sábado, 10 de maio de 2008

Nassif desvenda "O Caso Farcs"

No novo capítulo da série de reportagens sobre a "Veja", Luis Nassif fala sobre "O Caso Farcs", quando a revista acusou o PT de receber doações da guerrilha colombiana para financiar candidaturas em 2002. A matéria, assim como aquela dos dólares cubanos, faz parte da galeria de matérias 'criativas' da Veja e da campanha ostensiva contra o PT e o governo Lula.

Nassif começa contando essa história assim:


Na edição de 16 de março de 2005, Veja cometeria mais um de seus malabarismos editoriais, com a matéria “Tentáculos das FARC no Brasil”.

Foi matéria de capa. A ilustração era uma metralhadora e o texto incriminador:

Espiões da ABIN gravaram representantes da narcoguerrilha colombiana anunciando doação de 5 milhões de dólares para candidatos petistas na campanha de 2002”.

Depois, outro texto:

“PT: militantes serão expulsos se pegaram dinheiro das Farc”.

Havia um excesso de textos na capa, ferindo princípios básicos de clareza editorial. A revista estava em plena campanha, na sucessão de capas sobre Lula. E pouco se lhe interessava saber da consistência ou não das matérias. Nas páginas internas, ficaria mais claro o estilo Veja de criar matérias através da manipulação de ênfases.

Jogam-se acusações enfáticas. Depois, algumas ressalvas para servir de blindagem contra ações judiciais, seguidas de novas acusações taxativas.

O que se tinha, objetivamente, era um informe da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), na qual um agente infiltrado relatava um encontro em uma chácara, com um padre supostamente ligado às FARCs. O padre era conhecido como um mitômano, há muito tempo afastado do contato com as FARCs.

No encontro, teria mencionado o suposto financiamento à campanha do PT. Não havia nenhuma indicação a mais sobre isso. Na ABIN, não se levou a sério o informe.

Para sustentar a matéria, Veja assegurava que o informe tinha recebido tratamento relevante da ABIN e que havia documentos comprovando as doações. Não aceitou a palavra oficial da ABIN, de que nunca levou a sério o informe.

Esses documentos, comprovando as supostas doações, nunca apareceram, o caso morreu de morte morrida. E o fecho se deu este ano, com a curiosa explicação do diretor de redação Eurípedes Alcântara para o papel de Veja no episódio.

Mas, antes disso, acompanhe o desenrolar dessas matérias.

O ping pong das acusações

Nas páginas internas, a chamada era forte.

"Documentos secretos guardados nos arquivos da Abin informam que a narcoguerrilha colombiana Farc deu 5 milhões de dólares a candidatos petistas em 2002

A matéria começava com afirmações taxativas:

"Nos arquivos da Agência Brasileira de Inteligência em Brasília há um conjunto de documentos cujo conteúdo é explosivo. Os papéis, guardados no centro de documentação da Abin, mostram ligações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com militantes petistas. (...) Em apenas uma folha e dividido em três parágrafos, esse documento informa que, no dia 13 de abril de 2002, um grupo de esquerdistas solidários com as Farc promoveu uma reunião político-festiva numa chácara nos arredores de Brasília. Na reunião (...) o padre Olivério Medina, que atua como uma espécie de embaixador das Farc no Brasil, fez um anúncio pecuniário. Disse aos presentes que sua organização guerrilheira estava fazendo uma doação de 5 milhões de dólares para a campanha eleitoral de candidatos petistas de sua predileção. A notícia foi recebida com aplausos pela platéia. Faltavam então menos de seis meses para a eleição. Um agente da Abin, infiltrado na reunião, ouviu tudo, fez um informe a seus chefes, e assim chegou à Abin a primeira notícia de que as relações entre militantes esquerdistas, alguns deles petistas, e as Farc podem ter ultrapassado a mera simpatia ideológica e chegado ao pantanoso terreno financeiro”.

O "anúncio pecuniário" - segundo a expressão da revista - era mencionado em três documentos da ABIN.

"Num deles, está descrita a forma de pagamento: o dinheiro sairia de Trinidad e Tobago, um pequeno país do Caribe, e chegaria às mãos de cerca de 300 pequenos empresários brasileiros simpáticos ao PT, que, por sua vez, fariam contribuições aos comitês regionais do partido como se os recursos lhes pertencessem".

Assim como na matéria sobre os “dólares de Cuba”, a operação era inverossímil. Como se poderia manter sob sigilo uma operação que envolveria 300 pequenos empresários brasileiros? Fugia ao bom senso. Mas a revista não se deixava intimidar e mandava o bom senso às favas:

Em outro documento, aparece a informação de que o acerto financeiro fora celebrado entre membros do PT e das Farc durante uma reunião realizada numa fazenda no Pantanal Mato-Grossense – e que os encontros de cúpula seriam articulados com a ajuda de Maria das Graças da Silva, uma funcionária da Câmara dos Deputados em Brasília que já militou no PC do B e seria amiga muito próxima do "comandante Maurício", apontado como a maior autoridade das Farc no Brasil.

Para se prevenir contra eventuais ações judiciais, incluíam-se as ressalvas, formando o estilo pterodáctilo já descrito em outro capítulos:

A apuração comprovou a reunião, o local, a data e os personagens. Só não encontrou indícios suficientemente sólidos de que os 5 milhões de dólares tenham realmente saído das Farc e chegado aos cofres do PT. A doação financeira é dada como realizada pelos documentos da Abin, mas a investigação de VEJA não avançou um milímetro nesse particular. Pode ter sido apenas uma bravata do padre Olivério Medina, codinome de Francisco Antônio Cadenas Colazzos, para alegrar seus convivas esquerdistas? Pode. Além da convocação manifestada nos documentos da Abin, a revista não encontrou elementos consistentes para que se faça uma afirmação sobre esse aspecto.

O expediente era o mesmo adotado na capa sobre o falso dossiê das contas de autoridades brasileiras no exterior. Depois da ressalva salvadora, voltavam as acusações, em um ping pong devastador de princípios jornalísticos e de lógica.

Para ler mais, basta clicar aqui.

O jornalismo potiguar segue testando hipóteses

A máxima do diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, para quem fazer jornalismo é testar hipóteses, pegou pra valer entre os jornais potiguares. É verdade que uns são mais afoiotos que os outros na arte de ensair 'notícias' em laboratório antes de torná-las públicas. Mas a prática de testar hipóteses pra ver qual delas pega é praticamente um denominador comum na imprensa nativa. O boato da vez dá conta da saída da governadora Wilma de Faria do PSB para o PT, em 2010, para ser candidata à senadora. O prefeito Carlos Eduardo (PSB) também estaria de malas prontas para desembarcar no PT ou no PMDB.

O pior é que o boato não tem nada de novidade. É coisa velha, requentada. Foi trazido à tona novamente por aliados do deputado federal Rogério Marinho (PSB), que não se conforma de ter sido preterido pela governadora e pelo prefeito, que escolheram apoiar a candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT) à prefeita de Natal.

O secretário de Comunicação do Governo do Estado, jornalista Rubens Lemos Filho, disse que o boato se devia à "obsessão, ingratidão, deslealdade e sede de poder" de integrantes do PSB, que esquecem que o partido só passou a existir de verdade com a filiação de Wilma de Faria.

Em entrevista a'O Jornal de Hoje, o secretário não economizou críticas aos insurgentes pessebistas e deu uma estocada indireta no senador José Agripino Maia (DEM), que esta semana teve que ouvir um carão da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quando levantou o assunto ditadura militar na Comissão de Infra-Estrutura do Senado.

Alguns trechos da entrevista de Rubens Lemos Filho:

"O PSB no Rio Grande do Norte passou a existir, de verdade, com a filiação da governadora Wilma, que orgulharia a qualquer partido se nele se filiasse. Mas ela jamais abandonou o PSB, partido pelo qual enfrentou situações desiguais como a candidatura ao Governo do Estado em 1994 apenas para manter acesa a chama socialista. Desta chama, surgiram vitórias e os aproveitadores dessas vitórias".

"A governadora não merece o que está sendo feito com ela. A provocação é tamanha que até integrantes do governo, que deveriam entregar os cargos por discordarem dela, continuam a afrontando. Alguns, vão à casa dela e fazem o sujo papel de leva-e-traz. Em 2000, Wilma e Garibaldi estiveram juntos e os beneficiados de então, jamais reclamaram."

"Aqui [no RN], há ambição e obsessão. Mas Wilma é forte o suficiente para superar mais este obstáculo. A candidatura Fátima reúne as forças que estão com Lula, as forças que abominam a tortura, o dedurismo e o Estado de exceção. Pena que alguns estejam caindo nesta arapuca."

É isso aí, secretário.

É HOJE

A estréia: ABC x Vila Nova

Eu me orgulo ser da terra potiguar

Quando vou para o gramado

Ver o ABC jogar...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Eleições em São Paulo

Erundina aceita ser vice de Marta

O céu começa a ficar mais limpo para a ex-prefeita e ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo. Marta namorava o PMDB de Orestes Quércia, mas ele se casou com o DEM do prefeito Gilberto Kassab. O PR também ficou com o demista. Marta perigava ficar sozinha. Mas, segundo a Folha de São Paulo, a ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina (PSB) disse que aceita ser vice na chapa de Marta. O convite teria sido feito pela própria ministra. "Recebi o convite e comuniquei à direção do partido, a quem cabe decidir", declarou Erundina ao jornal. Agora é só esperar o anúncio oficial.

"Os Melhores do Mundo" tiram sarro com o DEM

No "Programa do Jô" de ontem (quinta-feira, 8), o grupo "Os Melhores do Mundo" apresentaram trechos do novo espetáculo humorístico "Hermanoteu na Terra de Godah".

No início da entrevista, Jô perguntou em que eles se inspiraram para escolher o nome do grupo. Um dos integrantes respondeu:

- É uma ironia. Nós não somos os melhores do mundo. É igual ao PFL, que mudou de nome para DEMOCRATAS. Tem o nome verdadeiro e o nome fantasia.

A platéia quase foi abaixo de tanto rir. E eu também.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Ouvi dizer que são milagres noites com sol


O palco.

Há algo de podre no reino da Taba

Eu estava lendo as mais recentes decarações do deputado Robinson Faria (PMN), "O Indeciso", sobre o imbróglio das eleições em Natal. Escrevi em outro post que achava muito estranho o presidente da Assembléia Legislativa demorar tanto a anunciar a quem ele dará seu apoio - Micarla ou Fátima. Robinson mais de uma vez disse que simpatiza mais com a candidatura de Micarla e chegou a declarar que não apoiaria Fátima. Mas agora, parece estar cedendo ao canto da sereia e não descarta mais a possibilidade de votar na petista para prefeita de Natal. Em entrevista ao portal Nominuto.com, Robinson disse que sua decisão "estará em total sintonia com a governadora Wilma de Faria". Ok. Para bom entendedor, me pala bas...

Atendi teu pedido e vim...


Roberta Sá, noite de quarta-feira (7), no Teatro Alberto Maranhão.










Dilma silencia Agripino

"Estávamos em momentos diversos das nossas vidas em 1970, senador. Eu combati a ditadura e disso tenho imenso orgulho".

Foi com esse desabafo que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, silenciou o líder dos 'demos', senador José Agripino Maia, durante depoimento ontem (quarta-feira, 7), na Comissão de Infra-Estrutura do Senado.

Não tive tempo de comentar o episódio ontem, mas não poderia deixar passar em branco. José Agripino, tentando constranger a ministra, trouxe à tona uma entrevista na qual Dilma Rousseff dizia ter "mentido muito" quando foi presa pela ditadura militar. O demista insinuou que a ministra também mentia aos senadores e disse que tinha medo da volta do "estado de exceção".

Em sua resposta, a ministra disse que "qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia brasileira".

Em seguida, Dilma Roussef falou que mentiu para salvar a vida de companheiros e estocou José Agripino ao lembrar que ela e ele militaram em lados opostos na época do regime militar:

"Eu tinha 19 anos, eu fiquei três anos na cadeia e eu fui barbaramente torturada, senador. (...) Eu me orgulho de ter mentido para salvar companheiros da tortura e da morte. Na democracia se fala a verdade. Diante da tortura, quem tem coragem, dignidade, fala mentira. (...) Não tenho nenhum compromisso com a ditadura. Eu estava num campo e eles estavam noutro. O que estava em questão era a minha vida e a de meus companheiros. Esse país que construiu a democracia, que permite que hoje eu esteja aqui, não tem a menor similaridade com a ditadura militar. Nós estamos em igualdade de condições humanas e materiais. Nós não estamos num diálogo entre o meu pescoço e a forca, senador. (...) De fato, nós estávamos em momentos diversos das nossas vidas em 1970, senador. Eu combati a ditadura e disso tenho imenso orgulho."

A parte final da resposta foi arrasadora. Enquanto Dilma era presa e torturada por lutar contra a ditadura e pela liberdade, Agripino servia ao regime dos generais. Agripino, que insinuou que a ministra mentia aos senadores, mentiu ao dizer que lutou contra o regime na mesma época em que Dilma foi presa:

"Na mesma época era governador eleito pelo voto direto pelo meu estado e rompi com o PDS para apoiar a candidatura Tancredo-Sarney", disse o demista.

Até mesmo os colunistas do PIG denunciaram a mentira de Agripino. Miriam Leitão escreveu em seu blog:

"Ora, mais respeito aos fatos, senador. Primeiro, entre o tempo em que a ministra foi presa e torturada e o dia que ele rompeu com o PDS passaram-se mais de dez anos. Ela foi presa no pior do regime, ele rompeu com o partido do governo quando o barco da ditadura estava afundando."

Agripino virou motivo de piada geral. No "Programa do Jô", o apresentador, além de condenar a atitude do senador, debochou do português incorreto de Agripino e o chamou de senador José Agripino "Culatra".

A seguir, vocês podem conferir o vídeo com a resposta da ministra e o silêncio de Agripino.

terça-feira, 6 de maio de 2008

A demora de Robinson Faria

O deputado estadual Robinson Faria (PMN), presidente da Assembléia Legislativa do RN, está demorando muito para anunciar qual candidata ele vai apoiar para à prefeita de Natal - Micarla de Sousa (PV) ou Fátima Bezerra (PT). Robinson já deu várias declarações dizendo que prefere Micarla. Reclamou que não foi ouvido pela governadora Wilma de Faria (PSB) sobre a sucessão em Natal. Prometeu que quando chegasse da viagem que fez à Europa anunciaria sua decisão. Na volta, reuniu seus liderados do PMN, PP e PTB. Mas a reunião terminou e a decisão não veio. Robinson agora fala que anunciará a decisão quando voltar de Brasília. Estranha, muita estranha esse demora de Robinson Faria. Enquanto isso, Paulinho Freire diz que o PP continua "indefinido" e Luiz Almir não descarta o apoio do PSDB à Fátima.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Quem vence essa batalha?


O filme "300" narra a histórica batalha entre os 300 espartanos, liderados pelo rei Leônidas, contra o exército imperialista persa do rei Xerxes. Inspiração para a campanha em Natal.

Acabaram as utopias?

Por GILBERTO DUPAS, na Folha de São Paulo, hoje:

O MUNDO parece abandonar definitivamente as utopias e atirar-se de joelhos diante do mercado. A China virou uma das sócias maiores do capitalismo global; a Itália entrega-se mais uma vez ao megaempresário Berlusconi; e Cuba abre brechas à propriedade privada e à sociedade de consumo. O capitalismo transformou-se em regime único.

O mercado implacável define ganhadores e perdedores, o Estado de bem-estar social definha e parecemos nos satisfazer com iPods, telefones celulares, telas de plasma e carros de US$ 3.000.

Isso significa que qualquer proposta de transformação do mundo capitalista passou a ser uma ilusão irrealizável? Não é mais possível projetar para o futuro fundamentos de uma nova ordem? Os versos de Eduardo Galeano esclarecem: "Para que serve a Utopia?/ Ela está diante do horizonte./ Me aproximo dois passos/ e ela se afasta dois passos./ Caminho dez passos/ e o horizonte corre/ dez passos mais à frente./ Por muito que eu caminhe/ nunca a alcançarei. Para que serve a Utopia?/ Serve para isso: para caminhar".

Francisco Fernández Buey nos recorda que Thomas More escreveu "Utopia", sua ilha imaginária, inspirado nas notícias sobre o novo mundo vindas pelas cartas de Américo Vespúcio no início do século 16. More era um realista e falava em caminho oblíquo: o que não pode tornar-se bom, que se torne o menos mal possível. Embora vários utópicos contestassem a propriedade privada como raiz de todos os males, More era cuidadoso; não achava viável que todas as coisas fossem comuns.

Curioso ter sido o México, mais uma vez o novo mundo, o destino da primeira experiência utópica renascentista que Vasco de Quiroga, juiz e bispo de Nova Espanha, propôs levar à prática. Em 1530, com o apoio do imperador Carlos 1º, proibiu a escravidão dos índios. Fundou um colégio conservando as línguas autóctones e fazendo uma insólita experiência sociocultural. Durou pouco.

No final daquele século, Campanella imaginou que poderia operar uma transformação completa da sociedade e inventou uma república universal na sua Calábria. Foi submetido à Inquisição por suas práticas utópicas. Na prisão, idealizou "A Cidade do Sol", governada por um magistrado supremo e por três adjuntos, representando sabedoria, poder e amor. Nela, o direito era uma virtude coletiva, e a política, um ramo da ética.

Já Robert Burton propôs sua Atlântis, mas achava ser impossível sacerdotes imitadores de Cristo, advogados caridosos, médicos modestos, filósofos que conheciam a si mesmos, nobres honestos, mercadores que não mentissem e magistrados que nunca se corrompessem. Queria tentar o possível, com penas severas aos infratores: mãos cortadas a sacrílegos, morte a adúlteros e trabalho escravo para ladrões. Era realista como Maquiavel, para quem é máxima do demagogo que homens bons produzem boas leis. Para o legislador, as boas ordens é que fazem homens bons.

O pensamento utópico supõe sociedade de abundância: passar do reino das necessidades para o da liberdade; substituir a desordem -o mercado- por organização consciente e planejada da produção social; deixar florescer as capacidades humanas, fazendo triunfar a ajuda mútua e a solidariedade sobre o egoísmo da sociedade mercantil. Em suma, socialismo com democracia participativa. Esse modelo naufragou com o socialismo real.

Mas teria sido a Revolução Russa uma utopia? A experiência bolchevista virou uma tentativa fracassada de realização de um ideal em condições históricas dadas. Já do final do século 20 para nossos dias, o pessimismo se acentuou com a direção selvagem do progresso e o descobrimento do lado perverso das novas tecnologias. Buey resgata em Ernst Bloch a utopia como princípio regulador do real, parte substancial do pensar humano.

A razão não pode florescer sem esperança, nem a esperança pode falar sem a razão. Já para Bernard Shaw, há quem observe a realidade tal qual ela é e se pergunte por quê? E há quem a observe como ela jamais foi e se pergunte por que não? Mas pode uma boa utopia, que não seja mera ilusão, enunciar mais do que máximas morais ou tendências essenciais?

Um outro mundo talvez seja possível. E é o exercício da utopia, negando o narcisismo, que nos obriga a olhar em direção a uma sociedade menos injusta. Assim como a esperança, a utopia não morrerá nunca. Mas seu destino parece sempre fazer morada em outro lugar. Por isso utopia quer dizer nenhum lugar.

Vamos, Flamengo!



E ninguém cala esse chororô
Chora o presidente
Chora o time inteiro
Chora o torcedor...

Hackers usam escândalo com Ronaldo para propagar vírus na internet

Hackers estão aproveitando o escândalo com o atacante do Milan, Ronaldo, que se envolveu numa confusão com travestis na semana passada, para disseminar um vírus pela internet. O vírus vem na forma de e-mail do portal G1 com o título "Confusão tira primeiro contrato de Ronaldo". Na mensagem há um link para assistir ao vídeo de Ronaldo no motel com os travestis, que uma vez acessado, instala o vírus no computador do usuário.

Mas diga aí, esses caras são ou não uns ninjas?! Vídeo de Ronaldo no motel com os travestis... hehehe... Como será que eles conseguiram?! hahaha...

P.S.: Ronaldo, em entrevista ao Fantástico ontem à noite, declarou: "Eu sou completamente heterossexual, disso não tenho dúvida".

Ah, tá.

domingo, 4 de maio de 2008

Agripino: inimigo número um

A união do PT, PSB e PMDB em torno da candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT) à prefeita de Natal não terá como lema "Todos contra Micarla", mas "Todos contra Agripino". O senador e líder dos "demos" é o inimigo número um a ser derrotado.

Deixados para trás

Leio nos jornais e blogs políticos da cidade que Robinson Faria e João Maia reclamaram porque não não foram ouvidos pela governadora sobre a eleição em Natal. Mas o que danado eles queriam? A base de Robinson é o agreste e a de João Maia é o auto-oeste. A influência deles na eleição da capital é quase nula.

Leitura das manchetes

Todos os jornais da cidade destacaram o lançamento da candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT) à prefeita de Natal, que ocorreu ontem, no Hotel Parque da Costeira. A governadora Wilma de Faria (PSB), o presidente do Senado Garibaldi Filho (PMDB) e o prefeito Carlos Eduardo (PSB) anunciaram o apoio à petista, selando a união do PT, PSB e PMDB, partidos que integram a base do governo Lula, em Natal.

A Tribuna do Norte destaca os líderes políticos que estarão no palanque de Fátima: "Palanque do PT terá Carlos, Garibaldi, Henrique e Wilma". A mensagem, apesar de não ser explícita, é inequívoca - a união de todos em torno de Fátima. A curiosidade é o nome da governadora ser citado por último, após o trio dos Alves.

O Diário de Natal excluiu o prefeito na manchete: "Wilma, Garibaldi e Henrique oficializam aliança: é Fátima". Não acrescentou nada.

O Jornal de Hoje fugiu à regra e deu uma manchete negativa. Em vez de se referir ao fato propriamente dito (o lançamento da candidatura), deu destaque a uma frase do senador Garibaldi Filho sobre o deputado estadual Fernando Mineiro (PT): "Garibaldi: Não dá para votar em Mineiro. Ele é o último para mim". Mas essas coisas fazem parte do 'folclore', digamos assim, do JH.