quinta-feira, 10 de abril de 2008

Os rabos-de-palha de José Agripino


A revista "Caros Amigos" deste mês está simplesmente imperdível. A edição traz um perfil do jornalista Léo Arcoverde sobre estriônico e caricato senador José Agripino, líder dos "demos" - cargo que lhe caiu como uma luva, diga-se de passagem.

Na capa, a interrogação: "José Agripino - Quem é?". A revista ainda não chegou às bancas de Natal. Mas é bom ficar atento antes que Jajá mande comprar todos os exemplares pra ninguém mais ler.

No site da revista, há apenas um aperitivo, mas já é suficiente pra imaginar o que vem pela frente.

"OS RABOS-DE-PALHA DE UM FILHOTE DA DITADURA" é o título da matéria sobre Agripino Maia.

Na pequena introdução, já dá pra sentir o doce veneno do escorpião:

O SENADOR JOSÉ AGRIPINO MAIA (DEM-RN) É APRESENTADO PELA MÍDIA GRANDE COMO UM ÍCONE DA MORAL, SEMPRE ENTREVISTADO PARA DENUNCIAR AS MAZELAS DO GOVERNO LULA E PONTIFICAR SOBRE ÉTICA POLÍTICA. SEU PASSADO, PORÉM, NÃO O ABONA.

Estou anciosíssimo para ter a revista em mãos e ler a matéria na íntegra. Prometo postar tudo aqui pra vocês, mas quero contar com a ajuda de todos pra gente passar esse "dossiê Agripino" pra frente. Quanto mais gente ficar sabendo do passado sujo deste senador, mais cedo ele será desmascarado e mais rapidamente nos veremos livres dos seus insuportáveis surtos demagógicos.

Eu vou profetizar aqui. Muito em breve, todos juntos, em uníssono, poderemos bradar: Jajá já era!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Cidadã Natalense

Dilma Roussef recebe título da CMN

A Câmara Municipal de Natal aprovou ontem o requerimento do vereador Júnior Rodoviário (PT) concedendo o título de "Cidadã Natalense" à ministra da Casa Civil, Dilma Roussef.

Em sua justificativa, o vereador alegou que a ministra tem uma “importante contribuição histórica” e de “valorização da mulher no exercício da função pública”. Júnior Rodoviário destacou ainda “os relevantes serviços prestados pela ministra Dilma Roussef” para Natal e o Rio Grande do Norte.

A chefe da Casa Civil do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva é a responsável pelo gerenciamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que vai investir R$ 800 milhões em obras de saneamento, abastecimento de água e infra-estrutura.

Eleições em Natal

Orientada por Carlos Eduardo, Vrgínia Ferreira busca apoio da governadora

A "Tribuna do Norte" noticiou que o PT e o PSB vão debater as eleições deste ano numa reunião na próxima segunda-feira (dia 14), na sede do Partido Socialista Brasileiro.

O jornal informou ainda que a reunião foi agendada a pedido do PT, através da presidente municipal da legenda, Vilma Aparecida.

Ainda segundo a TN, o objetivo do PT é "conversar com o PSB sobre a possibilidade de construir um projeto político e um programa de governo que possibilite a aliança [para a eleição em Natal]."

O PT tem dois pré-candidatos a prefeito: o deputado estadual Fernando Mineiro e a secretária Virgínia Ferreira.

A versão da TN é que Virgínia Ferreira foi autorizada pelo PT a buscar o apoio do prefeito Carlos Eduardo e da governadora Wilma de Faria para viabilizar seu nome como candidata.

Entretanto, o blog teve informações que quem orientou Virgínia Ferreira a buscar o apoio da governadora à sua candidatura foi o prefeito Carlos Eduardo.

Carlos Eduardo deu o seu aval à reunião, mas não vai participar da conversa porque estará viajando.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Entre heróis e vilões

Os brasileiros sempre gostaram de ter seus heróis. É uma necessidade quase ontológica do nosso povo. Não somos sebastianistas como os portugueses, mas nosso povo vive como se ainda esperasse o surgimento do messias, o herói divinizado que virá para resgatar a estima da nossa gente historicamente ultrajada.

Mas não só de heróis vive uma nação. Os vilões também têm seu lugar reservado no nosso "museu de grandes novidades", como cantou Cazuza.

Eis que agora, uma eleição definiu quem foram o maior herói e o maior vilão da História do Brasil. É o que revela Mônica Bergamo na Folha de hoje:

O BEM E O MAL

A "Revista de História da Biblioteca Nacional" perguntou a jornalistas, professores, políticos e artistas quem foram o maior herói e o maior vilão da História do Brasil. Machado de Assis e d. Pedro 2º ganharam 12 votos cada na categoria "mocinho". O escritor acabou levando o título porque o imperador também teve duas menções na lista dos "odiados". O ex-presidente Emílio Garrastazu Médici, também com 12 votos, foi escolhido o maior vilão.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Fazendo contato

Pessoal, passei o dia hoje no "Fórum Natal Pela Sustentabilidade" e não deu pra postar nada. Amanhã, refeito do desgaste e com as baterias recarregadas, coloco os assuntos em dia - inclusive algumas coisas interessantes do fórum.

Por enquanto é isso e até amanhã.

domingo, 6 de abril de 2008

Os brasileiros, a mídia e a pena de morte

Há um ano, a Folha publicava pesquisa do Datafolha mostrando que 55% dos brasileiros apoiavam a pena de morte e que, para 31% da população, a violência era o principal problema do país.

A pesquisa foi feita depois do brutal assassinato do menino João Hélio Fernandes, arrastado por um carro nas ruas do Rio de Janeirio, em fevereiro de 2007, que comoveu e deixou a todos perplexos.

A própria Folha creditou o aumento da "mobilização popular e a repercussão na mídia do tema insegurança pública" ao assassinato de João Hélio Fernandes.

Quando essa pesquisa foi publicada, escrevi um artigo no "Observatório da Imprensa" afirmando que a elevação da preocupação nacional com a violência e a aprovação maior à pena de morte coincidiam com a hiperexposição do assunto na mídia (clique aqui para ler o artigo).

Eis que o Datafolha fez nova pesquisa sobre o tema e o jornal novamente publicou os números. A aprovação dos brasileiros à pena de morte caiu para 47%. Enquanto isso, os que são contrários a essa medida passaram para 46%.

A pesquisa, realizada entre 25 e 27 de março, entrevistou 4.044 brasileiros com 16 anos ou mais em 159 municípios, segundo o jornal.

Na matéria deste domingo, a Folha afirma que o apoio à pena de morte no Brasil "pode ser circunstancial e emotivo".

A mídia não costuma admitir os próprios erros e excessos. A cobertura sensacionalista de temas como a violência leva à exacerbações perigosas e alimenta sentimentos vingativos que geram apenas mais violência.

Esqueçam Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freire

Íris Abravanel, mulher de Sílvio Santos, está escrevendo a próxima novela do SBT. O título da trama é "Revelação" e vai falar sobre temas "sociais" como MST, política e tráfico de drogas.

Tive calafrios quando li a notícia. Imaginem vocês se essa senhora resolve "revelar" as causas dos nossos problemas sociais. Imaginaram? É, eu pensei a mesma coisa.

Esqueçam Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freire. Para entender o Brasil, vamos assistir "Revelação". Nenhuma teoria social resistirá à Íris Abravanel.

A favor das políticas afirmativas

Excelente o artigo de Elio Gaspari na Folha de São Paulo deste domingo. É sobre o voto do ministro Carlos Ayres Britto do Supremo Tribunal Federal a favor do ProUni, programa do governo federal que dá bolsas de estudos para alunos carentes entrarem na universidade. O programa adota critérios de renda e de raça para o acesso ao ensino superior.

O DEM havia entrado com uma ação no STF questionando a legalidade do ProUni. O DEM é contra o programa porque não quer que pobre entre na universidade. É simples assim.

Invoca-se o discurso do mérito e outras falácias como a negação do preconceito no Brasil e o argumento segundo o qual as políticas afirmativas exacerbariam uma divisão racial que na verdade não existe, baseando-se no sofisma de que somos todos integrantes de uma única raça, a saber a raça humana.

Esse assunto também foi debatido no programa "Altas Horas", apresentado pelo Serginho Groisman na Globo, na madrugada de sábado para domingo. Duas garotas, com opiniões opostas, participaram do quadro "Contra ou A Favor", que no programa de ontem tratava da questão das cotas.

Eu peguei o debate do meio pro final. Mas deu pra perceber como os argumentos de quem é contra as cotas e outras políticas afirmativas repetem sempre os mesmos clichês. A garota do contra invocou a premissa da raça única - a raça humana. A garota a favor disse que a discussão não era sobre o conceito biológico de raça, mas sim o conceito social, a forma como esse conceito foi trabalhado e usado para excluir durante séculos negros e índios, desembocando numa sociedade cujas estruturas são a injustiça e a desiguldade históricas.

A jovem contrária às cotas, que é negra e usava uma camiseta do "Movimento Negro Socialista", disse ainda que as políticas afirmativas contrariam o princípio da igualdade de todos perante a lei, conforme rege a Constituição do Brasil. A outra jovem contrapôs-se a ela afirmando que, embora esteja assegurada em lei, a igualdade de fato não existe e, para que ela deixe de ser apenas um conceito ou letra morta, são necessárias ações que garantam a sua efetivação e que amenizem as desigualdades históricas contra os negros.

É isso aí. Agora, fiquem com o artigo de Elio Gaspari:

Um grande voto no julgamento do ProUni

BENDITA A HORA em que o DEM (ex-PFL) e a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino resolveram bater às portas do Supremo Tribunal Federal, sustentando a inconstitucionalidade dos atos que criaram o ProUni. Levaram para a Corte a discussão da legalidade de ações afirmativas baseadas em critérios de renda e de raça para o acesso ao ensino superior. Na semana passada, tomaram a primeira pancada, pelo voto do ministro-relator Carlos Ayres Britto.

O ProUni troca por bolsas de estudo as imunidades tributárias dadas às universidades particulares. Coisa como 10% das vagas disponíveis. O programa já atendeu 310 mil jovens oriundos da rede pública e neste ano formará a sua primeira turma, com 60 mil bolsistas. Há 100 mil estudantes pré-selecionados para a próxima rodada de matrículas. Para receber uma bolsa integral, a renda per capita familiar do candidato não pode ser superior a 1,5 salário mínimo. Por exemplo, um casal com dois filhos não pode ganhar mais de R$ 1.648. As vagas do ProUni também devem ser preenchidas favorecendo o acesso de candidatos afro-descendentes (quem não gosta da expressão pode chamá-los de "descendentes de escravos"). A concessão de bolsas deve acompanhar os percentuais de diversidade de cada Estado, conforme o censo do IBGE. Há um regime de bolsas parciais, que segue critérios semelhantes.

Segundo a Confenen e o DEM, esses critérios são inconstitucionais porque violam o princípio da igualdade entre os cidadãos. (Eles faziam outras restrições, também rejeitadas pelo relator.)

Britto julgou improcedente o pedido, argumentando em cima do nervo da questão: o que é a igualdade numa situação de desigualdade? Nas suas palavras: "Não há outro modo de concretizar o valor constitucional da igualdade senão pelo decidido combate aos fatores reais de desigualdade. (...) É como dizer: a lei existe para, diante dessa ou daquela desigualação que se revele densamente perturbadora da harmonia ou do equilíbrio social, impor outra desigualação compensatória".

Em vez de tentar derrubar quem está em cima, empurra-se quem está em baixo. Tome-se o caso de dois jovens reprovados nos rigorosos vestibulares das universidades públicas, gratuitas. Um, de família mais abonada, vai para uma faculdade particular, paga. O outro iria à lona, mas, com o ProUni, vai à aula.

Britto buscou uma parte de sua argumentação na Oração aos Moços, de Rui Barbosa: "A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. (...) Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real".

O voto de Britto trata só do Pro-Uni. Sua linha de raciocínio abre um guarda-chuva conceitual que antevê próximos julgamentos, quando o STF será chamado a decidir sobre a constitucionalidade do regime de cotas em inúmeras universidades públicas. Terminada a leitura, na quarta-feira, o processo do ProUni foi suspenso por um pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa e recomeçará em poucas semanas. Se o DEM e a Confenen não tivessem cutucado as togas com vara curta, essa bonita discussão não teria sido aberta.

A guerra dos livros

Depois da guerra dos blogs, vem aí a guerra dos livros.

Reinaldo Azevedo, blogueiro e capacho da "Veja", anunciou que vai lançar "O país dos petralhas", enquanto Paulo Henrique Amorim, blogueiro demitido do IG e 'faz tudo' de Edir Macêdo, disse que está escrevendo um livro sobre o Partido da Imprensa Golpista (PIG).

Curiosidade: se o livro de PHA for um best seller, será que a "Veja" vai colocá-lo nos "Mais Vendidos"?

Deu no "Comunique-se"

O ombusdman da Folha pede pra sair

Por Miriam Abreu

O mandato de Mário Magalhães como ombudsman da Folha de S. Paulo se encerrou na sexta-feira (04/04) e o próprio optou por não renová-lo. Motivo: o convite para continuar no cargo estava condicionado a sua aceitação para deixar de escrever a crítica diária na internet. Magalhães não concordou e volta a ser repórter especial na sucursal Rio.

"Considero isso (acabar com a crítica diária na web) um retrocesso na transparência do jornal e do trabalho do ombudsman. Não concordei com a condição, houve um impasse, então deixei o cargo", contou ele neste sábado (05/04) ao Comunique-se.

Até sexta-feira (11/04), Magalhães continua atendendo os leitores. E neste domingo (06/04), ele se despede dos leitores na coluna publicada no impresso.

Mário Magalhães deu início ao trabalho como ombudsman no dia 05/04/07. Ele substituiu Marcelo Beraba, que desempenhou a função por três mandatos.

Na Folha desde 1991, Magalhães atuava como repórter especial do jornal, mas já foi repórter e editor-assistente de Esportes e editor-assistente do “Folha Teen” . Foi o segundo ombudsman da Folha de S. Paulo baseado no Rio de Janeiro.

Não há informações sobre quem será o próximo ombudsman do diário.