O PRESIDENTE ELEITO
Num dos posts aí abaixo eu comentei que o Partido das Organizações Globo já está em ação com vistas às eleições deste ano e de 2010.
Tava lendo o Blog do Mello hoje e me deparei com esta nota: "Ato falho de Cristiana Lobo mostra que Globo já elegeu Serra".
Cristina Lobo se referiu ao atual governador de São Paulo, José Serra (PSDB), como futuro presidente da República num programa da Globonews.
A jornalista é uma das "Meninas do Jô", aquela patotinha que se reúne com o dito apresentador para dar palpites sobre política e o que mais der na telha.
O Mello diz que o "ato falho" de Cristina Lobo "mostra aos descrentes que a mídia toma partido, sim, tem partido, sim, é contra o governo, sim, e é tucana e serrista."
sábado, 22 de março de 2008
Jornalismo Engajado
O bonapartismo de araque e a lei da selva
Por Alberto Dines no Observatório da Imprensa:
O Observatório da Imprensa não é um tribunal, é um fórum, e este observador não se considera juiz nem emite sentenças. Opina em um site pluralista que funciona ininterruptamente há 12 anos.
Ao longo destes anos, é fácil constatar que este observador considera o jornalismo dito "engajado" – à direita ou à esquerda – como mau jornalismo, porque contraria todos os compromissos da imprensa com a sociedade: confunde a busca da verdade com um bonapartismo de araque e troca o esclarecimento pelo justiçamento sumário. O idealismo inerente à "última profissão romântica" não pode conviver com o paredón e o linchamento.
Quando o engajamento jornalístico manifesta-se em cruzadas contra ou a favor de interesses comerciais, corre o risco de ser avaliado como jogada comercial. Neste caso, a discussão deixa a esfera da qualidade profissional para ingressar inevitavelmente no campo moral.
Quando o UOL "demitiu" este Observatório da Imprensa do seu portal no ano 2000, respondia à acusação de que a grande mídia antecipava-se à emenda constitucional que permitiria a participação do capital estrangeiro em empresas de comunicação.
Para ilustrar a denúncia, foi citado o caso da Folha, que abriu o capital da sua subsidiária gráfica para um parceiro americano antes da legalização deste tipo de associação. Como o contrato com o UOL venceria proximamente, o Observatório foi avisado de que o compromisso não seria renovado. Houve tempo, portanto, para que fosse escolhido outro provedor. O aviso prévio não é apenas uma conquista trabalhista, é uma norma comercial capaz de impedir a universalização da lei da selva.
Por Alberto Dines no Observatório da Imprensa:
O Observatório da Imprensa não é um tribunal, é um fórum, e este observador não se considera juiz nem emite sentenças. Opina em um site pluralista que funciona ininterruptamente há 12 anos.
Ao longo destes anos, é fácil constatar que este observador considera o jornalismo dito "engajado" – à direita ou à esquerda – como mau jornalismo, porque contraria todos os compromissos da imprensa com a sociedade: confunde a busca da verdade com um bonapartismo de araque e troca o esclarecimento pelo justiçamento sumário. O idealismo inerente à "última profissão romântica" não pode conviver com o paredón e o linchamento.
Quando o engajamento jornalístico manifesta-se em cruzadas contra ou a favor de interesses comerciais, corre o risco de ser avaliado como jogada comercial. Neste caso, a discussão deixa a esfera da qualidade profissional para ingressar inevitavelmente no campo moral.
Quando o UOL "demitiu" este Observatório da Imprensa do seu portal no ano 2000, respondia à acusação de que a grande mídia antecipava-se à emenda constitucional que permitiria a participação do capital estrangeiro em empresas de comunicação.
Para ilustrar a denúncia, foi citado o caso da Folha, que abriu o capital da sua subsidiária gráfica para um parceiro americano antes da legalização deste tipo de associação. Como o contrato com o UOL venceria proximamente, o Observatório foi avisado de que o compromisso não seria renovado. Houve tempo, portanto, para que fosse escolhido outro provedor. O aviso prévio não é apenas uma conquista trabalhista, é uma norma comercial capaz de impedir a universalização da lei da selva.
Negócio Suspenso
Mônica Bergamo informa em sua coluna na Folha que as negociações da venda da Brasil Telecom para a Oi do banqueiro Daniel Dantas estão suspensas "por tempo indeterminado".
A Brasil Telecom é dona do portal IG, que demitiu o jornalista Paulo Henrique Amorim por fax e tirou o blog do "Conversa Afiada" do ar sem dar nenhuma explicação aos leitores.
PHA, ainda no IG, era um crítico voraz da operação. Tudo leva a crer que sua demissão abrupta tenha sido motivada pelas críticas à negociação e ao banqueiro Daniel Dantas.
Leia a nota completa de Mônica Bergamo:
Ao menos uma das partes envolvidas na negociação da venda da Brasil Telecom para a Oi considerou ontem as negociações suspensas "por tempo indeterminado", conforme informou à coluna. Os impasses até agora não solucionados irritam os acionistas da Oi, que deram prazo até a quarta-feira para que os donos da Brasil Telecom superassem brigas internas e fechassem o negócio.
A Brasil Telecom é dona do portal IG, que demitiu o jornalista Paulo Henrique Amorim por fax e tirou o blog do "Conversa Afiada" do ar sem dar nenhuma explicação aos leitores.
PHA, ainda no IG, era um crítico voraz da operação. Tudo leva a crer que sua demissão abrupta tenha sido motivada pelas críticas à negociação e ao banqueiro Daniel Dantas.
Leia a nota completa de Mônica Bergamo:
Ao menos uma das partes envolvidas na negociação da venda da Brasil Telecom para a Oi considerou ontem as negociações suspensas "por tempo indeterminado", conforme informou à coluna. Os impasses até agora não solucionados irritam os acionistas da Oi, que deram prazo até a quarta-feira para que os donos da Brasil Telecom superassem brigas internas e fechassem o negócio.
O sertão vai virar mar
Manchete do site jornal O Estado de São Paulo: "Paraíba decreta estado de emergência por causa das chuvas".
Desde domingo chove forte na Paraíba e as principais cidades atingidas são Cabaceiras e Boqueirão.
O governador Cássio Cunha Lima (PSDB) disse que vai decretar estado de emergência.
As chuvas já provocaram a morte de cinco pessoas e deixaram 24 famílias desabrigadas no Estado vizinho.
Leia mais aqui.
Desde domingo chove forte na Paraíba e as principais cidades atingidas são Cabaceiras e Boqueirão.
O governador Cássio Cunha Lima (PSDB) disse que vai decretar estado de emergência.
As chuvas já provocaram a morte de cinco pessoas e deixaram 24 famílias desabrigadas no Estado vizinho.
Leia mais aqui.
A heroína do Brasil
E por falar em rodar a bolsinha, a prostituta que derrubou o governador de Nova York, Eliot Spitzer, chegou hoje ao Brasil.
Andréia Schwartz pretende escrever um livro contando sua versão sobre o escândalo sexual que levou à renúncia de Eliot Spitzer, acusado de pagar prostitutas de luxo com dinheiro público.
À Folha, por celular, um amigo da prostitura declarou: "Ela é uma heroína no Brasil."
Meu Deus, que país é esse?!
Um ministro que diz que já rodou a bolsinha e uma prostituta que é heroína.
Andréia Schwartz pretende escrever um livro contando sua versão sobre o escândalo sexual que levou à renúncia de Eliot Spitzer, acusado de pagar prostitutas de luxo com dinheiro público.
À Folha, por celular, um amigo da prostitura declarou: "Ela é uma heroína no Brasil."
Meu Deus, que país é esse?!
Um ministro que diz que já rodou a bolsinha e uma prostituta que é heroína.
Nelson Jobim
Ministro diz nos EUA que já rodou "bolsinha por muita rua"
O ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, saiu daquele costumeiro tom de seriedade que lhe é peculiar e virou motivo de piada. Ele disse nos EUA, falando a uma platéia formada por acadêmicos, militares e jornalistas no CSIS (um centro de estudos estratégicos internacionais), segundo informa a Folha, que já rodou "bolsinha por muita rua".
O ministro respondia se pretendia ser candidato à Presidência da República em 2010, como sempre se especula aqui no Brasil.
Antes de ser nomeado ministro da Defesa pelo presidente Lula, Nelson Jobim foi presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ministro da Justiça do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Estaria o ministro, ao dizer que rodou "bolsinha por muita rua", comparando os governos FHC e Lula às esquinas e ruas de prostituição das cidades brasileiras?
Eita, eita... Que Brasília é uma grande cabaré, a gente já sabia. Mais daí o nosso ministro se comprar a uma puta de beira de rua, isso ninguém esperava.
O ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, saiu daquele costumeiro tom de seriedade que lhe é peculiar e virou motivo de piada. Ele disse nos EUA, falando a uma platéia formada por acadêmicos, militares e jornalistas no CSIS (um centro de estudos estratégicos internacionais), segundo informa a Folha, que já rodou "bolsinha por muita rua".
O ministro respondia se pretendia ser candidato à Presidência da República em 2010, como sempre se especula aqui no Brasil.
Antes de ser nomeado ministro da Defesa pelo presidente Lula, Nelson Jobim foi presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ministro da Justiça do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Estaria o ministro, ao dizer que rodou "bolsinha por muita rua", comparando os governos FHC e Lula às esquinas e ruas de prostituição das cidades brasileiras?
Eita, eita... Que Brasília é uma grande cabaré, a gente já sabia. Mais daí o nosso ministro se comprar a uma puta de beira de rua, isso ninguém esperava.
Epidemia de dengue no RJ
A responsabilidade da mídia
Por falar em Rio de Janeiro, tem um artigo de Gustavo Barreto no "Fazendo Média" tratando da parcela de culpa da mídia na epidemia de dengue que assola a cidade.
Gustavo diz que o prefeito César Maia ignorou o alerta dado por um órgão ligado à própria Prefeitura do Rio de Janeiro, com a tarefa de fiscalizar as contas municipais, de que a dengue estava voltando com força.
O alerta também foi dado pelo Ministério da Saúde e denunciado pela mídia alternativa e setores organizados da sociedade civil. O prefeito continuou ignorando o perigo real e a grande mídia só começou a falar no problema quando a epidmeia já estava configurada. Assim mesmo, limitando-se a atualizar o placar de casos confirmados e de mortes por dengue.
A imprensa pauta os assuntos que ela quer e quando ela quer, da maneira que lhe é mais conveniente. Para Gustavo, o problema da dengue no Rio de Janeiro é um exemplo de como a grande mídia está desconectada da vida real e não contribui para o esclarecimento da população. Pelo contrário, ao invés de informar, dissemina o pânico.
Gustavo também denuncia que a Secretaria de Saúde do município do Rio de Janeiro não executou ou desviou para outras áreas os recursos que deveriam ir para o controle de vetores – incluindo o mosquito da dengue.
Leia o artigo completo aqui.
Por falar em Rio de Janeiro, tem um artigo de Gustavo Barreto no "Fazendo Média" tratando da parcela de culpa da mídia na epidemia de dengue que assola a cidade.
Gustavo diz que o prefeito César Maia ignorou o alerta dado por um órgão ligado à própria Prefeitura do Rio de Janeiro, com a tarefa de fiscalizar as contas municipais, de que a dengue estava voltando com força.
O alerta também foi dado pelo Ministério da Saúde e denunciado pela mídia alternativa e setores organizados da sociedade civil. O prefeito continuou ignorando o perigo real e a grande mídia só começou a falar no problema quando a epidmeia já estava configurada. Assim mesmo, limitando-se a atualizar o placar de casos confirmados e de mortes por dengue.
A imprensa pauta os assuntos que ela quer e quando ela quer, da maneira que lhe é mais conveniente. Para Gustavo, o problema da dengue no Rio de Janeiro é um exemplo de como a grande mídia está desconectada da vida real e não contribui para o esclarecimento da população. Pelo contrário, ao invés de informar, dissemina o pânico.
Gustavo também denuncia que a Secretaria de Saúde do município do Rio de Janeiro não executou ou desviou para outras áreas os recursos que deveriam ir para o controle de vetores – incluindo o mosquito da dengue.
Leia o artigo completo aqui.
(Des)Encontro com a Notícia
Hoje resolvi exercitar o meu lado masoquista assistindo o "Encontro com a Notícia", na TV Tropical do senador José Agripino do DEM.
Não aguentei mais que o primeiro bloco. Aquilo lá tá cada dia pior. Incrível como eles conseguem se superar.
Quando Casciano Vidal, apresentador do programa, elencou as notícias mais importantes da semana (na opinião dele, claro) e passou a bola para a jornalista Ana Carla Queiroz (?) comentá-las, eu pensei: "lá vem merda".
Prestem atenção no show que a moça deu:
Ana Carla Queiroz sobre o aumento da violência contra os jovens: "alarmante, preocupante, muito sério, a culpa é das drogas".
Ana Carla Queiroz sobre a epidemia de dengue na cidade do Rio de Janeiro: "a culpa não é só do governo, as pessoas também têm culpa".
Ela não disse que o prefeito da cidade é César Maia, coincidentemente do mesmo partido do patrão dela, o senador José Agripino.
Essa moça é uma comentarista de mão cheia. Deveria estar no Manhattan Connection.
Não aguentei mais que o primeiro bloco. Aquilo lá tá cada dia pior. Incrível como eles conseguem se superar.
Quando Casciano Vidal, apresentador do programa, elencou as notícias mais importantes da semana (na opinião dele, claro) e passou a bola para a jornalista Ana Carla Queiroz (?) comentá-las, eu pensei: "lá vem merda".
Prestem atenção no show que a moça deu:
Ana Carla Queiroz sobre o aumento da violência contra os jovens: "alarmante, preocupante, muito sério, a culpa é das drogas".
Ana Carla Queiroz sobre a epidemia de dengue na cidade do Rio de Janeiro: "a culpa não é só do governo, as pessoas também têm culpa".
Ela não disse que o prefeito da cidade é César Maia, coincidentemente do mesmo partido do patrão dela, o senador José Agripino.
Essa moça é uma comentarista de mão cheia. Deveria estar no Manhattan Connection.
Iraque
Bush chama "guerra" de sucesso
O presidente americano George W. Bush declarou que a "guerra" no Iraque é um "sucesso".
Diogo Mainardi concordou com ele.
Nós conhecemos o pretexto utilizado pelos EUA para invadir o Iraque - a mentira de que o país tinha armas de destruição em massa.
A Reuters produziu um documentário sobre os cinco anos da invasão.
As imagens são fortes.
Clique aqui e confira o que Bush chama de sucesso.
O presidente americano George W. Bush declarou que a "guerra" no Iraque é um "sucesso".
Diogo Mainardi concordou com ele.
Nós conhecemos o pretexto utilizado pelos EUA para invadir o Iraque - a mentira de que o país tinha armas de destruição em massa.
A Reuters produziu um documentário sobre os cinco anos da invasão.
As imagens são fortes.
Clique aqui e confira o que Bush chama de sucesso.
Crise nos EUA
O que está havendo com os liberais?
Um aspecto interessante da crise financeira que assola os Estados Unidos, a mais violenta desde o fim da Segunda Guerra Mundial, segundo o ex-presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, é como o país símbolo do liberalismo econômico está fazendo justamente o contrário do que prega a doutrina liberal.
As instituições financeiras estão quebrando e correndo para pedir ajuda governamental, ou seja, ajuda do Estado.
"Estamos diante de um grande paradoxo. Os países e bancos que se apresentavam -e eram aceitos- como modelos de governança estão hoje na lona", diz o economista e diretor-executivo do FMI, Paulo Nogueira Batista, em artigo na Folha de São Paulo.
O portal Uol noticia que o Governo Bush estuda uma "intervenção radical" para socorrer os donos de imóveis que não conseguem pagar suas hipotecas.
O Governo avalia a idéia de assegurar de 80% a 85% do empréstimo aos donos de imóveis em dificuldades.
"Esta semana, o Governo Bush, em outro passo intervencionista na crise dos mercados financeiros causada pelas hipotecas de alto risco, autorizou injeções de até US$ 200 bilhões no mercado", informa o portal.
É a reivenção do liberalismo econômico histórico.
Um aspecto interessante da crise financeira que assola os Estados Unidos, a mais violenta desde o fim da Segunda Guerra Mundial, segundo o ex-presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, é como o país símbolo do liberalismo econômico está fazendo justamente o contrário do que prega a doutrina liberal.
As instituições financeiras estão quebrando e correndo para pedir ajuda governamental, ou seja, ajuda do Estado.
"Estamos diante de um grande paradoxo. Os países e bancos que se apresentavam -e eram aceitos- como modelos de governança estão hoje na lona", diz o economista e diretor-executivo do FMI, Paulo Nogueira Batista, em artigo na Folha de São Paulo.
O portal Uol noticia que o Governo Bush estuda uma "intervenção radical" para socorrer os donos de imóveis que não conseguem pagar suas hipotecas.
O Governo avalia a idéia de assegurar de 80% a 85% do empréstimo aos donos de imóveis em dificuldades.
"Esta semana, o Governo Bush, em outro passo intervencionista na crise dos mercados financeiros causada pelas hipotecas de alto risco, autorizou injeções de até US$ 200 bilhões no mercado", informa o portal.
É a reivenção do liberalismo econômico histórico.
sexta-feira, 21 de março de 2008
"VEJA" TAMBÉM FAZ CAMPANHA
Mas não são só as Organizações Globo que já estão em campanha.
A Veja também entrou no jogo.
Na "Radar On-line", no site da revista, Lauro Jardim ataca a ministra do Turismo e provável candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy.
"Marta "relaxou" no vôo 455 para Paris" é o título da nota no blog. Trata de um episódio que teria acontecido na terça-feira passada envolvendo a ministra e seu marido, Luis Favre, durante um vôo para Paris.
Marta e seu marido, segundo conta Lauro Jardim, não passaram pela revista de bagagem de mão feita por raios X, o que teria causado a "revolta" dos demais passageiros do vôo.
Ainda segundo Lauro Jardim, o comandante do vôo disse à segurança que só decolaria quando todos os passageiros passassem suas bagagens de mão pelo raio X.
'Marta Suplicy deixou seu assento na primeira classe (Favre estava na executiva) e dignou-se fazer o que o comandante pediu. Nesse instante, os passageiros "relaxaram e gozaram" ', escreveu Jardim em tom de deboche.
A tática da "Veja", nas matérias e notas de coluna, é reforçar o preconceito contra Marta, mostrando-a como perua e antipática.
A revista usou e abusou disso em 2004, quando a ex-prefeita disputou a reeleição contra o tucano José Serra e perdeu no segundo turno.
Tudo que "Veja" não quer é que Marta volte a governar a cidade de São Paulo.
A Veja também entrou no jogo.
Na "Radar On-line", no site da revista, Lauro Jardim ataca a ministra do Turismo e provável candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy.
"Marta "relaxou" no vôo 455 para Paris" é o título da nota no blog. Trata de um episódio que teria acontecido na terça-feira passada envolvendo a ministra e seu marido, Luis Favre, durante um vôo para Paris.
Marta e seu marido, segundo conta Lauro Jardim, não passaram pela revista de bagagem de mão feita por raios X, o que teria causado a "revolta" dos demais passageiros do vôo.
Ainda segundo Lauro Jardim, o comandante do vôo disse à segurança que só decolaria quando todos os passageiros passassem suas bagagens de mão pelo raio X.
'Marta Suplicy deixou seu assento na primeira classe (Favre estava na executiva) e dignou-se fazer o que o comandante pediu. Nesse instante, os passageiros "relaxaram e gozaram" ', escreveu Jardim em tom de deboche.
A tática da "Veja", nas matérias e notas de coluna, é reforçar o preconceito contra Marta, mostrando-a como perua e antipática.
A revista usou e abusou disso em 2004, quando a ex-prefeita disputou a reeleição contra o tucano José Serra e perdeu no segundo turno.
Tudo que "Veja" não quer é que Marta volte a governar a cidade de São Paulo.
A GLOBO EM CAMPANHA
No post abaixo, reproduzido do "Comunique-se", ficamos sabendo que 62% dos deputados federais admitem que são influenciados pela mídia na hora de votar.
A maioria dos deputados (62%) é mais influenciada pelos telejornais. Para 60,6% destes, o jornal preferido é o "Jornal Nacional" da Globo.
A pesquisa comprova o que afirma o jornalista Luiz Carlos Azenha. Para ele, governo e oposição já estão em campanha e o principal partido da oposição é o Partido das Organizações Globo (POG).
Azenha diz que a Globo vem fazendo um esforço concentrado, desde o Jornal Nacional até as novelas da emissora, passando ainda pelo jornal O Globo e pelo portal Globo.com, tentando pautar as discussões nacionais visando, num primeiro momento, as eleições deste ano e, posteriormente, as eleições de 2010.
Para saber mais sobre como age o Partido das Organizações Globo, clique aqui.
A maioria dos deputados (62%) é mais influenciada pelos telejornais. Para 60,6% destes, o jornal preferido é o "Jornal Nacional" da Globo.
A pesquisa comprova o que afirma o jornalista Luiz Carlos Azenha. Para ele, governo e oposição já estão em campanha e o principal partido da oposição é o Partido das Organizações Globo (POG).
Azenha diz que a Globo vem fazendo um esforço concentrado, desde o Jornal Nacional até as novelas da emissora, passando ainda pelo jornal O Globo e pelo portal Globo.com, tentando pautar as discussões nacionais visando, num primeiro momento, as eleições deste ano e, posteriormente, as eleições de 2010.
Para saber mais sobre como age o Partido das Organizações Globo, clique aqui.
Deu no "Comunique-se"
Mídia influencia mais da metade dos deputados federais, diz pesquisa
"Uma pesquisa da agência FSB Comunicações revela que mais da metade (62%) dos deputados federais entrevistados (246) deu nota acima de cinco, numa escala de 0 a 10, para a influência que a mídia tem em suas decisões e votos.
O estudo “Deputados Federais, Mídia e Conjuntura Política”, realizado entre 04 e 19/12/07, utilizou uma amostra representativa de 48% dos parlamentares da Casa.
A pesquisa aponta ainda que o meio jornal é o mais utilizado pelos deputados federais. Mais de noventa e seis por cento (96,3%) deles lêem jornal todos os dias. O preferido é a Folha de S.Paulo (84,7%), seguido de O Globo (48,6%), Estadão (32,9%) e Correio Braziliense (32,1%).
As revistas estão na consulta diária de 87,8% dos parlamentares. Veja é a mais lida, com 78%, seguida da IstoÉ (52,8%), Época (40,2%) e CartaCapital (25,2%).
Telejornais estão na preferência de 62,2% dos parlamentares, diariamente. Os mais assistidos são: Jornal Nacional (60,6%), seguido do Jornal da Globo (39,4%), Jornal da Record (29,3%) e Jornal das Dez, do SBT (27,2%).
Sites e blogs são consultados todos os dias por 47,2% dos deputados federais, com a maior audiência para o Blog do Noblat (24,4%), seguido do UOL (22,4%), Portal Terra (9,8%) e Josias de Souza (9,3%).
O meio rádio está equiparado com a Internet, com 47,2% da audiência diária dos parlamentares. A CBN está na frente (63,8%), seguida da Band News FM (20,3%), Câmara (15,4%) e Jovem Pan (8,9%)."
"Uma pesquisa da agência FSB Comunicações revela que mais da metade (62%) dos deputados federais entrevistados (246) deu nota acima de cinco, numa escala de 0 a 10, para a influência que a mídia tem em suas decisões e votos.
O estudo “Deputados Federais, Mídia e Conjuntura Política”, realizado entre 04 e 19/12/07, utilizou uma amostra representativa de 48% dos parlamentares da Casa.
A pesquisa aponta ainda que o meio jornal é o mais utilizado pelos deputados federais. Mais de noventa e seis por cento (96,3%) deles lêem jornal todos os dias. O preferido é a Folha de S.Paulo (84,7%), seguido de O Globo (48,6%), Estadão (32,9%) e Correio Braziliense (32,1%).
As revistas estão na consulta diária de 87,8% dos parlamentares. Veja é a mais lida, com 78%, seguida da IstoÉ (52,8%), Época (40,2%) e CartaCapital (25,2%).
Telejornais estão na preferência de 62,2% dos parlamentares, diariamente. Os mais assistidos são: Jornal Nacional (60,6%), seguido do Jornal da Globo (39,4%), Jornal da Record (29,3%) e Jornal das Dez, do SBT (27,2%).
Sites e blogs são consultados todos os dias por 47,2% dos deputados federais, com a maior audiência para o Blog do Noblat (24,4%), seguido do UOL (22,4%), Portal Terra (9,8%) e Josias de Souza (9,3%).
O meio rádio está equiparado com a Internet, com 47,2% da audiência diária dos parlamentares. A CBN está na frente (63,8%), seguida da Band News FM (20,3%), Câmara (15,4%) e Jovem Pan (8,9%)."
Aconteceu no "Aqui Agora"
Baixaria nos bastidores
No programa notabilizado pela espetacularização da notícia, um dos seus apresentadores protagonizou uma cena no melhor estilo sensacionalista. Nem Kafka explica.
O jornalista potiguar Herbert de Souza, um dos âncoras do telejornal "Aqui Agora" do SBT, se desentendeu com um produtor do programa e o agrediu com um soco.
O acontecido deu-se ontem à noite. O nome do produtor agredido é Marcos Coimbra. A confusão rolou nos bastidores, enquanto uma matéria era exibida no vídeo.
Albino Castro, diretor do programa, mandou que Herbert se retirasse dos estúdios e, quando terminou o telejornal, o demitiu.
Herbert de Souza fez parte da equipe da primeira versão do "Aqui Agora", no início da década de 1990, quando o estilo "mundo-cão" fez sucesso na televisão brasileira.
O jornalista apresentava um programa policial na "Sim TV!", afiliada local da "Rede TV!" - haja exclamação! -, quando foi convidado para voltar ao ressuscitado "Aqui Agora".
No programa notabilizado pela espetacularização da notícia, um dos seus apresentadores protagonizou uma cena no melhor estilo sensacionalista. Nem Kafka explica.
O jornalista potiguar Herbert de Souza, um dos âncoras do telejornal "Aqui Agora" do SBT, se desentendeu com um produtor do programa e o agrediu com um soco.
O acontecido deu-se ontem à noite. O nome do produtor agredido é Marcos Coimbra. A confusão rolou nos bastidores, enquanto uma matéria era exibida no vídeo.
Albino Castro, diretor do programa, mandou que Herbert se retirasse dos estúdios e, quando terminou o telejornal, o demitiu.
Herbert de Souza fez parte da equipe da primeira versão do "Aqui Agora", no início da década de 1990, quando o estilo "mundo-cão" fez sucesso na televisão brasileira.
O jornalista apresentava um programa policial na "Sim TV!", afiliada local da "Rede TV!" - haja exclamação! -, quando foi convidado para voltar ao ressuscitado "Aqui Agora".
quinta-feira, 20 de março de 2008
Minha paixão por Clarice Lispector
Chega de notícias, por enquanto.
Hoje o dia está nublado e triste - como é próprio dos dias nublados.
Nem percebi quando a tarde chegou e encheu minha sala de mais vazio.
Ontem, conversava sobre poesia com um ilustre desconhecido.
E falamos sobre Cecília Meireles e Fernando Pessoa.
Mas ando apaixonado mesmo é pela Clarice Lispector.
Li suas "Entrevistas" e, mais que saber sobre seus entrevistados, encantei-me com as delicadas pistas que ela deixou nas linhas e entrelinhas sobre sua própria personalidade.
Li também "Aprendendo a Viver" e, em cada crônica, a sutileza, a elegância, a simplicidade e o absoluto destemor de trazer à tona os sentimentos mais recônditos da autora iam me conquistando até o ponto em que não pude mais impor reservas.
Porque, como me disse meu amigo Maurício, os sentimentos são nossa face mais nossa.
Hoje, li um poema da Clarice chamado "O Sonho".
Leia abaixo e permita-se sonhar você também:
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
Hoje o dia está nublado e triste - como é próprio dos dias nublados.
Nem percebi quando a tarde chegou e encheu minha sala de mais vazio.
Ontem, conversava sobre poesia com um ilustre desconhecido.
E falamos sobre Cecília Meireles e Fernando Pessoa.
Mas ando apaixonado mesmo é pela Clarice Lispector.
Li suas "Entrevistas" e, mais que saber sobre seus entrevistados, encantei-me com as delicadas pistas que ela deixou nas linhas e entrelinhas sobre sua própria personalidade.
Li também "Aprendendo a Viver" e, em cada crônica, a sutileza, a elegância, a simplicidade e o absoluto destemor de trazer à tona os sentimentos mais recônditos da autora iam me conquistando até o ponto em que não pude mais impor reservas.
Porque, como me disse meu amigo Maurício, os sentimentos são nossa face mais nossa.
Hoje, li um poema da Clarice chamado "O Sonho".
Leia abaixo e permita-se sonhar você também:
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
Deu no "Vi o Mundo"
PHA obtém vitória contra o IG na Justiça
"O jornalista Paulo Henrique Amorim obteve ontem à noite, na Justiça, uma liminar que dá a ele o direito de recuperar os arquivos do Conversa Afiada que estão nos computadores do portal IG - aos quais deixou de ter acesso assim que a empresa decidiu demití-lo por fax. Funcionários ligados ao Conversa Afiada tiveram seus cartões de acesso à sede do portal bloqueados assim que aconteceu a demissão."
Leia mais aqui.
"O jornalista Paulo Henrique Amorim obteve ontem à noite, na Justiça, uma liminar que dá a ele o direito de recuperar os arquivos do Conversa Afiada que estão nos computadores do portal IG - aos quais deixou de ter acesso assim que a empresa decidiu demití-lo por fax. Funcionários ligados ao Conversa Afiada tiveram seus cartões de acesso à sede do portal bloqueados assim que aconteceu a demissão."
Leia mais aqui.
Caso PHA
Nassif se manifesta
Luis Nassif, finalmente, se manifestou sobre o caso PHA.
Antes, ele havia se saído apenas com um fatídico "não sei os motivos da demissão".
Ontem, em seu blog, ele declarou que não sofre "qualquer espécie de veto ou restrição" do IG.
Ele disse que a demissão de PHA foi "um rompimento unilateral" de contrato e acrescentou que "a forma como se deu o rompimento tenha sido desastrosa e deselegante."
No mais, desejou sucesso a PHA, disse que o episódio não significa a "vitória do jornalismo de esgoto ou perda de espaço da blogosfera independente" e afirmou que o "IG continua um espaço democrático."
Foi muito diplomático.
Luis Nassif, finalmente, se manifestou sobre o caso PHA.
Antes, ele havia se saído apenas com um fatídico "não sei os motivos da demissão".
Ontem, em seu blog, ele declarou que não sofre "qualquer espécie de veto ou restrição" do IG.
Ele disse que a demissão de PHA foi "um rompimento unilateral" de contrato e acrescentou que "a forma como se deu o rompimento tenha sido desastrosa e deselegante."
No mais, desejou sucesso a PHA, disse que o episódio não significa a "vitória do jornalismo de esgoto ou perda de espaço da blogosfera independente" e afirmou que o "IG continua um espaço democrático."
Foi muito diplomático.
Factóide?
No post abaixo, eu disse que achava estranho essa notícia de que a Editora Abril estava hospedando o seu conteúdo, inclusive da revista Veja, no portal IG.
A notícia foi dada pelo editor da Revista Fórum, Renato Rovai, em seu blog.
Os Civita, que controlam a Abril, são donos do portal Uol. Então, por que colocariam conteúdo num portal concorrente?
Meu amigo Maurício escreveu um comentário dizendo que eu levei um "pitu".
Eu repito que repercuti a nota dada pelo Rovai, mas em tom de desconfiança e, portanto, sem corroborar com ela .
Não se trata de "testar hipóteses", mas de tentar entender o que estava acontecendo.
A nota provocou polêmica na blogosfera e um leitor escreveu para o Rovai dizendo que a página da Abril no IG é um fake. Outro leitor disse que há anos há uma parceria entre a Abril e o IG para distribuição de conteúdo apenas, não para hospedagem.
Eu não entendo nada disso. Admito que sou completamente leigo no assunto.
Mas no Blog do Nassif, há um post explicando que a Veja usa um sistema de distribuição de tráfego através de uma rede espalhada pela internet, da qual o IG faz parte.
Isso é o mesmo que falar em javanês pra mim.
Mas está feito o registro. Vamos aguardar agora pra ver se alguém que entende desse assunto explica melhor essa coisa (a palavra "coisa" serve para tudo, como diz meu amigo Tales) de "distribuição de tráfego".
Aí, quem sabe, possamos entender que tipo de parceria é essa entre a Abril e o IG.
A notícia foi dada pelo editor da Revista Fórum, Renato Rovai, em seu blog.
Os Civita, que controlam a Abril, são donos do portal Uol. Então, por que colocariam conteúdo num portal concorrente?
Meu amigo Maurício escreveu um comentário dizendo que eu levei um "pitu".
Eu repito que repercuti a nota dada pelo Rovai, mas em tom de desconfiança e, portanto, sem corroborar com ela .
Não se trata de "testar hipóteses", mas de tentar entender o que estava acontecendo.
A nota provocou polêmica na blogosfera e um leitor escreveu para o Rovai dizendo que a página da Abril no IG é um fake. Outro leitor disse que há anos há uma parceria entre a Abril e o IG para distribuição de conteúdo apenas, não para hospedagem.
Eu não entendo nada disso. Admito que sou completamente leigo no assunto.
Mas no Blog do Nassif, há um post explicando que a Veja usa um sistema de distribuição de tráfego através de uma rede espalhada pela internet, da qual o IG faz parte.
Isso é o mesmo que falar em javanês pra mim.
Mas está feito o registro. Vamos aguardar agora pra ver se alguém que entende desse assunto explica melhor essa coisa (a palavra "coisa" serve para tudo, como diz meu amigo Tales) de "distribuição de tráfego".
Aí, quem sabe, possamos entender que tipo de parceria é essa entre a Abril e o IG.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Estranho, muito estranho...
No Blog do Rovai ( clique aqui para acessar), o editor da Revista Fórum dá mais pistas para nos ajudar a entender a demissão de Paulo Henrique Amorim do IG.
Eu não sabia, mas a Editora Abril está hospedando o conteúdo de suas revistas no IG, através do endereço http://www.abril.ig.com.br/. A Veja está no endereço http://veja.abril.ig.com.br/.
"Isso pode explicar muita coisa a respeito da demissão realizada de forma abjeta pela direção do IG ao âncora do portal. Como também ficarei bastante intrigado se de repente começarem a aparecer publicidades do governo do Estado e de algumas prefeituras, como a de São Paulo, por exemplo, no portal", escreve Rovai.
O que não entendo é por que o Grupo Abril, que é dono do portal Uol, está hospedando o site das suas revistas num portal concorrente?
E mais: se isso tem a ver com a demissão de PHA, que chamava a Veja de "última flor do fascio", por que o Nassif também não foi mandado pra rua?
Como dizia minha avó, tem caroço nesse angu.
Eu não sabia, mas a Editora Abril está hospedando o conteúdo de suas revistas no IG, através do endereço http://www.abril.ig.com.br/. A Veja está no endereço http://veja.abril.ig.com.br/.
"Isso pode explicar muita coisa a respeito da demissão realizada de forma abjeta pela direção do IG ao âncora do portal. Como também ficarei bastante intrigado se de repente começarem a aparecer publicidades do governo do Estado e de algumas prefeituras, como a de São Paulo, por exemplo, no portal", escreve Rovai.
O que não entendo é por que o Grupo Abril, que é dono do portal Uol, está hospedando o site das suas revistas num portal concorrente?
E mais: se isso tem a ver com a demissão de PHA, que chamava a Veja de "última flor do fascio", por que o Nassif também não foi mandado pra rua?
Como dizia minha avó, tem caroço nesse angu.
Colômbia a caminho da ditadura
Líder da oposição acusa Uribe de repetir "fracasso dos EUA"
Em reportagem especial para a "Terra Magazine" direto de Bogotá, Camila Moraes mostra que nem todos na Colômbia compraram o peixe do presidente Álvaro Uribe e que há visões díspares sobre a conseqüência da crise no continente deflagrada após a invasão de território equatoriano pelo Exército colombiano, em 1º de março, que culminou com a morte do guerrilheiro Raúl Reys, considerado o número 2 das Farc.
Camila destaca que o principal jornal colombiano, "El tiempo", publicou ontem (terça-feira, 18), uma reportagem afirmando que "a OEA conseguiu um consenso para superar a crise diplomática". Mas ela registra que há divergências sobre a questão.
Ainda segundo a jornalista, o presidente Álvaro Uribe e o chanceler Fernando Araújo "sentem a pressão da comunidade internacional e falham ao insistir no argumento da legítima defesa para isentar o país de culpa pelo ataque militar a território equatoriano em 1º de março." Analistas e colunistas da imprensa colombiana especulam que o cargo do chanceler está em perigo e apontam até mesmo nomes de possíveis sucessores.
Camila Moraes entrevistou o principal líder da oposição colombiana, o senador Gustavo Petro, pré-candidato às eleições presidenciais de 2010 pelo Polo Democrático, que disse que o governo de Álvaro Uribe "violou o direito internacional" e que "o que se está construindo na Colômbia é uma ditadura". O senador também disse que é preciso "recuperar a esquerda latino-americana" e que "uma aliança PT-Polo Democrático poderia re-impulsionar a esquerda no subcontinente".
Leia a seguir a entrevista na íntegra:
Terra Magazine - Qual é sua opinião sobre a atual crise diplomática entre Colômbia e Equador, considerando inclusive a posição que vem sustentando o governo colombiano?
Gustavo Petro - A primeira causa tem a ver com o governo da Colômbia, e a segunda com as Farc. O governo colombiano, sem dúvida alguma, violou o direito internacional. A pergunta aqui, portanto, é por que o fez. Uma resposta simples seria "porque as Farc estão aí", mas o fato é que sempre estiveram. Há décadas, independente de quem são os governos de um lado e de outro. Nessa medida, a desculpa da Colômbia não é suficiente. A realidade é que detrás da política colombiana existe uma repetição, como um espelho, da política dos Estados Unidos de empreender o que eles chamam de "guerra contra o terrorismo". O que supõe uma relativização das fronteiras e uma violação do mecanismo das Nações Unidas, através do qual os países deveriam resolver seus problemas de maneira pacífica e diplomática.Sobre as Farc, a pergunta, no contexto da crise, fica sendo: se as Farc conseguissem transformar em realidade sua política, isso diminuiria o conflito armado na Colômbia ou o aumentaria? O que eu posso dizer é que, da mesma maneira que os recursos dirigidos pelos EUA ao governo colombiano aumentaram o conflito ao invés de diminui-lo, os respaldos que provêm de outros governos para as Farc produziriam o mesmo efeito negativo. Em resumo, a Colômbia precisa mudar sua política internacional e cobrar mais autonomia dos demais países, visando à integração latino-americana e não sua polarização, conforme prioriza a Constituição do país.
O senhor acredita que a política de segurança do governo, centrada nas Farc e no narcotráfico, está contribuindo para a internacionalização do conflito? Existe um problema estratégico no Plano Colômbia?
Claro. O Plano Colômbia é uma ajuda estrangeira para a guerra, que fracassou por ignorar que a maior fortaleza do narcotráfico no país, além de seu dinheiro, é sua relação com o poder político e o Estado colombiano. No último ano, porém, houve uma mudança nesse cenário, com o apoio de uma maioria democrata, ainda que com timidez, para aumentar a ajuda à justiça e à luta contra a impunidade na Colômbia - caminho que eu acredito que é muito mais eficaz como política anti-drogas, ao contrário do financiamento bélico. Falando da droga especificamente, é um projeto que se moveu ao redor da força militar e da fumigação da folha de coca. E hoje o preço da cocaína disparou em Nova Iorque, comparado com o de 2002 - quando o Plano Colômbia estava em seu auge. O que temos é um incremento da oferta de cocaína nos Estados Unidos, logo essa é uma política que fracassou, então temos que construir outra.
Como o senhor vê a situação das fronteiras da Colômbia não só com Equador e Venezuela, mas também com o Brasil, sobre a qual se fala pouco?
O mesmo Plano Colômbia, construído como fumigação armada, vem empurrando os cultivos de folha de coca para as fronteiras. E esses vão rio abaixo, penetrando a selva amazônica. Eu acredito que nesse momento já penetraram territórios amazônicos venezuelanos, brasileiros e equatorianos onde, em realidade, já estavam antes, mas se incrementaram. É um enorme perigo para a selva e, além disso, produz uma desestabilização das fronteiras. Por isso é que a luta anti-narcóticos tem que mudar e tem que ser hoje, fundamentalmente, assunto de um eixo sul-americano. E em relação às Farc, o Exército colombiano, mesmo sendo o maior da América do Sul, não consegue controlar o deslocamento interno da guerrilha. Menos ainda se pode pedir que outros Exércitos, menos fortes e com outras prioridades, controlem seus movimentos para fora do país. As Farc sabem disso e o utilizam como saída de retaguarda.
O senhor é a favor da proposta de Lula de criar de um Conselho Sul-Americano de Defesa?
Completamente. É preciso começar a construir com os demais países sul-americanos instituições e processos comuns ao redor de interesses comuns, que são muitíssimos. Mais ainda neste tema que tem a ver com conflito armado, narcotráfico e o papel desestabilizador que produzem no subcontinente. Mas há outros aspectos que afetam a segurança da América do Sul: o narcotráfico é um, o aquecimento global, que pode produzir a queimada da selva amazônica e sua conversão em deserto rapidamente, é outro. Não há nenhuma política comum ao redor deste que é um tema de impacto direto sobre as sociedades sul-americanas e o mundo. Além disso, como asseguramos a biodiversidade da região? Como equilibramos a questão local de energia, com países que têm recursos tão escassos, enquanto outros têm abundância de recursos? Enfim, há vários temas que permitiriam uma discussão coletiva dentro de um Conselho Sul-Americano de Defesa. A Colômbia tem que entrar para a discussão dessa política internacional.
O Brasil teve ou está tendo um papel importante dentro da crise, em sua opinião?
Não, nenhum. Acho que a tese de manter uma distância prudente da Venezuela e da Colômbia levou o governo a não ter nenhum papel. É uma distância que vem de muito tempo atrás. A selva amazônica terminou servindo não de ponto de contato, mas de muro entre os dois países. O mundo andino não recebeu do Brasil a devida atenção, e pela fronteira é que estão entrando os problemas. Houve a proposta do Conselho de Segurança, que aqui nós ouvimos durante a crise. Por sinal, nós do Polo Democrático a havíamos feito também. É uma coincidência, da qual creio que o Brasil tampouco se inteirou até agora. Vejo isso como uma tentativa do Brasil de retomar uma iniciativa, mas a realidade é que a tinha perdido.
De que maneira o Brasil e especialmente o presidente Lula podem ser parceiros importantes da Colômbia?
Acredito que temos que recuperar a esquerda latino-americana. As Farc representam um papel negativo para essa esquerda e foram a "desculpa que faltava" para a atuação dos Estados Unidos, já que vontade de intervir não lhes falta. E o PT, digamos, que tem clara essa situação, e demonstrou isso no Fórum de São Paulo, deveria se juntar com o Polo Democrático em busca de recuperar o princípio democrático para a esquerda latino-americana, sem voltar a se apostar em processos totalitários, como os que representam as Farc, que por sinal são uma guerra altamente impopular na Colômbia, apesar de se definir como "exército do povo". Uma aliança PT-Polo Democrático poderia re-impulsionar a esquerda no subcontinente, além de impedir um fator de desestabilização e uma possível intervenção dos Estados Unidos.
Em algumas reportagens da imprensa colombiana, o senhor aparece como uma pessoa próxima ao presidente venezuelano Hugo Chávez. Que relação é essa e como o senhor vê a atuação dele, especialmente nessa crise?
Nesse momento, não tenho nenhuma (relação). A posição do Polo Democrático não foi tida em conta e nem houve nenhum tipo de contato entre os dois lados desde o momento em que ele assumiu a mediação, ou seja, desde o fim do ano passado até o momento. A esquerda colombiana não foi escutada, nem pela Venezuela, nem pelo Equador, em todo esse processo que vivemos. Fui amigo de Chávez, mas amizade não significa acompanhar. E se tivéssemos discutido sua postura como mediador até o momento, eu teria dito que se equivocou na avaliação que fez da Colômbia, de sua sociedade, das Farc... E, acredito eu simplesmente, já que isso não me cabe, que também se equivocou na avaliação que a sociedade venezuelana teria de uma intensificação de um conflito com a Colômbia.
E como o senhor vê a tentativa de os Estados Unidos incluirem a Colômbia na lista de países que apóiam o terrorismo?
Os Estados Unidos estão completamente equivocados na sua guerra contra o terrorismo. É assim de simples. Todo o resto são instrumentos de uma política global fracassada. Terão de refazer sua política internacional, da mesma maneira que a Colômbia, que é autista neste tema. Se não se produz uma mudança, acredito que vão se chocar contra toda a humanidade. O fato de considerarem a alguns apoiadores do terrorismo é uma política de moral dupla: só vale para os opositores de seus governos aliados, mas não para quem realmente o é. Por que é terrorista Osama Bin Laden e não é terrorista o ditador do Paquistão?
Como o senhor acha que seguirão as negociações com as Farc para a liberação dos reféns?
O que mostrava o computador (de Raúl Reyes) é que as Farc estavam caminhando para a liberação de reféns em troca do status de força beligerante. Eu acredito que, ao revelarem sua estratégia, estão debilitados. É muito difícil, hoje, que países como Venezuela e Nicarágua, que estavam a ponto de dar esse status, agora o façam. É possível que consigam um acordo para sair da lista de organizações terroristas da Europa, o que geraria a liberação de alguns seqüestrados, entre eles Ingrid (Betancourt). Porém, as Farc vêm de um mundo rural de 60 anos de guerra, profundamente ignorante em relação ao panorama internacional, ainda que recentemente o venham captando, e são profundamente sectárias. Hoje, são uma combinação desse sectarismo com o narcotráfico, o que pode levá-los neste momento a não abrandar posições e manter os seqüestrados. O que estava em caminho, eu vejo danificado. Na minha opinião, em relação ao conflito, são três caminhos os que se deve tomar: ofensiva militar, reformas democráticas, fundamentalmente da distribuição da terra, e a negociação de uma saída política. Combinando as três, temos uma política de paz, e eu diria que bem-sucedida. O governo Uribe só fala da primeira, por isso vai fracassar.
Com os temas do acordo humanitário e da crise diplomática, pouco tem se falado sobre "parapolítica" neste momento. Como o senhor vê atualmente o problema dos paramilitares na Colômbia?
Não falar é um dos efeitos dessa crise. Chávez ajudou a derrotar as principais bandeiras que a esquerda colombiana levantou. A derrota do TLC (Tratado de Livre Comércio) entre Colômbia e Estados Unidos era um dos grandes avanços da esquerda colombiana, que considera essa uma política errada para o país. Eu mesmo afirmei que o TLC ajudaria a reprodução do narcotráfico na Colômbia, na medida em que sustentava a propriedade concentrada de terras. Hoje, a probabilidade de que se aprove o tratado aumentou, graças a uma desacertada situação internacional. E o outro tema em que havíamos avançado enormemente e que havia provocado uma queda do favoritismo do Uribe é o tema do paramilitarismo e sua relação com o Estado. Tema que nós mesmos denunciamos e com o qual conseguimos mandar para a prisão dezenas de altos dirigentes aliados ao governo e cúmplices do paramilitarismo. Esse assunto, que deveria ser estudado com tanto cuidado pela sociedade colombiana, passou ao segundo plano por causa da crise. E trouxe como conseqüência um fortalecimento de Uribe. Enquanto isso, o país está mais que paramilitarizado.
Uribe ainda não declarou formalmente seu interesse em uma segunda reeleição, mas esse processo parece estar em andamento. Qual é sua opinião a respeito?
A reeleição é um problema de discussão interna de cada país. Nos países onde se permite, sempre existe um sistema de equilíbrios em meios de comunicação e em outros poderes públicos, que permite manter um equilíbrio democrático, apesar da reeleição. O problema na Colômbia é que isso não existe; não está dentro do projeto de reeleição um fortalecimento de outras instituições democráticas. A única coisa que escaparia ao poder do presidente é a Corte Suprema, que é precisamente a que está capturando seus aliados políticos mais importantes, por terem vínculos com o narcotráfico e o paramilitarismo. Por esse panorama, eu diria que o que se está construindo na Colômbia é uma ditadura.
Neste sentido, há algo que aproxima Uribe e Chávez.
Existem mais equilíbrios na Venezuela do que na Colômbia. A maior parte dos meios de comunicação que vêem ou escutam os venezuelanos é de oposição, e eles estão aí. Na Colômbia, você não verá nem escutará meios de comunicação que sejam oposição.
Em reportagem especial para a "Terra Magazine" direto de Bogotá, Camila Moraes mostra que nem todos na Colômbia compraram o peixe do presidente Álvaro Uribe e que há visões díspares sobre a conseqüência da crise no continente deflagrada após a invasão de território equatoriano pelo Exército colombiano, em 1º de março, que culminou com a morte do guerrilheiro Raúl Reys, considerado o número 2 das Farc.
Camila destaca que o principal jornal colombiano, "El tiempo", publicou ontem (terça-feira, 18), uma reportagem afirmando que "a OEA conseguiu um consenso para superar a crise diplomática". Mas ela registra que há divergências sobre a questão.
Ainda segundo a jornalista, o presidente Álvaro Uribe e o chanceler Fernando Araújo "sentem a pressão da comunidade internacional e falham ao insistir no argumento da legítima defesa para isentar o país de culpa pelo ataque militar a território equatoriano em 1º de março." Analistas e colunistas da imprensa colombiana especulam que o cargo do chanceler está em perigo e apontam até mesmo nomes de possíveis sucessores.
Camila Moraes entrevistou o principal líder da oposição colombiana, o senador Gustavo Petro, pré-candidato às eleições presidenciais de 2010 pelo Polo Democrático, que disse que o governo de Álvaro Uribe "violou o direito internacional" e que "o que se está construindo na Colômbia é uma ditadura". O senador também disse que é preciso "recuperar a esquerda latino-americana" e que "uma aliança PT-Polo Democrático poderia re-impulsionar a esquerda no subcontinente".
Leia a seguir a entrevista na íntegra:
Terra Magazine - Qual é sua opinião sobre a atual crise diplomática entre Colômbia e Equador, considerando inclusive a posição que vem sustentando o governo colombiano?
Gustavo Petro - A primeira causa tem a ver com o governo da Colômbia, e a segunda com as Farc. O governo colombiano, sem dúvida alguma, violou o direito internacional. A pergunta aqui, portanto, é por que o fez. Uma resposta simples seria "porque as Farc estão aí", mas o fato é que sempre estiveram. Há décadas, independente de quem são os governos de um lado e de outro. Nessa medida, a desculpa da Colômbia não é suficiente. A realidade é que detrás da política colombiana existe uma repetição, como um espelho, da política dos Estados Unidos de empreender o que eles chamam de "guerra contra o terrorismo". O que supõe uma relativização das fronteiras e uma violação do mecanismo das Nações Unidas, através do qual os países deveriam resolver seus problemas de maneira pacífica e diplomática.Sobre as Farc, a pergunta, no contexto da crise, fica sendo: se as Farc conseguissem transformar em realidade sua política, isso diminuiria o conflito armado na Colômbia ou o aumentaria? O que eu posso dizer é que, da mesma maneira que os recursos dirigidos pelos EUA ao governo colombiano aumentaram o conflito ao invés de diminui-lo, os respaldos que provêm de outros governos para as Farc produziriam o mesmo efeito negativo. Em resumo, a Colômbia precisa mudar sua política internacional e cobrar mais autonomia dos demais países, visando à integração latino-americana e não sua polarização, conforme prioriza a Constituição do país.
O senhor acredita que a política de segurança do governo, centrada nas Farc e no narcotráfico, está contribuindo para a internacionalização do conflito? Existe um problema estratégico no Plano Colômbia?
Claro. O Plano Colômbia é uma ajuda estrangeira para a guerra, que fracassou por ignorar que a maior fortaleza do narcotráfico no país, além de seu dinheiro, é sua relação com o poder político e o Estado colombiano. No último ano, porém, houve uma mudança nesse cenário, com o apoio de uma maioria democrata, ainda que com timidez, para aumentar a ajuda à justiça e à luta contra a impunidade na Colômbia - caminho que eu acredito que é muito mais eficaz como política anti-drogas, ao contrário do financiamento bélico. Falando da droga especificamente, é um projeto que se moveu ao redor da força militar e da fumigação da folha de coca. E hoje o preço da cocaína disparou em Nova Iorque, comparado com o de 2002 - quando o Plano Colômbia estava em seu auge. O que temos é um incremento da oferta de cocaína nos Estados Unidos, logo essa é uma política que fracassou, então temos que construir outra.
Como o senhor vê a situação das fronteiras da Colômbia não só com Equador e Venezuela, mas também com o Brasil, sobre a qual se fala pouco?
O mesmo Plano Colômbia, construído como fumigação armada, vem empurrando os cultivos de folha de coca para as fronteiras. E esses vão rio abaixo, penetrando a selva amazônica. Eu acredito que nesse momento já penetraram territórios amazônicos venezuelanos, brasileiros e equatorianos onde, em realidade, já estavam antes, mas se incrementaram. É um enorme perigo para a selva e, além disso, produz uma desestabilização das fronteiras. Por isso é que a luta anti-narcóticos tem que mudar e tem que ser hoje, fundamentalmente, assunto de um eixo sul-americano. E em relação às Farc, o Exército colombiano, mesmo sendo o maior da América do Sul, não consegue controlar o deslocamento interno da guerrilha. Menos ainda se pode pedir que outros Exércitos, menos fortes e com outras prioridades, controlem seus movimentos para fora do país. As Farc sabem disso e o utilizam como saída de retaguarda.
O senhor é a favor da proposta de Lula de criar de um Conselho Sul-Americano de Defesa?
Completamente. É preciso começar a construir com os demais países sul-americanos instituições e processos comuns ao redor de interesses comuns, que são muitíssimos. Mais ainda neste tema que tem a ver com conflito armado, narcotráfico e o papel desestabilizador que produzem no subcontinente. Mas há outros aspectos que afetam a segurança da América do Sul: o narcotráfico é um, o aquecimento global, que pode produzir a queimada da selva amazônica e sua conversão em deserto rapidamente, é outro. Não há nenhuma política comum ao redor deste que é um tema de impacto direto sobre as sociedades sul-americanas e o mundo. Além disso, como asseguramos a biodiversidade da região? Como equilibramos a questão local de energia, com países que têm recursos tão escassos, enquanto outros têm abundância de recursos? Enfim, há vários temas que permitiriam uma discussão coletiva dentro de um Conselho Sul-Americano de Defesa. A Colômbia tem que entrar para a discussão dessa política internacional.
O Brasil teve ou está tendo um papel importante dentro da crise, em sua opinião?
Não, nenhum. Acho que a tese de manter uma distância prudente da Venezuela e da Colômbia levou o governo a não ter nenhum papel. É uma distância que vem de muito tempo atrás. A selva amazônica terminou servindo não de ponto de contato, mas de muro entre os dois países. O mundo andino não recebeu do Brasil a devida atenção, e pela fronteira é que estão entrando os problemas. Houve a proposta do Conselho de Segurança, que aqui nós ouvimos durante a crise. Por sinal, nós do Polo Democrático a havíamos feito também. É uma coincidência, da qual creio que o Brasil tampouco se inteirou até agora. Vejo isso como uma tentativa do Brasil de retomar uma iniciativa, mas a realidade é que a tinha perdido.
De que maneira o Brasil e especialmente o presidente Lula podem ser parceiros importantes da Colômbia?
Acredito que temos que recuperar a esquerda latino-americana. As Farc representam um papel negativo para essa esquerda e foram a "desculpa que faltava" para a atuação dos Estados Unidos, já que vontade de intervir não lhes falta. E o PT, digamos, que tem clara essa situação, e demonstrou isso no Fórum de São Paulo, deveria se juntar com o Polo Democrático em busca de recuperar o princípio democrático para a esquerda latino-americana, sem voltar a se apostar em processos totalitários, como os que representam as Farc, que por sinal são uma guerra altamente impopular na Colômbia, apesar de se definir como "exército do povo". Uma aliança PT-Polo Democrático poderia re-impulsionar a esquerda no subcontinente, além de impedir um fator de desestabilização e uma possível intervenção dos Estados Unidos.
Em algumas reportagens da imprensa colombiana, o senhor aparece como uma pessoa próxima ao presidente venezuelano Hugo Chávez. Que relação é essa e como o senhor vê a atuação dele, especialmente nessa crise?
Nesse momento, não tenho nenhuma (relação). A posição do Polo Democrático não foi tida em conta e nem houve nenhum tipo de contato entre os dois lados desde o momento em que ele assumiu a mediação, ou seja, desde o fim do ano passado até o momento. A esquerda colombiana não foi escutada, nem pela Venezuela, nem pelo Equador, em todo esse processo que vivemos. Fui amigo de Chávez, mas amizade não significa acompanhar. E se tivéssemos discutido sua postura como mediador até o momento, eu teria dito que se equivocou na avaliação que fez da Colômbia, de sua sociedade, das Farc... E, acredito eu simplesmente, já que isso não me cabe, que também se equivocou na avaliação que a sociedade venezuelana teria de uma intensificação de um conflito com a Colômbia.
E como o senhor vê a tentativa de os Estados Unidos incluirem a Colômbia na lista de países que apóiam o terrorismo?
Os Estados Unidos estão completamente equivocados na sua guerra contra o terrorismo. É assim de simples. Todo o resto são instrumentos de uma política global fracassada. Terão de refazer sua política internacional, da mesma maneira que a Colômbia, que é autista neste tema. Se não se produz uma mudança, acredito que vão se chocar contra toda a humanidade. O fato de considerarem a alguns apoiadores do terrorismo é uma política de moral dupla: só vale para os opositores de seus governos aliados, mas não para quem realmente o é. Por que é terrorista Osama Bin Laden e não é terrorista o ditador do Paquistão?
Como o senhor acha que seguirão as negociações com as Farc para a liberação dos reféns?
O que mostrava o computador (de Raúl Reyes) é que as Farc estavam caminhando para a liberação de reféns em troca do status de força beligerante. Eu acredito que, ao revelarem sua estratégia, estão debilitados. É muito difícil, hoje, que países como Venezuela e Nicarágua, que estavam a ponto de dar esse status, agora o façam. É possível que consigam um acordo para sair da lista de organizações terroristas da Europa, o que geraria a liberação de alguns seqüestrados, entre eles Ingrid (Betancourt). Porém, as Farc vêm de um mundo rural de 60 anos de guerra, profundamente ignorante em relação ao panorama internacional, ainda que recentemente o venham captando, e são profundamente sectárias. Hoje, são uma combinação desse sectarismo com o narcotráfico, o que pode levá-los neste momento a não abrandar posições e manter os seqüestrados. O que estava em caminho, eu vejo danificado. Na minha opinião, em relação ao conflito, são três caminhos os que se deve tomar: ofensiva militar, reformas democráticas, fundamentalmente da distribuição da terra, e a negociação de uma saída política. Combinando as três, temos uma política de paz, e eu diria que bem-sucedida. O governo Uribe só fala da primeira, por isso vai fracassar.
Com os temas do acordo humanitário e da crise diplomática, pouco tem se falado sobre "parapolítica" neste momento. Como o senhor vê atualmente o problema dos paramilitares na Colômbia?
Não falar é um dos efeitos dessa crise. Chávez ajudou a derrotar as principais bandeiras que a esquerda colombiana levantou. A derrota do TLC (Tratado de Livre Comércio) entre Colômbia e Estados Unidos era um dos grandes avanços da esquerda colombiana, que considera essa uma política errada para o país. Eu mesmo afirmei que o TLC ajudaria a reprodução do narcotráfico na Colômbia, na medida em que sustentava a propriedade concentrada de terras. Hoje, a probabilidade de que se aprove o tratado aumentou, graças a uma desacertada situação internacional. E o outro tema em que havíamos avançado enormemente e que havia provocado uma queda do favoritismo do Uribe é o tema do paramilitarismo e sua relação com o Estado. Tema que nós mesmos denunciamos e com o qual conseguimos mandar para a prisão dezenas de altos dirigentes aliados ao governo e cúmplices do paramilitarismo. Esse assunto, que deveria ser estudado com tanto cuidado pela sociedade colombiana, passou ao segundo plano por causa da crise. E trouxe como conseqüência um fortalecimento de Uribe. Enquanto isso, o país está mais que paramilitarizado.
Uribe ainda não declarou formalmente seu interesse em uma segunda reeleição, mas esse processo parece estar em andamento. Qual é sua opinião a respeito?
A reeleição é um problema de discussão interna de cada país. Nos países onde se permite, sempre existe um sistema de equilíbrios em meios de comunicação e em outros poderes públicos, que permite manter um equilíbrio democrático, apesar da reeleição. O problema na Colômbia é que isso não existe; não está dentro do projeto de reeleição um fortalecimento de outras instituições democráticas. A única coisa que escaparia ao poder do presidente é a Corte Suprema, que é precisamente a que está capturando seus aliados políticos mais importantes, por terem vínculos com o narcotráfico e o paramilitarismo. Por esse panorama, eu diria que o que se está construindo na Colômbia é uma ditadura.
Neste sentido, há algo que aproxima Uribe e Chávez.
Existem mais equilíbrios na Venezuela do que na Colômbia. A maior parte dos meios de comunicação que vêem ou escutam os venezuelanos é de oposição, e eles estão aí. Na Colômbia, você não verá nem escutará meios de comunicação que sejam oposição.
"Criminosa"
É assim que os advogados dos jornalistas da Veja definem o dossiê de Luis Nassif sobre a revista da Abril
O portal "Comunique-se" teve acesso às ações que o diretor de redação da Veja, Eurípedes Alcântara, o redator-chefe, Mario Sabino, e o colunista do "Radar", Lauro Jardim, movem contra Luis Nassif na Justiça de São Paulo.
Os advogados dos três que, juntamente com Diogo Mainardi, integram o "Quarteto da Veja", como chamou Nassif, disseram que a série "Dossiê Veja" é uma “campanha criminosa”.
O "Comunique-se" destaca que os processos se iniciam com uma citação do jurista Darcy Arruda Miranda Júnior: "O jornalista, no seu sacerdócio, deve ser sereno como um juiz, honesto como um confessor, verdadeiro como um justo.”
Ainda segundo o "Comunique-se", a defesa de Alcântara, Sabino e Jardim acusam Nassif de exercer “abuso no exercício da liberdade de informar.” Dizem ainda que todas as denúncias feitas pelo jornalista são falsas.
Os três processos pedem uma indenização sem valor estipulado por danos morais ao jornalista Luis Nassif e ao portal iG pela divulgação da série. Também pedem que, caso vençam as ações, o portal publique o resultado das sentenças no blog e no portal, sob multa diária de R$ 10 mil.
Em resposta, disse Nassif: “Há um conjunto de evidências que mostro ou longo da série. É assim que vou apresentar minha defesa.”
O portal "Comunique-se" teve acesso às ações que o diretor de redação da Veja, Eurípedes Alcântara, o redator-chefe, Mario Sabino, e o colunista do "Radar", Lauro Jardim, movem contra Luis Nassif na Justiça de São Paulo.
Os advogados dos três que, juntamente com Diogo Mainardi, integram o "Quarteto da Veja", como chamou Nassif, disseram que a série "Dossiê Veja" é uma “campanha criminosa”.
O "Comunique-se" destaca que os processos se iniciam com uma citação do jurista Darcy Arruda Miranda Júnior: "O jornalista, no seu sacerdócio, deve ser sereno como um juiz, honesto como um confessor, verdadeiro como um justo.”
Ainda segundo o "Comunique-se", a defesa de Alcântara, Sabino e Jardim acusam Nassif de exercer “abuso no exercício da liberdade de informar.” Dizem ainda que todas as denúncias feitas pelo jornalista são falsas.
Os três processos pedem uma indenização sem valor estipulado por danos morais ao jornalista Luis Nassif e ao portal iG pela divulgação da série. Também pedem que, caso vençam as ações, o portal publique o resultado das sentenças no blog e no portal, sob multa diária de R$ 10 mil.
Em resposta, disse Nassif: “Há um conjunto de evidências que mostro ou longo da série. É assim que vou apresentar minha defesa.”
Jornalistas Desplugados
Luiz Carlos Azenha do blog "Vi o Mundo", comentando o episódio IG x PHA, fala sobre a degradação do jornalismo brasileiro:
É certo que um grande número de jornalistas brasileiros já está desplugado faz tempo. Assinam qualquer texto, falam qualquer coisa que o chefe mandar. Fazem acordos diários com o diabo, por medo ou em troca de privilégios. Esses privilégios vão da garantia da participação em grandes coberturas, como as Olimpíadas, às promessas de emprego eterno e aos jabás - situações em que uma empresa jornalística recebe favores monetários (passagens, hospedagem, etc.) para cobrir algum "evento" que, caso contrário, não seria notícia.
A degradação dos meios, como um todo, passa por outros fenômenos: a utilização de novelas com objetivos político-eleitorais e de campanha ideológica; a obtenção de audiência a qualquer custo, com o superdimensionamento de problemas como a criminalidade, especialmente em São Paulo; a sobreposição de anúncios sobre o conteúdo editorial nas páginas de jornais; o fim da fronteira entre Jornalismo e entretenimento, que se expressa de forma ambulante na figura de um ótimo jornalista e animador, Pedro Bial.
É certo que um grande número de jornalistas brasileiros já está desplugado faz tempo. Assinam qualquer texto, falam qualquer coisa que o chefe mandar. Fazem acordos diários com o diabo, por medo ou em troca de privilégios. Esses privilégios vão da garantia da participação em grandes coberturas, como as Olimpíadas, às promessas de emprego eterno e aos jabás - situações em que uma empresa jornalística recebe favores monetários (passagens, hospedagem, etc.) para cobrir algum "evento" que, caso contrário, não seria notícia.
A degradação dos meios, como um todo, passa por outros fenômenos: a utilização de novelas com objetivos político-eleitorais e de campanha ideológica; a obtenção de audiência a qualquer custo, com o superdimensionamento de problemas como a criminalidade, especialmente em São Paulo; a sobreposição de anúncios sobre o conteúdo editorial nas páginas de jornais; o fim da fronteira entre Jornalismo e entretenimento, que se expressa de forma ambulante na figura de um ótimo jornalista e animador, Pedro Bial.
O último post do Mino
Em solidariedade a PHA, Mino Carta deixa o IG
Reclamei num post abaixo do silêncio de Mino Carta diante da demissão de Paulo Henrique Amorim do IG.
Eis que o editor da "Carta Capital" respondeu à altura e anunciou que está deixando o portal em solidariedade ao amigo.
Leiam o último post do Blog do Mino:
Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos. Não me permitirei conjecturas em relação ao poder mais alto que se alevanta e exige o afastamento. O leque das possibilidades não é, porém, muito amplo. Basta averiguar quais foram os alvos das críticas negativas de Paulo Henrique neste tempo de Conversa Afiada.
Reclamei num post abaixo do silêncio de Mino Carta diante da demissão de Paulo Henrique Amorim do IG.
Eis que o editor da "Carta Capital" respondeu à altura e anunciou que está deixando o portal em solidariedade ao amigo.
Leiam o último post do Blog do Mino:
Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos. Não me permitirei conjecturas em relação ao poder mais alto que se alevanta e exige o afastamento. O leque das possibilidades não é, porém, muito amplo. Basta averiguar quais foram os alvos das críticas negativas de Paulo Henrique neste tempo de Conversa Afiada.
Água em Natal
Perto do colapso
O sistema de abastecimento de água de Natal está à beira de um colapso. Matéria do "Diário de natal" de hoje informa que a demanda de água na cidade já é quase o dobro da oferta.
A informação, segundo o jornal, foi dada pelo diretor técnico da Caern (Companhia de Águas e Esgotos do RN), Clóvis Veloso. Ele disse que a demanda de água na capital é de 3,5 mil a 4 mil metros cúbicos de água por hora. Mas a oferta hoje é menor que 2 mil metros cúbicos.
O fechamento de 26 poços contaminados por nitrato, nos últimos três anos, afetou a distribuição de água de seis bairros da capital.
A Caern está fazendo rodízio no abastecimento para evitar o colapso total. Os bairros mais afetados são Cidade da Esperança, Nova Descoberta, Quintas, Felipe Camarão, parte da Redinha e o conjunto Morro Branco.
Curiosamente, com excessão de Morro Branco, todos esses bairros estão entre as comunidades mais carentes da cidade, onde a população, além da falta d'água, também sofre com a insegurança, escolas ruins e serviço de saúde precário.
De acordo com a Caern, a distribuição de água em Natal só voltará ao normal em dois anos, quando for concluido o programa governamental para sanear 60% da área da cidade.
O órgão também afirma que o problema será amenizado com as chuvas e a construção da adutora do Jiqui, que vai fornecer 1,2 mil metros cúbicos de água por hora.
O sistema de abastecimento de água de Natal está à beira de um colapso. Matéria do "Diário de natal" de hoje informa que a demanda de água na cidade já é quase o dobro da oferta.
A informação, segundo o jornal, foi dada pelo diretor técnico da Caern (Companhia de Águas e Esgotos do RN), Clóvis Veloso. Ele disse que a demanda de água na capital é de 3,5 mil a 4 mil metros cúbicos de água por hora. Mas a oferta hoje é menor que 2 mil metros cúbicos.
O fechamento de 26 poços contaminados por nitrato, nos últimos três anos, afetou a distribuição de água de seis bairros da capital.
A Caern está fazendo rodízio no abastecimento para evitar o colapso total. Os bairros mais afetados são Cidade da Esperança, Nova Descoberta, Quintas, Felipe Camarão, parte da Redinha e o conjunto Morro Branco.
Curiosamente, com excessão de Morro Branco, todos esses bairros estão entre as comunidades mais carentes da cidade, onde a população, além da falta d'água, também sofre com a insegurança, escolas ruins e serviço de saúde precário.
De acordo com a Caern, a distribuição de água em Natal só voltará ao normal em dois anos, quando for concluido o programa governamental para sanear 60% da área da cidade.
O órgão também afirma que o problema será amenizado com as chuvas e a construção da adutora do Jiqui, que vai fornecer 1,2 mil metros cúbicos de água por hora.
Desmentido
O IG mentiu quando disse que o site de Paulo Henrique Amorim foi retirado do ar porque não dava audiência.
De acordo com o Portal Imprensa, a justificativa de baixa audiência é desmentida pelo próprio IG, que em sua "Central do Assinante" mostra que o "Conversa Afiada" tinha 475 mil acessos únicos por mês.
Para o jornalista Luiz Carlos Azenha do blog "Vi o Mundo", "O que o IG fez com Paulo Henrique Amorim e com os milhares de internautas que freqüentavam diariamente o "Conversa Afiada" foi, para dizer o mínimo, um grosseiro desrespeito."
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, definiu o episódio como "aviso, boicote, censura, punição."
Cadê os arautos defensores da liberdade de imprensa da grande mídia?
A Folha não vai dizer nada?
O Jô Soares, sempre vigilante, não vai se manifestar?
Mino Carta também não disse nenhuma palavra ainda.
Luis Nassif saiu-se com um "não sei os motivos da demissão" em seu blog.
De acordo com o Portal Imprensa, a justificativa de baixa audiência é desmentida pelo próprio IG, que em sua "Central do Assinante" mostra que o "Conversa Afiada" tinha 475 mil acessos únicos por mês.
Para o jornalista Luiz Carlos Azenha do blog "Vi o Mundo", "O que o IG fez com Paulo Henrique Amorim e com os milhares de internautas que freqüentavam diariamente o "Conversa Afiada" foi, para dizer o mínimo, um grosseiro desrespeito."
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, definiu o episódio como "aviso, boicote, censura, punição."
Cadê os arautos defensores da liberdade de imprensa da grande mídia?
A Folha não vai dizer nada?
O Jô Soares, sempre vigilante, não vai se manifestar?
Mino Carta também não disse nenhuma palavra ainda.
Luis Nassif saiu-se com um "não sei os motivos da demissão" em seu blog.
terça-feira, 18 de março de 2008
Putaria Geral
Na posse, novo governador de Nova York confessa traição
David Paterson, novo governador de Nova York, assumiu o poder depois da renúncia do seu antecessor, Eliot Spitzer, envolvido em um escândalo sexual. O "New York Times" denunciou que Eliot usou dinheiro público para pagra prostitutas de luxo.
Após assumir o posto, Paterson confessou que ele e sua mulher, Michelle Paterson, cometeram trairam um ao outro no passado.
O novo governador, que é meio vesgo do olho esquerdo, disse que ele e a mulher iam se separar, mas após fazerem terapia de casal, estão novamente apaixonados.
Michelle disse que "nenhum casamento é perfeito".
Como dizia o saudoso Luiz Gonzaga, ô povo mudernu.
David Paterson, novo governador de Nova York, assumiu o poder depois da renúncia do seu antecessor, Eliot Spitzer, envolvido em um escândalo sexual. O "New York Times" denunciou que Eliot usou dinheiro público para pagra prostitutas de luxo.
Após assumir o posto, Paterson confessou que ele e sua mulher, Michelle Paterson, cometeram trairam um ao outro no passado.
O novo governador, que é meio vesgo do olho esquerdo, disse que ele e a mulher iam se separar, mas após fazerem terapia de casal, estão novamente apaixonados.
Michelle disse que "nenhum casamento é perfeito".
Como dizia o saudoso Luiz Gonzaga, ô povo mudernu.
Míriam Leitão não vai gostar
EUA cortam juros e Bovespa reage
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 3,20% nesta terça-feira. O dólar caiu 1,91% e encerrou o dia cotado a R$ 1,69.
A recuperação da Bovespa se deu após a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, de cortar a taxa básica de juro em 0,75 ponto porcentual. Agora, a taxa americana é de 2,25%.
Além da Bovespa, outros mercados também registraram recuperação: Dow Jones (3,51%), Nasdaq (4,19%); FTSE Eurofirst (3,52%); Nikkei, do Japão, (1,50%); Hang Seng, de Hong Kong (1,42%).
Apenas na China houve queda. O índice da bolsa de Xangai despecou 8,51%.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 3,20% nesta terça-feira. O dólar caiu 1,91% e encerrou o dia cotado a R$ 1,69.
A recuperação da Bovespa se deu após a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, de cortar a taxa básica de juro em 0,75 ponto porcentual. Agora, a taxa americana é de 2,25%.
Além da Bovespa, outros mercados também registraram recuperação: Dow Jones (3,51%), Nasdaq (4,19%); FTSE Eurofirst (3,52%); Nikkei, do Japão, (1,50%); Hang Seng, de Hong Kong (1,42%).
Apenas na China houve queda. O índice da bolsa de Xangai despecou 8,51%.
Ainda a demissão de PHA
Até Reinaldo Azevedo desconfia de Daniel Dantas
O blogueiro da Veja disse que "a operação BrT-Oi é uma desculpa verossímil para a demissão" de Paulo Henrique Amorim.
Ele ressalta, porém, que essa explicação não é "necessariamente verdadeira". Mas se até ele cogita essa possibilidade, é porque a coisa tá muito explícita.
Leia a íntegra do comentário de Azevedo:
Demitido por quê?
Queridos,
Não cabe a mim especular por que o sr. Paulo Henrique Amorim, cujo jornalismo se tornou notório, foi demitido do iG. Sei lá. Ele deve alegar que é porque a Oi vai mesmo comprar a Brasil Telecom. Eu prefiro pensar que o iG o dispensou em razão do tipo de jornalismo que ele pratica.
Vocês sabem, podem achar na Internet: o primeiro que criticou a operação BrT-Oi fui eu. Por quê? Ora, é simples. Meu primado: no capitalismo, negócios se fazem de acordo com as leis; em país bananeiro, leis se fazem de acordo com os negócios. Nem entrei no mérito se seria bom ou não para o consumidor ou se essa é uma tendência desse mercado. Fiquei na questão de princípio, como sempre.
Se bem se lembram, dois subjornalistas me atacaram, então, dizendo que eu escrevia o que Daniel Dantas gostava de ler. Ora, Dantas está a favor da operação, que vai lhe render uma bolada de R$ 2 bilhões. Não mudei de idéia. Eles mudaram. O agora demitido passou a fazer uma oposição radical ao negócio e aparentemente suicida. Digo “aparentemente” porque não vejo, neste cidadão, alguém que acaba se dando mal. Acho que as escolhas morais que ele fez ao longo da vida lhe permitem sempre se dar bem. É uma pessoa muito esperta. O seu parceiro de oposição radical à fusão percebeu que estava entrando água no navio e tratou de saltar fora, sempre com aquela moral elevada. E decidiu não tocar mais no assunto.
Causas
Mas insisto: a operação BrT-Oi é uma desculpa verossímil para a demissão, mas não necessariamente verdadeira. Prefiro pensar que o iG pode estar fazendo a opção pelo jornalismo que honra a apuração, a independência, o bom texto, o jornalismo etc. Será isso? O tempo vai nos dizer, não é mesmo? Lamento pela equipe, que, espero, encontre logo o seu lugar no mercado de trabalho, já que o de profissionais como Amorim estará sempre garantido.
O blogueiro da Veja disse que "a operação BrT-Oi é uma desculpa verossímil para a demissão" de Paulo Henrique Amorim.
Ele ressalta, porém, que essa explicação não é "necessariamente verdadeira". Mas se até ele cogita essa possibilidade, é porque a coisa tá muito explícita.
Leia a íntegra do comentário de Azevedo:
Demitido por quê?
Queridos,
Não cabe a mim especular por que o sr. Paulo Henrique Amorim, cujo jornalismo se tornou notório, foi demitido do iG. Sei lá. Ele deve alegar que é porque a Oi vai mesmo comprar a Brasil Telecom. Eu prefiro pensar que o iG o dispensou em razão do tipo de jornalismo que ele pratica.
Vocês sabem, podem achar na Internet: o primeiro que criticou a operação BrT-Oi fui eu. Por quê? Ora, é simples. Meu primado: no capitalismo, negócios se fazem de acordo com as leis; em país bananeiro, leis se fazem de acordo com os negócios. Nem entrei no mérito se seria bom ou não para o consumidor ou se essa é uma tendência desse mercado. Fiquei na questão de princípio, como sempre.
Se bem se lembram, dois subjornalistas me atacaram, então, dizendo que eu escrevia o que Daniel Dantas gostava de ler. Ora, Dantas está a favor da operação, que vai lhe render uma bolada de R$ 2 bilhões. Não mudei de idéia. Eles mudaram. O agora demitido passou a fazer uma oposição radical ao negócio e aparentemente suicida. Digo “aparentemente” porque não vejo, neste cidadão, alguém que acaba se dando mal. Acho que as escolhas morais que ele fez ao longo da vida lhe permitem sempre se dar bem. É uma pessoa muito esperta. O seu parceiro de oposição radical à fusão percebeu que estava entrando água no navio e tratou de saltar fora, sempre com aquela moral elevada. E decidiu não tocar mais no assunto.
Causas
Mas insisto: a operação BrT-Oi é uma desculpa verossímil para a demissão, mas não necessariamente verdadeira. Prefiro pensar que o iG pode estar fazendo a opção pelo jornalismo que honra a apuração, a independência, o bom texto, o jornalismo etc. Será isso? O tempo vai nos dizer, não é mesmo? Lamento pela equipe, que, espero, encontre logo o seu lugar no mercado de trabalho, já que o de profissionais como Amorim estará sempre garantido.
A demissão de PHA
As explicações do IG
O ombudsman do portal fala sobre a demissão de Paulo Henrique Amorim e a saída do "Conversa Afiada" do ar:
O leitor do iG foi surpreendido hoje, entre 16h15 e 16h30, com a retirada do ar do site “Conversa Afiada”, de Paulo Henrique Amorim. Oficialmente, a assessoria de imprensa do iG informa que “o contrato foi rescindido pelo iG e que todas as cláusulas rescisórias foram atendidas”.
Diz o iG que vem fazendo uma reestruturação do portal, o que inclui “a rescisão de contratos desvantajosos para a empresa”. Era o caso do site de Paulo Henrique Amorim, o qual, segundo o iG, não trazia “receita nem audiência”. Essa é, em essência, a manifestação oficial do iG.
Este ombudsman já criticou e elogiou o trabalho de Paulo Henrique Amorim no iG. O estranho é testemunhar a ruptura súbita, sem aviso anterior ou posterior aos leitores, afetando um site notoriamente controvertido.
O ombusdman também fala sobre a possível relação entre a demissão de PHA e as críticas que o jornalista fazia à compra da Brasil Telecom, proprietária do IG, pela OI, do banqueiro Daniel Dantas:
A favor de Amorim há o fato de ele defender opiniões únicas no panorama da grande mídia nacional. Contra ele há o fato de que essas opiniões às vezes vinham acompanhadas de ataques pessoais desnecessários.
Não se discutem opções empresariais que fazem parte das atividades de qualquer empresa. Caberia, porém, um esclarecimento público e voluntário do portal sobre a ruptura com Amorim e sobre sua relação com temas sensíveis, como o processo de compra, pela Oi, da Brasil Telecom, proprietária deste iG. Amorim é crítico radical desta compra e tem atacado os que a defendem.
De qualquer forma, o iG e, de resto, todos os grandes veículos brasileiros, devem informar sobre si próprios com a transparência que cobram das outras instituições, e como fazem os melhores veículos da mídia internacional.
Comentário
Muito estranha a demissão do PHA. Eu mesmo já fiz várias críticas ao jornalista, principalmente pela postura hipócrita dele de só falar das mazelas da Globo e deixar a Record de lado, como se a emissora do bispo Edir Macedo fosse um primor de democracia e qualidade de programação.
Mas é inegável que o "Conversa Afiada" era um importante contraponto em relação à mídia tradicional. Mesmo discordando dele às vezes, as opiniões do PHA mostravam um lado das coisas que dificilmente você encontraria em outro espaço.
Como o ombusdman admite, PHA era um crítico radical da compra da Brasil Telecom pela Oi. É evidente que tem o dedo - ou a orelha, se preferirem - de Daniel Dantas nessa história.
O ombudsman do portal fala sobre a demissão de Paulo Henrique Amorim e a saída do "Conversa Afiada" do ar:
O leitor do iG foi surpreendido hoje, entre 16h15 e 16h30, com a retirada do ar do site “Conversa Afiada”, de Paulo Henrique Amorim. Oficialmente, a assessoria de imprensa do iG informa que “o contrato foi rescindido pelo iG e que todas as cláusulas rescisórias foram atendidas”.
Diz o iG que vem fazendo uma reestruturação do portal, o que inclui “a rescisão de contratos desvantajosos para a empresa”. Era o caso do site de Paulo Henrique Amorim, o qual, segundo o iG, não trazia “receita nem audiência”. Essa é, em essência, a manifestação oficial do iG.
Este ombudsman já criticou e elogiou o trabalho de Paulo Henrique Amorim no iG. O estranho é testemunhar a ruptura súbita, sem aviso anterior ou posterior aos leitores, afetando um site notoriamente controvertido.
O ombusdman também fala sobre a possível relação entre a demissão de PHA e as críticas que o jornalista fazia à compra da Brasil Telecom, proprietária do IG, pela OI, do banqueiro Daniel Dantas:
A favor de Amorim há o fato de ele defender opiniões únicas no panorama da grande mídia nacional. Contra ele há o fato de que essas opiniões às vezes vinham acompanhadas de ataques pessoais desnecessários.
Não se discutem opções empresariais que fazem parte das atividades de qualquer empresa. Caberia, porém, um esclarecimento público e voluntário do portal sobre a ruptura com Amorim e sobre sua relação com temas sensíveis, como o processo de compra, pela Oi, da Brasil Telecom, proprietária deste iG. Amorim é crítico radical desta compra e tem atacado os que a defendem.
De qualquer forma, o iG e, de resto, todos os grandes veículos brasileiros, devem informar sobre si próprios com a transparência que cobram das outras instituições, e como fazem os melhores veículos da mídia internacional.
Comentário
Muito estranha a demissão do PHA. Eu mesmo já fiz várias críticas ao jornalista, principalmente pela postura hipócrita dele de só falar das mazelas da Globo e deixar a Record de lado, como se a emissora do bispo Edir Macedo fosse um primor de democracia e qualidade de programação.
Mas é inegável que o "Conversa Afiada" era um importante contraponto em relação à mídia tradicional. Mesmo discordando dele às vezes, as opiniões do PHA mostravam um lado das coisas que dificilmente você encontraria em outro espaço.
Como o ombusdman admite, PHA era um crítico radical da compra da Brasil Telecom pela Oi. É evidente que tem o dedo - ou a orelha, se preferirem - de Daniel Dantas nessa história.
Crise nos EUA
Economistas divergem sobre vulnerabilidade do Brasil
A turbulência que atingiu o mercado financeiro ontem (segunda-feira, 17), causada pelo anúncio da venda do banco de investimentos Bear Stearns para o JP Morgan, por US$ 236 milhões, divide a opinião dos economistas sobre a vulnerabilidade do Brasil diante da possibilidade de uma recessão mundial.
Em entrevista à "Terra Magazine", o ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, e a economista Maria da Conceição Tavares divergiram sobre a extenção da crise externa.
Para Lessa, o Brasil está tão vulnerável à crise quanto outros países. Essa vulnerabilidade se deve, principalmente, à política cambial brasileira que, segundo ele, "colocou o Brasil como um dominó no meio do caminho", e ao elevado patamar da taxa de juros do país.
Já Conceição Tavares afirma que "o Brasil é um dos menos ameaçados" pelo temor de uma recessão mundial. Para a economista, "a saúde do mercado interno brasileiro" vai blindar o país contra a crise que se avizinha.
Ela declarou que "a condição dos bancos americanos está cada vez pior", mas que não pode prever a duração da crise.
Enquanto isso, Míriam Leitão é só sorrisos na Globo. Quando acende a luz amarela da crise e a possibilidade desta atingir o Brasil, a comentarista não consegue esconder a alegria. Não é possível que o presidente Lula consiga sobreviver a uma recessão mundial, imagina ela.
Vai sonhando, vai sonhando...
A turbulência que atingiu o mercado financeiro ontem (segunda-feira, 17), causada pelo anúncio da venda do banco de investimentos Bear Stearns para o JP Morgan, por US$ 236 milhões, divide a opinião dos economistas sobre a vulnerabilidade do Brasil diante da possibilidade de uma recessão mundial.
Em entrevista à "Terra Magazine", o ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, e a economista Maria da Conceição Tavares divergiram sobre a extenção da crise externa.
Para Lessa, o Brasil está tão vulnerável à crise quanto outros países. Essa vulnerabilidade se deve, principalmente, à política cambial brasileira que, segundo ele, "colocou o Brasil como um dominó no meio do caminho", e ao elevado patamar da taxa de juros do país.
Já Conceição Tavares afirma que "o Brasil é um dos menos ameaçados" pelo temor de uma recessão mundial. Para a economista, "a saúde do mercado interno brasileiro" vai blindar o país contra a crise que se avizinha.
Ela declarou que "a condição dos bancos americanos está cada vez pior", mas que não pode prever a duração da crise.
Enquanto isso, Míriam Leitão é só sorrisos na Globo. Quando acende a luz amarela da crise e a possibilidade desta atingir o Brasil, a comentarista não consegue esconder a alegria. Não é possível que o presidente Lula consiga sobreviver a uma recessão mundial, imagina ela.
Vai sonhando, vai sonhando...
"Conversa Afiada" fora do ar
Portal IG demite Paulo Henrique Amorim
O jornalista Luiz Carlos Azenha, do blog "Vi o Mundo", conta que Paulo Henrique Amorim foi demitido pelo portal IG por fax.
Azenha diz ter falado com amorim por telefone e que ele lhe disse que foi informado por volta das 17h de que o portal não renovaria o contrato, que vence no dia 31 de dezembro próximo.
Segundo Azenha, o IG menciona uma cláusula no contrato que daria ao portal o direito de tirar o site do ar dentro do prazo de 60 dias que antecede o fim do contrato.
Ainda segundo Azenha, PHA disse que voltará amanhã à internet, mas ainda não sabe em qual endereço.
Enquanto isso, Reinaldo Azevedo solta rojões de felicidade!
Atualizando às 21h10
Luis Nassif informa que o novo endereço do Paulo Henrique será no www.paulohenriqueamorim.com.br.
O jornalista Luiz Carlos Azenha, do blog "Vi o Mundo", conta que Paulo Henrique Amorim foi demitido pelo portal IG por fax.
Azenha diz ter falado com amorim por telefone e que ele lhe disse que foi informado por volta das 17h de que o portal não renovaria o contrato, que vence no dia 31 de dezembro próximo.
Segundo Azenha, o IG menciona uma cláusula no contrato que daria ao portal o direito de tirar o site do ar dentro do prazo de 60 dias que antecede o fim do contrato.
Ainda segundo Azenha, PHA disse que voltará amanhã à internet, mas ainda não sabe em qual endereço.
Enquanto isso, Reinaldo Azevedo solta rojões de felicidade!
Atualizando às 21h10
Luis Nassif informa que o novo endereço do Paulo Henrique será no www.paulohenriqueamorim.com.br.
Genocídio Cultural
Em editorial, Folha de São Paulo fala sobre violação dos direitos humanos e "genocídio cultural" praticado pela "ditadura brutal" da China contra o Tibete
A CHINA, apesar dos ares de modernidade propiciados por seus invejáveis índices de industrialização e crescimento econômico, permanece uma ditadura brutal.
Como o governo de Pequim controla todas as informações e tornou o Tibete território proibido para jornalistas, é difícil avaliar o que lá ocorre. Tibetanos no exílio afirmam que a repressão aos protestos antichineses deixou mais de cem mortos neste fim de semana, enquanto Pequim admite pouco mais de uma dezena -a maioria de chineses da etnia han, que foram violentamente atacados por tibetanos.
O retrospecto das autoridades chineses recomenda ceticismo com declarações oficiais. Ainda assim, pelas informações disponíveis, parece que Pequim está evitando um banho de sangue às vésperas dos Jogos Olímpicos, que ocorrerão em agosto na capital chinesa.
A moderação interessada de hoje não torna menos condenável a política de Pequim para o Tibete, que vem sendo governado com mão-de-ferro desde 1959, após o fracasso da revolta anticomunista que levou o dalai-lama a exilar-se. Além da violação sistemática dos direitos humanos, as tradições do país vêm sendo desrespeitadas -numa espécie de "genocídio cultural", como diz o líder espiritual.
O ideal seria encontrar solução acordada, pela qual os tibetanos gozassem de autonomia de fato. O dalai-lama já declarou aceitar essa solução, abrindo mão do pleito por independência. A soberania sobre o Tibete é importante para Pequim, pois a região, rica em recursos minerais, ocupa mais de 10% do território do país e extensa faixa de fronteira. Apesar disso, conferir autonomia política e cultural ao Tibete não seria inédito para a China, que já convive com situação similar no caso de Hong Kong.
Nada indica, contudo, que Pequim vá renunciar ao uso da força contra a indefesa população tibetana.
A CHINA, apesar dos ares de modernidade propiciados por seus invejáveis índices de industrialização e crescimento econômico, permanece uma ditadura brutal.
Como o governo de Pequim controla todas as informações e tornou o Tibete território proibido para jornalistas, é difícil avaliar o que lá ocorre. Tibetanos no exílio afirmam que a repressão aos protestos antichineses deixou mais de cem mortos neste fim de semana, enquanto Pequim admite pouco mais de uma dezena -a maioria de chineses da etnia han, que foram violentamente atacados por tibetanos.
O retrospecto das autoridades chineses recomenda ceticismo com declarações oficiais. Ainda assim, pelas informações disponíveis, parece que Pequim está evitando um banho de sangue às vésperas dos Jogos Olímpicos, que ocorrerão em agosto na capital chinesa.
A moderação interessada de hoje não torna menos condenável a política de Pequim para o Tibete, que vem sendo governado com mão-de-ferro desde 1959, após o fracasso da revolta anticomunista que levou o dalai-lama a exilar-se. Além da violação sistemática dos direitos humanos, as tradições do país vêm sendo desrespeitadas -numa espécie de "genocídio cultural", como diz o líder espiritual.
O ideal seria encontrar solução acordada, pela qual os tibetanos gozassem de autonomia de fato. O dalai-lama já declarou aceitar essa solução, abrindo mão do pleito por independência. A soberania sobre o Tibete é importante para Pequim, pois a região, rica em recursos minerais, ocupa mais de 10% do território do país e extensa faixa de fronteira. Apesar disso, conferir autonomia política e cultural ao Tibete não seria inédito para a China, que já convive com situação similar no caso de Hong Kong.
Nada indica, contudo, que Pequim vá renunciar ao uso da força contra a indefesa população tibetana.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Censurados
Governo da China bloqueia Youtube e site do "The Guardian"
Há dois dias, o governo chinês bloqueou o acesso ao YouTube, maior portal de troca de vídeos da Internet, com o objetivo de impedir a circulação das imagens do conflito no Tibete.
O site do jornal britânico "The Guardian" também está bloqueado. O jornal foi um dos primeiros a publicar fotos das manifestações.
Os protestos acontecem desde a semana passada em Lhasa, capital histórica do Tibete. As manifestações são contra a violação dos direitos humanos por parte da China e por mais liberdade política e religiosa na região.
O Exército da China chegou à região do Tibete em 1950. Desde então, os tibetanos lutam contra a invasão e a dominação chinesa.
O líder espiritual do Tibete, Dalai Lama, disse que o que acontece no Tibete é um "genocídio cultutal" e pediu uma investigação internacional sobre os atos do governo chinês.
O governo da Região Autônoma do Tibete no exílio estima que pelo menos 80 pessoas morreram nos protestos na sexta-feira e no sábado. O governo de Pequim reconhece apenas dez mortos.
Veja abaixo os vídeos proibidos na China:
Há dois dias, o governo chinês bloqueou o acesso ao YouTube, maior portal de troca de vídeos da Internet, com o objetivo de impedir a circulação das imagens do conflito no Tibete.
O site do jornal britânico "The Guardian" também está bloqueado. O jornal foi um dos primeiros a publicar fotos das manifestações.
Os protestos acontecem desde a semana passada em Lhasa, capital histórica do Tibete. As manifestações são contra a violação dos direitos humanos por parte da China e por mais liberdade política e religiosa na região.
O Exército da China chegou à região do Tibete em 1950. Desde então, os tibetanos lutam contra a invasão e a dominação chinesa.
O líder espiritual do Tibete, Dalai Lama, disse que o que acontece no Tibete é um "genocídio cultutal" e pediu uma investigação internacional sobre os atos do governo chinês.
O governo da Região Autônoma do Tibete no exílio estima que pelo menos 80 pessoas morreram nos protestos na sexta-feira e no sábado. O governo de Pequim reconhece apenas dez mortos.
Veja abaixo os vídeos proibidos na China:
É com esse que eu vou...
O PT de São Paulo lançou o slogan "Volta Marta", para marcar o início da campanha da ex-prefeita e atual ministra do Turismo Marta Suplicy, que será novamente candidata este ano.
A "Terra Magazine" informa que Marta vai de João Santana como marqueteiro. João Santana foi o marqueteiro da campanha pela reeleição do presidente Lula em 2006. Naquele ano, os slogans "Lula de novo, com a força do povo" e "Não troco o certo pelo duvidoso. Quero Lula de novo" embalaram a vitória do petista.
Para quem não sabe ou não se lembra, João Santana também foi o marqueteiro do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, quando ele disputou e venceu duas vezes as eleições pelo Governo do Rio Grande do Norte.
A "Terra Magazine" informa que Marta vai de João Santana como marqueteiro. João Santana foi o marqueteiro da campanha pela reeleição do presidente Lula em 2006. Naquele ano, os slogans "Lula de novo, com a força do povo" e "Não troco o certo pelo duvidoso. Quero Lula de novo" embalaram a vitória do petista.
Para quem não sabe ou não se lembra, João Santana também foi o marqueteiro do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, quando ele disputou e venceu duas vezes as eleições pelo Governo do Rio Grande do Norte.
Os neoliberais brasileiros e sua fobia ao povo
Artigo de Mauro Santayana, no "Jornal do Brasil", hoje:
Coisas da política: As listas e as prévias
Algumas idéias continuam a flutuar na atmosfera política. Uma delas é a da democratização da escolha dos candidatos aos cargos majoritários, mediante consultas prévias às bases partidárias. Principal partido de oposição, o PSDB divide-se em duas correntes eleitorais. O Partido da Social Democracia Brasileira nada tem a ver com seu nome - o que ocorre também com quase todos os outros partidos. Ao escolher Minas a fim de acolher o primeiro congresso, talvez tenham buscado associar o nome do novo partido ao velho PSD, criado pela inteligência política de Benedito Valadares, com a ajuda de alguns homens públicos e intelectuais mineiros. Ao encomendar, ao professor Mário Casasanta, a tarefa de redigir o rascunho do programa e estatutos do partido, em 1945, Benedito recomendou-lhe, que pusesse no texto "alguma coisa de comunismo, porque está na moda".
Casasanta buscou a denominação no partido surgido do movimento socialista europeu do século 19. O PSDB foi criado por iniciativa de mineiros e paulistas, mas se os mineiros a ele aportaram alguma idéia tática - entre elas a do nome e do símbolo ornitológico - os paulistas, mercê de seu poder econômico e densidade eleitoral, sempre o controlaram.
No momento, tanto Aécio quanto Serra agem dentro dos ritos da elegância. Sob a necessária conveniência, a disputa não se expressa com clareza. Cresce a proposta de que o partido faça consultas prévias aos filiados. Se se fizerem como nos Estados Unidos, dificilmente um candidato de São Paulo será o escolhido. Como disse o ex-presidente Itamar Franco, o resto do Brasil não parece disposto a aceitar a continuação da hegemonia paulista por mais oito anos. Isso significaria um quarto de século de presença do estado no centro do poder da República.
Embora Serra e Aécio não estejam tão distantes um do outro, no pragmatismo do centro político, os interesses econômicos e as idéias fundamentais das duas sociedades os distinguem. Podemos começar pelo sentimento nacional, muito mais denso em Minas, desde os tempos da capitania, em que seu povo foi espoliado do ouro e dos diamantes. A economia do café levou São Paulo à Europa na segunda metade do século 19, e abriu o Estado à industrialização, mediante o fluxo de imigrantes. Quando Minas adotou, com mais decisão, a lavoura cafeeira, no fim do século, São Paulo já estava bem adiante. Os imigrantes e as relações econômicas com o Exterior tornaram os paulistas mais tolerantes com a presença cultural e econômica da Europa e dos Estados Unidos, enquanto em Minas a situação era diferente. Os mineiros, conforme a constatação de Arthur Bernardes, exportavam minérios - que não dão duas safras - para fazer a prosperidade e o poder dos outros. Seria improvável que um mineiro promovesse, como presidente ou ministro de Estado, a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, cuja criação fora reivindicação do povo e do Estado.
A Revolução de 30 surgiu, entre outros fatores, da rebelião contra a hegemonia econômica e política de São Paulo. Getúlio iniciou o processo de descentralização da economia, mediante a intervenção do Estado. Juscelino lhe deu continuidade, na Operação Nordeste. Lula, com dupla identidade - de nordestino e paulista - vem promovendo a ascensão social e econômica dos Estados pobres, mediante os programas conhecidos, ao mesmo tempo em que cultiva os banqueiros de São Paulo e é por eles cultivado. Entre os paulistas mais lúcidos - e eles são muito mais numerosos do que parece - existe a consciência de que chegou a hora de buscar, no resto do país, chefe de Estado que veja a nação como um todo. Essa postura eles a tiveram em 1984, quando somaram-se à candidatura de Tancredo Neves contra Maluf. Sabem que se não houver a descentralização de sua prosperidade, São Paulo continuará a atrair, para a inquietadora periferia de sua capital, a pobreza do resto do país - e, com a desigualdade, o desespero da violência.
Outra idéia é a da reforma política. Uma das recomendações do PSDB é a do voto em lista fechada. Nos países europeus que o adotam, a opinião pública se levanta contra o sistema, por sua natureza antidemocrática, porque confere ao arbítrio ditatorial das direções partidárias a escolha dos candidatos. Há dias, Juan Luis Cebrián - um dos fundadores de El País - publicava lúcida e concisa análise política, em que prega reforma constitucional para assegurar a democratização efetiva do sistema político espanhol. Entre outras de suas idéias, está a do fim da lista fechada e a adoção do voto aberto e uninominal, como ocorre entre nós. Os neoliberais brasileiros, com sua fobia ao povo, querem a lista fechada para consolidar o controle do poder econômico sobre os partidos e a República.
Coisas da política: As listas e as prévias
Algumas idéias continuam a flutuar na atmosfera política. Uma delas é a da democratização da escolha dos candidatos aos cargos majoritários, mediante consultas prévias às bases partidárias. Principal partido de oposição, o PSDB divide-se em duas correntes eleitorais. O Partido da Social Democracia Brasileira nada tem a ver com seu nome - o que ocorre também com quase todos os outros partidos. Ao escolher Minas a fim de acolher o primeiro congresso, talvez tenham buscado associar o nome do novo partido ao velho PSD, criado pela inteligência política de Benedito Valadares, com a ajuda de alguns homens públicos e intelectuais mineiros. Ao encomendar, ao professor Mário Casasanta, a tarefa de redigir o rascunho do programa e estatutos do partido, em 1945, Benedito recomendou-lhe, que pusesse no texto "alguma coisa de comunismo, porque está na moda".
Casasanta buscou a denominação no partido surgido do movimento socialista europeu do século 19. O PSDB foi criado por iniciativa de mineiros e paulistas, mas se os mineiros a ele aportaram alguma idéia tática - entre elas a do nome e do símbolo ornitológico - os paulistas, mercê de seu poder econômico e densidade eleitoral, sempre o controlaram.
No momento, tanto Aécio quanto Serra agem dentro dos ritos da elegância. Sob a necessária conveniência, a disputa não se expressa com clareza. Cresce a proposta de que o partido faça consultas prévias aos filiados. Se se fizerem como nos Estados Unidos, dificilmente um candidato de São Paulo será o escolhido. Como disse o ex-presidente Itamar Franco, o resto do Brasil não parece disposto a aceitar a continuação da hegemonia paulista por mais oito anos. Isso significaria um quarto de século de presença do estado no centro do poder da República.
Embora Serra e Aécio não estejam tão distantes um do outro, no pragmatismo do centro político, os interesses econômicos e as idéias fundamentais das duas sociedades os distinguem. Podemos começar pelo sentimento nacional, muito mais denso em Minas, desde os tempos da capitania, em que seu povo foi espoliado do ouro e dos diamantes. A economia do café levou São Paulo à Europa na segunda metade do século 19, e abriu o Estado à industrialização, mediante o fluxo de imigrantes. Quando Minas adotou, com mais decisão, a lavoura cafeeira, no fim do século, São Paulo já estava bem adiante. Os imigrantes e as relações econômicas com o Exterior tornaram os paulistas mais tolerantes com a presença cultural e econômica da Europa e dos Estados Unidos, enquanto em Minas a situação era diferente. Os mineiros, conforme a constatação de Arthur Bernardes, exportavam minérios - que não dão duas safras - para fazer a prosperidade e o poder dos outros. Seria improvável que um mineiro promovesse, como presidente ou ministro de Estado, a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, cuja criação fora reivindicação do povo e do Estado.
A Revolução de 30 surgiu, entre outros fatores, da rebelião contra a hegemonia econômica e política de São Paulo. Getúlio iniciou o processo de descentralização da economia, mediante a intervenção do Estado. Juscelino lhe deu continuidade, na Operação Nordeste. Lula, com dupla identidade - de nordestino e paulista - vem promovendo a ascensão social e econômica dos Estados pobres, mediante os programas conhecidos, ao mesmo tempo em que cultiva os banqueiros de São Paulo e é por eles cultivado. Entre os paulistas mais lúcidos - e eles são muito mais numerosos do que parece - existe a consciência de que chegou a hora de buscar, no resto do país, chefe de Estado que veja a nação como um todo. Essa postura eles a tiveram em 1984, quando somaram-se à candidatura de Tancredo Neves contra Maluf. Sabem que se não houver a descentralização de sua prosperidade, São Paulo continuará a atrair, para a inquietadora periferia de sua capital, a pobreza do resto do país - e, com a desigualdade, o desespero da violência.
Outra idéia é a da reforma política. Uma das recomendações do PSDB é a do voto em lista fechada. Nos países europeus que o adotam, a opinião pública se levanta contra o sistema, por sua natureza antidemocrática, porque confere ao arbítrio ditatorial das direções partidárias a escolha dos candidatos. Há dias, Juan Luis Cebrián - um dos fundadores de El País - publicava lúcida e concisa análise política, em que prega reforma constitucional para assegurar a democratização efetiva do sistema político espanhol. Entre outras de suas idéias, está a do fim da lista fechada e a adoção do voto aberto e uninominal, como ocorre entre nós. Os neoliberais brasileiros, com sua fobia ao povo, querem a lista fechada para consolidar o controle do poder econômico sobre os partidos e a República.
domingo, 16 de março de 2008
Veja: O Último Factóide
Luis Nassif publicou hoje o novo capítulo do "Dossiê Veja".
Em "O Último Factóide", Nassif conta a ficção criada pela revista envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF).
Nassif diz que Veja tem o hábito de "criar notícias", recorrendo ao que em jornalismo se chama "cozidão" - fatos velhos requentados e publicados como se fossem novidade.
Neste capítulo, Nassif trata da matéria “A sombra do estado policial”, capa da edição de 22 de agosto de 2007 da Veja.
A matéria "conspiratória" falava sobre o suposto clima de "medo" intalado no STF, cujos ministros, segundo a revista, estavam "assutados" com a possibilidade de terem sido grampeados.
Leia um trecho do capítulo a seguir:
"Ninguém mais na mídia tinha percebido qualquer sinal de "medo" do Supremo, ou de generalização das escutas atingindo os Ministros. Aliás, os últimos abusos contra juízes haviam partido da própria revista e do próprio autor da reportagem, no falso dossiê contra o então presidente do Superior Tribunal de Justiça Edson Vidigal - abordado no capítulo “O dossiê falso”.
Não se sabia ao certo qual a intenção da matéria. Seguramente, uma tentativa canhestra de se aproximar do Supremo, utilizando a moeda de troca da qual a revista sempre usou e abusou: a visibilidade, a apologia, pegando no centro de uma das fraquezas humanas, a vaidade.
Podia ser a Abril querendo se aproximar do STF (em função da expectativa de uma eventual CPI da Abril), ou se sentindo objeto de investigação da Polícia Federal, ou algo relacionado com as pendengas entre Daniel Dantas e a PF; ou mesmo como forma de coação indireta aos membros do STF, que estavam prestes a julgar os acusados pelo "mensalão".
Que era um factóide, não havia dúvida.
(...)
Mas o factóide da escuta no Supremo foi um marco importante, por ter sido o primeiro absurdo da Veja que não mereceu repercussão na mídia. Até então, todos os abusos eram repercutidos, por um efeito pavloviano que fez com que o esgoto que vazava da cobertura da revista acabasse contaminando o restante da mídia.
Com um factóide, a revista conseguiu criar outro factóide, a CPI do Grampo, e impedir a CPI da Veja."
Leia a íntegra do capítulo aqui.
Em "O Último Factóide", Nassif conta a ficção criada pela revista envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF).
Nassif diz que Veja tem o hábito de "criar notícias", recorrendo ao que em jornalismo se chama "cozidão" - fatos velhos requentados e publicados como se fossem novidade.
Neste capítulo, Nassif trata da matéria “A sombra do estado policial”, capa da edição de 22 de agosto de 2007 da Veja.
A matéria "conspiratória" falava sobre o suposto clima de "medo" intalado no STF, cujos ministros, segundo a revista, estavam "assutados" com a possibilidade de terem sido grampeados.
Leia um trecho do capítulo a seguir:
"Ninguém mais na mídia tinha percebido qualquer sinal de "medo" do Supremo, ou de generalização das escutas atingindo os Ministros. Aliás, os últimos abusos contra juízes haviam partido da própria revista e do próprio autor da reportagem, no falso dossiê contra o então presidente do Superior Tribunal de Justiça Edson Vidigal - abordado no capítulo “O dossiê falso”.
Não se sabia ao certo qual a intenção da matéria. Seguramente, uma tentativa canhestra de se aproximar do Supremo, utilizando a moeda de troca da qual a revista sempre usou e abusou: a visibilidade, a apologia, pegando no centro de uma das fraquezas humanas, a vaidade.
Podia ser a Abril querendo se aproximar do STF (em função da expectativa de uma eventual CPI da Abril), ou se sentindo objeto de investigação da Polícia Federal, ou algo relacionado com as pendengas entre Daniel Dantas e a PF; ou mesmo como forma de coação indireta aos membros do STF, que estavam prestes a julgar os acusados pelo "mensalão".
Que era um factóide, não havia dúvida.
(...)
Mas o factóide da escuta no Supremo foi um marco importante, por ter sido o primeiro absurdo da Veja que não mereceu repercussão na mídia. Até então, todos os abusos eram repercutidos, por um efeito pavloviano que fez com que o esgoto que vazava da cobertura da revista acabasse contaminando o restante da mídia.
Com um factóide, a revista conseguiu criar outro factóide, a CPI do Grampo, e impedir a CPI da Veja."
Leia a íntegra do capítulo aqui.
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