sábado, 21 de abril de 2007

Eleições na França: NICOLAS SARKOZY E A MÍDIA

Candidato íntimo dos barões da imprensa

Por Leneide Duarte-Plon, de Paris, para o Observatório da Imprensa

"A relação de Nicolas Sarkozy com jornais, revistas e redes de TV inaugurou na França uma nova fase no panorama político. Os principais barões da imprensa são alguns dos melhores amigos de Sarkozy, considerado um PhD em marketing político e apontado por institutos de pesquisa como vencedor do primeiro e do segundo turnos das próximas eleições presidenciais francesas. Alguns candidatos à presidência repetem que o ex-ministro do Interior é o candidato dos "patrons de presse".

Quanto à relação do ex-ministro com os jornalistas, esta poderia ser melhor. Obviamente, entre os jornalistas existem sarkozistas, mas estes são a minoria. Sarkozy nem sempre é hábil e diplomata e alguns episódios recentes mostraram que o favorito das pesquisas de opinião para a eleição de 22 de abril tenta controlar a informação usando suas relações privilegiadas com os donos de jornais, revistas e emissoras de TV.

O jornalista e escritor Serge Halimi, que analisou com detalhes no seu livro Les nouveaux chiens de garde (Os novos cães de guarda) as ligações de Sarkozy com os donos da mídia, diz que quase todos os barões da imprensa são tão íntimos do candidato que o tratam de "tu" e não com o formal "vous"."

Imperdível: Roda Viva vai entrevistar Franklin Martins

Na próxima segunda-feira (23), o entrevistado do programa Roda Viva da TV Cultura será o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins.

A TV Cultura informou que a bancada de entrevistadores será formada por Alexandre Machado (comentarista de política da TV Cultura), Augusto Nunes (colunista do "Jornal do Brasil"), Eleonora de Lucena (editora-executiva da Folha), Helio Gurovitz (diretor de redação da revista "Época"), Josemar Gimenez (diretor de redação dos jornais "Correio Braziliense" e do "Estado de Minas"), Ricardo Gandour (diretor de conteúdo do grupo O Estado de S. Paulo) e Marcio Aith (editor-executivo de economia da "Veja").

Por que não convidaram também o Diogo Mainardi ou o Reinaldo Azevedo?

Na última segunda-feira (17), o ministro Franklin Martins ganhou em primeira instância indenização de R$ 30 mil por danos morais em processo contra o colunista da revista 'Veja' Diogo Mainardi.

Reinaldo Azevedo também é colunista da revista 'Veja'.

Mainard e Azevedo vivem trocando figurinhas e gentilezas.

O passatempo preferido dos dois é xingar o PT e o presidente Lula.

O meu passatempo preferido é rir das idiotices que eles escrevem.

Operação Furacão: STF manda soltar quatro

O Supremo Tribunal Federal decidiu neste sábado soltar três desembargadores e um procurador-regional da República presos pela Operação Furacão, da Polícia Federal, ocorrida no dia 13. Eles têm direito a foro privilegiado.

Um dos beneficiados pela decisão, Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, deve continuar preso, mas por outro crime. Segundo a PF, ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma e por isso continuará detido.

Os acusados soltos são o ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim, o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.

Folha Online

Operação Têmis: PF estoura 'bingão da Justiça' em São Paulo

A Polícia Federal apreendeu ontem pilhas de documentos, discos rígidos de computadores, um notebook e pelo menos cinco veículos como parte da Operação Têmis, que visa a combater suposta venda de sentenças judiciais e lavagem de dinheiro em São Paulo.

Foram cumpridos mais de 80 mandados de busca e apreensão em casas e escritórios de 43 pessoas - entre desembargadores e juízes federais, empresários e advogados - nas cidades de São Paulo, Rio e Campo Grande (MS).

As investigações não têm relação direta com a Operação Hurricane, embora ambas investiguem casas de bingos. O superintendente da PF em São Paulo, Geraldo José de Araújo, batizou o esquema de bingão da Justiça.

Além dos mandados de busca, a PF pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a prisão preventiva dos investigados, mas o ministro Félix Fisher negou.

Entre os citados no inquérito, estão os desembargadores Alda Basto, Nery Júnior e Roberto Haddad, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), além dos juízes federais Maria Cristina Barongeno Cukierkorn, da 23ª, e Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara.

Segundo a PF, os citados formaram uma organização criminosa especializada na compra e na venda de liminares para beneficiar casas de bingo e empresas interessadas em obter créditos tributários.

A investigação começou em agosto de 2006, após uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de que empresários ligados a bingos pagavam mensalidades que variavam de R$ 20 mil a R$ 30 mil para desembargadores, juízes e uma funcionária da Receita Federal, além de lobistas envolvidos no esquema.

A suposta quadrilha contaria, ainda, com a participação de policiais civis. Pelo menos dez decisões judiciais que beneficiaram bingos estão sob suspeita.

Os trabalhos da PF foram interrompidos há cerca de um mês, quando um funcionário da Telefônica, requisitado para fazer o grampo autorizado pela Justiça, vazou informações sobre as escutas para um policial civil, que avisou alguns dos investigados.

Quando a organização criminosa começou a queimar provas, o STJ foi comunicado. A Telefônica informou que está ajudando nas investigações e houve apreensão ontem de documentos que estavam em cima da mesa de um funcionário. O profissional, que não teve o nome divulgado, está afastado e a empresa abriu sindicância interna.

As apurações indicam que havia um grupo de lobistas que tratava com o Judiciário em nome de empresários e casas de bingo. Os policiais dariam proteção para as empresas, além de ajudar na busca por informações para os lobistas.

Uma funcionária da Receita ficaria responsável pela facilitação dos créditos tributários. Acontecia um pagamento mensal, da ordem de R$ 20 mil a R$ 30 mil, que era feito pelos interessados em conseguir decisões favoráveis, explicou Araújo.

Apesar de o inquérito ser sigiloso, a PF admitiu que donos de bingos chegaram a pagar R$ 150 mil a magistrados por uma liminar que garantia o funcionamento das casas. A PF, agora, analisará documentos apreendidos e poderá pedir novamente a prisão dos investigados.


Agência Estado

Escolha de Mangabeira Unger para secretaria revolta cúpula do PT

A nomeação do filósofo Roberto Mangabeira Unger (PPS) para a Secretaria de Ações de Longo Prazo do governo Lula provocou revolta na cúpula do PT. Na reunião do Diretório Nacional, petistas não escondiam o desgosto por terem sido deixados de lado no primeiro escalão enquanto aliados que sempre achincalharam o presidente foram premiados. O filósofo foi um dos mais ácidos críticos de Lula desde o primeiro mandato: disse que o presidente era o mais corrupto da história e defendeu o impeachment.

Agência Estado

Herbert Viana assiste audiência pública sobre Lei de Biossegurança

A convite da neurocientista e pesquisadora chefe da Rede Brasil Sarah de Hospitais de Reabilitação, doutora Lúcia Willadino Braga, o músico Herbert Viana participou ontem da audiência pública sobre a Lei de Biossegurança promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Herbert disse ser importante trazer ao debate a questão de que os defensores da lei que permite o uso de células-tronco embrionárias para pesquisa, não estão incorrendo em um “pecado mortal”.

“O milagre da vida por fertilização artificial inclui essa aspecto das células já fecundadas. Devemos ter consciência de quantos pais, mães e trabalhadores carregam nas costas a batalha da vida, o peso da criação da família. Quantas pessoas dessas, que eventualmente tenham sido inutilizadas em um acidente, possam voltar à ativa, a trazer comida ao prato de seus filhos”, disse Herbert.

Outro ponto levantado por ele é de que as pesquisas refletem uma melhor perspectiva para a sociedade brasileira, ao contrário dos “ranços de conservadorismo”. A discussão, segundo ele, abre o debate para os pontos de vista que revelam o grau de evolução da nossa sociedade e da educação do povo brasileiro em termos de conhecimento e de noção de autocrítica. “Este debate que temos no dia a dia na nossa vida, na nossa sociedade, é o que estamos tentando implantar ou, de uma maneira retroativa, impedir que avance”.

Herbert Viana finaliza seu posicionamento em favor da Lei de Biossegurança evocando o pensamento religioso. “Com a força e a luz da luta, Jesus demonstrou o valor da vida, a força da batalha, da honestidade, da reconstrução. Que tudo isso é um evento absolutamente bem-vindo”, disse. “É como a vela de um barco, que vem para restaurar a vida, a dignidade, a condição de circulação para tanta gente. Somos muitos e muitos milhões pelo país”, finaliza.

Herbert ficou paraplégico depois de sofrer um acidente com ultraleve em Mangaratiba (RJ), em 2001. Desde então, tem acompanhamento neuropsicológico pela doutora Lúcia Braga.

Fonte: STF Últimas Notícias

Defensor do uso de células-tronco embrionárias expõe as diferenças entre pesquisas

Defensor do uso de embriões humanos na pesquisa de células-tronco, o cientista Antonio Carlos Campos de Carvalho alertou o público da audiência, realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o atual estágio das pesquisas de células-tronco embrionárias e adultas.

Para Antonio Carlos, que é professor titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), “o primeiro compromisso do cientista é com a verdade e a ciência, como o direito, admite o contraditório”. Assim o professor lembrou que “um conceito científico, principalmente se este for um dado experimental, só se estabelece depois que ele consegue ser reproduzido por diversos grupos de pesquisa em todo o mundo”. Dessa forma, advertiu o cientista, “utilizar exemplos únicos de pesquisa demonstrando esse ou aquele fato, não constitui uma verdade científica estabelecida”.

Carvalho é médico, doutor em ciências pela UFF, coordenador de ensino e pesquisa do instituto nacional de cardiologia, professor-titular do Albert Einstein College of Medicine, em Nova Iorque, membro da Academia Brasileira de Ciências e membro da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento.

O doutor Antônio Carlos declarou sua crença de que “a vida é um contínuo, e do ponto de vista biológico, o óvulo é uma célula viva, e se não for fecundado por um espermatozóide, obviamente irá morrer, da mesma forma que o óvulo fertilizado e um zigoto, se não encontrarem um útero materno inevitavelmente irão morrer”. Com isso o pesquisador informou que não iria discutir a questão ética sobre a origem da vida, limitando sua apresentação à questão específica das células-tronco sob o aspecto da pesquisa científica.

Características de células embrionárias e problemas na sua utilização

A princípio o doutor Carvalho estabeleceu as características das células-tronco embrionárias e adultas. As primeiras, revelou o cientista, são pluripotentes enquanto as adultas são denominadas multipotentes, o que determina o potencial de diferenciação de cada uma. Em relação às embrionárias, explicou, “existe um conceito científico solidamente estabelecido de que uma célula-tronco embrionária, seja ela de camundongo ou humana, é capaz de gerar todos os tipos celulares que compõem os tecidos e órgãos de nossos organismos, desde as células do sistema nervoso, como as células do pâncreas, produtoras de insulina e mais especificamente, na minha área de pesquisa, os cardiomiócitos que formam o coração”, disse Carvalho.

O médico e pesquisador admitiu que há problemas no uso médico de células embrionárias, razão porque não existem ainda ensaios clínicos utilizando células-tronco embrionárias em nenhum país no mundo. “Essas células não têm identidade autóloga, o que poderia resultar na rejeição das células diferenciadas, havendo necessidade de se tratar os pacientes com imunomoduladores”, declarou Carvalho. Outro motivo para que as células embrionárias não sejam usadas em ensaios clínicos é o fato de que elas podem induzir à formação de tumores. O último problema a ser enfrentado para o uso das células embrionárias é a questão da contaminação com os antígenos de origem animal (vacinas produzidas a partir de plasma animal). Essas são questões que estão sendo pesquisadas por diversos laboratórios para sua resolução.

As células-tronco adultas e suas características

O professor fluminense reafirmou a existência das células-tronco adultas em inúmeros tecidos e fluidos do corpo humano, mas afirmou que, apesar dos inúmeros artigos publicados em revistas e publicações científicas especializadas, entre os anos de 2000 e 2002, dando notícia de que as células adultas teriam uma plasticidade igual à das células-tronco embrionárias, o grau de plasticidade dessas células revelou-se como falaciosa.

O consenso hoje, segundo o professor, é o de que, essa capacidade de transformação das células-tronco adultas não ocorre em sua totalidade, mas ocorre sim “a fusão” entre células pluripotentes e multipotentes, não se tratando, portanto de transdiferenciação celular, mas apenas uma agregação de suas capacidades intrínsecas. Além disso, esse fenômeno só ocorre em 1% (um por cento) dos casos. Se os primeiros estudos fossem verdadeiros, declarou o pesquisador, “seria possível transformar cérebro em sangue, ou transformar sangue em cérebro”.

Compartilhando experiências

O professor Antonio Carlos encerrou sua participação declarando-se defensor da terapia com células-tronco embrionárias, pois “inegavelmente essas células tem um potencial que as células-tronco adultas não têm”. Mas esclareceu que a pesquisa de caminhos terapêuticos com células-tronco adultas deve ser mantida, pois os benefícios atuais com a utilização de terapias com células adultas da medula óssea, por exemplo, têm promovido resultados positivos.

Fonte: STF Últimas Notícias

"Operação Ouro Negro": 45 presos no RN e CE

"As polícias Rodoviária Federal, Civil, Militar e o Ministério Público Estadual desencadearam uma operação denominada "Ouro Negro". A ação chegou a prender 45 pessoas no Rio Grande do Norte e outras cinco no Ceará. De acordo com a polícia, os envolvidos são acusados de desvio, adulteração e comercialização ilegal de combustível. Na Delegacia de Plantão, em Mossoró, dois homens ficaram detidos no fim da tarde de ontem, sendo identificados pela polícia como Francisco de Melo, "Bolacha", 39; José Pereira da Silva Neto, "Japelin", 43. A PRF divulgou que os envolvidos serão indiciados por receptação, furto e peculato, porte ilegal de armas, receptação qualificada, comercialização ilegal de combustível e formação de quadrilha.

A polícia acredita que o montante desviado pode chegar a 160 mil litros de combustível por mês. Essas quantias poderiam gerar cerca de R$ 1,5 milhão de lucro por ano."

Fonte: O Mossoroense

Guerra conta a meia-entrada

Salas de cinema querem limitar venda de ingressos para estudantes

De acordo com o portal de notícias G1, a Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), que quer limitar a venda de meia-entrada a 30% do total de cada sessão.

Para Luiz Gonzaga De Luca, executivo da Kinoplex e vice-presidente da Feneec, "a meia-entrada é uma agressão".

Segundo o G1, os empresários do setor pretendem levar ao governo um pedido de reavaliação das leis municipais e estaduais que instituem a meia-entrada.

Além da limitação dos ingressos com o desconto, eles propõem que o benefício seja bancado pelo Estado por meio de subsídios para exibidores.

Aqui em Natal, o grupo Cinemark, que administra as salas de cinema do Shopping Midway Mall, já cria barreiras para a venda de ingressos a estudantes.

Alguém se lembra da "Lei Pio Marinheiro", que pretendia limitar a compra de passes estudantis e o número de viagens que os estudantes poderiam fazer por dia?

O ataque dos cinemas à meia-entrada usa a mesma desculpa das carteiras irregulares. É sempre assim: eles preferem caçar o direito de uma classe por causa da incompetência do poder público, que deveria fiscalizar a emissão dessas carteiras.

Artigo

A terra das oportunidades

Por Marcus Ottoni

Brasília é a terra das oportunidades. Negar isso seria ser injusto com a capital do Brasil. São tantas e diferentes oportunidades que aqui se tem que motivam brasileiros de todos os rincões do país a aportarem na capital federal. Desde os mais humildes, como os agricultores nordestinos que fugindo da seca e da miséria causada pelo abandono dos Poderes Públicos procuram no sonho de Dom Bosco e na determinação de JK a realização de suas necessidades fundamentais, até os herdeiros políticos dos feudos tupiniquins que, em nome dos espoliados eleitoralmente, perpetuam a desonra da democracia, difamando seus princípios para galgarem os fins que lhes interessam.

São inúmeras as oportunidades que Brasília oferece aos cidadãos brasileiros. Oportunidades que trazem anônimos travestidos de representantes populares para zombar das leis e encher suas contas bancárias de centenas de milhares de reais surrupiados do povo brasileiro e continuar impunes como se o crime cometido fosse conseqüência da democracia que o imputa a representatividade confundida com impunidade.

Oportunidades infinitas de conluio sem que o pecado original da ganância seja punido com a justa pena, já que os trâmites dos impunes são caminhos de uma Justiça diferente dos outros brasileiros que respeitam, temem e cumprem as leis. E por essas oportunidades vão desfilando políticos em novelas mensalíticas; ministros curiosos com a movimentação bancária de caseiros; empresários apadrinhados malipulando recursos financeiros estratosféricos em paraísos fiscais; magistrados barganhando sentenças como caça níqueis de uma mesada contínua, bandidos vestidos de baderneiros organizados de movimentos dos sem não sei lá o quê, ou sem tudo; enfim, tantas são as oportunidades que por maior que seja o crime e de que ordem ele seja, aqui, em Brasília, ele compensa e premia quem comete.

Oportunidades tantas que fazem de um boquirroto fazendeiro, mandatáriodo Poder Público e algoz da lei quando incentiva, irresponsavelmente, ordas de desocupados a invadir terras públicas, patrimônio do povo brasileiro, para usufruir do egocentrismo de ser popular com os bens alheios, perpetuando-se em nome da democracia. Mas o pior é premiar quem cometeu crime de apropriação do bem público desrespeitando a lei imposta ao país, apenas para satisfazer a vontade daqueles cujo benefício da impunidade humilha quem aderiu e submeteu-se a lei e a ordem, em respeito à Constituição Brasileira.

Vender terras públicas sem licitação, diretamente a quem burlou a lei é um escárnio e um desrespeito ao cidadão que paga seus impostos e que vive dentro dos preceitos legais. Premiar grileiros do patrimônio público com benefícios como a impunidade em nome da democracia ou de quem quer que seja ou que nome ou interesse político tenha, é renegar a cidadania e o direito constitucional de que todos são iguais perante a lei, seja quem for e cometa qualquer crime previsto na lei; quebrar sigilo bancário de trabalhador, receber propina de empresário, manipular sentenças em benefício de grupos ou corporação, invadir e destruir patrimônio público, ocupar ilegalmente terras do governo, ou roubar um litro de leite para matar a fome do filho. Compactuar com a impunidade e a criminalidade é tomar o caminho inverso à democracia.

Dentro dessa realidade, o leque das oportunidades alcança, também, os mais humildes, aqueles que vagueiam longe da órbita dos poderosos, como os desempregados, os negros e os pobres assalariados. Eles também têm oportunidades garantidas na capital do Brasil. É a oportunidade dos cinco minutos de fama. Alijados do tal "segredo de Justiça", são expostos na mídia sem pudor, execrados pelos noticiários, humilhados pela polícia e injustiçados pela sociedade que os condena sumariamente para que a "impunidade dos organizados" não seja comprometida pela conscientização de que na capital federal as oportunidades são para aqueles que são mais iguais perante a lei, o que não é o caso da grande maioria do povo brasileiro por não desfrutar da oportunidade de viver numa cidade com "leis de impunidade" que discrimina as oportunidades que a lei determina para todos.

Marina Silva desafia Lula

Os jornais de ontem noticiaram as queixas do presidente Lula na reunião do Conselho Político sobre a demora na concessão de licenças ambientais para a construção de duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira.

Para Lula, o meio ambiente é obstáculo ao desenvolvimento.

Quem não concorda nada com isso é a ministra do Meio Ambiente, Marina da Silva, que, segundo os jornais de hoje, reafirmou que a análise dos impactos ambientais não vai se subordinar a interesses econômicos. “As duas coisas têm de ser viabilizadas ao mesmo tempo”, disse, em entrevista coletiva."

Famosos, violência e bebida

Por Gilberto Dimenstein na Folha Online:

"De acordo com as mais recentes pesquisas de opinião, a violência é o assunto que mais preocupa os brasileiros. De acordo com inúmeros estudos científicos, entre as causas de violência está o consumo do álcool. Essa combinação coloca uma pergunta para os meios de comunicação, beneficiários da publicidade: se não defendermos os limites para a publicidade de cerveja, medida proposta pelo Ministério da Saúde, seremos indiretamente coniventes com a violência?

A resposta: seremos. Assim como seríamos coniventes com o fumo se não aceitássemos os limites à sua publicidade. Estamos metidos numa guerra urbana, na qual todos os recursos devem ser usados --um deles é tentar reduzir o abuso do álcool, especialmente entre os jovens.

São igualmente coniventes as celebridades tipo Zeca Pagodinho, entre outras estrelas, que usam seu prestígio para estimular o consumo de álcool. A diferença é que eles não foram treinados para desenvolver a responsabilidade com a informação."

sexta-feira, 20 de abril de 2007

A guerra no campo

A sociedade teme e, naturalmente, escandaliza-se com os assassinatos nas áreas urbanas, mas ignora as disputas no campo

Da Carta Capital desta semana:

"Uma guerra entre traficantes com a interferência da polícia, durante dez horas, matou no Rio de Janeiro, em um único dia, 13 pessoas. Nos dias seguintes, outras tantas morreram. A violência no Morro da Mineira paralisou o centro da cidade, parte da zona sul e feriu inocentes. Nem o sossego do Cemitério do Catumbi sobreviveu à guerra urbana. Os bandidos esconderam-se em covas enquanto a polícia procurava o melhor ângulo nas salas de velórios. Os crimes, brutais, mereceram destaque no noticiário. Como sempre.

A mesma reação indignada, no entanto, não acontece quando a violência é no campo.

Na segunda-feira 16, a Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica, divulgou o balanço de conflitos no campo em 2006. Todos os números relacionados à violência e à terra caíram na comparação com 2005. Foram menos conflitos (de 777 para 761), menos ocupações (de 437 para 384) e um menor número de assassinatos (de 38 para 35). A boa notícia talvez merecesse melhor tratamento da mídia.

O movimento campesino arrefeceu em ano de eleição? Talvez. Mas nem por isso o problema é menos dramático em um país onde a reforma agrária está atrasada em mais de 100 anos e cerca de 4 milhões de sem-terra vagam pelo País nem sempre conduzindo a luta da forma mais adequada e, por isso, mais eficaz. Um pedaço de terra por si só nada resolve. Exige uma ação integrada à oferta de infra-estrutura socioeconômica, sem a qual o que se chama de reforma agrária volta ao pó.

A semana também marcou os 11 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará. Uma das marcas do governo Fernando Henrique Cardoso que, ao cruzar os braços diante da ação da Polícia Militar que resultou na morte de 19 trabalhadores rurais, manchou a biografia do sociólogo. Os mortos eram todos militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Outros 69 ficaram feridos no confronto.

A governadora do Pará, Ana Júlia (PT), tentou remediar o mal. Por meio de decreto, assumiu a responsabilidade pelo atendimento e reparação de todas as famílias vitimadas pelo crime. As pensões serão de até 570 reais.

O massacre de Eldorado dos Carajás fez parte da pauta de protestos do MST em todo o País. A pobre e preconceituosa referência da mídia transformou as ações em um Abril Vermelho. Uma referência muito mais política do que as cores da bandeira do MST. Os culpados até hoje não foram punidos. A impunidade é a mãe da violência no campo.

O dia 17 de abril é conhecido como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Pelo menos 11 estados protestaram. Na Bahia, o governador Jaques Wagner (PT) recebeu os manifestantes e usou o boné do MST. Não se teve notícia de confronto com a polícia ou ruralistas. Em alguns estados, estradas foram interrompidas. Em Pernambuco, engenhos foram queimados.

Uma pauta de reivindicações com dez itens foi protocolada no Palácio do Planalto enquanto Lula visitava a Venezuela. Em parte do texto, uma crítica: “Pouco ou nada foi feito para uma verdadeira reforma agrária”. À Folha de S.Paulo, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel (PT-RS), disse que a pauta “é vaga” e as ações “ferem o bom senso”. Pode ser que sim.

Mas, por outro lado, onde está o bom senso dos governantes diante da situação de 140 mil famílias acampadas à espera de um programa de assentamento?"

Para o bem de todos e felicidade geral da nação

Após intoxicação, Ana Hickmann repousa em casa

"A modelo [e apresentadora] Ana Hickmann, 26 anos, repousa em casa após ter sido hospitalizada com intoxicação alimentar na noite desta quinta-feira, informou sua assessoria de imprensa.

Recomendada a ficar de repouso, ela não apresentou o programa matutino da Record, Hoje em Dia, nesta sexta, e entrou no ar ao vivo para explicar o que aconteceu.

Ela não sabe ao certo o que provocou a intoxicação, mas já se sente bem. A modelo deve cumprir os seus compromissos do fim de semana e voltar ao trabalho na segunda-feira."

Terra (Gente & TV)

Ana, meu coração é fraco! Outro susto desse e não sei, não!!!

Operação Furacão: ministro pede afastamento do STJ

"O ministro Paulo Medina apresentou nesta sexta-feira pedido de licença médica e se afastou de suas funções no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele é suspeito de ligação com a quadrilha que comandava um esquema de jogos ilegais que envolveria bicheiros, magistrados e policiais desmantelada na semana passada pela Operação Furacão da Polícia Federal (PF). Ele nega todas as acusações."

Portal Terra

Geneticista defende que célula-tronco "é vida, mas não é um ser humano"

Pesquisas com células-tronco embrionárias definirão a existência ou não, no futuro, de tratamento para doenças degenerativas como a distrofia muscular. Essa é a opinião da professora de genética da Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz, que se apresentou nesta sexta-feira na audiência pública sobre Lei de Biossergurança do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

Durante a palestra, a geneticista questionou se é ético manter um embrião congelado, mesmo sabendo que a probabilidade de gerar um ser humano é praticamente zero, enquanto é possível doar o material para pesquisas. "Toda célula é vida, um coração a ser transplantado é vivo, mas não é um ser humano. Estamos defendendo que, da mesma maneira que um indivíduo em morte cerebral doa órgãos, um embrião congelado possa doar suas células", afirmou.

Ainda segundo ela, há mais de 7 mil doenças genéticas degenerativas, que atingem mais de 5 milhões de crianças nascidas de pais normais no Brasil.

A audiência também contou com a presença da especialista em biologia molecular Lílian Piñero Eça, integrante do Instituto de Pesquisa com Células-Tronco (IPCTron). Segundo ela, de duas a três horas após a fecundação o embrião humano já se comunica com a mãe.

A bióloga afirmou que pelo menos 100 neurotransmissores são emitidos para os 75 trilhões de células existentes no corpo da gestante, que começa a sofrer mudanças hormonais e sentir sintomas como sono, por exemplo.

O evento no STF tem por objetivo reunir informações científicas para julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3510, proposta pela Procuradoria-Geral da República.

Com informações da agência de notícias do STF

Mais escolas, menos presídios

Da Folha Online:

"O presidente Luíz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que é muito mais barato para o governo investir recursos na construção de escolas do que gastar com presídios ou transporte de condenados. Ele participou hoje da inauguração de um centro de recondicionamento de computadores."

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Museu da Cultura Djalma Maranhão funcionará no primeiro andar da antiga rodoviária da Ribeira

"Lançado na terça-feira, 17, o Museu da Cultura Popular Djalma Maranhão vai funcionar no primeiro andar da antiga rodoviária da Ribeira com inauguração prevista para agosto.

O museu será o berço das tradições populares e contará a história dos bairros Ribeira e Rocas que deram origem ao desenvolvimento da cidade.

O Museu de Cultura Popular contará com um núcleo em homenagem aos folcloristas e escritores norte-rio-grandenses Luís da Câmara Cascudo, Veríssimo de Melo e Deífilo Gurgel.

O museu ocupará todo o primeiro andar do prédio. O térreo terá boxes com vendas de passes estudantis, restaurantes, informações turísticas, dentre outras. As duas ruas que passam em frente ao antigo terminal rodoviário vão integrar o calçadão. Os ônibus vão trafegar por trás da antiga rodoviária."

Fonte: O Mossoroense

Ministra do Turismo garante apoio ao Centro de Eventos Agropecuários de Mossoró

"A ministra do Turismo, Marta Suplicy, confirmou apoio do governo federal para proposta de deputada federal Sandra Rosado (PSB) que sugere construção do Centro de Eventos Agropecuários de Mossoró. O projeto de construção já está sendo elaborado pelo governo do Estado, com parceria da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)."

Fonte: O Mossoroense

Ministério das Cidades vai investir R$ 211 milhões em saneamento no RN

"O Ministro das Cidades, Márcio Fortes, garantiu à governadora Wilma de Faria a liberação de R$ 211 milhões a serem investidos em obras de saneamento básico e abastecimento de água no Rio Grande do Norte.

Os recursos serão aplicados em obras de ampliação da rede de esgotamento sanitário e abastecimento de água em Natal, Mossoró, Currais Novos, Ceará-Mirim e Parnamirim. Na capital, estão programadas intervenções nos sistemas que atendem bairros da zona Norte, além da ampliação da rede de esgotamento de Capim Macio e Ponta Negra, região que registra grande crescimento populacional. "As obras de saneamento básico são fundamentais para melhorar a saúde da população. Temos dado prioridade a esta área e sabemos que esta também é uma determinação do presidente Lula", argumentou a governadora. Este investimento está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal."

Fonte: O Mossoroense

Games e o massacre da Virginia

Por Daniel Galera no blog No Mínimo:

"Nada de concreto até agora vincula o massacre de 33 pessoas no Instituto Politécnico da Univesidade de Virginia, nos EUA, aos videogames - como no caso do massacre de Columbine, em que os assassinos creditaram seus atos em parte a jogos violentos e filmes como The Matrix - mas a mídia americana não perdeu tempo em pedir a opinião de pessoas como Jack Thompson, o advogado que acha que o terrível e estranho fenômeno dos estudantes que metralham pessoas em instituições de ensino em seu país se deve exclusivamente à violência da mídia, e em particular à violência de jogos como Grand Thef Auto. Artigos em jornais dizem que Cho Seung-Hui jogava Counter-Strike, jogo de tiro popular no mundo inteiro, como se isso pudesse explicar seu crime. Hoje em dia, a chance de qualquer jovem da idade dele ter jogado esse ou qualquer outro jogo em que há violência explícita é a mesma dele ter escutado Beatles ou comprado um DVD de Pulp Fiction. É muito mais importante salientar que o sujeito tinha um histórico de problemas mentais, comportamento agressivo e tendências suicidas - ele pode ter sido influenciado por um videogame, por um fora de uma garota, pelo tratamento que recebia na condição de imigrante, por um filme, por um livro ou por nada disso.

Minha opinião é de que a violência no entretenimento, longe de ser causa, é só mais um sintoma de problemas sociais globais que se manifestam de forma especialmente doentia nos Estados Unidos. Por algum motivo, é lá que os tiroteios em instituições de ensino tornaram-se um padrão. De qualquer modo, uma das reações curiosas a essa nova tragédia foi o esforço de defesa dos jogadores americanos, que já não vêem graça nenhuma em serem o bode expiatório. No Brasil quase ninguém debateu o assunto, mas nos Estados Unidos quase todos os blogs e sites de videogame refletiram sobre o fato e se apressaram em tentar esclarecer o que, para eles, é óbvio: videogame é fantasia, somente um jogador com a mente previamente perturbada poderia confundir o que acontece num jogo com o que acontece na realidade, e culpar um jogo por um massacre é como culpar O Apanhador no campo de centeio pela morte de John Lennon."

Foto do dia

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem


ONG "Rio da Paz" coloca 1.300 rosas vermelhas e monta "Jardim da Morte" na praia de Copa Copacabana, como símbolo das 1.300 mortes já ocorridas no Estado neste ano.

Artigo

Big Brother Brasil: Imagens puras da exceção

No reality show, o papel dos espectadores é o de empobrecer o conteúdo de suas próprias experiências

Por Silvio Mieli (jornalista e professor do Departamento de Jornalismo da PUC de São Paulo) no Brasil de Fato:

"No final de março, durante uma palestra sobre democracia e movimentos populares, Francisco Whitaker, do Comitê Organizador do Fórum Social Mundial e vencedor do Prêmio Nobel Alternativo de 2006, se insurgiu contra o Big Brother Brasil, sétima versão do programa levado ao ar pela Rede Globo. Suas críticas se voltaram contra o apresentador, o jornalista Pedro Bial, que, num dos episódios, saudou os participantes do programa dizendo: “E agora vamos falar com os nossos heróis!”. Whitaker ficou indignado e sugeriu o lançamento de uma oportuna campanha de boicote à emissora e ao programa. “Afinal de contas, quem são os nossos heróis?”, bradou, fazendo coro com uma apresentação em “Power Point”, distribuída em muitas listas de e-mails pela internet, que confrontava os lascivos participantes do programa com voluntários da organização Médicos Sem Fronteiras, que atuam no front do movimento social.

Quando Michel Foucault (sociólogo francês) concluiu sua obra “Vigiar e Punir” (1975), onde descreve o poder imobilizante do registro, do exame e da escrita pan-óptica, que se manifesta em várias formas de vigilância, não existia essa modalidade de reality show (show de realidade). Mas Foucault já demonstrou que a transcrição por escrito (ou hoje, via vídeo) das existências reais (ou ficcionais) não é mais um processo de “heroificação” (a crônica de um homem, o relato de sua vida, sua historiografia no desenrolar da existência), mas funciona como um mecanismo de objetivação e sujeição. O ser humano virou uma “cifra”, uma “nota de rodapé”, um “caso”, um “arquivo”. Até o século 18, a individualidade não era rastreada através de uma mirada ininterrupta, de um corte detalhado seguido de um acompanhamento minucioso. Isso era para poucos poderosos. Não havia essa forma obsessiva de iluminação, que se utiliza de câmeras minúsculas à espreita do mais sutil movimento. “Os procedimentos disciplinares reviraram essa relação, abaixando o limite da individualidade descritível e fazem dessa descrição um meio de controle e um método de dominação. Não mais monumento para uma memória futura, mas documento para uma utilização eventual”, explica Foucault na página 159 de “Vigiar e Punir” (Petrópolis, Ed.Vozes, 1998).

Portanto, se já abandonamos a dimensão da “heroificação” para cair de boca na “coisificação”, talvez não se trate de confrontar essas produções televisivas no campo do heroísmo. O momento exige a compreensão do seu caráter despotencializador, paralisante, integrado a uma outra dimensão social e política. Este aspecto é que será necessário aprofundar.

Ficção barata

Nietzsche (filósofo alemão do século 19) já profetizou que, no fim, o mundo verdadeiro transforma-se em fábula. Os "shows de realidade" são fábulas. Só que de quinta categoria. É ficção barata mesmo. Entretanto, há em toda ficção barata um imenso poder despotencializador. Os “reality shows" atraem e paralisam os espectadores, despotencializando-os. Nesse sentido, representam o apogeu da sociedade do espetáculo. São um misto de neo-darwinismo (sobreviverá o mais “forte”), sociedade do espetáculo (celebrização), sociedade do controle (via marketing), redução da complexidade e da biodiversidade do imaginário audiovisual e produção de monoculturas mentais (condição humana reduzida ao seu mínimo denominador comum). A idéia é a seguinte: devem sobreviver nesses programas as figuras mais bem adaptadas à sociedade espetacular. Quem passar pelos crivos da audiência (manipulada e manipulável), do mercado (regido por éticas e estéticas perversas) e novamente do público (pervertido, no sentido de desmoralizado), deve sobreviver tanto no show, quanto na vida, dimensões que se fundem numa só e única realidade. O “zumbi” que sobreviver pode ser utilizado de várias maneiras (a “utilização eventual” da qual nos falava Foucault): virar modelo, atriz/ator de novela, garota(o)-propaganda e assim girar a máquina enlouquecida do espetáculo.

O documentarista francês Jean-Louis Comolli, quando passou por São Paulo em 2001, enfatizou o caráter transformador de qualquer experiência audiovisual. No caso do cinema, exemplificou, “supõe-se que o espectador percorra todo o filme para sair modificado no final, é o sujeito da experiência. Num reality show, o sujeito da experiência são as pessoas que estão sendo filmadas. É uma inversão a partir de um artifício construído com os mesmos tópicos do cinema”. Não há interação com o público, muito menos intervenção. O roteiro do show já está previamente definido. O papel dos espectadores é o de empobrecer o conteúdo das suas próprias existências, alugando uma pseudo-realidade oferecida pelo programa. Além, é claro, de incentivar a compra dos subprodutos desse show de horrores. Comolli dizia na época da entrevista (concedida ao caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo, em 19 de novembro de 2001) que “essa tendência corresponde ao movimento global de desresponsabilizar os cidadãos e colocá-los em jogo uns contra os outros. Abdica-se de uma responsabilidade real por uma responsabilidade entre aspas. Isso lembra as condições de surgimento do fascismo”, alertou Comolli.

Diante de programas dessa natureza, o primeiro ímpeto seria aquele de dizer que “o estado de exceção” chegou aos produtos da indústria cultural. Mas sabe-se que desde a formação do capital inicial da indústria cultural, o terreno já estava preparado para a produção de um imaginário “excepcional”, um modelo de produção e circulação de signos que inclui o outro através da sua exclusão como ser humano (capitalização do espírito e da alma). Só que, agora, estamos diante das imagens puras da exceção. E utilizando a riquíssima análise que o filósofo italiano Giorgio Agamben nos oferece (a partir dos debates entre Walter Benjamin e Carl Schmitt), percebe-se que a exceção virou regra geral. O assalto sobre o que restou de dignidade humana já entrou nos cálculos do poder daqueles que controlam o aparato produtor de imagens.

Agambem comparou a situação dos judeus no nazismo – juntamente com a cidadania, haviam perdido toda identidade jurídica, mas conservavam pelo menos a identidade de judeus – com a nova figura dos detidos na base de Guantánamo. Os "detainees" se acham submetidos a uma pura dominação de fato, a uma detenção que não é apenas indefinida num sentido temporal, mas também por sua própria natureza, pois ela escapa completamente à lei e a toda forma de controle judiciário. Aqui, dirá Agamgen, toda ficção de um vínculo entre violência e direito desaparece. Não há mais que uma zona sem lei ou regra em que prevalece uma pura violência sem nenhuma cobertura jurídica. Ora, quando o estado de exceção se torna a regra, então o sistema político se transforma num aparelho de morte.

Potencial deletério

A última fornada de imagens de violência estetizada, que nos chega em profusão vinda de várias fontes, não deixa de reproduzir uma estrutura original pela qual as novas “leis” do mercado audiovisual incluem em si o vivo por meio de sua própria suspensão. Ou seja, o “estado de exceção” ganhou a sua estética própria. E apesar de não estarmos mais na era dos heróis, há, sem dúvida, um elemento místico, um aparato ficcional, que elevando a barbárie gratuita à sua carga máxima, tenta ficcionalizar aspectos do ser humano através da superexposição do desumano. Senão vejamos: o seriado “24 horas”, apresentado nos Estados Unidos pela Fox e distribuído pelo mundo afora, apelou para a tortura explícita. Abu Graib e Guantánamo não foram suficientes. É preciso esticar o fio e mostrar que é necessário torturar na luta contra o terrorismo. Já o filme “300”, que conta com ator brasileiro, faz a apologia da guerra pura, da “guerra sem fim” entre a lógica oriental e ocidental. Por acaso a primeira fica exatamente onde hoje é o Iraque. Pulemos da Pérsia para a internet. O programa “second life” (segunda vida), a eterna aposta do capitalismo cassino no mundo virtual, decreta o fim da nossa primeira vida, que esbarra numa materialidade incômoda e indesejável e nos convida a zerar a primeira, que pelo jeito não deu muito certo, e tentar uma segunda (vida). E, finalmente, o Big Brother Brasil e congêneres, por onde começamos estes comentários. Aparentemente é o mais inofensivo, mas talvez seja aquele que carregue o maior potencial deletério, principalmente no nosso universo local. Trata o imaginário dos telespectadores como se fossem os “detidos” de um sistema prisional “a la Guantánamo”.

Como afirmou Giorgio Agamben, “até que, todavia, uma política integralmente nova não se apresente, toda a teoria e toda praxe permenecerão aprisionadas em um beco sem saída, e o 'belo dia' da vida só obterá cidadania política através do sangue e da morte ou na perfeita insensatez a que a condena a sociedade do espetáculo”. (AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer; o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2004, p.19)."

Cinemark quer limitar a venda de meia-entrada

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"A rede norte-americana Cinemark, líder no mercado de cinemas no país (322 salas em 22 cidades), quer que o Brasil estipule um limite para a venda de ingressos com meia-entrada no setor de entretenimento.

Atualmente, a Cinemark e outras cadeias exibidoras estão em campanha para coibir o uso de carteirinhas irregulares de estudantes nos cinemas.

Segundo os exibidores, 70% dos ingressos vendidos atualmente nas salas contam com o benefício da meia-entrada.
"

Valmir Fernandes, presidente da Cinemark Internacional vai propor a adoção de um percentual reservado à venda de ingressos a estudantes, o que contraria a lei da meia-entrada.

Na matéria da Folha, o executivo da Rede Cinemark confessa que "para evitar prejuízos", empresários da área de entretenimento aumentam o preço da entrada inteira por causa do "alto índice de vendas com meia-entrada".

É a confissão de um crime. Formação de cartel.

O preço de um ingresso de cinema é absurdo. Aqui em Natal, chega a R$ 15,00 a entrada inteira.

Lembro que quando houve o show da Marisa Monte no Machadinho, em janeiro, os ingressos para as arquibancadas estavam sendo vendidos por R$ 25,00 a meia-entrada. Mas na hora de comprar, ninguém exigia a apresentação na carteira de estudante, nem na hora de entrar também.

São Paulo: Prefeitura pagou cursos para "fantasmas"

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"A Prefeitura de São Paulo pagou em 2006 R$ 6,4 milhões a ONGs contratadas para oferecer capacitação profissional a 6.600 jovens carentes, mas os cursos atenderam apenas 4.654 alunos. O valor pago a mais pelos ""fantasmas" chega a R$ 2 milhões, ou 29,5% do contrato.

O desperdício de verba pública ocorreu no maior projeto de treinamento lançado pelo ex-prefeito e hoje governador, José Serra (PSDB), em 2005, o Capacita Sampa, criado para treinar e inserir jovens no mercado de trabalho. Parte do programa ocorreu na gestão Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL)."

O que a Folha, eufemisticamente, chama de "desperdício de verba pública" é, na verdade, desvio de dinheiro público - corrupção das boas.

Mas Serra e Kassab não são do PT, não é mesmo!

Estado e Prefeitura de São Paulo gastarão R$ 2,4 milhões com visita de Bento 16

A visita do papa Bento 16 vai custar caro aos cofres públicos de São Paulo.

Estado e município desembolsarão a bagatela de R$ 2,4 milhões durante a visita do Sumo Pontífice da Igreja Católica àquela cidade.

Esse valor é superior ao que a própria Igreja Católica gastará: R$ 1,5 milhão.

Em tempo: apesar disso, o Brasil continua sendo um Estado laico.

Transposição do São Francisco não anda

Confirmando novamente minhas suspeitas de que esse ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, não tem o menor interesse na transposição do rio São Francisco, a Folha de S. Paulo de hoje informa que o início das obras foram adiadas para o segundo semestre.

O Ibama já autorizou o início da transposição.

Há R$ 15 milhões disponíveis para começar os trabalhos.

Masss...

O ministro Geddel, que é baiano e sempre se declarou contra a transposição, inventa todas as desculpas possíveis para atrasar o início das obras.

Enquanto Geddel for ministro, a transposição do rio São Francisco não sai.

Máfia dos jogos subornava políticos

O inquérito da Operação Furacão aponta que a máfia do jogo pagava uma espécie de mensalão a políticos do Congresso Nacional, que atuariam em favor da liberação dos jogos no país.

A revelação é feita pela Folha de S. Paulo de hoje, na matéria "PF diz ter provas de repasses rotineiros de bingo a políticos".

A Folha teve acesso ao relatório sigiloso do inquérito que investiga os 25 presos pela operação.

De acordo com o documento, o contato com os políticos era feito pela Aberj (associação de bingos do Rio de Janeiro).

O relatório da PF indica ainda que a máfia dos bingos fez doações para campanha eleitoral de alguns candidatos, que após eleitos passaram a formar a "bancada dos bingos" na Câmara Federal.

A Folha informa os nomes dos deputados federais Marina Maggessi (PPS-RJ) e Simão Sessim (PP-RJ), dois políticos que, segundo escutas telefônicas da PF, receberam dinheiro de donos de bingos e bicheiros nas eleições do ano passado.

Os deputados citados, obviamente, negaram tudo.

Advogado da CSN também negociava com máfia dos jogos

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"A Polícia Federal afirma haver um "conluio" de um advogado da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com a quadrilha que negociava sentenças judiciais para conseguir uma decisão favorável para a empresa. A decisão de fato ocorreu.

A Polícia Federal gravou, com autorização judicial, conversas entre Silvério Nery Cabral Júnior, genro do desembargador José Eduardo Carreira Alvim, e o advogado da CSN Antônio Correa Rabello. Nos diálogos, segundo a PF, fica clara a negociação para que Carreira Alvim desse liminar em benefício da CSN. O desembargador e seu genro foram presos durante a Operação Hurricane."

STF bloqueia bens de investigados na Operação Furacão

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou anteontem o bloqueio de bens e contas bancárias de investigados no caso Hurricane. A medida havia sido requisitada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.

A Polícia Federal também pretende pedir um rastreamento de operações financeiras internacionais de pessoas ligadas à máfia.

Os indícios das operações no exterior surgiram a partir da análise do material apreendido, mas ainda não foi feito o pedido ao STF.

O número dos atingidos pelo bloqueio não foi divulgado. Só se sabe que deve superar os 25 detidos. Acusados e familiares estão na mira da investigação.

Antonio Fernando disse ontem que poderá pedir a quebra do sigilo bancário dos investigados e a decretação da prisão preventiva dos 25 já detidos."

Assessor de ministro do STJ atuava intermediava venda de sentenças

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"No inquérito da Operação Hurricane, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, solicitou diligências tendo como alvo o ministro Paulo Medina (Superior Tribunal de Justiça). O procurador escreveu que haveria indícios de que um assessor do ministro teria operado como intermediário na venda de sentenças.

"Quanto ao foco principal da presente investigação -a venda de decisões judiciais por magistrados- a interceptação das comunicações telefônicas dos envolvidos revelou a atuação constante do assessor do ministro Paulo Medina, Fernando Rodrigues, que vem aparecendo como possível intermediador na venda das decisões."

Antonio Fernando solicitou ao Supremo Tribunal Federal a quebra do sigilo telefônico do assessor do ministro do STJ, entre outras pessoas."

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Mais do mesmo

Taxa de juros cai 0,25%

Apesar da inflação sob controle, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve o conservadorismo ao anunciar hoje a nova taxa básica de juros: reduziu de 12,75% para 12,5% ao ano.

BNDES sob nova direção

Da Folha Online:

"O economista Luciano Coutinho vai assumir o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no lugar de Demian Fiocca. O economista foi levado hoje à tarde ao Palácio do Planalto, para audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para sua nomeação oficial.

Sua indicação foi sugerida a Miguel Jorge pelo próprio presidente Lula e foi acatada pelo novo ministro.

Demian Fiocca deixará o BNDES e deve ser nomeado por Guido Mantega (Fazenda) para ocupar a Secretaria do Tesouro Nacional. Fiocca contava com o apoio de Mantega para permanecer no cargo, mas Miguel Jorge já havia acertado com Lula que faria mudança na presidência do banco."

Mudança no comando da Radiobrás

O jornalista Eugênio Bucci deixou hoje o comando da Radiobrás. Na próxima sexta-feira 21, assume o diretor de jornalismo, José Roberto Garcez.

O novo presidente da Radiobrás é filiado ao PT.

De acordo com a Folha Online, Bucci vai se desvincular do executivo, mas deve ajudar Franklin Martins, ministro da Secretaria de Comunicação Social, na montagem da TV pública que será criada pelo governo.

Eugênio Bucci defendia que a Radiobrás deveria ser uma empresa de comunicação independente, sem fazer propaganda estatal.

Será que o novo presidente vai seguir a mesma linha de independência? A conferir.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Finalmente: Sandy e Junior anunciam separação

Muita gente esperava por essa notícia há tempos: Sandy e Junior vão se separar.

O anúncio foi feito nesta terça-feira, numa entrevista coletiva em São Paulo.

O último disco da carreira da dupla vai ser o "Acústico MTV", que será gravado em maio.

A união da dupla durou 17 anos.

Eldorado dos Carajás: 11 anos de impunidade

Massacre de Eldorado dos Carajás completa hoje 11 anos

O dia 17 de abril de 1996 entrou para a história do país como uma das páginas mais violentas dos conflitos no campo.

Nesta data, 19 trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados pela Polícia Militar do Pará, administrado na época pelo tucano Almir Gabriel.

Os trabalhadores iam a Marabá (PA) para exigir a desapropriação da fazenda Macaxeira, em Eldorado do Carajás (PA). Eles bloquearam a rodovia PA-150. Almir Gabriel ordenou que a PM removesse o bloqueio. A opreção resultou na morte dos 19 camponeses.

Até agora, nenhum envolvido no massacre foi preso.

Os PM's eram comandados pelo major José Maria Pereira de Oliveira e pelo coronel Mário Collares Pantoja.

Em 2002, o coronel Pantoja e o major Oliveira foram condenados a 228 anos e 158 anos de prisão, respectivamente, mas esperam em liberdade o julgamento dos recursos. Os demais PMs foram absolvidos.

A repressão aumenta no campo

Relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revela que violência é menor onde há movimento organizado

"A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou nacionalmente na segunda-feira (16) o relatório de Conflitos no Campo no Brasil do ano de 2006. O documento, elaborado a partir do trabalho de cada regional, é um material de apoio às denúncias de violações de direitos humanos no campo. O primeiro levantamento da pastoral data do ano de 1985, e desde então a investigação tornou-se reconhecida pelo valor científico.

Apesar de em 2006 ter diminuído o número total de incidências de conflitos no campo, outros indicativos apontam a repressão sobre o trabalhador do campo. O número de assassinatos aumentou de 38 para 39 mortes. No mesmo sentido, também cresceram as tentativas de assassinato de trabalhadores, com um aumento de 176% em relação a 2005. Foram registradas 72 tentativas em 2006, contra 26 do ano anterior.

Organização

Este ano, o documento da CPT desperta a seguinte reflexão: nas regiões com maior mobilização dos movimentos sociais (caso da região Centro Sul), o índice de violência é menor, se comparado ao da região Norte, onde não houve o mesmo número de ações dos movimentos sociais. Na opinião dos assessores da CPT, ao contrário do que prega o senso comum, este dado revela que a ação dos movimentos sociais contribui para o diálogo. A violência, por outro lado, ocorre onde não há organização social.

O relatório aponta que a Amazônia, por exemplo, é responsável por 15,3 % entre as ações organizadas em todo o país, enquanto a região Centro-Sul chega a 44,5% do total. Pela lógica, se os conflitos fossem causados pela ocupação de terras, a região Centro-Sul seria a de maior incidência de conflitos. Porém, é responsável por apenas 25,2% do total do país. A Amazônia, porém, foi o foco de 45,6%.

No centro da violação de direitos humanos no campo está o modelo do agronegócio e da expansão da fronteira agrícola. Na análise do assessor da CPT-Paraná, Jelson Oliveira, “A violação de direitos trabalhistas, como o trabalho escravo, está conectada com a expansão do agronegócio, e esta provoca o desgaste do meio-ambiente”, afirma.

Para a CPT, a mudança começa com uma atualização dos índices de produtividade no campo, que datam da década de 70. Mas isto ainda é pouco. Pois é necessária a aplicação da reforma agrária. “Queremos o cumprimento da lei que possibilita a reforma agrária, não dá para fazê-la sem mexer na atual estrutura fundiária. Mesmo que uma terra seja muito produtiva, não pode ter 2 milhões de hectares”, comenta o representante episcopal da CPT, Dom Ladislau Berniaski.

Comunidades Tradicionais

Em 2006, do total de conflitos no campo, 20% envolveram as chamadas comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos, etc), os donos legítimos das terras, forçados a abandoná-las. “A pesquisa mostra que outros grupos sociais além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) são vítimas no campo”, comenta o assessor da CPT.

As comunidades remanescentes de quilombolas, em luta pelo reconhecimento das suas áreas, foram afetadas de modo particular. A investigação da CPT aponta para 39 ocorrências. Entre outros fatores, está o interesse nestes mesmos territórios por parte da indústria capitalista de extração. “Grandes empresas mineradoras, indústrias de papel e celulose, usinas de ferro-gusa, empreendimentos sucroalcooleiros e outros querem se apoderar destas áreas para suas atividades”, informa documento da CPT.

A grilagem de terras realizada pelo latifundiário nacional, uma classe que hoje atua em parceria com as corporações do agronegócio, afeta diretamente as comunidades originárias. No Norte do país, existem terras griladas do mesmo tamanho de reservas indígenas. “Por que a terra está tão em disputa no Brasil? Pela questão da biodiversidade e da água. As terras tradicionais são grandes reservas do recurso, protegidas por comunidades cujo modelo de agricultura não é o do agronegócio”, analisa Oliveira.

Neste sentido, a grilagem de terras e o latifúndio são o primeiro passo para a instalação de projetos nos moldes do agronegócio, com a intervenção do capitalismo internacional. “A produção de commodities (produtos agrícolas cotados no mercado global) para a exportação só é possível porque há este primeiro processo de grilagem”, afirma Rogério Nunes, da CPT-Paraná.

A CPT criticam também o recente Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo Lula como a diretriz de seu segundo mandato. “O PAC está inserido nesta lógica do produtivismo, do aumento de produção a qualquer preço, pois sabemos que 50% da energia produzida é reservada para a indústria pesada, cuja finalidade é a exportação. Exportamos para a Europa e pagamos os impactos ambientais”, comenta Nunes.

Exploração no mundo do trabalho

De acordo com o documento da CPT, foram 109 os casos registrados de superexploração dos trabalhadores do campo, abrangendo um número de 7028 pessoas. Os casos de trabalho escravo, por sua vez, totalizaram o número de 262 casos. Embora a maior quantidade de ocorrências registradas tenha sido feita no Norte do país, na realidade este contexto se estende para todas as regiões brasileiras, em maior ou menor grau.

Em cidades da região metropolitana de Curitiba, por exemplo, foram encontrados no ano passado 4 casos de trabalho escravo (dos 5 casos do Estado), envolvendo 64 trabalhadores no interior das áreas do agronegócio de produção de madeira, instalado em regiões pobres como o Vale do Ribeira.

Números
1657

Soma dos conflitos por terra, água, trabalhistas, etc no Brasil. Uma queda de 11,91 por cento em relação a 2005 (quando foi registrado 1881 conflitos)

151

Número de conflitos de terra no Pará, o Estado de maior incidência, seguido de São Paulo, com 134; Pernambuco, com 123; e Paraíba, com 101. O Paraná surge logo em seguida, com 76.

917

Número de trabalhadores rurais presos em todo o país, sendo que o número em 2005 havia sido de 261".

Fonte: Brasil de Fato

A foto do dia

Sam Dean/AP Alunos reunidos no Memorial da Guerra da Virgínia Tech, EUA, fazem vigília por mortos e feridos no massacre

Os tempos mudam

A propósito da Operação Furacão da PF, deflagrada na sexta-feira passada e que colocou na cadeia autoridades da Justiça, da própria PF e do carnaval do Rio, quando foi que vimos neste país tanta gente graúda ser presa?

Até agora, são 25 presos acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, quadrilha e lavagem de dinheiro.

A corrupção sempre esteve entranhada em todos os níveis da nossa sociedade. Mas pela primeira vez ela [a corrupção] está sendo mostrada ao vivo e em cores.

Aqueles que sempre estiveram protegidos pelo poder emanado dos cargos que exercem, agora mostram a verdadeira face.

Ladrões travestidos de autoridades.

Quando foi que vimos neste país tantos homens de colarinho branco algemados?

Novos tempos...

Tragédia no Campus: atirador era aluno da universidade na Virgínia

Com informações da Folha Online


O atirador que matou 32 pessoas no campus do Instituto Politécnico da Virgínia era um estudante de origem asiática que morava em uma das residências estudantis, informou o presidente da universidade, Charles Steger, nesta terça-feira.

"Nós sabemos que é um homem de origem asiática e que ele morava em um de nossos dormitórios", afirmou Steger em entrevista à rede de TV americana CNN.

A identidade do agressor, que se suicidou após efetuar dois ataques a tiros, não foi divulgada. Entre os 32 mortos estão os professores Liviu Librescu e Kevin Granata, de acordo com Ishwar K. Puri, chefe do Departamento de Engenharia da universidade.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Tragédia no Campus: número de mortos aumenta

O número de vítimas no pior ataque em uma universidade na história dos Estados Unidos, que ocorreu nesta segunda-feira (16) na Universidade Virgínia Tech (Instituto Politécnico da Virgínia), aumentou para 32.

A identidade do atirador ainda não foi revelada.

Operação Furacão: investigados continuarão presos

Ministro do STF mantém prisões da Operação Furacão

"Apesar da pressão dos advogados, o ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão dos 25 investigados pela Operação Furacão. Por enquanto, todos continuarão presos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Um dos investigados, que alega sérios problemas de saúde, passará por uma avaliação médica por determinação de Peluso e, se for o caso, será internado."

Uol Últimas Notícias

Gesane Marinho tem potencial eleitoral, diz deputado do Democratas

Alguém sabe o que é a FAO?

Eu também não sabia. Mas O Jornal de Hoje veio com essa novidade.

Trata-se da chamada Frente Ampla de Oposição (?!). Nome pomposo, né?

Pois bem, segundo o vespertino potiguar, o grupo oposicionista cogita lançar a deputada estadual Gesane Marino (PDT) à Prefeitura de Natal ano que vem.

Para quem não se lembra, Gesane se elegeu para o primeiro mandato na Assembléia Legislativa em 2002 com o curioso slogan "A filha do prefeito de Canguaretama". Ano passado, ela conseguiu a reeleição com um novo bordão: "A deputada da alimentação".

O deputado estadual Getúlio Rego (Democratas) declarou a'O Jornal de Hoje que Gesane "parte na frente [na disputa eleitoral do ano que vem] porque tem um trabalho social que lhe rendeu dividendos eleitorais no último pleito, inclusive para surpresa de muitos que não acreditavam na sua reeleição".

O "trabalho social" ao qual o deputado se refere é a distribuição de frutas feita pela deputada nos bolsões de miséria de Natal.

Depois esses "democratas" acusam o Bolsa Família de ser assistencialista...

Tragédia no Campus

Ataque a tiros mata ao menos 30 em universidade dos EUA

Da Folha Online:

"Um atirador matou ao menos 30 pessoas em dois diferentes locais da Universidade Técnica da Virgínia, em Blacksburg (Virgínia), nesta segunda-feira, no pior ataque a tiros contra um campus universitário da história dos Estados Unidos.

O agressor também morreu. Não ficou claro se ele foi morto por policiais ou se se suicidou após o ataque. O presidente George W. Bush disse estar horrorizado com o ocorrido, segundo a Casa Branca.

Os dois ataques, que ocorreram em lados opostos do campus de 1.050 hectares, tiveram início às 7h15 (8h15 de Brasília) em West Ambler Johnston Hall, residência estudantil que abriga ao menos 895 pessoas. Pouco depois, Norris Hall, edifício da engenharia, foi alvo de outro ataque a tiros.

A maioria dos mortos eram estudantes da universidade. Um deles foi morto em um dormitório e outros foram assassinados dentro de uma sala de aula, segundo o chefe de polícia do campus, W.R. Flinchum.

O nome do homem armado não foi divulgado, tampouco se ele era estudante da escola.

Antes desta segunda-feira, o pior ataque contra um campus da história dos EUA havia ocorrido em 1966 na Universidade do Texas, quando Charles Whitman subiu em uma torre de observação de 27 andares e abriu fogo. Ela matou 16 pessoas antes de ser baleado e morto.

Após os ataques a tiros, todas as entradas do campus foram fechadas, e as aulas foram suspensas. A universidade estabeleceu um local de encontro entre famílias e representantes estudantis. Uma reunião deve ocorrer nesta terça-feira na quadra de basquete da escola."

PF vai investigar Infraero

O presidente Lula mandou que o ministro da Justiça, Tarso Genro, bote a Polícia Federal para investigar a Infraero - a "bola da vez" da oposição na tentativa de desgastar o governo junto à opinião pública.

A Infraero administra os aeroportos do país e caiu no olho do furacão com essa história de apagão aéreo.

Segundo a Folha de S. Paulo, a decisão de colocar a PF na investigação foi tomada semana passada. O diretor da PF, Paulo Lacerda, já foi comunicado. Ainda de acordo com a Folha, Paulo Lacerda vai colocar o serviço de inteligência do órgão para analisar as operações da estatal.

Para onde vão os mendigos e as crianças?

Matéria de hoje da Folha de S. Paulo: "Mendigos terão de deixar Sé durante visita do papa".

No dia 11 de maio, o Sumo Pontífice da Igreja Católica participará de um encontro com bispos brasileiros na Catedral da Sé de São Paulo. A praça da Sé é, digamos, o habitat de mendigos e crianças de rua.

Mas os olhos de Bento 16 não contemplarão essa desagradável cena quando passar por lá. A praça e as imediações da Catedral estarão vazias.

"É questão de segurança", justificou à reportagem da Folha o delegado da PF Flávio Trivella, responsável pela integridade física do papa.

O papa irá embora e não verá que a "integridade" daqueles cidadãos é violada todos os dias.

Para onde levarão os mendigos e as crianças enquanto Bento 16 estiver por lá?

No Rio, morrem mais jovens do que na guerra

BBC Brasil

"O diário americano 'The Washington Post' publica em sua edição desta segunda-feira uma grande reportagem sobre a violência no Rio de Janeiro, na qual afirma que o número de mortes de jovens nas favelas da cidade "ultrapassa de longe o de muitas zonas de guerra".

"De 2002 a 2006, 729 menores israelenses e palestinos foram mortos como resultado da violência em Israel e nos territórios ocupados, segundo o B'Tselem, um grupo de direitos humanos israelense. Durante o mesmo período no Rio de Janeiro, 1.857 menores foram assassinados, segundo o Instituto de Segurança Pública, um centro de pesquisas do Estado", comenta o jornal.

A reportagem, que tem uma grande chamada na capa do jornal, com cinco fotos, traz ainda dez histórias de vida diferentes, sobre o efeito da violência sobre os moradores das favelas do Rio de Janeiro.

Uma das personagens, Maiza Madeira, conta como tenta localizar os três filhos para garantir sua segurança a cada vez que ouve barulhos que podem ser tiros na área onde mora.

"Eles moram em uma favela, que se transforma em um campo de batalha, disputada pelas gangues do narcotráfico que dominam o bairro, a polícia e, em alguns casos, milícias de vigilantes - e a segurança é dificilmente garantida", afirma a reportagem.

O jornal diz que no bairro onde ela mora, a Rocinha, "quase todos têm uma história de como a violência entrou em suas casas". "A maioria das histórias, como a de Madeira, tem crianças como seus personagens principais, como vítimas ou como autores", relata o texto.

Crimes de destaque

A reportagem comenta que "nos últimos três meses, vários crimes de destaque geraram um debate nacional sobre as crianças e a violência". "O Congresso brasileiro está considerando aplicar sentenças mais duras para crimes envolvendo crianças, e possivelmente reduzir a idade mínima para julgar os criminosos adolescentes", diz o jornal.

O 'Washington Post' conta a história de Marcos, de 17 anos, detido no centro de detenção de menores Instituto Padre Severino, onde 185 garotos dividem dez celas de concreto.

"Ele se descreveu como traficante de drogas, assaltante e assassino, e disse que foi enviado ao Padre Severino cinco vezes desde que entrou para o Comando Vermelho, a maior gangue do narcotráfico, aos 12 anos", relata o jornal.

A história de Marcos é contrastada com a de Joel Ferreira Silvestre, de 17 anos, que trabalha como cobrador de lotação ilegal e sonha em ser motorista de ônibus, como seu pai.

"Joel vem tentando ficar fora do conflito o máximo possível, mas é fácil se ver em meio ao tiro cruzado. Isso foi o que aconteceu, ele conta, com seu primo de 16 anos, que estava em um grande grupo de adolescentes em 2004 quando a polícia chegou para uma batida. Ele foi morto", conta a reportagem.

"Assim como Marcos, Joel não gosta da polícia. Mas ele nunca se sentiu tentado a entrar para uma gangue. Em vez disso, ele espera que o serviço militar o livre da linha de frente", diz o texto.

Segundo o jornal, Joel calcula que de cada 100 garotos de seu bairro, 30 são membros de gangues. "Isso é maior do que as estimativas dos acadêmicos e dos assistentes sociais, mas significa que Joel é muito mais representativo dos garotos da favela do que Marcos", avalia o 'Washington Post'."

domingo, 15 de abril de 2007

Vale à pena ver

MINISTRO DA SAÚDE VAI AO "RODA VIVA"

Exibido pela TV Cultura, o programa "Roda Viva" recebe amanhã, às 22h40, ao vivo, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Um dos prováveis temas a serem discutidos é o plebiscito sobre a legalização do aborto defendido pelo ministro no mês passado, poucos dias após sua posse.

Integração na América Latina

Brasil participará do Banco do Sul

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"O Brasil decidiu aderir à criação do chamado Banco do Sul, que ambiciona ser um órgão de fomento a projetos de integração na América Latina, principalmente na área de infra-estrutura.Depois de reunião de três horas na noite de sexta-feira com representantes de Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina, o Brasil se dispôs a participar do projeto. Ele expressava inicialmente uma ação conjunta -e com forte conteúdo político- apenas de venezuelanos e argentinos.

Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar um termo de compromisso de adesão ao projeto nesta semana, durante reunião na Venezuela para tratar de assuntos relacionados a energia.

Mantega afirmou que 12 meses seria um prazo razoável para formar o banco, desde que ele fosse dedicado somente a financiar projetos de infra-estrutura, sem ter um caráter de socorro multilateral, como faz o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Venezuela e Argentina haviam iniciado as conversações sobre o tema com forte viés político. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chegou a falar em constituir um contraponto com o FMI.

Para Mantega, se o banco vier de fato a ser criado, deve ser eminentemente técnico."

Operação Hurricane (Furacão)

Desembargadores podem voltar ao TRF após saída da prisão

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"Os dois desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região presos na Operação Hurricane (furacão, em inglês), José Eduardo Carreira Alvim e José Ricardo de Figueira Regueira, poderão sair da cadeia e voltar a julgar normalmente processos em suas turmas, se depender apenas do próprio órgão que compõem.

O TRF não possui nenhuma unidade de correição nem um conselho de ética, que, reunido, possa pedir o afastamento de um de seus integrantes, informou a assessoria de imprensa do tribunal. Até o fim da tarde de sexta-feira, não havia nenhum movimento do TRF para investigar os dois magistrados."

Os homens e seus podres poderes...

Essa oposição não aprende nada mesmo...

Apesar de reconhecer que estão "aniquilados", a oposição golpista tucano-democratas/pefelistas insiste na tentativa de derrubar o governo do presidente Lula.

Manchete da Folha Online de hoje: "PSDB quer criar duas CPIs além da do Apagão".

Como observa Paulo Henrique Amorim, a opisção não oferece um programa alternativo ao do governo Lula.

A oposição tem fixação por CPI.

Não levaram no voto, querem levar no tapetão.

Leio na mesma Folha Online que o primeiro alvo da CPI do apagão aéreo será o advogado Roberto Teixeira, sempre apresentado como "compadre de Lula".

A mídia, doida para embarcar no golpe, destaca os laços de amizade entre Lula e Roberto Teixeira como se isso fosse indício de crime, transmitindo ao inconsciente coletivo a mensagem subliminar da culpa antecipada.

Abril Vermelho

Trabalhadores urbanos e rurais se unem em protestos

Brasil de Fato


"O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e as organizações de sem-teto, nos últimos dias, aumentaram suas ações em todo o país contra as políticas fundiária e habitacional de prefeitos, governadores e, principalmente, do governo federal. Fazendas e prédios foram ocupados, ruas foram interditadas e marchas estão ocorrendo. Os camponeses se mobilizam por conta do “abril vermelho”, um período de reivindicações e celebração da luta daqueles que morreram em defesa da reforma agrária e da justiça social, em Eldorado dos Carajás.

Já a União Nacional por Moradia Popular (UNMP) diz que tradicionalmente realiza ações em abril e maio, e o fato de as ocupãções terem ocorrido no mesmo tempo é uma coincidência. A organização, no entanto, enfatiza que é solidária às reinvidicações dos movimentos que lutam pela reforma agrária, assim como também conta com o apoio dos sem-terra na luta pela moradia."

Em tempo

Na próxima terça-feira (17), se completam onze anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido ao sul do Pará, e que ganhou repercussão internacional e marcou a história do país. Na chacina,19 trabalhadores rurais, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foram assassinados. Sob ordens do então governador do estado, Almir Gabriel (PSDB), 155 policiais das cidades de Parauapebas, e Marabá, comandados pelo Major José Maria Pereira e pelo Coronel Collares Pantoja, cercaram as famílias sem-terra que manifestavam na rodovia PA-150.

Entre os 144 incriminados, os dois comandantes foram condenados, mas conseguem recorrer à condenação em liberdade. Ambos os processos estão paralisados nos tribunais superiores. Segundo Marco Aurélio Nascimento, promotor público do caso, os recursos levam à impunidade.

Em 2002, por meio de um decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso, o dia 17 de abril se tornou o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Ao lado do Massacre do Carandiru (1992) e da Chacina da Candelária (1993), o Massacre de eldorado dos Carajás é considerado como uma das ações policiais mais brutais da história recente do Brasil.

Comentário da leitora Andréa Lira

"Esta sexta-feira(13) ficou marcada, pelos que trabalham ativamente com o poder judiciário, como um dia de vergonha e abalo da verassidade (sic) dos atos juciais proferidos pelos Tribunais Regionais e até os Superiores.Quando nos deparamos com denúncias criminais substanciais a cerca de doutrinadores do porte e do prestígio de José Eduardo Carreira Alvim(que possui seus livros em todas as bibliotecas jurídicas que se presem no Brasil), bem como do Ministro do STF, Paulo Medina; percebemos a "humanização" dos Órgãos Judiciais, do qual proferem decisões a cerca da vida do cidadão brasileiro, com as mesmas vinculações de "interesses próprios" caracteristicos do ser humano!(E estamos a mercê desses "Órgãos-seres humanos"!!!!)Diante disso, o que podemos fazer para limitar a incidência desses casos?Reavaliar as formas de escolha dos Magistrados ou podar através da vinculação legal suas atuações judiciais?É uma questão a ser analisada e amadurecida, no exato momento histório em que o STF entendia pelo maior poder jurisdicional dos juizes e dos Órgãos Superiores!!!Em um dia a incógnita se abateu no judiciário!E caberá ao STF, que supostamente não está envolvido no caso, resolver a questão!!!Eta, briga boa!!!!Espero que os reais culpados detenham justas condenações, e não se escondam nas prerrogativas ou nos conchavos políticas!!!"