nossos padrinhos americanos e aí... O caos... Vem essa turba de baderneiros e estragam tudo, reformam a casa e nos deixam assim perdidos sem ter como pensar na beleza que seria em ver uma bandeira azul e vermelha hasteada em Brasília.

Mas não, o PT é ganancioso, que papo é esse de desenvolvimento? De altruísmo? Controlar a América Latina? Ter voz na OMC? Receber elogios intermináveis na OIT, na ONU, Formar G4, participar como observador do G8, liderar o G20, pleitear direito de veto no conselho de segurança na ONU, vender aviões de monitoramento de fronteira para o Hugo Chaves... Chega! Basta!

Estávamos em paz com nossa humildade, nossa pacata timidez comercial...E hoje nos transformamos num monstro, uma espécie de tigre latino que tem uma média diária de mais de 505 milhões de dólares em exportações. Hoje o Brasil exporta por dia o que tinha de superávit em 2000.

Teríamos toda a calma e paciência do mundo para levar 365 anos para somar uma cifra que o Lula leva apenas um ano. E eu te pergunto, pra que tanta pressa? Por que andar de pressa? Qual será o objetivo subversivo que o Lula pretende indo com tanta urgência?

Eu queria voltar no tempo, nos bons tempos dos meus avós onde as coisas evoluíam lentamente, onde a gente podia acreditar em paz que o Getúlio Vargas era o Pai dos Pobres e somente cinqüenta anos depois é que a face criminosa de Vargas viria aos livros de história. Agora não, se o cara rouba ele é denunciado, investigado e preso! O que é que é isso? Aonde nós chegamos? No tempo em que a história passa diante de nossos olhos? Quer dizer que não precisa mais esperar? Alguém pode, por favor, parar o PT? Assim não pode e assim não dá!

Ferrovias estão sendo licitadas, pessoas estão sendo presas, mais de mil em um ano. Esse negócio da Polícia Federal começar a agir assim de uma hora para a outra me causa espécie. Eu queria voltar no tempo, bons tempos aqueles da virada do século, ano 2000, todo mundo rindo e festejando o novo milênio que só viria mesmo no ano seguinte. Ahhh... A farra era geral, era tanta que o nosso então saudoso presidente FHC cuidou de controlar esta polícia federal inquieta e este ministério público austero, engavetando processos (FHC é muito organizado, com ele vai tudo pra gaveta) e impedindo que qualquer crime de corrupção chegasse ao STF (Supremo Tribunal Federal). Finalmente, aquele sim era um grande Brasil, um Brasil livre, com corrupção Zero, com a Polícia Federal e o ministério público devidamente silenciados. O pessoal encostado! Não é funcionário público? Lugar de funcionário público é no gabinete, tem nada que ficar voando por aí investigando assuntos alheios não.

Mas agora é diferente, vem o Lula e põe tudo a perder, soltou a franga da PF e do MP que estão por aí prendendo todo mundo, essa gente adora aparecer...

Eu podia falar de risco país, de bolsa de valores batendo recordes, aliás, esse governo é muito irritante, toda hora eu ouço, “isso nunca antes aconteceu com o país”, “Brasil bate recorde de criação de empregos por 20 meses seguidos”, “indústria paulista cresce por 18 meses consecutivos”... Recorde no comercio, recorde de safra, recorde de exportações... Estava tudo tão calmo, pra que mexer? Ano passado eu li no Globo que a capacidade de financiamento do Brasil tinha recuperado os níveis do milagre econômico e com isso o Brasil recuperava mais de 30 anos perdidos na história? A gente tem que pensar é pra frente gente, não tem essa de resgatar 30 ou 40 anos, o que passou, passou.

Mas as coisas que mais me revoltam mesmo contra esta corja de ideologistas e até agora estão atravessadas em minha garganta são a reforma agrária e o fome zero.

Quem estiver de pé senta, porque o que vou contar é grave: Este é um país conhecido como o celeiro do mundo. Temos uma tradicional base agrícola em nossa economia, é fácil entender o quanto nós devemos de gratidão às oligarquias nacionais, herdeiros de grandes fortunas, poderosos coronéis, senhores de engenho que em suas feitorias escravizaram com excelência os corpos e as almas daqueles que sangraram antes de nós. Isso é muito natural, tão natural que não só as terras, mas o estilo de administrar suas fazendas também passou de pai para filho. Eu pergunto? O que fazer de um país que não tem tradição?
Outro dia vi com muita indignação numa livraria um catálogo de fotos do Brasil Imperial. A última foto mostrava o velório do maestro Carlos Gomes, o que me causou grande comoção, mas a penúltima foto estremeceu todo o meu corpo. Era uma missa campal, celebrada no Campo de Pedro II, atualmente conhecido como Campo de São Cristóvão no Rio de Janeiro. Nesta missa campal compareceram um milhão de brasileiros. Agora imaginem o que foi isso para a época, um milhão de brasileiros apinhados na capital do país em 13 de maio de 1888, era mais de 50% da população do Brasil!

E o que eles celebrava?
O Fim da Escravidão! Sim meus caros amigos, um milhão de cidadãos monarquistas celebravam eufóricos e felizes o fim das algemas, o que seria o fim da chibata.

Dom Pedro II era um louco visionário, acreditava na ciência, na indústria, nas ferrovias, na construção civil, no uso da vacina. Sem o dinheiro brasileiro Louis Pasteur e Graham Bell nem existiriam, a vacina não existiria, o telefone não existiria, mas Pedro II queria mais e desestabilizou a nação com medidas populistas que tanto fizeram a alegria de mais de 50% da população.

A história se repete, sabe... Pedro II também era um sapo barbudo. Ele caiu... Uma tropa de alguns espadachins se levantou contra a desordem e o retrocesso praticados pelo o Pedro II para que a tradição fosse restaurada.

Hoje o que vemos? Nossas tradicionais oligarquias vem sendo perseguidas e não se pode mais escravizar os miseráveis em paz sem que o Ministério Público e a Polícia Federal prendam os coronéis, forçando-os a multas exorbitantes, criando dívidas impagáveis e expropriando terras que levaram gerações de corrupção e trabalho escravo para serem constituídas!

Sabe para quem vão essas fazendas? Elas vão parar nas mãos do MST, sim, são estas as fazendas que estão disponíveis para a reforma agrária.Este governo sórdido e corrupto organiza em cooperativas estes marginais e lhes dá assistência médica, jurídica, administrativa e técnica, fornece crédito de agricultura familiar para compra de sementes, adubo e equipamentos e o pior de tudo! Compra a produção destas cooperativas de miserentos. E pra onde vai essa comida? Para os programas sociais do bolsa família! Um verdadeiro absurdo! Que coisa! Dá o peixe e ainda ensina a pescar... Assim não pode e assim não dá!

Durante anos, décadas a reforma agrária era um exemplo para o Brasil, um exemplo de como deve ser tratado o miserável! Quer terra? Então toma, vai plantar batata nos alagados do Pantanal pra ver se nasce, vai plantar milho no agreste nordestino, se vira o mané! Aí vem este sapo barbudo e dá terra boa pros mulambentos!!! Basta! Isto tem que acabar! O meu país era só alegria, era dança e ciranda, a ciranda financeira, e todo o ano era a mesma certeza: 10 entre as 10 mais lucrativas empresas eram bancos nacionais ou estrangeiros.

Aí vem o PT pra estragar tudo com o seu continuísmo não ortodoxo. Em 2003, três dos 10 maiores lucros eram do setor produtivo e não da ciranda financeira, em 2004 sete dos 10 maiores lucros eram de empresas do setor produtivo. Isso tem que ser interrompido este ciclo de desenvolvimento tem que acabar! Alguém aí faça alguma coisa!

Brasil, acorda!!!!! Essa coisa é uma bola de neve... Se a coisa melhora para o miserento em seguida acaba melhorando para o pobre, se melhorar para o pobre vai acabar beneficiando a classe média, com o tempo os ricos vão aumentar suas posições e até para os podres de ricos a coisa vai ficar ainda melhor. Isso não pode acontecer, alguém aí segure este PT!!!!!

Eu estou desenganado, é reforma tributária, é reforma previdenciária, é PPP, é expansionismo daqui é expansionismo de lá, é lei de falências, é emenda constitucional para enxugar o estado, é medida provisória do bem, é lei de bio-segurança, é renúncia fiscal...

Outro dia estava pensando comigo mesmo e acho muito suspeito o Lula chegar e arregaçar as mangas e tocar o Brasil pra frente desde 2003, muito suspeito isso, não é de hoje que esse cara pensa em reeleição acho que é coisa antiga, desde o primeiro dia de 2003 eu sei que o Lula só pensa na maldita reeleição. Eu não sei não, se alguém não calar o PT antes de 2006 não sabemos onde vamos parar.


(Waldyr Vaz)

terça-feira, 18 de julho de 2006

Mais sobre PT e PCC

Mídia potiguar embarca na demagogia
Não é minha intenção dar nenhuma aula sobre jornalismo, mas não custa lembrar que todo jornalista deveria estar comprometido apenas com a verdade, com o interesse público. Deveria, porque nem todos estão de fato. Certa vez um amigo jornalista comentou comigo que se as pessoas soubessem do jogo de interesses que há por trás da mídia, elas não teriam coragem de pegar num jornal sem luvas. Aprendi na universidade que notícia é o fato que pertence ao campo do interesse público (diferente do interesse do público). Ricardo Noblat diz que notícia é notícia e ponto final. Não deve ser maquiada, nem disfarçada. A notícia deve ser publicada sempre, mesmo que contrarie o interesse do próprio jornalista.

A função do jornalista é socorrer os aflitos e afligir os poderosos, define Noblat. Nunca é demais lembrar também que um dos direitos fundamentais do cidadão numa democracia é o direito à informação. O jornalista tem a obrigação de levar informação de qualidade ao cidadão, o que significa transmitir, além do noticiário cotidiano, cultura. A boa informação jornalística é aquela que se pauta na defesa intransigente da verdade. O jornalista ético preocupa-se em passar ao público todos os ângulos do fato em questão, estabelecendo sempre o contraditório como contraponto para que o cidadão examine o conteúdo da notícia e tire suas próprias conclusões.


Quando o jornalista transforma uma opinião em fato e publica isso como se fosse notícia, ele não está fazendo jornalismo. Quando o jornalista transforma uma versão do fato na única versão possível, ele está induzindo o cidadão a acreditar naquilo que ele (jornalista) quer que o cidadão acredite. Quando o jornalista deixa de se posicionar pela defesa do interesse público e posiciona-se ao lado dos poderosos ou dos próprios interesses, ele esquece que, antes de ser jornalista, é um cidadão. Portanto, aquilo que o atingiria como cidadão, deveria atingi-lo como jornalista. A sua ética jornalistíca não é superior à ética do cidadão comum.


Invariavelmente, vejo colegas jornalistas esquecerem-se da ética e utilizarem a profissão em causa própria ou para defender os intereses dos seus patrões - o que não deixa de ser tipificado como causa própria. Foi o que vi quando assisti, atônito e indignado, ao programa "Encontro com a Notícia" da TV Tropical, no último sábado (15/07).


Rodrigo Levino, apresentador, recebia na bancada do referido programa dois convidados, cujo papel seria comentar as notícias mais relevantes da semana que se passara. O jornalista (?!) fazia as vezes de meio campista e levantava a bola para que os amigos (tratavam-se, inclusive, por apelidos pessoais) encerrassem a jogada com o triunfante gol. Na pauta do dia, a onda de ataques que o PCC (Primeiro Comando da Capital) vem cometendo em São Paulo.


Para meu espanto, em momento algum eles discutiram as causas estruturais da violência, nem apontaram possíveis caminhos para o enfrentamento do caos instalado contra a ordem pública na maior cidada do país. Os pródigos comentaristas detiveram-se em repercutir e edossar as afirmações do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), insinuando uma relação entre o PT e o PCC. "O PT pode estar manuseando, manipulando essas ações", declarou o senador catarinense. Ele ainda acrescentou: " O PT vive no submundo e nada mais me espanta nesse partido". Mais tarde, foi a vez do candidato tucano à Presidência da República Geraldo Alckmim dizer que "Tem muita coisa estranha por trás de tudo isso, mas não vou fazer nenhuma observação de natureza política".

Na TV de José Agripino (PFL-RN), até pouco tempo atrás candidatíssimo a vice-candidato na chapa de Alckmim, as "desconfianças" de Bornhausen ganharam peso e destaque de notícia. Transfigurada a demagogia em notícia, assistia-se ao triunfo da razão cínica. Outra vez, a manipulação das questões morais ocultando os verdadeiros interesses de quem agora se apresenta como defensor da ética.


Ora, onde está a ética quando uma emissora de televisão (concessão pública, vale lembrar) serve de palanque eleitoral para seu proprietário? Aliás, para quem não sabe, a Constituição proíbe a concessão de veículos de comunicação aos políticos. Mas o que é que eles fazem? Põem a papelada no nome de um laranja - mas todo mundo sabe a quem pertence a sombra por trás das pálidas figuras que aparecem no vídeo.


Aliás, essa questão das afirmações do senador Bornhausen envolvendo o PT e o PCC foi motivo de críticas do ombudsman da Folha de S. Paulo, Marcelo Beraba. O jornalista citou a edição da quinta-feira (13/07) da Folha, quando o jornal deu destaque ao discurso do pefelista. “Não há justificativa jornalística para a Folha destacar, como manchete de sua principal página de política (A5), as "desconfianças" e "dúvidas" do presidente do PFL: "Bornhausen diz que desconfia de elo entre PT e PCC". Não há fato, não há prova, são apenas declarações eleitoreiras que o jornal não soube avaliar. Deveria ter lido antes o editorial da página A2 de hoje, "Novos ataques": "Políticos, na crise da segurança paulista, travam uma batalha retórica que confunde e ofende a opinião pública". Se "desconfianças" e "dúvidas" com acusações graves como estas viram manchete na Folha, imagine o que esperar desta campanha e da cobertura jornalística”.

Na mesma linha do ombusdman da Folha, André Petry escreveu na sua coluna da Revista Veja dessa semana (Edição 1965, 19 de julho de 2006): "Cá para nós: os tucanos governam São Paulo há doze anos, governaram o Brasil por oito anos e Lula, há quatro no poder, é o único culpado pelo caos?". André Petry nem de longe pode ser rotulado de defensor do Governo Lula. Ao contrário, trata-se de um de seus críticos mais ferrenhos. Pena que a mesma lucidez de Petry tenha falatado aos colegas potiguares.

Alisson Almeida