sábado, 10 de março de 2007

TV Pública

Lula quer unir comunicação do governo e criar TV pública

Do Estadão, hoje:

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja unificar as áreas de imprensa, publicidade e comunicação do governo em uma nova secretaria com status ministerial. A nova estrutura comandará também o projeto de uma rede pública de televisão. O jornalista Franklin Martins, da TV Bandeirantes e do portal IG, foi convidado para a nova pasta, numa conversa com o presidente Lula antes do carnaval.

Martins, que tirou férias há uma semana, confirmou o convite e disse que dará sua resposta em um novo encontro com o presidente, ainda sem data. A primeira informação sobre o convite feito ao jornalista foi publicada nesta sexta-feira pela Folha de S. Paulo.

A nova Secretaria de Comunicação reuniria as estruturas da atual Secretaria de Imprensa e Porta-Voz e da Secom, que cuida da publicidade oficial, incluindo a estatal Radiobrás.

A Secretaria de Imprensa, ocupada desde 2005 pelo jornalista André Singer, é ligada ao gabinete do presidente da República. A Secom, chefiada também desde 2005 por Tadeu Rigo, é vinculada à Secretaria-Geral da Presidência.

Os ministros das Comunicações, Hélio Costa, e da Secretaria-Geral, Luiz Dulci, desenvolvem projetos para uma rede pública de televisão, com base na estrutura da Radiobrás e outras emissoras do governo federal."

sexta-feira, 9 de março de 2007

Lula vai trocar de porta-voz

Do Portal Terra, hoje:

"O porta-voz da Presidência da República, André Singer, anunciou hoje, durante a visita do presidente dos EUA, George W. Bush, a São Paulo, que está colocando o cargo à disposição. "Foram quatro anos e dois meses de trabalho duro. Um ciclo se encerrou", disse Singer.

O porta-voz ainda afirmou que uma mudança no setor seria positiva. "Cabe ao presidente decidir e ele fará isso junto com a reforma ministerial", completou."

No blog de Ricardo Noblat, ele comenta que o provável substituto de André Singer será o comentarista da TV Bandeirantes, Franklin Martins.

Comunicação Social

PROJETO DO PT NÃO EXIGE CONTROLE NACIONAL

De Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada, hoje:

"A Teletime publicou uma reportagem que diz que dois deputados do PT, Paulo Teixeira (São Paulo) e Valter Pinheiro (Bahia), apresentaram à Câmara na última quarta-feira, dia 07, um projeto de lei para contrapor discussão travada entre projetos que representam as posições das radiodifusoras e das teles.

Esse projeto trata do que se chama de meios de comunicação social eletrônica de acesso condicionado. A proposta envolve o provimento de conteúdo para TV por assinatura e serviço de transmissão de conteúdo por meio do serviço de telefonia fixa, multimídia, celular e outros a serem criados. É o chamado meio condicionado.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta sexta-feira, dia 09, que o projeto dele e do deputado Valter Pinheiro não prevê o controle nacional na propriedade das empresas de provimento de conteúdo.

“Nós partimos do princípio de que não há mais controle nacional do capital das empresas de conteúdo. Você tem uma situação, por exemplo, da Rede Globo que se associou a um capital mexicano e portanto já há um forte controle dessa capital mexicano nesse segmento de televisão à cabo”, disse Texeira.

Segundo o deputado, do ponto de vista das plataformas, o objetivo do projeto é permitir a convergências dos meios de comunicação e deslocar a proteção para a produção de conteúdo.

Teixeira disse que o projeto propõe que um percentual do conteúdo produzido seja nacional. Há também a preocupação com a proteção do conteúdo regional.

“Para que não seja apenas a transmissão desses conteúdos estrangeiros”, disse Teixeira.

Paulo Teixeira disse que o projeto deve ser discutido ainda neste mês de março pela Câmara dos Deputados."

Para a Folha de S.Paulo, Roberta Sá "é velha"

Na Ilustrada de hoje da Folha de S.Paulo, o jornalista Thiago Ney pegou pesado com as "jovens cantoras" brasileiras.

Depois de elogiar uma penca de musas pops estrangeiras, "muito mais conectadas com a realidade de seu público", ressalta, ele diz que aqui, "nossas jovens cantoras estão mais preocupadas em ser reconhecidas pelo alcance da voz; em fazer parte do grupo de Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia etc."

O jornalista da Folha acusa as cantoras Mariana Aydar, Giana Viscardi, Luiza Possi, Maria Rita, Céu e a potiguar Roberta Sá de "renegar a idade que tem".

E completa: "elas parecem viver num mundo idílico, todo florido, ilibado, onde não há conflitos, dúvidas, falta de grana, empregos miseráveis... Letras que traduzam o dia-a-dia? Música pop? Esqueça."

"Elas são velhas", finaliza o texto.

Sabe quem o jornalista da Folha elege como excessão? Kelly Key, a quem só estaria faltando um "produtor decente".

Fiquei pensando aqui com meus botões: quer dizer então que Kelly Key está "muito mais conectada com a realidade do seu público"?

Mas que realidade é essa, cara-pálida?!

"Baba baby, baby baba, baba..."

É isso?

Minhas perguntas a Bush

De CLÓVIS ROSSI na Folha de S.Paulo, hoje:

"O Itamaraty e o governador José Serra não gostaram do relatório dos EUA sobre violações aos direitos humanos no Brasil. É direito deles, mas não dá para dizer que o relatório mente.

Eu, se fosse ministro ou governador de São Paulo, preferiria usar as perguntas que a Human Rights Watch faria ao presidente George Walker Bush durante sua visita ao Brasil. Duas delas:

1 - "De acordo com um relatório divulgado pela Human Rights Watch na semana passada, o governo dos EUA é responsável por desaparecimentos forçados ao manter suspeitos detidos em prisões secretas fora dos EUA. O relatório identifica 38 "desaparecidos" cujo paradeiro permanece desconhecido. Quando é que os Estados Unidos vão revelar o destino e o paradeiro de todos os prisioneiros mantidos em prisões secretas pela CIA desde 2001?".

2 - "Em fevereiro, o Brasil e muitos outros países da América Latina assinaram a recém-adotada Convenção contra Desaparecimentos Forçados. Os EUA se recusaram a assiná-la. Por que os EUA não apóiam essa tentativa de combater uma internacionalmente reconhecida violação dos direitos humanos?"

Faria também uma cobrança em relação aos prisioneiros da chamada "guerra ao terror", mantidos ilegalmente em Guantánamo, em uma situação que Franz Kafka teria dificuldades de imaginar.

É assim: um tribunal federal decidiu, há 15 dias, que estrangeiros presos nesse pedaço de Cuba não têm direito ao amparo judicial porque Guantánamo não é dos Estados Unidos. Ou seja, os EUA criam um encrave em território cubano e "escondem" lá certos presos, que ficam, por isso, no limbo judicial, o que joga no lixo o "devido processo" de que tanto se orgulhava a democracia norte-americana e cuja ausência tanto criticam em outros países, com razão, aliás."

O preço do Pan

Alguns números sobre os Jogos Pan-Americanos:
  • No projeto original de 2002, o orçamento previsto para as obras era de R$ 409 milhões.
  • Atualmente, os gastos saltaram para R$ 3,2 bilhões.
  • Isso representa 684% a mais que o orçamento previsto.
  • A reforma do Maracanã, por exemplo, estava orçada em R$ 75 milhões em 2005, mas já consumiu até agora R$ 232 milhões.

O que explica esse salto gigantesco de orçamento?

Erro de planejamento?

Desvio de verbas?

O presidente Lula esteve no Rio de Janeiro, cobrou pênalti, fez dois gols e disse que era hipocrisia discutir os gastos com o Pan.

Lula autorizou a liberação de mais R$ 100 milhões para as obras do Maracanã.

Imaginem só se a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 vierem para o Brasil!

quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia Internacional da Mulher

A erotização feminina na mídia

Por Ligia Martins de Almeida, no Observatório da Imprensa, em 6/3/2007:

"Na semana em que a mídia começa a falar do Dia Internacional da Mulher, com as tradicionais matérias sobre a história do feminismo, perfis e entrevistas com feministas, mostrando como a situação da mulher evoluiu – e melhorou – desde o surgimento do movimento, na década de 1960 –, a American Psychological Association (APA) liberou um estudo que poderia render boas matérias sobre a imagem da mulher na mídia.

O estudo, divulgado pelo Washington Post no artigo "Adeus à infância", mostra que as meninas norte-americanas estão cada vez mais sendo alimentadas por uma imensidão de produtos e imagens que promovem looks e atitudes sensuais:

"Na cultura americana, e especialmente na mídia, mulheres e meninas são mostradas sempre de uma maneira erotizada. Os autores do estudo dizem que essas imagens são encontradas em toda a mídia, de shows de TV a revistas, de vídeos musicais à internet. Embora poucas pesquisas tenham documentado o efeito dessas imagens especificamente em meninas, os autores do estudo da APA argumentam que é razoável inferir que algum dano seja provocado nas meninas de 18 anos ou mais. A erotização tem sido ligada a três dos mais comuns problemas de saúde mental de adolescentes e mulheres adultas: desordens alimentares, baixa auto-estima e depressão." (Washington Post, 20/2/2007)

Nova postura

Segundo o jornal, o processo nas meninas começa cada vez mais cedo, pela própria mensagem que elas recebem: "É normal que você tenha interesse em sexo. É normal você se vestir e agir de maneira sensual". As mães entrevistadas não vêem problemas para suas filhas, alegando que no mundo de hoje é importante querer se manter bonita, já que a beleza é parte fundamental no sucesso profissional. E alegam que são as filhas que escolhem os modelos de roupas e acessórios desde a primeira infância. As mães que não concordam com os modelitos infantis sensualizados confessam ter problemas ao procurar, no comércio, roupas mais tradicionais – ou menos sensuais – para suas filhas de 4, 5 ou 6 anos.

O que o jornal americano não discute – e que poderia ser discutido pela mídia brasileira – é justamente a parcela de culpa da mídia nessa erotização da imagem da mulher. Quer um exemplo? A revista Veja desta semana (nº 1998, de 7/3/2007) traz um especial sobre saúde ("A medicina revela a mulher de verdade"), ressaltando as diferenças entre o corpo do homem e o corpo da mulher, e mostra que – por razões econômicas e culturais – até muito pouco tempo atrás as pesquisas médicas se baseavam apenas na fisiologia masculina para desenvolver medicamentos.

A revista atribui, entre outros fatores, à igualdade conquistada pelas mulheres o fato da nova postura das pesquisas em relação à saúde. E, para ilustrar a matéria, as fotos são de uma mulher. Bonita e... nua.

Crianças vão ocupar o lugar

Uma foto que, nos dias de hoje, não espanta ninguém. Afinal, o corpo feminino (adulto) exposto na mídia virou coisa banal. Como rende belas fotos e ilustrações, e como as modelos são adultas, conscientes e remuneradas, ficam todos felizes. O perigo é que a idade das modelos foi diminuindo e, hoje, meninas de 12 anos, que nas fotos parecem adultas, tornaram as modelos de 20 e poucos anos ultrapassadas. Não demora muito e o lugar delas vai ser tomado por meninas cada vez mais jovens e cada vez mais erotizadas.

Não seria o caso de, nesse Dia Internacional da Mulher, usar o espaço destinado à história do feminismo para discutir o que está acontecendo hoje com as mulheres? No perfil do jornal O Estado de S.Paulo, Rose Marie Muraro, "a patrona do feminismo brasileiro", ganhou poucas linhas para falar de sua luta atual: o fim da violência doméstica de que são vítimas as mulheres rurais. E para dizer que, felizmente, hoje a violência contra mulheres é crime inafiançável. Ela teria muito mais a dizer se a imprensa tivesse interesse em discutir a causa feminina em profundidade.

Seria interessante descobrir como as feministas vêem a exposição feminina na mídia nos dias correntes. Porque uma coisa é certa: não foi para transformar as mulheres em objeto de consumo que o movimento feminista lutou pela igualdade feminina. Menos ainda para ter a imagem feminina tratada da forma como é vista na mídia atual. E, se nada for feito, em muito pouco tempo serão as crianças que vão ocupar esse nada honroso lugar na mídia."

quarta-feira, 7 de março de 2007

Artigo no Observatório da Imprensa

Eu sei, eu sei...

Ninguém aguenta mais ler nada aqui sobre o artigo "Super-Vilões no papel de Super-Amigos".
Mas eu não poderia deixar de mencionar a publicação no Observatório da Imprensa.

Vi ontem, mas foi publicado desde o dia 19/02.

O título lá tá diferente: "CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA. As concessões públicas e os super-vilões".

Quem tiver paciência, dá uma passadinha no link:

Reproduzo aqui os comentários postados na página do Obervatório:

"Meu Prezado Alisson de Al]meida Acredito numa imprensa que discute cidadania e se preocupa principalmente com as novas gerações. Pois nas minhas discussões acerca de análise da situação atual dos jovens, sempre enfatizo que quem induziu a juventude atual a não considerar os valores morais, foi exatamente a rede Globo na sua interminável MALHAÇÃO. Quando as estatísticas mostram o número de adolescentes grávidas e a disseminação do sexo pelo sexo, sem nehum tipo de afeto. Considero que a prostituição mudou de prática e com um agravante a conivencia dos atores. Pois o FICAR, tornou-se uma atitude amoral e está destruindo o jovem, além de exterminar o conceito e cultura milenar de família. Pois da forma que está se encaminhando os comportamentos a tendencia é simplesmente acabar a instituição família. Dessa forma, gostaria que abordasse essa questão" (Maria do Carmo Rodrigues de Souza , Vitória de Santo Antão-PE - Professora)

"É preciso sim que o Estado controle o que é veiculado e em que horário. É inadmíssivel esses programas vespertinos onde casais se inscrevem atrás de um namorado(a). Chega de tanta porcaria e babaquice na TV brasileira!!!" (Marcelo Candido , Maceió-AL - estudante de jornalismo)

"A melhor classificação de programação chama-se controle remoto e a definitiva chama-se tecla de desligar." (Carlos Alberto Saraiva , Rio de Janeiro-RJ - Arquiteto)

"As redes de televisao brasileiras, principalmente a arrogante Rede Globo não querem de maneira nenhuma ceder aos bons costumes de uma sociedade que se respeita e quer respeito. As emissoras fazem da televisão brasileira atual uma verdadeira Sodoma e Gomorra do século 21." (Geovan S Silva , Salvador-BA - Atendente)

"Eu acho que o estado não tem que se meter a controlar a programação de TV. O estado tem é que se preocupar com a educação, saúde e melhorar o padrão de vida de milhares de cidadãos. Toda vez que o estado se mete a regulamentar os meios de comunicação, me dá arrepios - vem logo a imagem de censores rondando redações. O controle remoto é o melhor controlador da programação. O controle pelo estado só vai criar mais um cabide de empregos com o nosso dinheiro" (pedro bandeira , rio de janeiro-RJ - consultor)

Réplica ao comentário de Pedro Bandeira:

O Estado tem que se preocupar com educação, saúde e em melhorar o padrão de vida dos cidadãos brasileiros, o que não exclui sua responsabilidade em regular a concessão pública do espectro eletromagnético no qual operam as emissoras de televisão.

Aliás, não vejo como melhorar o padrão de vida dos cidadãos sem melhorar o padrão da nossa televisão. Pesquisas feitas em muitos países, cujas democracias são até mais consolidadas que a nossa, mostram que há uma relação entre a exposição de crianças e adolescente à violência televisiva e o desenvolvimento da agressividade precoce nessa faixa etária da população.

Que tipo de entretenimento a televisão oferece às nossas crianças e adolescentes?

Que influências esses grupos sociais estão recebendo?

Outra coisa. Não há nada na Portaria do MJ que justifique o discurso da censura. nenhuma obra será proíbida de ir ao ar. Nenhuma obra será cortada, picotada, vetada. Há apenas a exigência da vinculação entre a classificação indicativa e o horário de exibição - o que, aliás, reza a nossa Carta Magna de 1988.

Trazer à memória lembranças de "censores rondando redações" é descontextualizar o debate, remetendo-o a outro momento histórico, que em nada se assemelha com o atual. É até compreensível, afinal nossa democracia ainda é jovem, mas não é válido como argumento.

A repetição do mantra da censura é típico daqueles que preferem o lema do "não li e não gostei".