quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Verdades Capitais

Para o julgamento dos leitores, pergunto: é invenção de CartaCapital que 70% das ambulâncias da Planam foram liberadas durante o governo FHC, quando os ministros da Saúde foram primeiro José Serra, depois Barjas Negri? É invenção de CartaCapital que o JN não destacou um único, escasso repórter para investigar as relações entre Abel Pereira e Barjas Negri? E é invenção de CartaCapital que o JN produziu uma reportagem sobre Abel Pereira, chegou a ser editada, mas nunca foi ao ar? E é invenção de CartaCapital que várias rádios e o Jornal da Band noticiaram o acidente com o avião da GOL antes do JN, pronto a adiar a informação para potencializar, digamos assim, a exibição do dinheiro sabiamente empilhado pelo delegado Bruno? E é invenção de CartaCapital que este lance global foi decisivo para o resultado eleitoral do primeiro turno?

(Transcrito do blog de Mino Carta)

Ameaça de Golpe Branco

De Janio de Freitas na Folha de S.Paulo, hoje:
"A simultaniedade de eleição presidencial e caso dossiê trouxe de volta uma idéia que muitos diziam para sempre extinta na vida política brasileira. Não importa que esteja restrita a uma parte das eminências do PSDB, como a um pequeno grupo pefelista, e aparentemente a um ou outro meio de comunicação. Nem faz diferença que se apresente como um recurso de ordem judicial, amparado em preceitos legais. Nas circunstâncias em que se apresenta, a pretensão de impeachment de Lula, mesmo no decorrer do previsto segundo mandato, disfarça mal a idéia de um golpe branco.

É possível argumentar que as ações judiciais já entradas contra Lula nasceram das ocorrências do dossiê, e não do propósito de afastá-lo da Presidência. Os contra-argumentos não são escassos. A começar de que a idéia de impeachment emergiu, inclusive publicamente, antes de haver qualquer indício de comprometimento direto de Lula ou mesmo indireto, do seu gabinete, na história ainda inconvincente do dossiê.

O que Tasso Jereissati, Jorge Bornhausen, Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin apresentam como comprometimento são adulterações de certos fatos ou ficções de sua autoria. Como dizer, por exemplo, que se "o chefe-de-gabinete da Presidência telefonou a Jorge Lorenzetti para saber de informações, Lula sabia de tudo" (Tasso Jereissati, mas não só ele). Se ligou para saber do que se tratava, até prova em contrário, é porque nenhum dos dois sabia."
Transcrito do Blog do Noblat

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Bolsa Família

Ministro quer Bolsa Família maior em 2º governo Lula

Responsável por parte importante da votação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno, o programa Bolsa Família deve receber mais recursos num segundo governo Lula, para aumentar os valores pagos, embora não haja previsão no Orçamento de 2007.
O programa transfere a 11,1 milhões de famílias uma renda média mensal de 65 reais, valor que o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, quer reajustar. O Bolsa Família atendia 3,6 milhões de famílias em 2003, com orçamento de 3,6 bilhões de reais, e custará, em 2006, 8,2 bilhões de reais.

"Além de matar a fome, o programa ajuda a dinamizar a economia interna, forma consumidores, o que deve ser mantido preservando-se o poder de compra dos atendidos", disse Patrus à Reuters.

Este ano, houve um reajuste na base de entrada do programa, que atendia famílias com renda per capita menor que 50 reais/mês e até 100 reais. A base passou para 60 a 120 reais/mês.
Um reajuste de benefícios nessa proporção custaria cerca de 1,5 bilhão de reais, concorrendo com gastos em infra-estrutura.

Lula ainda não decidiu como fazer o reajuste --previsto no programa do PT-- nem tocou no assunto numa campanha em que adversários o acusam de criar gastos sem sustentação fiscal.
"O desafio é manter e ampliar o Bolsa Família dentro do equilíbrio fiscal, sem indexá-lo à inflação", disse Patrus, lembrando que até o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, está prometendo "manter e melhorar" o maior programa social de Lula.

"Alckmin não tem credibilidade para fazer essa promessa, porque a prática do PSDB, no governo Fernando Henrique, foi terceirizar as políticas sociais, da mesma forma como privatizou as empresas públicas", criticou Patrus.

"CORONELISMO"

O Bolsa Família concentra 49,2 por cento de atendimentos no Nordeste, a região mais pobre do país, onde Lula obteve 66,8 por cento dos votos no primeiro turno. Em 345 municípios nordestinos, o programa representa 45 por cento de toda renda disponível, segundo a economista Rosa Maria Marques (PUC-SP).

Lula perdeu para Alckmin, em 1o de outubro, em oito dos dez Estados com mais alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH, medido pela Organização das Nações Unidas) e venceu o tucano em nove dos dez Estados com menor IDH.

O líder da minoria na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (PFL-BA), acusou o governo de criar, com o cartão eletrônico do Bolsa Família, um "coronelismo digital" para ganhar votos dos pobres.

"Ao contrário: a miséria sempre foi um fator de corrupção eleitoral no Brasil e nós acabamos com isso", rebateu Patrus em seu apartamento de classe média em Belo Horizonte. "Acabou o tempo em que tomavam voto do pobre em troca de prato de comida."

O Bolsa Família foi alvo de denúncias de cadastramento ilegal e de pagamento de benefícios sem cumprimento de contrapartidas (frequência escolar e comparecimento a postos de saúde).

Patrus argumenta que os critérios de acesso são públicos, que há fiscalização do Ministério Público dos Estados e que 5.562 prefeituras de todos os partidos cadastram os atendidos.

"Ninguém vota no Lula ou em outro por medo de sair do programa nem com promessa de entrar; essa é a grande conquista", afirmou. "Aliás, Alckmin está mal informado quando promete transformar o Bolsa Família em lei. Nós já aprovamos no Congresso a Lei Orgânica de Segurança Alimentar."

"TERCEIRIZAÇÃO"

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem dito que o Bolsa Família não passa de ampliação do Bolsa Escola e outros programas, que em 2003 consumiam 2,7 bilhões de reais.

"O Comunidade Solidária (programa de FHC) fracassou porque era um regresso ao século 19, à filantropia", afirmou Patrus. "Eles transferiram a questão dos pobres para a sociedade resolver e nós achamos que protegê-los é dever do Estado, ainda que em forte parceria com a sociedade."

Segundo Patrus, o programa investirá mais em portas de saída: agricultura, geração de renda e, nas metrópoles, projeto de formação profissional com 400 milhões de dólares do BID.

Ele nega que o programa seja meramente assistencialista.

"Esse preconceito reflete um pensamento perverso de parte das elites: a idéia de que os pobres são incapazes e não querem melhorar de vida", afirmou o ministro. "O que no fundo elas temem é que, a partir do patamar alcançado com o Bolsa Família, os pobres vão querer mais. E eles vão querer."

Ex-prefeito de Belo Horizonte (1993-97) e deputado mais votado de Minas Gerais (520 mil votos em 2002), Patrus Ananias, 54 anos, é um advogado trabalhista ligado fortemente à Igreja Católica.

Lula nomeou Patrus em 2004, para garantir o compromisso de que todos no país fariam três refeições ao dia. Naquela altura, as metas de combate à fome patinavam entre três estruturas concorrentes, que o ministro unificou.

"Com 11 milhões de famílias, alcançamos o universo de pobres indicado pelo IBGE em 2004, exceto alguns em locais de mais difícil acesso", calculou Patrus.

Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, a pobreza no Brasil caiu a seu menor patamar em 2005. Há 5,3 por cento de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia. Eram 35 por cento em 1992.

Em 2005, Lula recebeu um prêmio da FAO, agência de agricultura e alimentação da Organização das Nações Unidas, por suas políticas contra fome e pobreza. O Banco Mundial escolheu o Bolsa Família como modelo para outros países da América Latina, Ásia e África.
Último Segundo (IG)

O Baú de Vedoin

De Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada, hoje:

"NO BAÚ DE VEDOIN, 70% SÃO DE SERRA E NEGRI

O empresário Abel Pereira informou à Polícia Federal em Cuiabá que os Vedoin lhe ofereceram um dossiê contra Aloízio Mercadante.

No baú dos Vedoin deve ter muita coisa.

A foto do ET de Varginha.

A Carta Brandi, que a direita usou contra Vargas.

As cartas contra Arthur Bernardes.

O endereço de Anastásia, depois que deixou a Rússia.

O Plano Cohen, que Vargas usou contra os comunistas.

A fórmula secreta do sul-coreano Woo-Suk Hwang para clonar embriões humanos.


A carta da MSI ao presidente do Corinthians, Alberto Dualib.

Os print-outs com a contabilidade da Enron, que a Arthur Anderson jogou na fogueira.

É tudo uma questão de preço.

Agora, se tem uma coisa no baú dos Vedoin, isso, com certeza, é a contabilidade de 70% das ambulâncias que venderam ao Ministério da Saúde, no Governo FHC, nas gestões de José Serra e Barjas Negri.

Mesmo que Abel Pereira não se tenha interessado em comprar.


PS: O nosso colaborador Zé Scafi lembrou que no baú do Vedoin também tem:

1) A taça Jules Rimet (verdadeira);

2) A planta da casa do Bin Laden;

3) A fórmula oficial da Coca-cola.


Mas que o Serra e o Negri estão lá, estão."