quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Vale tudo

Oposição ataca Fome Zero e operação tapa-buraco

O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) encaminhou representação ao TCU (Tribunal de Contas da União) contra o "Fome Zero". No mesmo dia, o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), também encaminhou representação ao TCU contra a operação tapa-buracos, um plano emergencial de recuperação das estradas federais, orçado em mais de R$ 400 milhões.

Apesar do desgaste da crise política, a oposição anda mesmo nervosinha, pois teme que os programas sociais e ações do governo, aliados ao carisma natural de Lula, possam reeleger o presidente. Então, agora o único jeito de aniquilar essa possibilidade é centrar fogo nas vitrines do governo do PT.

Com informações da Folha Online e Agência Brasil

Esse Mainardi não toma jeito!

Diogo Mainardi defende fim do Bolsa Família

Na sua coluna desta semana na revista Veja, Diogo Mainardi considera que o atual prefeito de São Paulo, José Serra, já pode ser considerado o presidente virtual do Brasil em 2007.

"Não por méritos pessoais. Ele será eleito exclusivamente porque a gente quer se livrar de Lula. E ele é a melhor garantia de que isso vai acontecer", escreve Mainardi.

Então, como considera Serra já eleito, Mainardi lista alguns questionamentos sobre as ações do governo Serra . Entre outras coisas, Mainardi pergunta: "Ele (Serra) desmontará a arapuca fiscal do Bolsa-Família? Os brasileiros são menos otários do que parece. Para cada voto que Lula ganha com o Bolsa-Família, ele perde dois da classe média".

Pela primeira vez na história do Brasil, houve diminuição de 8% do índice de pobreza. Isso significa que milhões de famílias que viviam abaixo da linha da pobreza conseguiram sair da miséria absoluta e têm, agora, melhores condições de vida, graças aos programas sociais do Governo Lula. Mainardi chama isso de arapuca fiscal.

Internet Comunitária

ONG Meninos do Morumbi tem discador gratuito

A ONG paulistana Meninos do Morumbi lançou um discador gratuito de acesso à internet. A novidade é compatível com o sistema operacional Windows e está disponível em mais de 2.000 cidades brasileiras.

O grupo já conta com um provedor comunitário para hospedagem de sites de pequenas e médias empresas. Os projetos de inclusão digital foram desenvolvidos em parceria com Telium Networks.

O uso do discador por parte dos internautas vai ajudar a ONG financeiramente. Isso porque parte do lucro das operadoras, obtidas com os pulsos telefônicos da conexão discada, será revertida para o grupo.

Segundo os responsáveis pela organização, o objetivo do discador é fornecer internet gratuita às comunidades carentes, que dificilmente terão acesso aos serviços de banda larga. Para ter acesso ao serviço, basta baixá-lo do site da ONG.

Fonte: Folha Online

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Mais uma de Veja

O ódio da Veja pelo PT

O ranso da revista Veja contra o PT não é nenhuma novidade. Quando o assunto é o Partido dos Trabalhadores, pode esperar que lá vem bomba.

Às favas a ética jornalística! O negócio é descer mesmo a lenha nessa "raça" (termo usado pelo senador pefelista Jorge Bornhausen ao referir-se aos petistas).

Desde que o PT chegou ao poder, Veja iniciou sua ofensiva para desqualificar o governo do presidente-operário. Primeiro foi a história dos milhões de dólares que o partido de Lula teria recebido das FARC (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas). Depois a lorota dos dólares vindos da ilha de Fidel Castro. Entre uma mentira e outra, surgia a cantilena ensaiada (verdadeira motivação por trás de tudo): "vamos caçar o registro do PT".

Em 2005, ano da crise política que, dizem os "analistas", decretou o fim antecipado do Governo Lula, Veja deitou e rolou, feliz com a desgraça do PT.

A revista que está nas bancas (Edição 1938, 11 de janeiro de 2006), traz uma matéria sobre a recuperação do centro de São Paulo, cuja área de 150.000 metros quadrados, abrangendo 10 quarteirões, será demolida pela Prefeitura, que oferecerá os terrenos à iniciativa privada.

Veja defende que a única maneira de acabar com a ruína de centro paulistano (reduto de pobreza, prostituição, tráfico de drogas e comércio de produtos piratas, segundo o texto de Camila Antunes) é "a demolição pura e simples". Aproveita para culpar a administração da petista Marta Suplicy, que teria piorado ainda mais a situação ao instalar 400 famílias sem-teto em imóveis abandonados.

Mas o que me chamou a atenção não foi essa discussão sobre o centro de São Paulo e a ogeriza da turma tucana instalada na Prefeitura contra os pobres e desabrigados da cidade. Lá na página 92, num box entitulado "O pecado da demagogia", a repórter mira novamente no PT. Dessa vez, o personagem escolhido é o padre Júlio Lancelotti, que a revista apresenta como "líder de uma organização política ligada ao PT chamada Pastoral da Rua", a quem acusa de ser o demagogo em questão.

Lancelotti é um crítico da política higienista do prefeito José Serra, que inclui a demolição do centro de São Paulo e a construção de rampas "antimendigo" sob o viaduto que leva à Avenida Paulista. Veja diz que o padre "quer mesmo é ter à sua disposição um rebanho de manobra para fazer política". Para a revista, o importante é fazer a fachina e livrar a cidade do incômodo de "mendigos, menores abandonados e loucos que vagam pelas ruas de São Paulo". Em nenhuma linha a repórter questiona as razões que empurram essas pessoas para a rua. Em nenhum parágrafo, dedica-se a criticar o escândalo da injustiça social, que aprofunda a miséria e condena milhões à exlusão permanente. Não tem pra quê perder tempo com essa gente! A solução "pura e simples", claro, é se livrar deles. Qualquer um que se importe, será tachado de demagogo - ainda mais se for ligado ao PT.

Abaixo, confira a transcrição da íntegra da matéria:

O PECADO DA DEMAGOGIA

O padre Júlio Lancelotti, líder de uma organização política ligada ao PT chamada Pastoral da Rua (atenção, papa Bento XVI), comete todos os dias um pecado mortal – o da demagogia. Ele é o criador de uma categoria que leva o nome de "Povo da Rua". É a denominação de Lancelotti para mendigos, menores abandonados e loucos que vagam pelas ruas de São Paulo. A pretexto de defender o "Povo da Rua", o padre quer transformar uma situação precária – a dos sem-teto e que tais – em permanente. Toda e qualquer iniciativa para colocar esse pessoal em abrigos, custeados pela prefeitura, limpar os logradouros públicos de barracas e excrementos e livrar os transeuntes do risco de assaltos protagonizados por pivetes é torpedeada por Lancelotti com a classificação de "prática higienista". Os motivos do padre estão longe de ser religiosos. O que ele quer mesmo é ter à sua disposição um rebanho de manobra para fazer política.
Se Lancelotti fosse mesmo sensível às necessidades do seu "Povo da Rua", começaria por oferecer abrigo na igreja da qual é pároco: a de São Miguel Arcanjo, no bairro paulistano da Mooca. A igreja, porém, tem grades nas portas e cerca elétrica nos muros – um aparato suficiente para definir aquela casa de Deus como um "bunker antimendigo". "Antimendigo" é a expressão usada por ele – e por jornalistas amigos seus – para classificar pejorativamente a iniciativa da prefeitura de São Paulo de colocar rampas de superfície áspera sob o viaduto que leva à Avenida Paulista. A administração municipal recorreu a esse expediente para desalojar os marginais que, instalados no local, assaltavam as pessoas que transitam por ali. Lancelotti continua a esbravejar que "as rampas antimendigo" fazem parte de uma "visão higienista". Pois bem, propõe-se aqui um acordo: a prefeitura retira as rampas e o padre abandona o seu bunker e passa a morar debaixo do viaduto. Lá, poderá controlar os assaltantes e encontrar a santa felicidade junto ao "Povo da Rua".