quinta-feira, 22 de maio de 2008

Nóis sofre, mas nóis goza

Ótima tirada do impagável José Simão, na Folha desta quinta-feira (22):

"E mais um feriadão! Quem tá indo à praia não se anime, o Lula criou mais um imposto, o Ipod: Imposto sobre Praias, Ondas e Derivados."

O episódio entre os caipós e o engenheiro da Eletrobrás

A mídia repercutiu com grande estardalhaço o episódio de Altamira (PA), ocorrido na terça-feira passada (20), quando um grupo de caiapós agrediu o engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernandes Rezende, coordenador do estudo para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

Em editorial nesta quinta-feira (22), a Folha de São Paulo diz que o fação índigena "é um símbolo poderoso da violência primitiva e desumanizadora em várias áreas do mundo" e reclama que é "imperativo identificar e responsabilizar criminalmente o agressor, ou agressores."

Em artigo publicado hoje no Observatório da Imprensa, Luciano Martins Costa chama a atenção para a construção da "imagem do índio na imprensa" e registra que nenhum jornal ou televisão informou que a agressão dos caipós ao engenheiro se deu após Paulo Fernandes Rezende, ao defender a construção da usina, ter dito a seguinte frase: "Olha, eu moro no Rio de Janeiro. Quem vai ficar sem luz são vocês".

Não se trata de defender ou justificar a agressão, mas o dever de qualquer veículo de comunicação é dar a informação completa. Nesse caso, o que vemos, mais uma vez, é uma tentaiva de manipulação dos fatos com o objetivo de criminalizar uma das partes envolvidas.

"A tentativa de criminalizar os protestos contra obras que ameaçam o meio ambiente mostra a incapacidade da imprensa de entender a necessidade de se buscar uma estratégia sustentável para as obras de infra-estrutura de que o Brasil precisa", afirma Costa.

O Globo classificou o caso como "incivilidade" e a Folha chamou o mesmo episódio de "barbárie".

"Não há registro de a imprensa ter usado essas expressões para qualificar os massacres de índios por posseiros, ou mesmo o assassinato de ambientalistas e outros protagonistas do conflito que há anos se desenrola na Amazônia", contrapõe Costa.

Clique aqui e leia o artigo de Luciano Martins Costa na íntegra no Observatório da Imprensa.

'Veja' perde leitores

Em quase 10 anos, a revista Veja perdeu cerca de 83 mil assinantes. A informação é do jornal Meio & Mensagem, que na edição desta semana traz uma matéria sobre os 10 anos da Época e publica uma tabela comparando a circulação das três maiores revistas semanais do país.

A perda da Veja não foi suficiente para abalar a revista, que se mantém confortavelmente acima de um milhão de assinantes. Não dá para dizer que a revista esteja minguando, como afirmam muitos críticos.

Mas, enfim, pelo menos indica que o número de pessoas manipuladas pelo jornalismo reacionário praticado por Veja está diminuindo.

Confira os dados com base na circulação do IVC (Instituto Verificador de Circulação):




Título - Dez/1998 - Dez/2007

Época - 242,8 mil - 406,4 mil

Veja - 1,156 milhão - 1,073 milhão

Isto é - 301,6 mil - 340,2 mil

Além do que os olhos podem ver



A peça acima é uma criação da Euro para o Centro de Referência Contra o Abuso Infantil (Cerca) para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil, comemorado no último 18 de maio.

O objetivo é conscientizar todas as classes sociais sobre o problema da pedofilia. A peça mostra situações diferentes quando o leitor acende ou apaga a luz. Na imagem de cima, aparece uma criança com medo do escuro e a frase "Apague as luzes e ajude a acabar com o medo de escuro que a Bia tem". Na imagem de baixo, com a luz apagada, surge a silhueta da criança e do agressor, com o aviso: "Pedofilia. Você pode não ver, mas pode estar acontecendo".

Os anúncios foram veiculados em revistas, encartes de jornal e pôsteres.

Fonte: Meio & Mensagem

Qual é a boa para o feriadão?

Então, já pensou o que vai fazer no feriadão?

Meus planos não são nada atrativos: dar uma geral na casa, pôr o trabalho em dia, estudar...

Enquanto isso, o sol insiste em me contrariar, como que me lembrando que o mar está para todos.

Putzs.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

IBGE: desemprego cai para 8,5% em abril

O IBGE divilgou nesta quarta-feira que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 8,5% em abril, uma queda em relação aos 10,1% registrados no mesmo período do ano passado. O número é 0,01 ponto percentual menor que o registrado em março (8,6%).

Em abril deste, o IBGE registrou que há 21,4 milhões de pessoas trabalhando nas seis regiões metropolitanas do país pesquisadas, número 4,3% maior que o verificado um ano atrás. Os desempregados somam 1,991 milhão de trabalhadores, número 13,9% menor que em abril do ano passado.

O número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 1,5% em relação a março e 9,9% em relação a abril de 2007, para 9,5 milhões.

O rendimento médio real habitual dos ocupados também teve alta nas comparações mensal (1%) e anual (2,8%), indo para R$ 1.208,10.

As informações são do Uol Últimas Notícias e Terra Últimas Notícias.

Barack Obama sofre "rejeição racial"

Luiz Carlos Azenha revela no Blog das Américas da Terra Magazine que o maior desafio a ser vencido pelo senador Barack Obama, pré-candidato a presidente dos EUA pelo Partido Democrata, é a "rejeição racial" - o novo nome do preconceito e da intolerância.

O senador venceu ontem (terça-feira, 20) a prévia democrata no estado do Oregon e atingiu 1.627 delegados para a Convenção Nacional Democrata, marcada para a última semana de agosto em Denver, no Colorado.

Hillary Clinton, que disputa a indicação do Partido Democrata com Barack Obama, não tem praticamente mais chances de superar o senador. No mesmo dia, ela venceu a prévia em Kentucky com 65% dos votos, contra 35% de Obama.

Segundo Azenha, 55% dos participantes brancos da prévia de Kentucky disseram que não votam em Obama se ele for o candidato do partido. Alguns preferem o republicano John McCain, outros ficariam em casa.

Ainda segundo Azenha, esse não é um dado isolado. "É a reprise do que aconteceu em outros estados da região dos Apalaches: Ohio, Virgínia Ocidental e Pensilvânia, onde Hillary recebeu o voto maciço de brancos de classe média baixa", informa.

Azenha revela os motivos dessa rejeição a Barack Obama.

Para ler mais, clique aqui.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Mais Cora Coralina


Este é um poema de amor

tão meigo, tão terno, tão teu...

É uma oferenda aos teus momentos

de luta e de brisa e de céu...

E eu,

quero te servir a poesia

numa concha azul do mar

ou numa cesta de flores do campo.

Talvez tu possas entender o meu amor.

Mas se isso não acontecer,

não importa.

Já está declarado e estampado

nas linhas e entrelinhas

deste pequeno poema,

o verso;

o tão famoso e inesperado verso que

te deixará pasmo, surpreso, perplexo...

eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

À la Lavoisier

O francês Lavoisier, o pai da Química, disse que "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". No jornalismo também não. Que o diga Ailton Medeiros.

O cara, na maior cara de pau (perdoem o trocadilho), não perdeu a oportunidade e, sem nenhum pudor, colocou em seu blog um post do blog do Tutty Vasques (leia aqui) sem dar o crédito.

Ailton transformou somente o título do post, que no blog dele ficou "Os negócios do tráfico - Seu nome é sua marca".

No blog do Tutty Vasques, o título é "O nome dele é...".

O post é este aí abaixo:

O chefe do tráfico de drogas na Região dos Lagos e Norte Fluminense atende pelo apelido Rupinol.

Boa Noite Cinderela, para os íntimos.


Coisa feia, hein Ailton Medeiros.

TV Tropical: concessão pública ou palanque eleitoral?

O senador José Agripino Maia (DEM-RN) sempre usou a TV Tropical (uma concessão pública, vale ressaltar) como bem quis. A emissora é retransmissora da TV Record no Rio Grande do Norte. Faça chuva ou faça sol, todo dia tem pronunciamento do senador no canal. O pior é que agora é em dose tripla. Pela manhã, na edição matutina do Tropical Notícias, Agripino está lá discursando. À tarde, no Jornal da Tropical, Agripino em outro discurso. À noite, na segunda edição do Tropical Notícias, ele novamente. A gente toma café, almoça e janta ouvindo Agripino.

Não vejo ninguém ficar indignado com essa vergonha, a deturpação de uma concessão pública cinicamente transformada em instrumento de promoção pessoal e eleitoral.

Mas Agripino é generoso. Ele também coloca sua emissora a serviço dos aliados de plantão. Ontem (segunda-feira, 19), o Jornal da Tropical fez uma longa matéria promovendo o prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rêgo, filho do deputado estadual Getúlio Rêgo, ambos filiados ao partido do senador - o DEM.

Outro que tem uma boquinha para se promover na tevê do senador é Ney Lopes Junior, filho do ex-deputado federal Ney Lopes, também do DEM. Ney Junior vai se candidatar a vereador em Natal e, enquanto não começa a propaganda eleitoral, usa a TV Tropical como palanque.

E fica tudo por isso mesmo.

Os fabulosos caminhos do coração




Fiz várias tentativas de assistir "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" (Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain, França, 2001). Começava a ver o filme após às 24h e o sono sempre acabava me vencendo. Nenhuma culpa da história. Mas ontem, finalmente, consegui. Foi o primeiro filme que assisti fatiado.


"Amélie" não é tão fabuloso como o título anuncia, mas é um bom filme. A narrativa é original, a fotografia é bem feita e a trilha sonora é cativante, pontuada com uma leve nostalgia que tem tudo a ver com o clima de fantasia do filme.


Além dos detalhes técnicos, a história da jovem Amélie, vivida pela atriz Audrey Tautou, nos atrai pela simplicidade e, mais ainda, porque explora uma coisa que é comum a todos nós: a busca de uma razão para a vida. No caso de Amélie, essa razão é a descoberta de um grande amor.


Amélie não teve uma infância das mais normais. O peixinho de estimação tentou suicídio várias vezes. A mãe teve uma morte, digamos, pouco convencional. O pai, médico, não era dado a demonstrações de afeto e só se aproximava de Amélie para examiná-la. A menina ficava tão emocionada que os batimentos cardíacos aceleravam. Por isso, o pai acreditava que a menina tinha um grave problema no coração.


Amélie, então, cresceu sem experimentar emoções fortes e, quando jovem, continuou no isolamento voluntário do mundo dos sentimentos. O coração de Amélie perigava secar e estilhaçar-se, como os ossos de vidro do velho Dominique Bretodeau.


É quando o destino lhe apronta uma surpesa, uma dessas imprevisibilidades que vêm e fazem redemoinho em nossas vidas. Foi Rousseau que disse que "nada está mais sob o nosso domínio que o coração, mas longe de podermos comandá-lo, somos forçados a obedecer-lhe".


"Amélie" traz de volta esta sensação às vezes esquecida de como é bom sermos surpreendidos pelas desconhecidas escolhas do nosso coração.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Forças Armadas na Amazônia

Carlos Minc (PT), indicado para o ser o novo ministro do Meio Ambiente, defendeu o uso das Forças Armadas para ajudar na proteção dos parques nacionais e reservas extrativistas da Amazônia. Minc disse que vai apresentar a proposta ao presidente Lula nesta segunda-feira (19), na audiência que os dois terão em Brasília. Após a audiência, Minc deverá ser oficializado no MMA.

A mídia, que sempre encampou a idéia de usar as Forças Armadas no combate à violência das grandes cidades, reagiu com fúria à proposta do futuro ministro. Alexandre Garcia disse hoje de manhã no Bom Dia Brasil que Carlos Minc "deve estar confundindo as coisas".

O comentarista desdenhou da medida adotada por Minc, atual secretário de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, que transformou bombeiros em guarda-parques em áreas protegidas do Rio.

"No Rio de Janeiro, os bombeiros cuidam de parques florestais. Para eles, a palavra “fogo” tem um sentido e um resultado diferentes que a ordem de fogo para um soldado do Exército. Converter o Exército em guarda florestal teria que ir muito além de uma mudança na Constituição, numa cláusula historicamente pétrea", disse Garcia.

É o mesmo Alexandre Garcia que, sem se preocupar com os "impedimentos constitucionais", prega que o Exército ocupe as favelas do Rio e São Paulo para "conter a violência". Contra pobre e preto, pode.

domingo, 18 de maio de 2008

Faustão: mil vezes no ar


Ele consagrou o bordão "Ô 'loco', meu" e faz parte da história da televisão brasileira. Fausto Silva e seu Domingão do Faustão completam neste domingo (dia 18) mil edições no ar pela TV Globo e, com raras excessões, sempre liderando a audiência.

Faustão tem um estilo falastrão e rasgador de seda que irrita muita gente (inclusive a este blogueiro aqui), mas é inegável que ele e seu programa são um grande sucesso de público - o que não é garantia nenhuma de qualidade. Muito pelo contrário. O Domingão do Faustão é responsável por vários episódios lamentáveis, para ser bem ameno, da televisão brasileira.

Lembram do sushi erótico, quando o programa mostrou ao vivo homens se servindo do prato japonês no corpo de uma mulher nua? Fora isso, o programa sempre foi recheado de quadros que expunham pessoas comuns ao ridículo, como as famosas Pegadinhas e as Olimpíadas do Faustão.

No artigo "A construção do herói: a glamourização do popular no Domingão do Faustão", Renné Oliveira França, mestrando em Comunicação Social pela UFMG, tenta entender o sucesso do programa pela possibilidade que a atração oferece de aproximar celebridades de pessoas comuns e, ao mesmo tempo, de tornar pessoas comuns em celebridades instantâneas. O artigo faz parte do livro "Narrativas Televisivas: programas populares na TV" (Ed. Autêntica).

Renné chama essas celebridades de "olimpianos" ou "os famosos que fazem as vezes de deuses modernos".

" 'Monte Olimpo' na televisão brasileira, lar de deuses e deusas da nossa cultura midiática, o Domingão do Faustão passou a atuar como um momento único em que os mortais se encontram com o divino e os anônimos podem brincar de ser estrela", escreve ele.

As onomatopéias da Vovó Socialista

Dizem que quanto mais a gente luta contra um apelido, mais fácil ele gruda na gente. Eu já tive vários. Meus ex-alunos do Senac, quando queriam me tirar do sério, diziam que eu era o professor mais "cabeça" que eles já tiveram na vida. Deixei de ser professor e muitos deles viraram meus amigos. Não me chamam mais de professor. Abreviaram para "cabeça".

Ailton Medeiros, com a ironia que lhe é peculiar, resolveu batizar Thaisa Galvão de "Vovó Socialista". O negócio pegou e todo mundo só chama a blogueira agora por esse apelido pouco honroso. É óbvio que Thaisa não é tão velha assim pra ser chamada de "vovó" - nem tão pouco é socialista, para que mereça esse tratamento.

Mas deixemos o apelido pra lá. Eu quero falar mesmo é do blog dela. Não aguento mais ler tantas onomatopéias. É tanto "huuummm", "vixiii", "ahhh", xiii", "ixeee", que tá ficando insuportável. Parece que a moça não tem o que falar, aí tasca uma dessas expressões. Parece também que tá tendo um orgasmo quando escreve, aí solta esse "huuummm".

Tá ficando um blog 'pornomatopéico'.

RN é sexto em denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes

Em entrevista ao portal Nominuto.com, o promotor da Defesa da Infância e da Justiça, Manoel Onofre Lopes, falou sobre o problema do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na capital e no interior, destacando que o RN ocupa a sexta coloção no país em número de denúncias contra esses casos.

O promotor esclareceu que a maior parte dos casos registrados no RN é de abuso sexual, praticado, quase em sua totalidade, no universo da família. Isso significa que, geralmente, o abusador é alguém muito próximo da criança e do adolescente. Para ele, isso dificulta muito o combate à agressão. "A gente está falando de uma família que vai ser desestruturada (...). Qual é a alternativa que eu tenho para uma menina que está sendo vítima de processo de abuso dentro de casa e você tem que afastar o pai que paga todas as contas da casa?", questionou.

Em relação à exploração sexual, que se caracteriza quando alguém obtém alguma espécie de lucro (financeiro ou em relação ao favor sexual em si), Manoel Onofre disse que o problema tem ligação com as desiguladades sociais. Para ele, isso gera um quadro de "vulnerabilidade" social e, por isso, crianças e adolescentes, mesmo não tendo conhecimento do que isso representa, se submetem à exploração como "alternativa de vida". (Eu não chamaria de "alternativa" uma coisa dessa. "Imposição" talvez fosse o nome mais correto)

O promotor também ressaltou que, além dessa questão socioeconômica, contribui para o agravamento da situação o fato de Natal ser uma cidade com intenso fluxo turístico. Ele defendeu o combate a essa figura do turista explorador e disse que, para isso, é preciso conversar com a própria rede turística.

Manoel Onofre defendeu ainda a necessidade de se oferecer um projeto de "alternativa de vida e auto-estima", com inserção no mercado de trabalho e acompanhamento psicológico, às vítimas de abuso e exploração sexual.

Em Tempo

A Folha de São Paulo deste domingo (18), traz uma reportagem sobre o aumento dos casos de exploração sexual infantil e adolescente em locais onde estão sendo realizadas grandes obras de infra-estrutura pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal.

O problema é que o jornal responsabiliza o PAC pelo problema, numa clara inversão dessa lógica perversa da exploração sexual infanto-juvenil. A manchete da reportagem, "PAC pode agravar exploração sexual infantil", é infeliz e induz o leitor a uma interpretação errada.

Não foi o PAC que criou o problema. Existe, como disse o promotor Manoel Onofre Lopes na entrevista ao Nominuto.com, uma conjuntura de desiguldades sociais que favorece o contexto da exploração. Portanto, em vez de atacar o PAC, deveríamos denunciar a mazela da injustiça social que se impõe e expõe nossas crianças e adolescentes ao algoz explorador.

Voltando à reportagem da Folha, segundo o jornal, o aumento de casos de exploração sexual nos canteiros das obras do PAC levou o governo a lançar um "plano de combate à exploração sexual infantil à margens da megaobra de asfaltamento da BR-163, que liga Santarém (PA) a Cuiabá (MT)."

O projeto foi lançado há um ano e é coordenado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. O projeto é composto de atividades preventivas como divulgação do número de telefone para denúncias e fortalecimento da rede de atendimento local e das políticas sociais.

A socióloga Marlene Vaz, ouvida pela Folha, disse que o problema da exploração sexual tem a ver também com o nosso modelo de sociedade consumista. Ela estuda há quase 35 anos a exploração sexual de crianças e adolescentes. "É uma sociedade de consumo onde o tempo todo se destaca a importância de ter um celular, uma boa roupa, perfumes caros. Não há como essas meninas ignorarem isso."