Teólogos e cientistas, ao longo dos séculos, travaram e continuam travando uma batalha de argumentos a favor e contra a existência de Deus.
Eles nunca imaginaram, porém, que um artigo típico da culinária nordestina, a carne de sol, fosse a prova definitiva de que o divino existe mesmo.
É o que revela Letícia Cavalcanti na "Terra Magazine".
Ficou curioso? Leia aqui.
sábado, 5 de abril de 2008
Último post sobre o dossiê
Não sei vocês, mas eu não tenho mais paciência pra esse caso do dossiê. Este é o último post que escrevo pra falar nesse assunto.
A matéria da Folha de São Paulo de ontem jogou mais lenha na fogueira e levou a ministra Dilma Roussef a convocar uma entrevista coletiva em Brasília.
A manchete da capa era "Arquivo da Casa Civil detalha dossiê". Na página interna, a chamada mais forte: "Arquivo detalha dossiê da Casa Civil contra FHC".
Percebeu a malícia? A manchete da Folha é uma sentença afirmativa e, com ela, o jornal está dizendo com todas as letras, primeiro, que o dossiê existe e, segundo, que foi feito para prejudicar o ex-presidente FHC. Portanto, implicitamente, a Folha está concordando com a teoria da "chantagem" da revista "Veja".
Na matéria, a Folha publicou o que seria uma cópia de arquivo extraído diretamente da rede de computadores da Casa Civil. O fac-símile, segundo o jornal, provaria que o dossiê "contra FHC" e sua mulher, Ruth Cardoso, saiu pronto do Palácio do Planalto.
Na entrevista coletiva que deu após a publicação da matéria, a ministra Dilma Roussef reafirmou que o governo não fez dossiê, mas um banco de dados e acrescentou que os arquivos publicados pela Folha tinham sido alterados, pois continham uma coluna de "observações" que não existia no banco de dados da Casa Civil.
"Não fizemos dossiês. Fizemos um banco de dados. Tem uma coluna que não existe no nosso banco de dados, os nossos dados não têm essa ordem. Houve um crime na Casa Civil, a não ser que esse fac-símile tenha sido manipulado", afirmou ela.
A ministra NÃO DISSE, como bem colocou Luis Nassif, que a cópia que a Folha havia lhe entregue na véspera da matéria sair e o fac-símile publicado no dia seguinte não era o mesmo o mesmo documento.
A ministra DISSE que o que foi publicado não correspondia ao banco de dados da Casa Civil e deu como exemplo a coluna "observações". Houve manipulação do arquivo. A Folha não disse nada sobre isso.
Mas eu considero que a ministra resumiu tudo quando afirmou categoricamente que não é crime fazer banco de dados (ou dossiê, como queiram), mas vazar esses dados é que é crime. Para mim, esse é o ponto essencial. Desde o início desse quiprocó eu disse que não interessava se era um dossiê ou banco de dados. O governo tem todo o direito de reunir essas informações. Mas divulgar as informações que são consideradas sigilosas é que se configura crime.
Portanto, a questão é descobrir quem fez o vazamento das informações. Já sabemos que a fonte da "Veja" foi o senador tucano do Paraná Álvaro Dias. Mas não se sabe ainda quem repassou as informações a ele. É como disse o ministro Franklin Martins da Comunicação Social: "A chave está com o senador Álvaro Dias".
A ministra enfatizou que o governo não é responsável pelo vazamento dos dados. "Esse governo não vazou, não difundiu, não publicou informações confidenciais. Nem tampouco essas informações que não são nada confidenciais."
Dilma sugeriu que por trás dessa "escandalização do nada" há uma motivação política. "A quem interessa forjar falsos crimes? Aos incomodados com a situação positiva do país, com o aumento da distribuição de renda."
Para a ministra, o objetivo de quem vazou essas informações era atingi-la. "Tem uma direção certa. Endereçada a mim. Tem uma tentativa de atribuir à Casa Civil responsabilidade. Pelo o quê? Por um suposto dossiê."
Além do mais, os dados do suposto dossiê, com excessão daqueles relativos aos gastos da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, não têm nada de sigilosos. Portanto, se não são confidenciais, cai por terra essa balela de chantagem. Quem é que faz chantagem com informações que não são sigilosas? "Vamos chantagear com o que, com o público e notório?", perguntou a ministra.
A ministra não descartou a hipótese de que tenha havido uma invasão dos computadores da Casa Civil. "Há a possibilidade do computador da Casa Civil, um bem público, ter sido invadido. Parece coisa de agente secreto com crachá. Sabe aquele agente tão óbvio que usa crachá?".
O governo também leva em conta que alguém da Casa Civil pode ter vazado as informações. "Em 90% dos casos os dados saem de dentro. Vamos investigar. Houve um processo. Não descartamos hoje nenhuma hipótese", assegurou.
A matéria da Folha de São Paulo de ontem jogou mais lenha na fogueira e levou a ministra Dilma Roussef a convocar uma entrevista coletiva em Brasília.
A manchete da capa era "Arquivo da Casa Civil detalha dossiê". Na página interna, a chamada mais forte: "Arquivo detalha dossiê da Casa Civil contra FHC".
Percebeu a malícia? A manchete da Folha é uma sentença afirmativa e, com ela, o jornal está dizendo com todas as letras, primeiro, que o dossiê existe e, segundo, que foi feito para prejudicar o ex-presidente FHC. Portanto, implicitamente, a Folha está concordando com a teoria da "chantagem" da revista "Veja".
Na matéria, a Folha publicou o que seria uma cópia de arquivo extraído diretamente da rede de computadores da Casa Civil. O fac-símile, segundo o jornal, provaria que o dossiê "contra FHC" e sua mulher, Ruth Cardoso, saiu pronto do Palácio do Planalto.
Na entrevista coletiva que deu após a publicação da matéria, a ministra Dilma Roussef reafirmou que o governo não fez dossiê, mas um banco de dados e acrescentou que os arquivos publicados pela Folha tinham sido alterados, pois continham uma coluna de "observações" que não existia no banco de dados da Casa Civil.
"Não fizemos dossiês. Fizemos um banco de dados. Tem uma coluna que não existe no nosso banco de dados, os nossos dados não têm essa ordem. Houve um crime na Casa Civil, a não ser que esse fac-símile tenha sido manipulado", afirmou ela.
A ministra NÃO DISSE, como bem colocou Luis Nassif, que a cópia que a Folha havia lhe entregue na véspera da matéria sair e o fac-símile publicado no dia seguinte não era o mesmo o mesmo documento.
A ministra DISSE que o que foi publicado não correspondia ao banco de dados da Casa Civil e deu como exemplo a coluna "observações". Houve manipulação do arquivo. A Folha não disse nada sobre isso.
Mas eu considero que a ministra resumiu tudo quando afirmou categoricamente que não é crime fazer banco de dados (ou dossiê, como queiram), mas vazar esses dados é que é crime. Para mim, esse é o ponto essencial. Desde o início desse quiprocó eu disse que não interessava se era um dossiê ou banco de dados. O governo tem todo o direito de reunir essas informações. Mas divulgar as informações que são consideradas sigilosas é que se configura crime.
Portanto, a questão é descobrir quem fez o vazamento das informações. Já sabemos que a fonte da "Veja" foi o senador tucano do Paraná Álvaro Dias. Mas não se sabe ainda quem repassou as informações a ele. É como disse o ministro Franklin Martins da Comunicação Social: "A chave está com o senador Álvaro Dias".
A ministra enfatizou que o governo não é responsável pelo vazamento dos dados. "Esse governo não vazou, não difundiu, não publicou informações confidenciais. Nem tampouco essas informações que não são nada confidenciais."
Dilma sugeriu que por trás dessa "escandalização do nada" há uma motivação política. "A quem interessa forjar falsos crimes? Aos incomodados com a situação positiva do país, com o aumento da distribuição de renda."
Para a ministra, o objetivo de quem vazou essas informações era atingi-la. "Tem uma direção certa. Endereçada a mim. Tem uma tentativa de atribuir à Casa Civil responsabilidade. Pelo o quê? Por um suposto dossiê."
Além do mais, os dados do suposto dossiê, com excessão daqueles relativos aos gastos da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, não têm nada de sigilosos. Portanto, se não são confidenciais, cai por terra essa balela de chantagem. Quem é que faz chantagem com informações que não são sigilosas? "Vamos chantagear com o que, com o público e notório?", perguntou a ministra.
A ministra não descartou a hipótese de que tenha havido uma invasão dos computadores da Casa Civil. "Há a possibilidade do computador da Casa Civil, um bem público, ter sido invadido. Parece coisa de agente secreto com crachá. Sabe aquele agente tão óbvio que usa crachá?".
O governo também leva em conta que alguém da Casa Civil pode ter vazado as informações. "Em 90% dos casos os dados saem de dentro. Vamos investigar. Houve um processo. Não descartamos hoje nenhuma hipótese", assegurou.
Enquanto olho o mar pela janela
Veja só
sorte, amor
você me desarmou
Fui ver o mar
o céu nublou
a paisagem que era sol
em céu cinza se tornou
De repente,
canções sem refrão
vão saindo assim espremidinhas entre os lábios meus
Os olhos desviam pra longe
e o vento me leva
nada parece ter sentido agora
tudo fica assim assustadoramente estático
o tempo é só o tempo
e eu, prisioneiro de não sei o quê...
sorte, amor
você me desarmou
Fui ver o mar
o céu nublou
a paisagem que era sol
em céu cinza se tornou
De repente,
canções sem refrão
vão saindo assim espremidinhas entre os lábios meus
Os olhos desviam pra longe
e o vento me leva
nada parece ter sentido agora
tudo fica assim assustadoramente estático
o tempo é só o tempo
e eu, prisioneiro de não sei o quê...
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Deu no blog do Tutty Vasques:
Vazador compulsivo
Depois do dossiê de FHC, vídeo clipe de Madonna vaza na Internet.
Assessores da cantora desconfiam que o senador Álvaro Dias tenha alguma coisa a ver com isso.
Cá pra nós, faz sentido.
Depois do dossiê de FHC, vídeo clipe de Madonna vaza na Internet.
Assessores da cantora desconfiam que o senador Álvaro Dias tenha alguma coisa a ver com isso.
Cá pra nós, faz sentido.
O quiprocó do dossiê
Meus caros, essa semaninha que tá quase terminando foi de muita correria. Não tive tempo de acompanhar e comentar as coisas que estavam acontecendo.
A grande novidade da semana foi a revelação de que o suposto dossiê contra FHC, que a "Veja" afirmou ter sido produzido pelo governo para chantagear a oposição, foi divulgado, vejam só, pela própria oposição. Mais especificamente pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Ele negou, tergiversou, mas, por fim, entre constrangido e desalentado, terminou admitindo que foi a fonte da "Veja".
Luis Nassif já tinha cantado a jogada e eu concordei com ele. O caso do dossiê era um factóide. Um certo anônimo escreveu comentário reclamando que eu não havia feito nenhuma alusão ao meu "engano" quando disse que o dossiê era um factóide. Acredito que agora ficou provado que trata-se sim de um factóide.
A oposição dizia antes que a Casa Civil do governo, onde o dossiê teria sido produzido, havia cometido um crime ao vazar para a imprensa dados sigilosos do ex-presidente FHC. Agora, ficamos sabendo que foi a própria oposição quem vazou os dados "sigilosos".
A ministra Dilma Roussef da Casa Civil, desde o início, vem afirmando que o governo não fez nenhum dossiê, mas somente um banco de dados sobre os gastos com cartões corporativos. Os dados vazados que a "Veja" chamou de dossiê seriam apenas fragmentos desse banco de dados. Dilma chamou o episódio de "escandalização do nada".
Mais tarde, a Casa Civil divulgou o Acórdão 230/2006 do Tribunal de Contas da União TCU), contendo a recomendação para que se informatizasse todos os dados de cartão corporativo de 2002 a 2005 (que ainda não estavam no sistema).
Depois disso, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) revelou que o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), desde 2005, já havia solicitado informações sobre os gastos com cartão corporativo no governo do ex-presidente FHC. Então, desde 2005, a oposição já sabia da existência do arquivo.
Em seguida, vem a revelação de que foi a própria oposição que divulgou o dossiê sobre os gastos do ex-presidente FHC. O senador Álvaro Dias disse que sabia da existência e teve acesso ao dossiê há pelo menos 30 dias. Estranhamente, o senador não denunciou a existência do suposto dossiê na CPI dos Cartões Corporativos.
Reinaldo "Capacho" Azevedo, o blogueiro da "Veja", saiu em defesa da revista, dizendo que não interessava quem divulgou o dossiê, mas que o documento existe (o que o governo nega) e que foi feito dentro da Casa Civil, a mando da ministra Dilma Roussef.
O aparecimento da fonte da revista, ao contrário do que diz Reinaldo "Capacho" Azevedo, interessa e diz muita coisa sobre esse quiprocó.
No primeiro momento, a oposição acusou o governo de crime por ter divulgado os gastos sigilosos de FHC. Entretanto, ficamos sabendo que o crime foi cometido pela própria oposição.
Quem repassou os dados sigilosos contidos no suposto dossiê ao senador Álvaro Dias? Essa nova revelação ajudaria a esclarecer de vez essa história de muitas versões. A fonte do senador poderia botar os pingos nos is e dizer quem mandou fazer o dossiê.
Álvaro Dias contou uma versão inverossímel, que teria recebido o dossiê de um parlamentar da base do governo, que não concordaria com a chantagem que o governo pretendia fazer com a oposição.
Ricardo Noblat disse em seu blog que o dossiê circulou para prevenir a oposição sobre o que poderia estar por vir caso ela teimasse em investigar a fundo as despesas sigilosas do governo Lula.
Mas, se foi Álvaro Dias que divulgou o dossiê, então quer dizer que o tucano foi o garoto de recados do governo?
O governo vaza o dossiê para "avisar" a oposição que vem "chumbo grosso" por aí. Mas aí a gente descobre que não foi o governo que vazou o dossiê. Foi a própria oposição.
Como fica então a teoria da chantagem, uma vez que o governo não divulgou dossiê nenhum?
A história é confusa e cheia de idas e vindas, como num filme de Almodóvar ou num livro de Kafka.
Mas o resumo da ópera é este: o dossiê é um factóide.
A grande novidade da semana foi a revelação de que o suposto dossiê contra FHC, que a "Veja" afirmou ter sido produzido pelo governo para chantagear a oposição, foi divulgado, vejam só, pela própria oposição. Mais especificamente pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Ele negou, tergiversou, mas, por fim, entre constrangido e desalentado, terminou admitindo que foi a fonte da "Veja".
Luis Nassif já tinha cantado a jogada e eu concordei com ele. O caso do dossiê era um factóide. Um certo anônimo escreveu comentário reclamando que eu não havia feito nenhuma alusão ao meu "engano" quando disse que o dossiê era um factóide. Acredito que agora ficou provado que trata-se sim de um factóide.
A oposição dizia antes que a Casa Civil do governo, onde o dossiê teria sido produzido, havia cometido um crime ao vazar para a imprensa dados sigilosos do ex-presidente FHC. Agora, ficamos sabendo que foi a própria oposição quem vazou os dados "sigilosos".
A ministra Dilma Roussef da Casa Civil, desde o início, vem afirmando que o governo não fez nenhum dossiê, mas somente um banco de dados sobre os gastos com cartões corporativos. Os dados vazados que a "Veja" chamou de dossiê seriam apenas fragmentos desse banco de dados. Dilma chamou o episódio de "escandalização do nada".
Mais tarde, a Casa Civil divulgou o Acórdão 230/2006 do Tribunal de Contas da União TCU), contendo a recomendação para que se informatizasse todos os dados de cartão corporativo de 2002 a 2005 (que ainda não estavam no sistema).
Depois disso, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) revelou que o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), desde 2005, já havia solicitado informações sobre os gastos com cartão corporativo no governo do ex-presidente FHC. Então, desde 2005, a oposição já sabia da existência do arquivo.
Em seguida, vem a revelação de que foi a própria oposição que divulgou o dossiê sobre os gastos do ex-presidente FHC. O senador Álvaro Dias disse que sabia da existência e teve acesso ao dossiê há pelo menos 30 dias. Estranhamente, o senador não denunciou a existência do suposto dossiê na CPI dos Cartões Corporativos.
Reinaldo "Capacho" Azevedo, o blogueiro da "Veja", saiu em defesa da revista, dizendo que não interessava quem divulgou o dossiê, mas que o documento existe (o que o governo nega) e que foi feito dentro da Casa Civil, a mando da ministra Dilma Roussef.
O aparecimento da fonte da revista, ao contrário do que diz Reinaldo "Capacho" Azevedo, interessa e diz muita coisa sobre esse quiprocó.
No primeiro momento, a oposição acusou o governo de crime por ter divulgado os gastos sigilosos de FHC. Entretanto, ficamos sabendo que o crime foi cometido pela própria oposição.
Quem repassou os dados sigilosos contidos no suposto dossiê ao senador Álvaro Dias? Essa nova revelação ajudaria a esclarecer de vez essa história de muitas versões. A fonte do senador poderia botar os pingos nos is e dizer quem mandou fazer o dossiê.
Álvaro Dias contou uma versão inverossímel, que teria recebido o dossiê de um parlamentar da base do governo, que não concordaria com a chantagem que o governo pretendia fazer com a oposição.
Ricardo Noblat disse em seu blog que o dossiê circulou para prevenir a oposição sobre o que poderia estar por vir caso ela teimasse em investigar a fundo as despesas sigilosas do governo Lula.
Mas, se foi Álvaro Dias que divulgou o dossiê, então quer dizer que o tucano foi o garoto de recados do governo?
O governo vaza o dossiê para "avisar" a oposição que vem "chumbo grosso" por aí. Mas aí a gente descobre que não foi o governo que vazou o dossiê. Foi a própria oposição.
Como fica então a teoria da chantagem, uma vez que o governo não divulgou dossiê nenhum?
A história é confusa e cheia de idas e vindas, como num filme de Almodóvar ou num livro de Kafka.
Mas o resumo da ópera é este: o dossiê é um factóide.
As dinastias midiáticas
Por Emir Sader, reproduzido no Fazendo Média:
Na imprensa brasileira mandam as dinastias estamentais. Os pais proprietários entregam a direção dos jornais, das revistas, das rádios e das televisões – das suas empresas – aos seus filhos, que repassam para os netos, perseverando todos no direito que se auto-atribuíram de decidir quem é e quem não é democrático, quem fala e quem não fala em nome da nação!
Assim tem sido ao longo de toda a história da imprensa no Brasil. No momento mais decisivo da história do século XX, em 1964, essas dinastias pregaram e apoiaram o golpe militar, assim como a instalação de uma longa ditadura, que mudou decisivamente os rumos do nosso país. Enquanto os militares intervinham nos poderes Judiciário e Legislativo, enquanto suspendiam todas as garantias constitucionais, enquanto fechavam todos órgãos de imprensa que discordaram do golpe e da ditadura, enquanto a maior repressão da nossa história recente se abatia sobre milhares de brasileiros presos, torturados, exilados e mortos, enquanto isso, as dinastias da imprensa mercantil se calaram sobre a repressão e apoiaram o regime militar!
Eram estes mesmos Mesquitas, Frias, Marinhos, Civitas, estes mesmos que transmitem por herança – como se fosse um bem privado – seu poder dinástico, transferindo-o para os seus filhos e netos. Os júlios, os otávios, os robertos, os victor, vão se sucedendo uns aos outros, a dinastia vai se perpetuando. Que se danem a democracia e o país, mas que se salvem as dinastias!
Mas, hoje, elas estão vendo seu poder se esvaindo pelos dedos. Conta-se que um desses herdeiros, rodando em torno da mesa da reunião do conselho editorial, herdada do pai, esbravejava irado: “onde foi que nós erramos? onde erramos?”. Estava desesperado porque a operação “mensalão” não conseguiu derrubar Lula elegendo o tucano, da sua preferência.
Se ele tivesse olhado os gráficos escondidos na sua sala, teria visto que, nos últimos dez anos, as tiragens dos jornais despencaram. A Folha de São Paulo, por exemplo, que é um dos de maior tiragem, perdeu em 10 anos, de 1997 a 2007, quase cinqüenta por cento dos seus leitores! Depois de quase ter atingido 600 mil leitores, vai fechar o ano de 2008 com menos de 300 mil! Uma queda ainda mais grave se considerarmos que, nesse período, houve crescimento demográfico, aumento do poder aquisitivo, maior interesse pela informação e elevação do índice de escolaridade dos brasileiros.
Os leitores deste jornal de direita estão entre os mais ricos da população. Noventa por cento dos seus menos de 300 mil exemplares são destinados aos leitores das classes A e B, as mesmas que não atingem dezoito por cento da população brasileira. Em outros termos, nove entre cada dez leitores do jornal pertencem aos setores de maior poder aquisitivo e suas condições de vida estão a léguas de distância das do nosso povo – esse povo que gosta do programa bolsa família, dos territórios de cidadania, da eletrificação rural, dos mini-créditos, do aumento real do salário mínimo, da elevação do emprego formal, etc.
A última e mais recente pesquisa sobre o apoio ao governo Lula, que a imprensa dinástica procurou esconder, realizada pela Sensus, revela que Lula é rejeitado por apenas treze por cento dos brasileiros! É essa ínfima minoria, cinco vezes menor do que aquela dos que apóiam o governo Lula, que povoa os editoriais dessa imprensa, suas colunas, seus painéis de cartas dos leitores! Esse é o índice da influência real que a mídia mercantil – juntando televisão, rádio, jornais, revistas, internets, blogs – tem! Apesar de todos os instrumentos monopólicos de que dispõem, apesar das campanhas diárias para dominar a opinião pública, não conseguem nada além desse pífio resultado dos treze por cento que representam!
As dinastias podem continuar a ter filhos, netos e bisnetos, mas é possível que já não dirijam jornais. Esta pode ser a última geração de jornalistas dinásticos que, talvez exatamente por isso, revelam diariamente o desespero da sua impotência, assumindo o mesmo papel que ocuparam nos anos prévios a 1964. É o mesmo desespero da direita diante da popularidade de um Getúlio e do governo Jango. Nos dois casos, só lhes restou apelar à intervenção das Forças Armadas e dos EUA, estes mesmos EUA que nunca fizeram autocrítica, nem desta nem de qualquer outra das suas intervenções contrárias à democracia da qual pretendem ser os arautos! Depois de terem pedido e apoiado o golpe militar, porque ainda acreditam que podem dizer quem é democrático e quem não é?
Na imprensa brasileira mandam as dinastias estamentais. Os pais proprietários entregam a direção dos jornais, das revistas, das rádios e das televisões – das suas empresas – aos seus filhos, que repassam para os netos, perseverando todos no direito que se auto-atribuíram de decidir quem é e quem não é democrático, quem fala e quem não fala em nome da nação!
Assim tem sido ao longo de toda a história da imprensa no Brasil. No momento mais decisivo da história do século XX, em 1964, essas dinastias pregaram e apoiaram o golpe militar, assim como a instalação de uma longa ditadura, que mudou decisivamente os rumos do nosso país. Enquanto os militares intervinham nos poderes Judiciário e Legislativo, enquanto suspendiam todas as garantias constitucionais, enquanto fechavam todos órgãos de imprensa que discordaram do golpe e da ditadura, enquanto a maior repressão da nossa história recente se abatia sobre milhares de brasileiros presos, torturados, exilados e mortos, enquanto isso, as dinastias da imprensa mercantil se calaram sobre a repressão e apoiaram o regime militar!
Eram estes mesmos Mesquitas, Frias, Marinhos, Civitas, estes mesmos que transmitem por herança – como se fosse um bem privado – seu poder dinástico, transferindo-o para os seus filhos e netos. Os júlios, os otávios, os robertos, os victor, vão se sucedendo uns aos outros, a dinastia vai se perpetuando. Que se danem a democracia e o país, mas que se salvem as dinastias!
Mas, hoje, elas estão vendo seu poder se esvaindo pelos dedos. Conta-se que um desses herdeiros, rodando em torno da mesa da reunião do conselho editorial, herdada do pai, esbravejava irado: “onde foi que nós erramos? onde erramos?”. Estava desesperado porque a operação “mensalão” não conseguiu derrubar Lula elegendo o tucano, da sua preferência.
Se ele tivesse olhado os gráficos escondidos na sua sala, teria visto que, nos últimos dez anos, as tiragens dos jornais despencaram. A Folha de São Paulo, por exemplo, que é um dos de maior tiragem, perdeu em 10 anos, de 1997 a 2007, quase cinqüenta por cento dos seus leitores! Depois de quase ter atingido 600 mil leitores, vai fechar o ano de 2008 com menos de 300 mil! Uma queda ainda mais grave se considerarmos que, nesse período, houve crescimento demográfico, aumento do poder aquisitivo, maior interesse pela informação e elevação do índice de escolaridade dos brasileiros.
Os leitores deste jornal de direita estão entre os mais ricos da população. Noventa por cento dos seus menos de 300 mil exemplares são destinados aos leitores das classes A e B, as mesmas que não atingem dezoito por cento da população brasileira. Em outros termos, nove entre cada dez leitores do jornal pertencem aos setores de maior poder aquisitivo e suas condições de vida estão a léguas de distância das do nosso povo – esse povo que gosta do programa bolsa família, dos territórios de cidadania, da eletrificação rural, dos mini-créditos, do aumento real do salário mínimo, da elevação do emprego formal, etc.
A última e mais recente pesquisa sobre o apoio ao governo Lula, que a imprensa dinástica procurou esconder, realizada pela Sensus, revela que Lula é rejeitado por apenas treze por cento dos brasileiros! É essa ínfima minoria, cinco vezes menor do que aquela dos que apóiam o governo Lula, que povoa os editoriais dessa imprensa, suas colunas, seus painéis de cartas dos leitores! Esse é o índice da influência real que a mídia mercantil – juntando televisão, rádio, jornais, revistas, internets, blogs – tem! Apesar de todos os instrumentos monopólicos de que dispõem, apesar das campanhas diárias para dominar a opinião pública, não conseguem nada além desse pífio resultado dos treze por cento que representam!
As dinastias podem continuar a ter filhos, netos e bisnetos, mas é possível que já não dirijam jornais. Esta pode ser a última geração de jornalistas dinásticos que, talvez exatamente por isso, revelam diariamente o desespero da sua impotência, assumindo o mesmo papel que ocuparam nos anos prévios a 1964. É o mesmo desespero da direita diante da popularidade de um Getúlio e do governo Jango. Nos dois casos, só lhes restou apelar à intervenção das Forças Armadas e dos EUA, estes mesmos EUA que nunca fizeram autocrítica, nem desta nem de qualquer outra das suas intervenções contrárias à democracia da qual pretendem ser os arautos! Depois de terem pedido e apoiado o golpe militar, porque ainda acreditam que podem dizer quem é democrático e quem não é?
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Entrevista com Fernando Mineiro
Finalmente, eis a entrevista com o deputado Fernando Mineiro (PT), pré-candidato a prefeito de Natal.
Em 23 minutos de conversa, Mineiro falou sobre o projeto de administrar Natal, que, segundo ele, não é um sonho pessoal, mas um projeto coletivo e partidário.
O deputado desmentiu os boatos que circularam em parte da imprensa, que tratavam de um suposto boicote por parte do grupo dele no PT à pré-candidatura da secretária de Planejamento do município, Virgínia Ferreira.
Mineiro também foi veemente ao negar, como também se falou na imprensa, que pretende usar a eleição de 2008, se vier a ser mesmo o candidato do PT, como trampolim para 2010, quando tentará renovar seu mandato de deputado estadual.
Em certo momento, reclamou que estava "perdendo tempo" discutindo em cima de boatos. Muitas vezes, a ordem natural se inverteu e ele passou a me fazer as perguntas. Lá pelas tantas, perguntou sobre a entrevista: "Você vai publicar na íntegra, né?".
Depois, elenco aqueles que, em sua opinião, são os maiores probelmas de Natal: a violência, o saneamento ambiental, a educação e a saúde.
Além das questões paroquiais, Mineiro tratou também do cenário político nacional e atribuiu os elevados índices de aprovação do governo Lula "às transformações pelas quais o Brasil passa" e "à mudança na qualidade de vida do nosso povo".
Analisando o comportamento da mídia em relação ao governo, Mineiro disse que "boa parte dela não representa o que o povo pensa nem o que o povo sente".
E sobre o papel da oposição, Mineiro aproveitou para cutucar o senador José Agripino (DEM): "Ele tá tão bem na oposição que eu quero que ele passe muitos anos na oposição".
Leia abaixo a íntegra dessa conversa:
Deputado, vamos iniciar nossa conversa falando de política. O senhor lançou sua pré-candidatura a prefeito de Natal. Eu queria saber por que o senhor que ser prefeito?
Mineiro: Eu sou um dos pré-candidatos. Além da minha pré-candidatura, que foi formalizada no PT no dia 9 de fevereiro, nós tivemos agora no dia 24 de março também a pré-candidatura da Virgínia, que é a nossa secretária de Planejamento do município de Natal. Então o PT tem dois pré-candidatos, duas pré-candidaturas, a minha e a da Virgínia. E tanto eu quanto a Virgínia, nós apresentamos nossos nomes porque entendemos que o Partido dos Trabalhadores tem condições de administrar Natal. Eu acho que é importante você ter o rodízio no processo administrativo. Nós temos o PSB que já está administrando Natal há um certo tempo, é nosso aliado no Estado, é nosso aliado no município de Natal. Então, eu acho que o PT merece, o PT tem quadros, tem tanto o meu nome como o nome da Virgínia, tem tantos outros que podem sim coordenar o processo de desenvolvimento e ação administrativa na cidade do Natal.
Ser prefeito é um sonho pessoal, é um projeto pessoal ou um projeto coletivo e partidário?
Mineiro: Não, não é um projeto pessoal. Meus sonhos pessoais não têm nada a ver com política, diga-se de passagem. É um projeto partidário. O partido tem debatido essa questão e tanto o meu nome como o nome da Virgínia são nomes partidários. Não tem nem projeto pessoal meu nem projeto pessoal da Virgínia. São projetos que representam concepções, visões e partidos. Eu repito: os meus sonhos pessoais não têm nada a ver com a política, inclusive.
Deputado, saiu muita coisa na imprensa falando que a sua candidatura, se vier a se concretizar mesmo dentro do partido, seria na verdade um balão de ensaio, um trampolim pra eleição de 2010 e o seu objetivo como candidato seria somente ganhar visibilidade agora em 2008 pra garantir a sua reeleição como deputado estadual em 2010...
Mineiro: Mas qual imprensa que saiu isso?
Blog da Thaísa Galvão...
Mineiro: Mas tem mais outra imprensa?
“Jornal de Hoje”, onde ela é editora...
Mineiro: Tem mais?
Não, foi onde eu li.
Mineiro: Ah, ta.
Isso é só opinião dela?
Mineiro: É opinião dela.
E não procede?
Mineiro: Não procede e ela nem me conhece.
Porque às vezes ela fala como se fosse sua assessora. Ela diz “Mineiro não abre mão da candidatura nem...”.
Mineiro: Não, não. Veja só, eu acompanho o trabalho da Thaísa Galvão, a conheço como jornalista, mas eu não tenho intimidade, eu nem converso com ela. Não sei de onde ela tirou isso. Ainda bem que você deixou claro. Você começou perguntando assim “a imprensa” e agora você ta identificando. Como você vai publicar na íntegra essa entrevista – não é assim que você vai publicar na íntegra, né?
Vou.
Mineiro: É, eu acho legal ter uma oportunidade. Eu não sei de onde Thaísa Galvão tirou isso. Eu nunca conversei com ela sobre isso. Eu acho, se eu me lembro, eu acho que eu nunca conversei com Thaísa Galvão, a não ser responder uma ou outra pergunta que ela me fez. Então eu não tenho nenhuma relação, nenhuma intimidade com ela. Quem me conhece, eu tenho 28 anos de PT, seu eu quisesse trabalhar candidaturas pra ser trampolim eu aço que eu não tava nem no PT, entendeu? Eu tenho 28 anos [de PT], sou fundador do PT. Então, quem me conhece sabe da minha história, sabe o que é que eu defendo, sabe qual é o meu compromisso. Então, eu não sei o interesse de quem ela ta defendendo, de onde ela tirou essa história, porque não tem a mínima procedência. Porque se eu quisesse fazer trampolim eu não estaria no PT. Aliás, eu conheço muita gente que faz trampolim nos órgãos do Estado e tal... Eu acredito que o PT não ia me jogar pra fazer trampolim. Não é possível que depois de 28 anos alguém duvide disso.
O senhor entrou nessa batalha pra valer?
Mineiro: Eu tenho 28 anos de PT, meu querido. Eu sou fundador do PT no Estado do Rio Grande do Norte e no Brasil. Alguém duvida se eu entrei pra valer ou não na política? Eu tenho mais da metade da minha vida dedicada ao PT, então será que alguém duvida ainda?
Bom, isso ela é quem ta especulando.
Mineiro: Eu não sei, isso é você quem ta dizendo.
Eu pensei que o senhor tinha lido.
Mineiro: Não, eu não leio blog, rapaz. É porque, na verdade é assim, eu tenho um blog, eu tenho um trabalho meu, eu tenho tanta coisa pra fazer e não dá tempo ler. Eu gostaria muito, mas não dá tempo de ler tudo. Então, eu acabo escolhendo o que é que eu leio. Infelizmente não me sobra tempo pra ler todos os blogs. O dela eu não leio, você que ta me falando. Eu vi uma nota no jornal. Foi até bom, eu tinha visto no jornal, “Jornal de Hoje”, sem saber, sem assinatura, você mesmo que ta dizendo que é da Thaísa, né.
Ela é a editora.
Mineiro: Eu não sei.
Então, o senhor falou das duas pré-candidaturas, a sua e a da secretária Virgínia Ferreira. O senhor tem a maioria no diretório municipal do PT. Especula-se que se for pra uma prévia, no voto o senhor ganha. Mas também se comenta na imprensa (em todos os jornais, não só no jornal da Thaísa) que Virgínia seria a candidata que teria condições de agregar mais apoios, por exemplo, do prefeito Carlos Eduardo e do senador Garibaldi Alves. Isso é verdade, procede?
Mineiro: Você falou duas questões. O quê que procede?
Se o nome dela agrega esses apoios e, se agregar, eu já li declarações suas dizendo que...
Mineiro: Primeiro, veja só, eu não sei se você acompanha, mas o que eu falei na imprensa eu vou repetir pra você. Primeiro eu nem sei se eu tenho maioria no partido. Eu sei que nós, os meus aliados, eu e um grupo de pessoas que nós tivemos mais aproximações dentro do PT, nós ganhamos as eleições internas do PT e, se você acompanhou, você sabe que eu disse já várias vezes que não tem nada a ver as eleições internas do PT com as eleições pra Prefeitura de Natal. Eleição interna do PT o nome já diz, é eleição interna do PT. Então eu não vou tratar essa questão como uma questão aritmética, mesmo que eu tenha a maioria do partido eu não vou tratar dessa maneira. Eu já falei, eu até quero agradecer a você a oportunidade pra falar mais uma vez, se a Virgínia, a pré-candidatura da Virgínia tiver capacidade de atrair o apoio do prefeito Carlos Eduardo e atrair o apoio do PMDB, eu não tenho nenhuma dúvida que eu retiro o meu nome e apoio o nome da Virgínia.
O senhor não se sente preterido? Porque no momento em que se coloca “Virgínia teria condições de atrair Carlos Eduardo e atrair o PMDB, enquanto o deputado Fernando Mineiro não...”
Mineiro: Não, não, política é escolha, é o direitos deles escolherem. Eu não me sinto [preterido] não. Eu também não tenho minhas escolhas? Não tem nenhuma possibilidade, se isso acontecer, eu ter uma atitude pra derrotar a Virgínia dentro do partido, nenhuma possibilidade disso. Tanto é assim, que eu não sei por que outras pessoas ficam insistindo que eu tenho pré-candidatura pra 2010. Eu já falei isso várias vezes e repito pra você que não tem a mínima possibilidade. A discussão não é ser preterido ou não. Quem vai preterir ou não é a população, não sou eu, entendeu. Não é essa a discussão. Essa é uma discussão menor. O que eu quero é que o PT cresça, que o PT tenha uma ação proativa no município de Natal, que o PT administre a cidade, administre o governo, como administra o país. Eu quero isso, eu trabalho pra isso, eu sonho pra isso e tudo que depender de mim pra o PT crescer, eu farei, inclusive abrindo mão de uma maioria que eu tenho dentro do partido. Eu já falei isso, isso é público. Minha palavra é única nessa questão. Quem me conhece sabe que se tem uma coisa que eu tenho a maior honra, maior carinho, é com a minha palavra. Então eu já falei isso pra Virgínia, eu já falei isso no PT, eu já falei isso na imprensa e continuo dizendo isso. Não tem nenhum sentimento de ser preterido ou não.
Essa guerra interna que existe no PT...
Mineiro: Não tem nenhuma guerra interna.
Mas tem outro episódio que foi comentado, que quando a secretária Virgínia foi registrar a pré-candidatura dela, ela teria tido dificuldade de conseguir as 15 ou 16 assinaturas necessárias e o senhor teria falado com Geraldão, presidente estadual do PT, pra ele fazer uma concessão e assinar. E só assim ela...
Mineiro: Isso saiu aonde, hein?
No “Diário”, na “Tribuna”...
Mineiro: Não, eu não li essa matéria no “Diário” e na “Tribuna” não. Saiu não, rapaz. Taí, eu tenho um clipping todos os dias dos jornais do Estado...
E o que saiu foi mais assim, que isso teria sido uma prova de que dentro do PT estão tentando boicotar a pré-candidatura de Virgínia. Isso é mentira também?
Mineiro: Olha, deixa eu só tentar entender. Ou você não ta fazendo a pergunta direito ou então ta uma coisa confusa. Primeiro, eu não vi nenhuma matéria dessas no “Diário” e na “Tribuna” que você citou aí. Eu tenho um clipping, inclusive na minha página, tá disponível na minha página. Se você olhar na minha página...
Eu vejo quase todo dia.
Mineiro: Você já viu o clipping que tem lá?
Vi.
Mineiro: Então não tem nenhuma nota sobre isso nos jornais escritos, a não ser que tenha sido novamente em blog.
No blog também.
Mineiro: Segundo, o Geraldo não participa do diretório municipal. Então, portanto ele não poderia ter assinado.
E não assinou?
Mineiro: Eu tô dizendo pra você. E terceiro como é contraditório isso. Você tá dizendo que eu pedi a Geraldo pra assinar, não é isso?
Não, eu tô lhe perguntando se é verdade.
Mineiro: Mas isso seria ruim ou bom pra Virgínia?
Provavelmente seria bom.
Mineiro: Então como é que você tá dizendo que isso é uma prova que eu tô querendo boicotar a Virgínia?
Não, eu não disse isso. Eu lhe perguntei sobre isso.
Mineiro: Vamos raciocinar aqui. Segundo você, como é que é a matéria? Repita pra mim como foi essa matéria.
A candidatura de Virgínia estava sendo boicotada dentro do PT.
Mineiro: Aí o exemplo é como?
Ela teve dificuldades de conseguir os nomes e só conseguiu registrar a pré-candidatura porque o senhor interveio e pediu a Geraldão pra assinar.
Mineiro: Então, vamos fazer igual ao “Jack, o estripador”, vamos por partes. Tá sendo boicotada. Como é que ela tá sendo boicotada se eu pedi ao Geraldo pra assinar? Esse raciocínio não tem a mínima lógica. Eu acompanho a imprensa, mas tem que ter o mínimo de lógica nas informações que passa pra sociedade, não é verdade? Qualquer pessoa que tenha o mínimo de raciocínio...
Por isso que eu tô mencionando esses boatos pra que o senhor diga são verdade ou não.
Mineiro: Tanto você como eu, eu tenho a sensação que estamos perdendo tempo. Você não acha? Nós vamos discutir em cima de boatos? Eu volto a repetir, eu quero que você bote na integra a entrevista nos eu blog... Voltando ao raciocínio lógico, você tá dizendo que a candidatura dela tá sendo boicotada. Mas ao mesmo tempo tá dizendo que eu pedi ao Geraldo... Se ela tá boicotada, como é que eu pediria ao Geraldo pra ele assinar?
Não seria uma forma de o senhor mostrar que é o senhor quem tem força dentro do PT?
Mineiro: Não, porque o Geraldo inclusive não é membro do diretório, eu tô dizendo pra você.
Então ele não assinou nada?
Mineiro: Não, porque ele nem é membro do diretório.
Como é que sai uma história dessas então?
Mineiro: Aí é você que é da imprensa quem tem que responder, meu querido (risos). Você tá chegando pra mim aqui e dizendo que tem uma série de informações e tá perdendo os eu precioso tempo e o meu, diga-se de passagem, pra discutir em cima de boatos. Então eu tô dando a resposta aí pra você. Tem algum raciocínio lógico isso aí que você tá dizendo?
Aparentemente não.
Mineiro: Aparentemente não, não. Na essência não. Primeiro porque o Geraldo não é membro do diretório. Segundo, porque eu precisaria mandar ele botar uma assinatura lá pra provar que eu tenho maioria, se é sabido que eu tenho maioria? Eu tô dizendo pra você que a discussão pra mim não é aritmética. Eu tô reafirmando pra você que se a Virgínia tiver, se ela contar com apoio, eu abro mão da candidatura. Eu já disse isso desde o início. Parece que tem gente se sentindo incomodado de eu ter dito isso e quer que eu diga o contrário.
Deputado, quais são os maiores problemas de Natal em sua opinião?
Mineiro: Têm vários. Eu acho que tem essa questão da segurança, é um problema sério que eu pessoalmente penso que não é um problema de Natal, é um problema do Brasil, do Estado e, assim sendo, deve ter uma ação articulada entre o governo estadual, o governo federal e o governo municipal. Eu acho que nós temos que mudar esse paradigma que o município não tem o que fazer na segurança. Eu acho que tem, eu acho que tem um papel importante.
Diadema, no interior de São Paulo, que é administrada pelo PT é uma prova disso.
Mineiro: É, mas não é só Diadema. Diadema é um exemplo importante. Inclusive a Micarla [de Sousa], que é candidata do PV, trouxe aqui a secretária [de Defesa Social de Diadema] Regina Miki, que tem um papel muito importante. Mas todas as cidades do mundo, do Brasil, onde conseguiram minimizar [a violência].
Diadema é porque é um caso emblemático. A cidade tinha um índice de violência altíssimo e uma série de medidas foi implantada...
Mineiro: Ao longo de 20 anos.
Foi a primeira prefeitura do PT?
Mineiro: Foi a primeira, desde 1985. Aliás, desde 1982, né. Diadema é um exemplo muito importante de como o PT faz bem nas administrações municipais. Então é um problema essa questão [da violência]. Eu acho que o problema do saneamento ambiental é uma questão importante de ser pautada, ser debatida. Natal tem hoje de 30 a 31 por cento de área...
32,2% pra ser mais preciso.
Mineiro: É, de coleta, né. Mas tratamento não é. Porque uma coisa é você coletar os dejetos, outra coisa é você tratar os dejetos.
Dos dejetos coletados, 40% são tratados, segundo a Caern.
Mineiro: Eu tenho trabalhado muito com esses dados nos últimos anos e cerca de 13 a 15 por cento é que são tratados, a maioria é jogada in natura. E com os novos investimentos do governo federal em parceria com o governo do Estado e com a própria Prefeitura em algumas regiões, nós vamos chegar aqui a 60%, mas tem um impacto grande na questão da água. Porque toda a saúde tem um nó grande. Eu digo que aqui em Natal é uma região onde o SUS não se complementou, apesar de nós termos a gestão plena, mas se você for analisar efetivamente tem uma série de gargalos no município. Nós temos questões relacionadas à educação. A rede municipal tem uma boa estrutura, mas o desempenho ainda é muito baixo. É superior ao estado, mas é inferior a muitas cidades. Então eu acho que Natal pode avançar mais. Tem uma série de questões. Eu acho que Natal tem uma, do meu ponto de vista, tem um déficit em cidadania, em participação. Eu acho que são demandas importantes que devem ser assumidas pela próxima administração – que eu farei tudo pra que seja do Partido dos Trabalhadores, quer seja com a Virgínia, quer seja comigo.
Vamos falar do cenário nacional rapidinho. Mais de cinco anos de governo Lula. O Ibope, na semana passada, divulgou uma pesquisa revelando que a aprovação do governo chegou a 73%, sendo um recorde para o próprio presidente Lula. A que se deve essa aprovação, apesar do bombardeio da mídia?
Mineiro: Olha, se deve ao trabalho. Se deve às transformações pelas quais o Brasil passa, se deve à mudança na qualidade de vida do nosso povo, real, concreta. Se deve ao fato de que, pela primeira vez, no Brasil, você tem um governo que atende à maioria da população, aos mais necessitados, ao povo mais pobre, mais apartado, mais esquecido pelas políticas públicas. Se deve ao grande trabalho que tem de desenvolvimento sustentável no Brasil. E se deve sobretudo à consciência de que tem muito o que fazer nesse país. O presidente Lula, na última vez que eu o encontrei, ele falava que ele tem o maior orgulho de ter feito muito pelo Brasil, ele tem consciência disso. Mas, ao mesmo tempo, ele tem muita humildade em saber que muito ainda tem que ser feito, a gente sempre tem que tá atento pra isso. Então, a aprovação se deve a isso, ao reconhecimento de você ter um trabalho muito sério, feito pelo presidente, pelos partidos aliados, toda equipe, e pela consciência que tem que fazer mais e ao mesmo tempo se deve ao fato de que determinada mídia desse país tem que sair dos seus castelos, que tá muito distante do povo, como você mesmo falou. A despeito do bombardeio da mídia. Porque essa mídia, boa parte dela não representa o que o povo pensa nem o que o povo sente.
Tem acontecido uma coisa interessante no governo Lula. Sempre se falou que as pessoas, a população em geral era muito influenciada pelos meios de comunicação, principalmente pela Globo, que teria, inclusive, decidido eleições. Mas no governo Lula tá acontecendo uma coisa diferente. A mídia bombardeia, mas a aprovação ao governo só aumenta. O presidente foi eleito, depois reeleito debaixo de uma série de ataques midiáticos e denúncias. E ao mesmo tempo, parece que o governo não tem coragem de enfrentar a mídia. Enfrentar no sentido de propor mudanças no sistema de concessões públicas, que muitas vezes é deturpado. O governo propôs o Conselho Nacional de Jornalismo...
Mineiro: E recuou...
Isso, recuou. Depois a Ancinav e recuou também.
Mineiro: Mas você acha que isso é por falta de coragem? Você acha que o presidente Lula não tem coragem?
Não sei, eu tô lhe perguntando.
Mineiro: Eu acho que o presidente Lula tem muita coragem, tem feito coisas que só quem tem muita coragem é que faz.
Mas parece que na hora de enfrentar a mídia...
Mineiro: Não, essa é a opinião do Paulo Henrique Amorim e inclusive a sua também, pelo que eu tô vendo.
Paulo Henrique Amorim, inclusive, foi demitido do IG.
Mineiro: Lamentavelmente. Taí um blog que eu olhava. Mas eu não sei se é por falta de coragem. Eu acho que é correlação de forças, porque não depende só do PT. O PT defende uma reforma profunda dos meios de comunicação, o PT fez uma [proposta de] reforma dos meios de comunicação no Brasil. Agora, o PT não tem maioria no Congresso, você precisa ter maioria pra aprovar essas questões da Ancinav, como você deu o exemplo, o Conselho Nacional de Jornalismo, você também deu o exemplo. A TV Pública agora quase que não passa né. Então não depende só do PT. Não é questão de ter coragem ou não ter coragem. É questão de você ter votos pra poder votar e aprovar essas matérias, que são extremamente importantes. O Partido dos Trabalhadores, inclusive, tirou como uma das bandeiras principais do seu congresso essa questão da reforma dos meios de comunicação. Mas não depende só do Partido dos Trabalhadores.
Essa é uma deformação que se reproduz localmente. Você vê aqui políticos, como o senador José Agripino, que todo dia tá na TV Tropical com os discursos dele.
Mineiro: Taí que eu acho até bom. Todo dia que o Zé Agripino fala, o Lula aumenta [de popularidade]. Taí que eu acho que ele tá fazendo um papel muito bom na oposição, eu queria que ele ficasse muito tempo na oposição. Ele tá tão bem na oposição que eu quero que ele passe muitos anos na oposição. E toda vez que eu vejo ele ficar muito irritado, muito bravo, aí você pode saber que logo depois tem uma pesquisa boa pro Lula.
E quando foi aprovada a TV Pública, ele deu show, né.
Mineiro: É, quanto mais o Zé Agripino fala, a palavra dele ajuda o Lula a crescer.
Deputado, última pergunta. O Datafolha divulgou uma pesquisa no final de semana passado na Folha de São Paulo, sobre a eleição em São Paulo e pra presidente em 2010.
Mineiro: O que é que deu lá em São Paulo?
Marta cresceu quatro pontos.
Mineiro: Tá na frente?
Tá, com 29%. Geraldo Alckmin caiu e tá com 28%, em empate técnico. Mas interessante é que a “Veja” deu “Alckmin lidera, empatado com Marta”.
Mineiro: Veja só! (risos)
Pois é, cisma com Marta. Mas enfim, a pergunta é sobre 2010. Eles fizeram simulações pra presidente em 2010 e deu José Serra (PSDB), que Paulo Henrique Amorim, citado pelo senhor, chama de “o presidente eleito”, porque a mídia já elegeu José Serra pra presidente em 2010.
Mineiro: Sei, tinha eleito também antes né, em 2006. Quer dizer, em 2002.
O senhor acha que já se pode considerar José Serra eleito em 2010?
Mineiro: Eu sei que quem tá eleito é o Lula. O Lula tá eleito, foi eleito em 2002, foi eleito em 2006. Eu tô torcendo muito pela Marta lá em São Paulo, eu não tinha visto...
Ela cresceu em todos os segmentos.
Mineiro: Marta fez um grande governo em São Paulo, administrou pra maioria da população desassistida de São Paulo. Eu torço por ela, acho uma mulher corajosa, que não recua de enfrentar algumas perguntas de alguns jornalistas e de algumas jornalistas muito desrespeitosas. Porque às vezes tem isso, as pessoas fazem as perguntas achando que podem criar ciladas. Ela responde de uma maneira muito altiva. Eu gosto dela, acho legal, acho bom e fico feliz, vou torcer por ela e em 2010 o PT vai eleger novamente o presidente.
Mas todos os nomes do PT na pesquisa, Dilma, Marta, aparecem lá em baixo.
Mineiro: Mas o PT vai apresentar candidatura ou própria ou aliada. Bote aí no seu blog: as forças que apóiam o Lula vão eleger o próximo presidente do Brasil.
Em 23 minutos de conversa, Mineiro falou sobre o projeto de administrar Natal, que, segundo ele, não é um sonho pessoal, mas um projeto coletivo e partidário.
O deputado desmentiu os boatos que circularam em parte da imprensa, que tratavam de um suposto boicote por parte do grupo dele no PT à pré-candidatura da secretária de Planejamento do município, Virgínia Ferreira.
Mineiro também foi veemente ao negar, como também se falou na imprensa, que pretende usar a eleição de 2008, se vier a ser mesmo o candidato do PT, como trampolim para 2010, quando tentará renovar seu mandato de deputado estadual.
Em certo momento, reclamou que estava "perdendo tempo" discutindo em cima de boatos. Muitas vezes, a ordem natural se inverteu e ele passou a me fazer as perguntas. Lá pelas tantas, perguntou sobre a entrevista: "Você vai publicar na íntegra, né?".
Depois, elenco aqueles que, em sua opinião, são os maiores probelmas de Natal: a violência, o saneamento ambiental, a educação e a saúde.
Além das questões paroquiais, Mineiro tratou também do cenário político nacional e atribuiu os elevados índices de aprovação do governo Lula "às transformações pelas quais o Brasil passa" e "à mudança na qualidade de vida do nosso povo".
Analisando o comportamento da mídia em relação ao governo, Mineiro disse que "boa parte dela não representa o que o povo pensa nem o que o povo sente".
E sobre o papel da oposição, Mineiro aproveitou para cutucar o senador José Agripino (DEM): "Ele tá tão bem na oposição que eu quero que ele passe muitos anos na oposição".
Leia abaixo a íntegra dessa conversa:
Deputado, vamos iniciar nossa conversa falando de política. O senhor lançou sua pré-candidatura a prefeito de Natal. Eu queria saber por que o senhor que ser prefeito?
Mineiro: Eu sou um dos pré-candidatos. Além da minha pré-candidatura, que foi formalizada no PT no dia 9 de fevereiro, nós tivemos agora no dia 24 de março também a pré-candidatura da Virgínia, que é a nossa secretária de Planejamento do município de Natal. Então o PT tem dois pré-candidatos, duas pré-candidaturas, a minha e a da Virgínia. E tanto eu quanto a Virgínia, nós apresentamos nossos nomes porque entendemos que o Partido dos Trabalhadores tem condições de administrar Natal. Eu acho que é importante você ter o rodízio no processo administrativo. Nós temos o PSB que já está administrando Natal há um certo tempo, é nosso aliado no Estado, é nosso aliado no município de Natal. Então, eu acho que o PT merece, o PT tem quadros, tem tanto o meu nome como o nome da Virgínia, tem tantos outros que podem sim coordenar o processo de desenvolvimento e ação administrativa na cidade do Natal.
Ser prefeito é um sonho pessoal, é um projeto pessoal ou um projeto coletivo e partidário?
Mineiro: Não, não é um projeto pessoal. Meus sonhos pessoais não têm nada a ver com política, diga-se de passagem. É um projeto partidário. O partido tem debatido essa questão e tanto o meu nome como o nome da Virgínia são nomes partidários. Não tem nem projeto pessoal meu nem projeto pessoal da Virgínia. São projetos que representam concepções, visões e partidos. Eu repito: os meus sonhos pessoais não têm nada a ver com a política, inclusive.
Deputado, saiu muita coisa na imprensa falando que a sua candidatura, se vier a se concretizar mesmo dentro do partido, seria na verdade um balão de ensaio, um trampolim pra eleição de 2010 e o seu objetivo como candidato seria somente ganhar visibilidade agora em 2008 pra garantir a sua reeleição como deputado estadual em 2010...
Mineiro: Mas qual imprensa que saiu isso?
Blog da Thaísa Galvão...
Mineiro: Mas tem mais outra imprensa?
“Jornal de Hoje”, onde ela é editora...
Mineiro: Tem mais?
Não, foi onde eu li.
Mineiro: Ah, ta.
Isso é só opinião dela?
Mineiro: É opinião dela.
E não procede?
Mineiro: Não procede e ela nem me conhece.
Porque às vezes ela fala como se fosse sua assessora. Ela diz “Mineiro não abre mão da candidatura nem...”.
Mineiro: Não, não. Veja só, eu acompanho o trabalho da Thaísa Galvão, a conheço como jornalista, mas eu não tenho intimidade, eu nem converso com ela. Não sei de onde ela tirou isso. Ainda bem que você deixou claro. Você começou perguntando assim “a imprensa” e agora você ta identificando. Como você vai publicar na íntegra essa entrevista – não é assim que você vai publicar na íntegra, né?
Vou.
Mineiro: É, eu acho legal ter uma oportunidade. Eu não sei de onde Thaísa Galvão tirou isso. Eu nunca conversei com ela sobre isso. Eu acho, se eu me lembro, eu acho que eu nunca conversei com Thaísa Galvão, a não ser responder uma ou outra pergunta que ela me fez. Então eu não tenho nenhuma relação, nenhuma intimidade com ela. Quem me conhece, eu tenho 28 anos de PT, seu eu quisesse trabalhar candidaturas pra ser trampolim eu aço que eu não tava nem no PT, entendeu? Eu tenho 28 anos [de PT], sou fundador do PT. Então, quem me conhece sabe da minha história, sabe o que é que eu defendo, sabe qual é o meu compromisso. Então, eu não sei o interesse de quem ela ta defendendo, de onde ela tirou essa história, porque não tem a mínima procedência. Porque se eu quisesse fazer trampolim eu não estaria no PT. Aliás, eu conheço muita gente que faz trampolim nos órgãos do Estado e tal... Eu acredito que o PT não ia me jogar pra fazer trampolim. Não é possível que depois de 28 anos alguém duvide disso.
O senhor entrou nessa batalha pra valer?
Mineiro: Eu tenho 28 anos de PT, meu querido. Eu sou fundador do PT no Estado do Rio Grande do Norte e no Brasil. Alguém duvida se eu entrei pra valer ou não na política? Eu tenho mais da metade da minha vida dedicada ao PT, então será que alguém duvida ainda?
Bom, isso ela é quem ta especulando.
Mineiro: Eu não sei, isso é você quem ta dizendo.
Eu pensei que o senhor tinha lido.
Mineiro: Não, eu não leio blog, rapaz. É porque, na verdade é assim, eu tenho um blog, eu tenho um trabalho meu, eu tenho tanta coisa pra fazer e não dá tempo ler. Eu gostaria muito, mas não dá tempo de ler tudo. Então, eu acabo escolhendo o que é que eu leio. Infelizmente não me sobra tempo pra ler todos os blogs. O dela eu não leio, você que ta me falando. Eu vi uma nota no jornal. Foi até bom, eu tinha visto no jornal, “Jornal de Hoje”, sem saber, sem assinatura, você mesmo que ta dizendo que é da Thaísa, né.
Ela é a editora.
Mineiro: Eu não sei.
Então, o senhor falou das duas pré-candidaturas, a sua e a da secretária Virgínia Ferreira. O senhor tem a maioria no diretório municipal do PT. Especula-se que se for pra uma prévia, no voto o senhor ganha. Mas também se comenta na imprensa (em todos os jornais, não só no jornal da Thaísa) que Virgínia seria a candidata que teria condições de agregar mais apoios, por exemplo, do prefeito Carlos Eduardo e do senador Garibaldi Alves. Isso é verdade, procede?
Mineiro: Você falou duas questões. O quê que procede?
Se o nome dela agrega esses apoios e, se agregar, eu já li declarações suas dizendo que...
Mineiro: Primeiro, veja só, eu não sei se você acompanha, mas o que eu falei na imprensa eu vou repetir pra você. Primeiro eu nem sei se eu tenho maioria no partido. Eu sei que nós, os meus aliados, eu e um grupo de pessoas que nós tivemos mais aproximações dentro do PT, nós ganhamos as eleições internas do PT e, se você acompanhou, você sabe que eu disse já várias vezes que não tem nada a ver as eleições internas do PT com as eleições pra Prefeitura de Natal. Eleição interna do PT o nome já diz, é eleição interna do PT. Então eu não vou tratar essa questão como uma questão aritmética, mesmo que eu tenha a maioria do partido eu não vou tratar dessa maneira. Eu já falei, eu até quero agradecer a você a oportunidade pra falar mais uma vez, se a Virgínia, a pré-candidatura da Virgínia tiver capacidade de atrair o apoio do prefeito Carlos Eduardo e atrair o apoio do PMDB, eu não tenho nenhuma dúvida que eu retiro o meu nome e apoio o nome da Virgínia.
O senhor não se sente preterido? Porque no momento em que se coloca “Virgínia teria condições de atrair Carlos Eduardo e atrair o PMDB, enquanto o deputado Fernando Mineiro não...”
Mineiro: Não, não, política é escolha, é o direitos deles escolherem. Eu não me sinto [preterido] não. Eu também não tenho minhas escolhas? Não tem nenhuma possibilidade, se isso acontecer, eu ter uma atitude pra derrotar a Virgínia dentro do partido, nenhuma possibilidade disso. Tanto é assim, que eu não sei por que outras pessoas ficam insistindo que eu tenho pré-candidatura pra 2010. Eu já falei isso várias vezes e repito pra você que não tem a mínima possibilidade. A discussão não é ser preterido ou não. Quem vai preterir ou não é a população, não sou eu, entendeu. Não é essa a discussão. Essa é uma discussão menor. O que eu quero é que o PT cresça, que o PT tenha uma ação proativa no município de Natal, que o PT administre a cidade, administre o governo, como administra o país. Eu quero isso, eu trabalho pra isso, eu sonho pra isso e tudo que depender de mim pra o PT crescer, eu farei, inclusive abrindo mão de uma maioria que eu tenho dentro do partido. Eu já falei isso, isso é público. Minha palavra é única nessa questão. Quem me conhece sabe que se tem uma coisa que eu tenho a maior honra, maior carinho, é com a minha palavra. Então eu já falei isso pra Virgínia, eu já falei isso no PT, eu já falei isso na imprensa e continuo dizendo isso. Não tem nenhum sentimento de ser preterido ou não.
Essa guerra interna que existe no PT...
Mineiro: Não tem nenhuma guerra interna.
Mas tem outro episódio que foi comentado, que quando a secretária Virgínia foi registrar a pré-candidatura dela, ela teria tido dificuldade de conseguir as 15 ou 16 assinaturas necessárias e o senhor teria falado com Geraldão, presidente estadual do PT, pra ele fazer uma concessão e assinar. E só assim ela...
Mineiro: Isso saiu aonde, hein?
No “Diário”, na “Tribuna”...
Mineiro: Não, eu não li essa matéria no “Diário” e na “Tribuna” não. Saiu não, rapaz. Taí, eu tenho um clipping todos os dias dos jornais do Estado...
E o que saiu foi mais assim, que isso teria sido uma prova de que dentro do PT estão tentando boicotar a pré-candidatura de Virgínia. Isso é mentira também?
Mineiro: Olha, deixa eu só tentar entender. Ou você não ta fazendo a pergunta direito ou então ta uma coisa confusa. Primeiro, eu não vi nenhuma matéria dessas no “Diário” e na “Tribuna” que você citou aí. Eu tenho um clipping, inclusive na minha página, tá disponível na minha página. Se você olhar na minha página...
Eu vejo quase todo dia.
Mineiro: Você já viu o clipping que tem lá?
Vi.
Mineiro: Então não tem nenhuma nota sobre isso nos jornais escritos, a não ser que tenha sido novamente em blog.
No blog também.
Mineiro: Segundo, o Geraldo não participa do diretório municipal. Então, portanto ele não poderia ter assinado.
E não assinou?
Mineiro: Eu tô dizendo pra você. E terceiro como é contraditório isso. Você tá dizendo que eu pedi a Geraldo pra assinar, não é isso?
Não, eu tô lhe perguntando se é verdade.
Mineiro: Mas isso seria ruim ou bom pra Virgínia?
Provavelmente seria bom.
Mineiro: Então como é que você tá dizendo que isso é uma prova que eu tô querendo boicotar a Virgínia?
Não, eu não disse isso. Eu lhe perguntei sobre isso.
Mineiro: Vamos raciocinar aqui. Segundo você, como é que é a matéria? Repita pra mim como foi essa matéria.
A candidatura de Virgínia estava sendo boicotada dentro do PT.
Mineiro: Aí o exemplo é como?
Ela teve dificuldades de conseguir os nomes e só conseguiu registrar a pré-candidatura porque o senhor interveio e pediu a Geraldão pra assinar.
Mineiro: Então, vamos fazer igual ao “Jack, o estripador”, vamos por partes. Tá sendo boicotada. Como é que ela tá sendo boicotada se eu pedi ao Geraldo pra assinar? Esse raciocínio não tem a mínima lógica. Eu acompanho a imprensa, mas tem que ter o mínimo de lógica nas informações que passa pra sociedade, não é verdade? Qualquer pessoa que tenha o mínimo de raciocínio...
Por isso que eu tô mencionando esses boatos pra que o senhor diga são verdade ou não.
Mineiro: Tanto você como eu, eu tenho a sensação que estamos perdendo tempo. Você não acha? Nós vamos discutir em cima de boatos? Eu volto a repetir, eu quero que você bote na integra a entrevista nos eu blog... Voltando ao raciocínio lógico, você tá dizendo que a candidatura dela tá sendo boicotada. Mas ao mesmo tempo tá dizendo que eu pedi ao Geraldo... Se ela tá boicotada, como é que eu pediria ao Geraldo pra ele assinar?
Não seria uma forma de o senhor mostrar que é o senhor quem tem força dentro do PT?
Mineiro: Não, porque o Geraldo inclusive não é membro do diretório, eu tô dizendo pra você.
Então ele não assinou nada?
Mineiro: Não, porque ele nem é membro do diretório.
Como é que sai uma história dessas então?
Mineiro: Aí é você que é da imprensa quem tem que responder, meu querido (risos). Você tá chegando pra mim aqui e dizendo que tem uma série de informações e tá perdendo os eu precioso tempo e o meu, diga-se de passagem, pra discutir em cima de boatos. Então eu tô dando a resposta aí pra você. Tem algum raciocínio lógico isso aí que você tá dizendo?
Aparentemente não.
Mineiro: Aparentemente não, não. Na essência não. Primeiro porque o Geraldo não é membro do diretório. Segundo, porque eu precisaria mandar ele botar uma assinatura lá pra provar que eu tenho maioria, se é sabido que eu tenho maioria? Eu tô dizendo pra você que a discussão pra mim não é aritmética. Eu tô reafirmando pra você que se a Virgínia tiver, se ela contar com apoio, eu abro mão da candidatura. Eu já disse isso desde o início. Parece que tem gente se sentindo incomodado de eu ter dito isso e quer que eu diga o contrário.
Deputado, quais são os maiores problemas de Natal em sua opinião?
Mineiro: Têm vários. Eu acho que tem essa questão da segurança, é um problema sério que eu pessoalmente penso que não é um problema de Natal, é um problema do Brasil, do Estado e, assim sendo, deve ter uma ação articulada entre o governo estadual, o governo federal e o governo municipal. Eu acho que nós temos que mudar esse paradigma que o município não tem o que fazer na segurança. Eu acho que tem, eu acho que tem um papel importante.
Diadema, no interior de São Paulo, que é administrada pelo PT é uma prova disso.
Mineiro: É, mas não é só Diadema. Diadema é um exemplo importante. Inclusive a Micarla [de Sousa], que é candidata do PV, trouxe aqui a secretária [de Defesa Social de Diadema] Regina Miki, que tem um papel muito importante. Mas todas as cidades do mundo, do Brasil, onde conseguiram minimizar [a violência].
Diadema é porque é um caso emblemático. A cidade tinha um índice de violência altíssimo e uma série de medidas foi implantada...
Mineiro: Ao longo de 20 anos.
Foi a primeira prefeitura do PT?
Mineiro: Foi a primeira, desde 1985. Aliás, desde 1982, né. Diadema é um exemplo muito importante de como o PT faz bem nas administrações municipais. Então é um problema essa questão [da violência]. Eu acho que o problema do saneamento ambiental é uma questão importante de ser pautada, ser debatida. Natal tem hoje de 30 a 31 por cento de área...
32,2% pra ser mais preciso.
Mineiro: É, de coleta, né. Mas tratamento não é. Porque uma coisa é você coletar os dejetos, outra coisa é você tratar os dejetos.
Dos dejetos coletados, 40% são tratados, segundo a Caern.
Mineiro: Eu tenho trabalhado muito com esses dados nos últimos anos e cerca de 13 a 15 por cento é que são tratados, a maioria é jogada in natura. E com os novos investimentos do governo federal em parceria com o governo do Estado e com a própria Prefeitura em algumas regiões, nós vamos chegar aqui a 60%, mas tem um impacto grande na questão da água. Porque toda a saúde tem um nó grande. Eu digo que aqui em Natal é uma região onde o SUS não se complementou, apesar de nós termos a gestão plena, mas se você for analisar efetivamente tem uma série de gargalos no município. Nós temos questões relacionadas à educação. A rede municipal tem uma boa estrutura, mas o desempenho ainda é muito baixo. É superior ao estado, mas é inferior a muitas cidades. Então eu acho que Natal pode avançar mais. Tem uma série de questões. Eu acho que Natal tem uma, do meu ponto de vista, tem um déficit em cidadania, em participação. Eu acho que são demandas importantes que devem ser assumidas pela próxima administração – que eu farei tudo pra que seja do Partido dos Trabalhadores, quer seja com a Virgínia, quer seja comigo.
Vamos falar do cenário nacional rapidinho. Mais de cinco anos de governo Lula. O Ibope, na semana passada, divulgou uma pesquisa revelando que a aprovação do governo chegou a 73%, sendo um recorde para o próprio presidente Lula. A que se deve essa aprovação, apesar do bombardeio da mídia?
Mineiro: Olha, se deve ao trabalho. Se deve às transformações pelas quais o Brasil passa, se deve à mudança na qualidade de vida do nosso povo, real, concreta. Se deve ao fato de que, pela primeira vez, no Brasil, você tem um governo que atende à maioria da população, aos mais necessitados, ao povo mais pobre, mais apartado, mais esquecido pelas políticas públicas. Se deve ao grande trabalho que tem de desenvolvimento sustentável no Brasil. E se deve sobretudo à consciência de que tem muito o que fazer nesse país. O presidente Lula, na última vez que eu o encontrei, ele falava que ele tem o maior orgulho de ter feito muito pelo Brasil, ele tem consciência disso. Mas, ao mesmo tempo, ele tem muita humildade em saber que muito ainda tem que ser feito, a gente sempre tem que tá atento pra isso. Então, a aprovação se deve a isso, ao reconhecimento de você ter um trabalho muito sério, feito pelo presidente, pelos partidos aliados, toda equipe, e pela consciência que tem que fazer mais e ao mesmo tempo se deve ao fato de que determinada mídia desse país tem que sair dos seus castelos, que tá muito distante do povo, como você mesmo falou. A despeito do bombardeio da mídia. Porque essa mídia, boa parte dela não representa o que o povo pensa nem o que o povo sente.
Tem acontecido uma coisa interessante no governo Lula. Sempre se falou que as pessoas, a população em geral era muito influenciada pelos meios de comunicação, principalmente pela Globo, que teria, inclusive, decidido eleições. Mas no governo Lula tá acontecendo uma coisa diferente. A mídia bombardeia, mas a aprovação ao governo só aumenta. O presidente foi eleito, depois reeleito debaixo de uma série de ataques midiáticos e denúncias. E ao mesmo tempo, parece que o governo não tem coragem de enfrentar a mídia. Enfrentar no sentido de propor mudanças no sistema de concessões públicas, que muitas vezes é deturpado. O governo propôs o Conselho Nacional de Jornalismo...
Mineiro: E recuou...
Isso, recuou. Depois a Ancinav e recuou também.
Mineiro: Mas você acha que isso é por falta de coragem? Você acha que o presidente Lula não tem coragem?
Não sei, eu tô lhe perguntando.
Mineiro: Eu acho que o presidente Lula tem muita coragem, tem feito coisas que só quem tem muita coragem é que faz.
Mas parece que na hora de enfrentar a mídia...
Mineiro: Não, essa é a opinião do Paulo Henrique Amorim e inclusive a sua também, pelo que eu tô vendo.
Paulo Henrique Amorim, inclusive, foi demitido do IG.
Mineiro: Lamentavelmente. Taí um blog que eu olhava. Mas eu não sei se é por falta de coragem. Eu acho que é correlação de forças, porque não depende só do PT. O PT defende uma reforma profunda dos meios de comunicação, o PT fez uma [proposta de] reforma dos meios de comunicação no Brasil. Agora, o PT não tem maioria no Congresso, você precisa ter maioria pra aprovar essas questões da Ancinav, como você deu o exemplo, o Conselho Nacional de Jornalismo, você também deu o exemplo. A TV Pública agora quase que não passa né. Então não depende só do PT. Não é questão de ter coragem ou não ter coragem. É questão de você ter votos pra poder votar e aprovar essas matérias, que são extremamente importantes. O Partido dos Trabalhadores, inclusive, tirou como uma das bandeiras principais do seu congresso essa questão da reforma dos meios de comunicação. Mas não depende só do Partido dos Trabalhadores.
Essa é uma deformação que se reproduz localmente. Você vê aqui políticos, como o senador José Agripino, que todo dia tá na TV Tropical com os discursos dele.
Mineiro: Taí que eu acho até bom. Todo dia que o Zé Agripino fala, o Lula aumenta [de popularidade]. Taí que eu acho que ele tá fazendo um papel muito bom na oposição, eu queria que ele ficasse muito tempo na oposição. Ele tá tão bem na oposição que eu quero que ele passe muitos anos na oposição. E toda vez que eu vejo ele ficar muito irritado, muito bravo, aí você pode saber que logo depois tem uma pesquisa boa pro Lula.
E quando foi aprovada a TV Pública, ele deu show, né.
Mineiro: É, quanto mais o Zé Agripino fala, a palavra dele ajuda o Lula a crescer.
Deputado, última pergunta. O Datafolha divulgou uma pesquisa no final de semana passado na Folha de São Paulo, sobre a eleição em São Paulo e pra presidente em 2010.
Mineiro: O que é que deu lá em São Paulo?
Marta cresceu quatro pontos.
Mineiro: Tá na frente?
Tá, com 29%. Geraldo Alckmin caiu e tá com 28%, em empate técnico. Mas interessante é que a “Veja” deu “Alckmin lidera, empatado com Marta”.
Mineiro: Veja só! (risos)
Pois é, cisma com Marta. Mas enfim, a pergunta é sobre 2010. Eles fizeram simulações pra presidente em 2010 e deu José Serra (PSDB), que Paulo Henrique Amorim, citado pelo senhor, chama de “o presidente eleito”, porque a mídia já elegeu José Serra pra presidente em 2010.
Mineiro: Sei, tinha eleito também antes né, em 2006. Quer dizer, em 2002.
O senhor acha que já se pode considerar José Serra eleito em 2010?
Mineiro: Eu sei que quem tá eleito é o Lula. O Lula tá eleito, foi eleito em 2002, foi eleito em 2006. Eu tô torcendo muito pela Marta lá em São Paulo, eu não tinha visto...
Ela cresceu em todos os segmentos.
Mineiro: Marta fez um grande governo em São Paulo, administrou pra maioria da população desassistida de São Paulo. Eu torço por ela, acho uma mulher corajosa, que não recua de enfrentar algumas perguntas de alguns jornalistas e de algumas jornalistas muito desrespeitosas. Porque às vezes tem isso, as pessoas fazem as perguntas achando que podem criar ciladas. Ela responde de uma maneira muito altiva. Eu gosto dela, acho legal, acho bom e fico feliz, vou torcer por ela e em 2010 o PT vai eleger novamente o presidente.
Mas todos os nomes do PT na pesquisa, Dilma, Marta, aparecem lá em baixo.
Mineiro: Mas o PT vai apresentar candidatura ou própria ou aliada. Bote aí no seu blog: as forças que apóiam o Lula vão eleger o próximo presidente do Brasil.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Ingrid Betancourt
Marido da senadora seqüestrada pelas Farc dá enrevista no "Programa do Jô"
Juan Carlos Lecompte, marido da senadora colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada e mantida refém pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há seis anos, deu uma entrevista na madrugada de segunda para terça no "Programa do Jô", que voltou ao ar pela Rede Globo.
A entrevista, obviamente, girou em torno do seqüestro de Ingrid. A imagem da senadora fragilizada no cativeiro no meio da selva colombiana tornou-se um símbolo da luta humanitária e tem comovido pessoas no mundo inteiro.
Lecompte disse a Jô Soares que "as Farc são terroristas, pois, ao contrário da guerrilha de Che Guevara, eles seqüestram civis". De acordo com ele, há hoje três mil seqüestrados na Colômbia e há pessoas que estão há mais de dez anos no cativeiro.
O marido de Ingrid disse que sua mulher se mantém resistente e não se dobra às Farc, chegando mesmo a confrontá-los. Por isso, afirmou ele, ela é mais castigada.
Ele disse que as Farc são financiadas pela droga. "A droga financia a guerrilha (sic), a violência, os paramilitares, a corrupção e a violência na Colômbia".
Para Lecompte, o presidente venezuelano Hugo Chávez tem ajudado muito no processo de negociação com as Farc para a libertação dos reféns.
"Graças a ele, seis reféns foram libertados. Se não tivessem matado Raúl Reyes [porta-voz e segundo no comando das Farc, morto numa operação militar realizada pela Colômbia em território equatoriano], mais dez reféns teriam sido libertados, incluindo a Ingrid", afirmou.
O colombiano disse que "as Farc respeitam Hugo Chávez, mas isso não quer dizer que eles tenham ligação política". Lecompte disse ainda que discorda da opinião do líder venezuelano, para quem as Farc são uma "força beligerante".
Juan Carlos Lecompte pediu que o presidente Lula se envolvesse nas negociações para a libertação dos reféns. "Se o presidente Lula se envolver - o Brasil é a potência da América Latina, é nosso vizinho -, ele pode falar com o governo colombiano, pode falar com a guerrilha, pode incidir no problema".
O presidente nacional do Partido Verde brasileiro, o potiguar Luiz Luiz Pena, estava na platéia do "Programa do Jô", com outros integrantes do PV, que vestiam a camiseta da campanha "Liberte Ingrid".
Ingrid Betancourt era candidata à Presidência da Colômbia pelo Partido Verde. José Luiz Pena disse o objetivo da campanha era "sensibilizar as pessoas para a importância dessa grande luta humanitária em favor da libertação de Ingrid Betancourt e dos outros reféns das Farc".
Em Natal, na semana do Dia Internacional da Mulher, foi realizada uma manifestação em frente à Assembléia Legislativa para divulgar o movimento "Liberte Ingrid" e colher assinaturas para um abaixo-assinado que será encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo o envolvimento do governo brasileiro nas negociações para libertação dos reféns na Colômbia.
Juan Carlos Lecompte, marido da senadora colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada e mantida refém pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há seis anos, deu uma entrevista na madrugada de segunda para terça no "Programa do Jô", que voltou ao ar pela Rede Globo.
A entrevista, obviamente, girou em torno do seqüestro de Ingrid. A imagem da senadora fragilizada no cativeiro no meio da selva colombiana tornou-se um símbolo da luta humanitária e tem comovido pessoas no mundo inteiro.
Lecompte disse a Jô Soares que "as Farc são terroristas, pois, ao contrário da guerrilha de Che Guevara, eles seqüestram civis". De acordo com ele, há hoje três mil seqüestrados na Colômbia e há pessoas que estão há mais de dez anos no cativeiro.
O marido de Ingrid disse que sua mulher se mantém resistente e não se dobra às Farc, chegando mesmo a confrontá-los. Por isso, afirmou ele, ela é mais castigada.
Ele disse que as Farc são financiadas pela droga. "A droga financia a guerrilha (sic), a violência, os paramilitares, a corrupção e a violência na Colômbia".
Para Lecompte, o presidente venezuelano Hugo Chávez tem ajudado muito no processo de negociação com as Farc para a libertação dos reféns.
"Graças a ele, seis reféns foram libertados. Se não tivessem matado Raúl Reyes [porta-voz e segundo no comando das Farc, morto numa operação militar realizada pela Colômbia em território equatoriano], mais dez reféns teriam sido libertados, incluindo a Ingrid", afirmou.
O colombiano disse que "as Farc respeitam Hugo Chávez, mas isso não quer dizer que eles tenham ligação política". Lecompte disse ainda que discorda da opinião do líder venezuelano, para quem as Farc são uma "força beligerante".
Juan Carlos Lecompte pediu que o presidente Lula se envolvesse nas negociações para a libertação dos reféns. "Se o presidente Lula se envolver - o Brasil é a potência da América Latina, é nosso vizinho -, ele pode falar com o governo colombiano, pode falar com a guerrilha, pode incidir no problema".
O presidente nacional do Partido Verde brasileiro, o potiguar Luiz Luiz Pena, estava na platéia do "Programa do Jô", com outros integrantes do PV, que vestiam a camiseta da campanha "Liberte Ingrid".
Ingrid Betancourt era candidata à Presidência da Colômbia pelo Partido Verde. José Luiz Pena disse o objetivo da campanha era "sensibilizar as pessoas para a importância dessa grande luta humanitária em favor da libertação de Ingrid Betancourt e dos outros reféns das Farc".
Em Natal, na semana do Dia Internacional da Mulher, foi realizada uma manifestação em frente à Assembléia Legislativa para divulgar o movimento "Liberte Ingrid" e colher assinaturas para um abaixo-assinado que será encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo o envolvimento do governo brasileiro nas negociações para libertação dos reféns na Colômbia.
segunda-feira, 31 de março de 2008
Rapidinha
Caríssimos, estou só de passagem pra dizer que não tive tempo de postar hoje. Há alguns assuntos que quero tratar aqui, mas não vai dar agora.
Amanhã à noite, se tudo der certo, acho que vou conseguir botar tudo em dia. Aliás, amanhã vou postar a entrevista que fiz hoje com o deputado Fernando Mineiro (PT), que é pré-candidato à Prefeitura de Natal.
É a primeira da série de entrevistas que pretendo fazer com todos os pré-candidatos em Natal. Aposto que a entrevista com Fernando Mineiro vai repercutir bastante e desagradar a uns coleguinhas jornalistas especializados na fofolítica.
É aguardar e conferir.
Amanhã à noite, se tudo der certo, acho que vou conseguir botar tudo em dia. Aliás, amanhã vou postar a entrevista que fiz hoje com o deputado Fernando Mineiro (PT), que é pré-candidato à Prefeitura de Natal.
É a primeira da série de entrevistas que pretendo fazer com todos os pré-candidatos em Natal. Aposto que a entrevista com Fernando Mineiro vai repercutir bastante e desagradar a uns coleguinhas jornalistas especializados na fofolítica.
É aguardar e conferir.
domingo, 30 de março de 2008
Eleições em São Paulo
Marta lidera, mas "Veja" dá vantagem a Alckmin
A Folha deste domingo trouxe os resultados da mais nova pesquisa Datafolha para prefeito de São Paulo.
A ex-prefeita e atual ministra do Turismo Marta Suplicy (PT) aparece em primeiro lugar com 29% da preferência dos eleitores. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) está em segundo, com 28%. Apesar da ligeira vantagem de Marta, os dois estão tecnicamente empatados. O atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) tem 13% da preferência.
Mas o site da "Veja" inverteu as coisas e diz que Alckmin é quem lidera, empatado com Marta:
"O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) lidera a disputa pela Prefeitura de São Paulo – agora em empate técnico com a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT)", diz o site.
O correto seria priorizar Marta em primeiro, dada sua vantagem de 1% na pesquisa. Mas essas coisas já fazem parte do folclore da "Veja"...
Voltando à Folha, o jornal informa que Marta cresceu quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada em fevereiro. Alckmin, por sua vez, caiu um ponto.
Marta cresceu em todos os segmentos de eleitores em relação à pesquisa de fevereiro:
- Entre os eleitores com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos, Marta passou de 15% para 24%, um aumento de nove pontos percentuais (Alckmin caiu de 40% para 28%);
- Marta teve uma variação positiva de quatro pontos entre os entrevistados com renda de cinco a dez mínimos. Alckmin, uma oscilação negativa de três pontos percentuais (o jornal não informa os números);
- Entre os eleitores com nível médio de escolaridade, Marta passou de 26% para 34% (Alckmin caiu de 32% para 27%);
- Entre os eleitores de 16 a 24 anos, Marta cresceu seis pontos, enquanto Alckmin cinco pontos;
- Na pesquisa espontânea (sem apresentação dos nomes dos potenciais candidatos), Marta cresceu de 7% para 15% (Alckmin passou de 4% para 8%).
Segundo Turno
Nas projeções de segundo turno, Alckmin venceria Marta por 53% a 41% se as eleições fossem hoje. A Folha não oferece os números de fevereiro neste quesito para comparar se a vantagem do tucano aumentou ou diminuiu.
Alckmin também derrotaria o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por 59% a 27%.
Num segundo turno contra Kassab, Marta seria vitoriosa, com 53% contra 37% do democrata. Em comparação à última pesquisa -realizada em fevereiro- a vantagem de Marta sobre Kassab subiu de 11 para 16 pontos percentuais.
A Folha deste domingo trouxe os resultados da mais nova pesquisa Datafolha para prefeito de São Paulo.
A ex-prefeita e atual ministra do Turismo Marta Suplicy (PT) aparece em primeiro lugar com 29% da preferência dos eleitores. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) está em segundo, com 28%. Apesar da ligeira vantagem de Marta, os dois estão tecnicamente empatados. O atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) tem 13% da preferência.
Mas o site da "Veja" inverteu as coisas e diz que Alckmin é quem lidera, empatado com Marta:
"O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) lidera a disputa pela Prefeitura de São Paulo – agora em empate técnico com a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT)", diz o site.
O correto seria priorizar Marta em primeiro, dada sua vantagem de 1% na pesquisa. Mas essas coisas já fazem parte do folclore da "Veja"...
Voltando à Folha, o jornal informa que Marta cresceu quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada em fevereiro. Alckmin, por sua vez, caiu um ponto.
Marta cresceu em todos os segmentos de eleitores em relação à pesquisa de fevereiro:
- Entre os eleitores com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos, Marta passou de 15% para 24%, um aumento de nove pontos percentuais (Alckmin caiu de 40% para 28%);
- Marta teve uma variação positiva de quatro pontos entre os entrevistados com renda de cinco a dez mínimos. Alckmin, uma oscilação negativa de três pontos percentuais (o jornal não informa os números);
- Entre os eleitores com nível médio de escolaridade, Marta passou de 26% para 34% (Alckmin caiu de 32% para 27%);
- Entre os eleitores de 16 a 24 anos, Marta cresceu seis pontos, enquanto Alckmin cinco pontos;
- Na pesquisa espontânea (sem apresentação dos nomes dos potenciais candidatos), Marta cresceu de 7% para 15% (Alckmin passou de 4% para 8%).
Segundo Turno
Nas projeções de segundo turno, Alckmin venceria Marta por 53% a 41% se as eleições fossem hoje. A Folha não oferece os números de fevereiro neste quesito para comparar se a vantagem do tucano aumentou ou diminuiu.
Alckmin também derrotaria o prefeito Gilberto Kassab (DEM) por 59% a 27%.
Num segundo turno contra Kassab, Marta seria vitoriosa, com 53% contra 37% do democrata. Em comparação à última pesquisa -realizada em fevereiro- a vantagem de Marta sobre Kassab subiu de 11 para 16 pontos percentuais.
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