Leio, entre desorientado e perplexo (acho que já escrevi isso antes), a notícia: "Adolescente é morto a pauladas na Zona Norte".
Aconteceu na madrugada deste sábado num conjunto da Zona Norte de Natal. O adolescente foi assassinado por quatro pessoas não identificadas.
Ninguém sabe o motivo do crime. A polícia ainda busca explicações.
Explicação pode existir - o que não existe é justificativa.
A brutalidade e a banalidade do crime são chocantes. Mas mais chocante ainda é saber que nossos jovens - principalmente os da periferia - continuam sendo assassinados diariamente e alimentando as estatísticas da violência urbana. Apesar de impactante, a morte do jovem da periferia não comove muito. As pessoas comentam o caso e o esquecem em seguida. A cena repete, diz a canção.
Além de viver sob o signo da exclusão social, o jovem da periferia é condenado a morrer cedo. As estatísticas comprovam que a violência urbana escolhe idade, classe, cor e gênero: as vítimas são principlamente jovens, pobres, negros e homens.
Que país é esse que permite a morte dos seus jovens e não faz nada para salvá-los?
É o país que comemora a vinda da Copa do Mundo de 2014 para cá.
P.S.: Depois que escrevi o texto acima, li no site de um jornal da capital que o adolescente foi espancado por "populares" porque "teria praticado assaltos na região". Não sei o que comentar. Há um nó na minha garganta. Não consigo acreditar que isso seja verdade.
sábado, 3 de novembro de 2007
Mulheres poluem menos do que homens
A notícia está no site Terra Magazine. O Ministério do Meio Ambiente da Suécia fez um estudo e concluiu que homens contribuem muito mais para a degradação do planeta.
De acordo com o site, a pesquisa levou em conta fatores como o envolvimento em atividades industriais, consumo de energia e o uso de automóveis para o deslocamento, entre outros semelhantes.
As conclusões da pesquisa indicaram que as mulheres levam vidas mais "sustentáveis" do ponto de vista ecológico. Homens emitem muito mais dióxido de carbono e outros gases-estufa no ambiente. O desenvolvimento sustentável do mundo só será possível com maior igualdade entre os gêneros.
Os dados coletados e o cruzamento de informações do estudo levam à conclusão que se quisermos um ambiente minimamente sustentável no mundo, as mulheres têm que ganhar mais espaço.
De acordo com o site, a pesquisa levou em conta fatores como o envolvimento em atividades industriais, consumo de energia e o uso de automóveis para o deslocamento, entre outros semelhantes.
As conclusões da pesquisa indicaram que as mulheres levam vidas mais "sustentáveis" do ponto de vista ecológico. Homens emitem muito mais dióxido de carbono e outros gases-estufa no ambiente. O desenvolvimento sustentável do mundo só será possível com maior igualdade entre os gêneros.
Os dados coletados e o cruzamento de informações do estudo levam à conclusão que se quisermos um ambiente minimamente sustentável no mundo, as mulheres têm que ganhar mais espaço.
Música
CD de Roberta Sá ganha tiragens ascendentes
Firme até o momento no posto de melhor disco brasileiro de 2007, o segundo CD da ótima cantora Roberta Sá, Que Belo Estranho Dia para se Ter Alegria, está vendendo tão bem que suas novas tiragens já estão sendo fabricadas com números sempre ascendentes. A gravadora Universal Music, que distribui o disco, acaba de prensar uma quarta tiragem com mais 10 mil cópias (se a primeira teve três mil cópias, a segunda contabilizou cinco mil e a terceira foi de seis mil cópias). Ao todo, as quatro tiragens totalizam 24 mil exemplares - número bastante expressivo para uma cantora ainda pouco conhecida fora da cena do samba e do eixo Rio-São Paulo.
Fonte: Blog do jornalista Mauro Ferreira (http://blogdomauroferreira.blogspot.com)
Firme até o momento no posto de melhor disco brasileiro de 2007, o segundo CD da ótima cantora Roberta Sá, Que Belo Estranho Dia para se Ter Alegria, está vendendo tão bem que suas novas tiragens já estão sendo fabricadas com números sempre ascendentes. A gravadora Universal Music, que distribui o disco, acaba de prensar uma quarta tiragem com mais 10 mil cópias (se a primeira teve três mil cópias, a segunda contabilizou cinco mil e a terceira foi de seis mil cópias). Ao todo, as quatro tiragens totalizam 24 mil exemplares - número bastante expressivo para uma cantora ainda pouco conhecida fora da cena do samba e do eixo Rio-São Paulo.
Fonte: Blog do jornalista Mauro Ferreira (http://blogdomauroferreira.blogspot.com)
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Brasil reduz extrema pobreza em ritmo acelerado
"O Brasil está diminuindo a extrema pobreza em um ritmo quase duas vezes maior que a pobreza, como indica uma análise de dois relatórios que acompanham o desempenho do país nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM, uma série de metas socioeconômicas que as nações da ONU se comprometeram a atingir até 2015, abrangendo as áreas de renda, educação, saúde, gênero e meio ambiente). Quanto mais baixa a linha de pobreza adotada, melhor se sai o Brasil.
“O governo federal não focou seus esforços nos extremamente pobres, foi uma conseqüência de várias políticas. Os pobres também estão melhorando sua condição, mas num ritmo mais lento em relação aos primeiros”, diz Sergei Soares, pesquisador do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). “A meta do governo é acabar com a pobreza geral, mas os mais pobres têm mais urgência de ajuda.”
Pelos critérios do IPEA, é considerado extremamente pobre quem vive diariamente com menos de 1 dólar PPP (paridade do poder de compra, que elimina a diferença de custo de vida entre os países), o mesmo critério usado pelo Banco Mundial. Entre 1990 e 2005, a proporção de brasileiros abaixo dessa linha (equivalente a R$ 40 em 2005) recuou 52%: de 8,8% para 4,2%.
Já a Coleção de Estudos Regionais sobre os ODM 2007, feita em conjunto por cinco universidades do país, também com apoio do PNUD, usa valores um pouco mais altos para classificar extrema pobreza: menos de um quarto do salário mínimo. Sob esse critério, o estudo, lançado na semana passada, conclui que a proporção de brasileiros nesse grupo caiu 44% entre 1990 e 2005: de 19,98% para 11,11%.
Diferentes programas nacionais atingiram diferentes grupos da população, afirma Soares, do IPEA. Entre os extremamente pobres, o Bolsa Família foi fundamental; em relação aos pobres, o aumento do salário mínimo e a Previdência Social; para os que estão um pouco acima dessa linha, a expansão na educação – que permitiram acesso a escolas e universidades e a conseqüente inserção de jovens no mercado de trabalho.
Para o pesquisador do IPEA, o Brasil hoje redistribui renda de uma maneira quase linear. “É, de longe, a maneira mais virtuosa de distribuir renda, que vem sendo elogiada por vários países. Não estamos tirando do meio termo para melhorar a condição social dos mais pobres, estamos tirando dos mais ricos — embora estes estejam ganhando dinheiro também”, diz.
Márcio Salvato, pesquisador e coordenador do Instituto de Desenvolvimento Humano da PUC Minas, uma das universidades responsáveis pela Coleção de Estudos Regionais sobre os ODM 2007, enfatiza a expansão da economia. “O crescimento econômico do país foi importante, porque assim é possível redistribuir essa renda para os mais necessitados. Em programas do governo, como o Bolsa Família, o Bolsa Escola, o Vale Gás, você tributa uma parte da economia e transfere o dinheiro para quem é mais pobre”, aponta. “Mas é a classe média, e não os mais ricos, que está sendo atingida, pois vem sendo mais tributada”.
Salvato afirma que, na última década, a pobreza foi afetada mais pela transferência de renda do que pelo crescimento de renda. E defende políticas de longo prazo, que incluam a educação. “Apenas transferir renda, como o Bolsa Família faz, é uma medida de curto prazo, e ilusória. E se você tira esse benefício do cidadão? Ele volta à situação anterior”, avalia.
Para reduzir a pobreza tanto quanto a extrema pobreza, é necessário combinar crescimento econômico e políticas educacionais, sugere Salvato. “Senão, ocorre o que antes se via no Brasil: crescimento econômico, mas alta concentração de renda. Não vejo problema em focar primeiro nos extremamente pobres, ou indigentes, em quem está lá embaixo. A política correta é uma que consiga reduzir a pobreza e o hiato de pobreza [distância entre a linha de pobreza e a média da renda de quem está abaixo dessa linha].”
Nos últimos anos, quem mais ganhou foram os 10% mais pobres, concorda Sergei Soares. “Quanto mais baixa a média de renda do domicílio, mais esta família está aumentando seu ganho. Quanto mais baixa a linha, maior a quantidade de pessoas que saíram da situação de extrema pobreza”, resume.
Além do estrato da população que vive em condições de pobreza ou extrema pobreza, Márcio Salvato cita o que chama de “enorme contingente de brasileiros que vivem em situação de extrema miserabilidade, à margem da sociedade – eles estão abaixo dos que vivem em extrema pobreza”.
“Eles moram em pequenos municípios de zonas rurais, onde as prefeituras não têm verba, e também em zonas urbanas – são mendigos, moradores de rua, de favelas dominadas pelo tráfico, de prédios invadidos”, enumera. Como não têm moradia fixa nem acesso a informação, não conseguem se cadastrar num sistema para receber os benefícios do governo. “É necessário fazer uma política específica para isso, mais focalizada. Você tem de ir até eles, e não esperar que eles venham atrás dos benefícios”, diz o pesquisador da PUC Minas. Ele calcula que um quarto dos extremamente pobres vive em extrema miserabilidade, ou cerca de 2,5% dos brasileiros."
Fonte: Envolverde
“O governo federal não focou seus esforços nos extremamente pobres, foi uma conseqüência de várias políticas. Os pobres também estão melhorando sua condição, mas num ritmo mais lento em relação aos primeiros”, diz Sergei Soares, pesquisador do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). “A meta do governo é acabar com a pobreza geral, mas os mais pobres têm mais urgência de ajuda.”
Pelos critérios do IPEA, é considerado extremamente pobre quem vive diariamente com menos de 1 dólar PPP (paridade do poder de compra, que elimina a diferença de custo de vida entre os países), o mesmo critério usado pelo Banco Mundial. Entre 1990 e 2005, a proporção de brasileiros abaixo dessa linha (equivalente a R$ 40 em 2005) recuou 52%: de 8,8% para 4,2%.
Já a Coleção de Estudos Regionais sobre os ODM 2007, feita em conjunto por cinco universidades do país, também com apoio do PNUD, usa valores um pouco mais altos para classificar extrema pobreza: menos de um quarto do salário mínimo. Sob esse critério, o estudo, lançado na semana passada, conclui que a proporção de brasileiros nesse grupo caiu 44% entre 1990 e 2005: de 19,98% para 11,11%.
Diferentes programas nacionais atingiram diferentes grupos da população, afirma Soares, do IPEA. Entre os extremamente pobres, o Bolsa Família foi fundamental; em relação aos pobres, o aumento do salário mínimo e a Previdência Social; para os que estão um pouco acima dessa linha, a expansão na educação – que permitiram acesso a escolas e universidades e a conseqüente inserção de jovens no mercado de trabalho.
Para o pesquisador do IPEA, o Brasil hoje redistribui renda de uma maneira quase linear. “É, de longe, a maneira mais virtuosa de distribuir renda, que vem sendo elogiada por vários países. Não estamos tirando do meio termo para melhorar a condição social dos mais pobres, estamos tirando dos mais ricos — embora estes estejam ganhando dinheiro também”, diz.
Márcio Salvato, pesquisador e coordenador do Instituto de Desenvolvimento Humano da PUC Minas, uma das universidades responsáveis pela Coleção de Estudos Regionais sobre os ODM 2007, enfatiza a expansão da economia. “O crescimento econômico do país foi importante, porque assim é possível redistribuir essa renda para os mais necessitados. Em programas do governo, como o Bolsa Família, o Bolsa Escola, o Vale Gás, você tributa uma parte da economia e transfere o dinheiro para quem é mais pobre”, aponta. “Mas é a classe média, e não os mais ricos, que está sendo atingida, pois vem sendo mais tributada”.
Salvato afirma que, na última década, a pobreza foi afetada mais pela transferência de renda do que pelo crescimento de renda. E defende políticas de longo prazo, que incluam a educação. “Apenas transferir renda, como o Bolsa Família faz, é uma medida de curto prazo, e ilusória. E se você tira esse benefício do cidadão? Ele volta à situação anterior”, avalia.
Para reduzir a pobreza tanto quanto a extrema pobreza, é necessário combinar crescimento econômico e políticas educacionais, sugere Salvato. “Senão, ocorre o que antes se via no Brasil: crescimento econômico, mas alta concentração de renda. Não vejo problema em focar primeiro nos extremamente pobres, ou indigentes, em quem está lá embaixo. A política correta é uma que consiga reduzir a pobreza e o hiato de pobreza [distância entre a linha de pobreza e a média da renda de quem está abaixo dessa linha].”
Nos últimos anos, quem mais ganhou foram os 10% mais pobres, concorda Sergei Soares. “Quanto mais baixa a média de renda do domicílio, mais esta família está aumentando seu ganho. Quanto mais baixa a linha, maior a quantidade de pessoas que saíram da situação de extrema pobreza”, resume.
Além do estrato da população que vive em condições de pobreza ou extrema pobreza, Márcio Salvato cita o que chama de “enorme contingente de brasileiros que vivem em situação de extrema miserabilidade, à margem da sociedade – eles estão abaixo dos que vivem em extrema pobreza”.
“Eles moram em pequenos municípios de zonas rurais, onde as prefeituras não têm verba, e também em zonas urbanas – são mendigos, moradores de rua, de favelas dominadas pelo tráfico, de prédios invadidos”, enumera. Como não têm moradia fixa nem acesso a informação, não conseguem se cadastrar num sistema para receber os benefícios do governo. “É necessário fazer uma política específica para isso, mais focalizada. Você tem de ir até eles, e não esperar que eles venham atrás dos benefícios”, diz o pesquisador da PUC Minas. Ele calcula que um quarto dos extremamente pobres vive em extrema miserabilidade, ou cerca de 2,5% dos brasileiros."
Fonte: Envolverde
TV Pública incomoda emissoras comerciais
De acordo com a coluna "Outro Canal" da Folha de São Paulo de segunda-feira passada (29/10), Globo, Record e SBT articulam nos bastidores políticos contra a TV Brasil - a nova TV pública do país que entrará no ar a partir do dia 2 de dezembro.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que vai administrar a nova rede, foi oficialmente criada na quarta-feira passada (31/10), através de Medida Provisória assinada pelo presidente Lula. No ato de criação, o presidente deu posse à diretoria da TV Brasil: Tereza Cruvinel (diretora-presidente), Orlando Senna (diretor-geral) e mais quatro diretores.
As três emissoras comerciais estão preocupadas com uma possível perda de publicidade oficial e querem modificar a MP que criou a ECB. Globo, Record e SBT decidiram unir forças para fazer lobby e pressionar deputados e senadores a apresentarem emendas à MP definindo o que é publicidade institucional e apoio cultural. Segundo Daniel Castro, que assina a coluna da Folha, a idéia é limitar o financiamento da TV pública com publicidade.
Já foram apresentadas 132 emendas à MP - a maioria delas relacionadas à publicidade. O texto da MP proíbe "anúncios de produtos e serviços" e autoriza apenas "publicidade institucional de entidades de direito público e privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos".
O jornalista Gabriel Priolli, em artigo no "Observatório da Imprensa", afirma que "definições legais precisas" para os conceitos de "publicidade institucional" e "apoio cultural", como querem as emissoras comerciais, na verdade não passam de "interdições". "Querem diferí-los bem da publicidade comercial convencional, para impedir que a TV Brasil ponha as mãos no bolo de R$ 60 milhões que estima obter com a captação de recursos privados", diz ele.
Para Gabriel, o que assusta os opositores da televisão pública é que a nova rede se torne competitiva em termos de audiência e depois passe a disputar anunciantes com as emissoras comerciais.
A ECB nasce com investimento estatal e apoio governamental de proporções inéditas. Serão R$ 350 milhões do Orçamento da União. Até o final do governo Lula, a TV Brasil terá 1,4 bilhão para custeio e investimentos.
O interessante nessa história é ver a união entre Globo e Record. Quando lançou o canal de notícias Record News, Edir Macedo disse que a Globo monopolizava a informação e isso era prejudicial à democracia. Prometeu que o novo canal com 24 h de informação de graça iria quebrar o monopólio global e democratizar a informação.
Edir Macedo, na verdade, não está nem aí pra democratização da informação. A aliança com a Globo para tentar barrar a TV pública mostra que a emissora da família Marinho e o canal da Igreja Universal falam a mesma língua e têm os mesmos interesses.
O sonho da Record é ocupar o espaço hegemônico que hoje é da Globo. Para isso, segue os mesmos passos da rede líder de audiência - copia fórmulas e repete o padrão obscuro de informação.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que vai administrar a nova rede, foi oficialmente criada na quarta-feira passada (31/10), através de Medida Provisória assinada pelo presidente Lula. No ato de criação, o presidente deu posse à diretoria da TV Brasil: Tereza Cruvinel (diretora-presidente), Orlando Senna (diretor-geral) e mais quatro diretores.
As três emissoras comerciais estão preocupadas com uma possível perda de publicidade oficial e querem modificar a MP que criou a ECB. Globo, Record e SBT decidiram unir forças para fazer lobby e pressionar deputados e senadores a apresentarem emendas à MP definindo o que é publicidade institucional e apoio cultural. Segundo Daniel Castro, que assina a coluna da Folha, a idéia é limitar o financiamento da TV pública com publicidade.
Já foram apresentadas 132 emendas à MP - a maioria delas relacionadas à publicidade. O texto da MP proíbe "anúncios de produtos e serviços" e autoriza apenas "publicidade institucional de entidades de direito público e privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos".
O jornalista Gabriel Priolli, em artigo no "Observatório da Imprensa", afirma que "definições legais precisas" para os conceitos de "publicidade institucional" e "apoio cultural", como querem as emissoras comerciais, na verdade não passam de "interdições". "Querem diferí-los bem da publicidade comercial convencional, para impedir que a TV Brasil ponha as mãos no bolo de R$ 60 milhões que estima obter com a captação de recursos privados", diz ele.
Para Gabriel, o que assusta os opositores da televisão pública é que a nova rede se torne competitiva em termos de audiência e depois passe a disputar anunciantes com as emissoras comerciais.
A ECB nasce com investimento estatal e apoio governamental de proporções inéditas. Serão R$ 350 milhões do Orçamento da União. Até o final do governo Lula, a TV Brasil terá 1,4 bilhão para custeio e investimentos.
O interessante nessa história é ver a união entre Globo e Record. Quando lançou o canal de notícias Record News, Edir Macedo disse que a Globo monopolizava a informação e isso era prejudicial à democracia. Prometeu que o novo canal com 24 h de informação de graça iria quebrar o monopólio global e democratizar a informação.
Edir Macedo, na verdade, não está nem aí pra democratização da informação. A aliança com a Globo para tentar barrar a TV pública mostra que a emissora da família Marinho e o canal da Igreja Universal falam a mesma língua e têm os mesmos interesses.
O sonho da Record é ocupar o espaço hegemônico que hoje é da Globo. Para isso, segue os mesmos passos da rede líder de audiência - copia fórmulas e repete o padrão obscuro de informação.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
"Época" manipula imagem de Hugo Chávez
Essa imprensa brasileira não tem limites mesmo. Quando a gente pensa que já viu de tudo, nem imagina o que ainda tem por vir.
Li no site da revista "Fórum" sobre a manipulação na imagem do presidente venezuelano Hugo Chávez, feita pela revista "Época" para a capa desta semana.
Na capa, Hugo Chávez aparece com cara ameaçadora e ao lado lê-se a manchete em forma de pergunta: "O Brasil deve ter medo dele?"
Pois não é que o diretor de arte da "Época", Marcos Marques, assumiu que fez um "trabalho de manipulação na imagem original" para transformar a fisionomia de Chávez e fazer parecer que ele é ameaçador.
Segundo "Fórum", o diretor de arte escreveu um texto no blog Faz Caber, que fala justamente sobre capas de revistas, onde confessa que fez a manipulação:
"Para fazer a capa desta semana foi feita uma pesquisa de imagem muito específica. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teria que estar com cara ameaçadora. Foi muito difícil, ele tem uma cara gorda e simpática, não dá medo em ninguém. A imagem que mais chegou próximo do objetivo foi a que ele está de boina vermelha olhando para o lado esquerdo. Para deixar a imagem ainda mais forte, o nosso ilustrador Nilson Cardoso fez um trabalho de manipulação na imagem original, até chegar a este resultado final. O que acham? Façam seus comentários. Marcos Marques - diretor de arte''.
Antes, pelo menos, eles (da grande mídia) eram mais sutis e ainda se davam ao trabalho de negar quando eram acusados de manipulação. Agora nem isso.
Sobre a ladainha do 3º mandato
Abra os jornais e todo dia você vai encontrar alguma coisa sobre essa história de terceiro mandato. É só no que a imprensa fala ultimamente.
Na falta de outro assunto, a mídia dá espaço às declarações de algum político em busca de holofotes, que diz ser favorável à idéia de permitir a reeleição sem limites para cargos majoritários.
Como se diz no interior, um fulano, que não é ninguém no jogo do bicho, de repente aparece nas manchetes dos jornais e na televisão, como se fosse porta-voz do governo. Os (de)formadores de opinião, imediatamente, interpretam a declaração do fulano como um recado do governo.
"É um golpe! É uma tentativa de transformar o Brasil na Venezuela!", bradam todos.
Não adianta o presidente dizer repetidas vezes que não aceita ser candidato a re-reeleição...
Não adianta o partido do presidente - o PT - dizer que é contra a idéia...
O fulano fala e a mídia espalha a conversa.
Outro dia eu estava na livraria do campus universitário e escutei a conversa de dois senhores:
- Meu amigo, você soube que Lula já quer ser candidato de novo em 2010? - perguntou o primeiro.
- Sei, sim. O pior é que ele é tão dissimulado que fica negando que não vai ser candidato - emendou o segundo.
Eu lembrei daquele ditado popular, segundo o qual uma mentira repetida muitas vezes vira uma verdade.
Foi aí que entendi a estratégia. A mídia conservadora e golpista, como diria Paulo Henrique Amorim, está investindo nesse filão para tentar convencer o povo de que o presidente Lula não passa de um obcecado pelo poder, com tendências ditatoriais.
Pela conversa que testemunhei dos dois senhores, a coisa tá pegando.
Na falta de outro assunto, a mídia dá espaço às declarações de algum político em busca de holofotes, que diz ser favorável à idéia de permitir a reeleição sem limites para cargos majoritários.
Como se diz no interior, um fulano, que não é ninguém no jogo do bicho, de repente aparece nas manchetes dos jornais e na televisão, como se fosse porta-voz do governo. Os (de)formadores de opinião, imediatamente, interpretam a declaração do fulano como um recado do governo.
"É um golpe! É uma tentativa de transformar o Brasil na Venezuela!", bradam todos.
Não adianta o presidente dizer repetidas vezes que não aceita ser candidato a re-reeleição...
Não adianta o partido do presidente - o PT - dizer que é contra a idéia...
O fulano fala e a mídia espalha a conversa.
Outro dia eu estava na livraria do campus universitário e escutei a conversa de dois senhores:
- Meu amigo, você soube que Lula já quer ser candidato de novo em 2010? - perguntou o primeiro.
- Sei, sim. O pior é que ele é tão dissimulado que fica negando que não vai ser candidato - emendou o segundo.
Eu lembrei daquele ditado popular, segundo o qual uma mentira repetida muitas vezes vira uma verdade.
Foi aí que entendi a estratégia. A mídia conservadora e golpista, como diria Paulo Henrique Amorim, está investindo nesse filão para tentar convencer o povo de que o presidente Lula não passa de um obcecado pelo poder, com tendências ditatoriais.
Pela conversa que testemunhei dos dois senhores, a coisa tá pegando.
Tempo, tempo, tempo...
Amigos, estou com dificuldades de postar diariamente por absoluta falta de tempo.
Neste momento, tenho um documentário para filmar e entregar até o dia 07/11 (quarta-feira da próxima semana).
Comecei a trabalhar na ONG Resposta e já tenho dois projetos para dar conta - ambos com prazos estabelecidos.
E tem as demandas do outro trabalho de assessoria de imprensa.
Agora são 9h15 (horário local) e daqui a pouco tenho que correr pra pegar o cinegrafista pra gente ir filmar na Ribeira.
É correria pura. Tenham paciência que quando a turbulência passar eu volto a dar meus pitacos regularmente por aqui.
Neste momento, tenho um documentário para filmar e entregar até o dia 07/11 (quarta-feira da próxima semana).
Comecei a trabalhar na ONG Resposta e já tenho dois projetos para dar conta - ambos com prazos estabelecidos.
E tem as demandas do outro trabalho de assessoria de imprensa.
Agora são 9h15 (horário local) e daqui a pouco tenho que correr pra pegar o cinegrafista pra gente ir filmar na Ribeira.
É correria pura. Tenham paciência que quando a turbulência passar eu volto a dar meus pitacos regularmente por aqui.
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