Fui arrumar umas coisas, separar papéis velhos pra jogar no lixo e achei um poeminha que escrevi em 1995, quando estudava na ETFRN - hoje CEFET. Inscrevi os versos num concurso de poesia da escola e fiquei em terceiro lugar. Acho que foi a coisa mais poeticamente significativa que consegui escrever. Encontrei outros poemas também - nenhum se aproveitava e os enviei para um lugar apropriado: o lixo.
O título do poema é "Minutos de Solidão":
Saudade de longe
Acena o olhar
Corpo impuro
Beijo rasgado
Algo atravessa,
em diagonal,
o meu pensamento...
Agora chove sem razão
Palavras põem fogo
O relógio pára
O momento é eterno...
Agora nada acontece
Tudo se extingue
O céu está longe
As estrelas não param de brilhar...
O sorriso
A rua
O vento leva meu corpo
Eu,
só eu...
Eternamente.
sábado, 10 de novembro de 2007
A mídia e o fetiche do terceiro mandato
A obsessão da grande imprensa pelo tema do terceiro mandato do presidente Lula está se transformando em fetiche.
Arnaldo Jabor, em entrevista ontem (9) no Programa do Jô, falou sobre o assunto. Para ele, Lula faz joguinho de cena quando diz que não quer terceiro mandato. "Eu temo quando vejo as pessoas negando demais sobre o que elas não foram perguntadas. O Lula nega o tempo todo que vá ser candidato de novo em 2010, mas não sei não...", disse o temeroso Jabor.
Segundo Jabor, o presidente Lula, assim de uma pra outra, começou a negar que tenha intenção de ser candidato a re-reeleição em 2010 sem que ninguém o tenha perguntado sobre isso.
Agora danou-se tudo mesmo. A mídia não pára de falar nesse assunto, todo dia tem alguma manchete sobre isso, insiste na mesma pauta artificial, aí vem o Jabor dizer que ninguém perguntou nada?! Ahhh, pára com isso!
Na Folha Online tem o César Maia (DEM), prefeito do Rio de Janeiro e menino maluquinho nas horas vagas, dizendo que interceptou uma mensagem trocada por dois dirigentes petistas que estariam tramando um plebiscito em 2008 para aprovar o terceiro mandato para Lula. Maia não diz quem são esses dirigentes "para não prejudicar um técnico parlamentar". Pelo visto, Maia teve ajuda desse técnico parlamentar para fazer a arapongagem e ter acesso à suposta mensagem trocada entre os supostos dirigentes petistas. Isso não é crime?
Maia joga a merda no ventilador e fica só esperando aonde a merda vai parar.
A mídia está fazendo o que recomendou Ali Kamel, todo poderoso do jornalismo da Globo: testando hipóteses. Vai que cola, né.
Arnaldo Jabor, em entrevista ontem (9) no Programa do Jô, falou sobre o assunto. Para ele, Lula faz joguinho de cena quando diz que não quer terceiro mandato. "Eu temo quando vejo as pessoas negando demais sobre o que elas não foram perguntadas. O Lula nega o tempo todo que vá ser candidato de novo em 2010, mas não sei não...", disse o temeroso Jabor.
Segundo Jabor, o presidente Lula, assim de uma pra outra, começou a negar que tenha intenção de ser candidato a re-reeleição em 2010 sem que ninguém o tenha perguntado sobre isso.
Agora danou-se tudo mesmo. A mídia não pára de falar nesse assunto, todo dia tem alguma manchete sobre isso, insiste na mesma pauta artificial, aí vem o Jabor dizer que ninguém perguntou nada?! Ahhh, pára com isso!
Na Folha Online tem o César Maia (DEM), prefeito do Rio de Janeiro e menino maluquinho nas horas vagas, dizendo que interceptou uma mensagem trocada por dois dirigentes petistas que estariam tramando um plebiscito em 2008 para aprovar o terceiro mandato para Lula. Maia não diz quem são esses dirigentes "para não prejudicar um técnico parlamentar". Pelo visto, Maia teve ajuda desse técnico parlamentar para fazer a arapongagem e ter acesso à suposta mensagem trocada entre os supostos dirigentes petistas. Isso não é crime?
Maia joga a merda no ventilador e fica só esperando aonde a merda vai parar.
A mídia está fazendo o que recomendou Ali Kamel, todo poderoso do jornalismo da Globo: testando hipóteses. Vai que cola, né.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Tem playboy na fita
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu ontem (8) nove pessoas que integravam uma quadrilha de traficantes de drogas sintéticas, como ecstasy e LSD. Os integrantes da quadrilha foram identificados como Bruno, Rodrigo, Rafael, Fábio, Maicon, Isabela, Michel e Pedro. Todos são jovens e de classe média alta. Michel foi preso em casa com grande quantidade de maconha e haxixe. Pedro foi preso quando chegava na faculdade Estácio de Sá, no campus da Uruguaiana, Centro da cidade. Ele é estudante do primeiro período de Design Gráfico. Além dos jovens, foi preso também um taxista identificado como Renato, suspeito de fazer serviços de entrega. As informações são do portal Terra.
No site d'O Globo Online, uma matéria entitulada "Crime Por Opção" discute os motivos que levariam jovens de classe média alta a se envolverem com o mundo do crime. O repórter Luiz Felipe Barboza, que assina a matéria, afirma que "as companhias contam muito" e recorre à opninião de psicólogos para defender a tese de que a "influência do grupo" pode levar jovens e adolescentes que tiveram acesso à boa educação e à boa vida ao envolvimento com o crime.
O repórter, sempre fundamentado pelos psicólogos, também aponta a necessidade de se impor limites no relacionamento entre pais e filhos. A falta desses limites e a ausência dos pais poderiam contribuir para a "opção pelo crime".
Não descarto nenhuma das explicações levantadas pela matéria. Chamo atenção apenas para a diferença colossal do tratamento dado pela mídia ao tema da criminalidade envolvendo jovens de classe média e jovens de periferia. Quando se trata dos jovens de classe média, se busca tentar entender o porquê por trás do fato, mas quando se trata dos jovens da periferia, excluídos e socialmente vulneráveis, a linha adotada é a da criminalização pura e simples.
Condenados à invisibilidade social e sem acesso aos direitos básicos de cidadania, os jovens das classes sociais menos abastadas estão mais vulneráveis e expostos ao crime. Não quer dizer que todo jovem pobre vai ser um criminoso, mas negar que o apelo do crime é mais sedutor quando não se tem muitas e melhores perspectivas de vida é querer fechar os olhos para a realidade. Enquanto a periferia (favelas e bairros pobres) e os seus moradores (entre eles, os jovens) continuarem sendo tratados como incômodo e ferida que precisa ser extirpada, a sociedade continuará mandando a esses jovens a mensagem de que eles nasceram para o crime e que é isso que esperamos deles. Aí depois a gente chama a "Tropa de Elite" e o Capitão Nascimento para resolver tudo.
No site d'O Globo Online, uma matéria entitulada "Crime Por Opção" discute os motivos que levariam jovens de classe média alta a se envolverem com o mundo do crime. O repórter Luiz Felipe Barboza, que assina a matéria, afirma que "as companhias contam muito" e recorre à opninião de psicólogos para defender a tese de que a "influência do grupo" pode levar jovens e adolescentes que tiveram acesso à boa educação e à boa vida ao envolvimento com o crime.
O repórter, sempre fundamentado pelos psicólogos, também aponta a necessidade de se impor limites no relacionamento entre pais e filhos. A falta desses limites e a ausência dos pais poderiam contribuir para a "opção pelo crime".
Não descarto nenhuma das explicações levantadas pela matéria. Chamo atenção apenas para a diferença colossal do tratamento dado pela mídia ao tema da criminalidade envolvendo jovens de classe média e jovens de periferia. Quando se trata dos jovens de classe média, se busca tentar entender o porquê por trás do fato, mas quando se trata dos jovens da periferia, excluídos e socialmente vulneráveis, a linha adotada é a da criminalização pura e simples.
Condenados à invisibilidade social e sem acesso aos direitos básicos de cidadania, os jovens das classes sociais menos abastadas estão mais vulneráveis e expostos ao crime. Não quer dizer que todo jovem pobre vai ser um criminoso, mas negar que o apelo do crime é mais sedutor quando não se tem muitas e melhores perspectivas de vida é querer fechar os olhos para a realidade. Enquanto a periferia (favelas e bairros pobres) e os seus moradores (entre eles, os jovens) continuarem sendo tratados como incômodo e ferida que precisa ser extirpada, a sociedade continuará mandando a esses jovens a mensagem de que eles nasceram para o crime e que é isso que esperamos deles. Aí depois a gente chama a "Tropa de Elite" e o Capitão Nascimento para resolver tudo.
Jornalismo da bajulação
Em artigo publicado hoje no "Terra Magazine", o jornalista e roteirista Ricardo Kauffman trata da cobertura midiática sobre o mundo dos negócios. Para Kauffman, falta crítica ao conteúdo e sobra bajulação. Em suas palavras, "via de regra, quando o assunto é empresas e executivos, o negócio é elogiá-los e promovê-los."
Ele afirma que o jornalismo de negócios dedica pouco espaço aos casos de corrupção do setor privado, como nos episódios da Cisco e dos bancos suícos. A Cisco é uma multinacional apontada pela Polícia Federal e pela Receita Federal como integrante de um sistema de fraudes de importação que causou um rombo bilionário aos cofres públicos brasileiros. A multinacional norte-americana é uma das líderes no segmento de serviços e equipamentos de alta tecnologia para redes corporativas, internet e telecomunicações. No caso dos bancos suícos, a "Operação Kaspar II" da Polícia Federal desbaratou um esquema organizado pelas instituições financeiras e grandes construtoras, responsáveis pelo envio de bilhões para fora do país e prática de lavagem de dinheiro.
Na opinião de Kauffman, a corrupção no setor privado "ganha mais ânimo no noticiário quando ligado a algum possível esquema ilícito do governo (mesmo que até então pouco fundamentado)."
O jornalista também questiona as fontes utilizadas pelos veículos que tratam do mundo dos negócios. Esses veículos, freqüentemente, recorrem a consultores ou economistas para opinar sobre o rumo dos acontecimentos. "Não raro trata-se de consultores de bancos de investimentos que têm interesses próprios sobre o assunto-alvo. Mas a eles é dado o papel de dizer o que é positivo e negativo para o "mercado como um todo". Em outras palavras, para toda a sociedade. Sem que sejam identificados como parte específica do jogo", afirma Kauffman.
Ricardo Kauffman termina lamentando a falta de credibilidade das informações no jornalismo de negócios, comprometido mais com a exaltação dos valores da sociedade capitalista e menos com a pluralidade das opiniões e a verdade dos fatos.
Ele afirma que o jornalismo de negócios dedica pouco espaço aos casos de corrupção do setor privado, como nos episódios da Cisco e dos bancos suícos. A Cisco é uma multinacional apontada pela Polícia Federal e pela Receita Federal como integrante de um sistema de fraudes de importação que causou um rombo bilionário aos cofres públicos brasileiros. A multinacional norte-americana é uma das líderes no segmento de serviços e equipamentos de alta tecnologia para redes corporativas, internet e telecomunicações. No caso dos bancos suícos, a "Operação Kaspar II" da Polícia Federal desbaratou um esquema organizado pelas instituições financeiras e grandes construtoras, responsáveis pelo envio de bilhões para fora do país e prática de lavagem de dinheiro.
Na opinião de Kauffman, a corrupção no setor privado "ganha mais ânimo no noticiário quando ligado a algum possível esquema ilícito do governo (mesmo que até então pouco fundamentado)."
O jornalista também questiona as fontes utilizadas pelos veículos que tratam do mundo dos negócios. Esses veículos, freqüentemente, recorrem a consultores ou economistas para opinar sobre o rumo dos acontecimentos. "Não raro trata-se de consultores de bancos de investimentos que têm interesses próprios sobre o assunto-alvo. Mas a eles é dado o papel de dizer o que é positivo e negativo para o "mercado como um todo". Em outras palavras, para toda a sociedade. Sem que sejam identificados como parte específica do jogo", afirma Kauffman.
Ricardo Kauffman termina lamentando a falta de credibilidade das informações no jornalismo de negócios, comprometido mais com a exaltação dos valores da sociedade capitalista e menos com a pluralidade das opiniões e a verdade dos fatos.
O Brasil vai virar uma Venezuela
Essa notícia não é sobre a candidatura do presidente Lula ao terceiro mandato, como temem a oposição e a mídia conservadora. A oposição e a mídia são aficionados pela Venezuela e vivem fazendo comparações entre o Brasil e o país de Hugo Chávez. E não é que agora o pior dos temores da oposição e da mídia está perto de se tornar realidade.
Vocês devem estar informados sobre a descoberta de uma gigantesca reserva de gás e petróleo no campo de Tupi, localizado na bacia de Santos, anunciada ontem pela Petrobras. A nova reserva tem de cinco a oito bilhões de barris de petróleo de boa qualidade e gás abaixo da camada. As atuais reservas da Petrobras somam 13 bilhões de barris. Isso significa que a descoberta anunciada ontem pode representar um aumento de 50% nas reservas atuais.
Durante o anúncio da descoberta, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, declarou que com a descoberta do novo campo o Brasil "pode se converter em um exportador de petróleo à altura da Venezuela ou da Nigéria". Jornais internacionais destacam que o Brasil, que antes ambicionava apenas a auto-suficiência na produção de petróleo, agora se situa como futuro grande exportador.
Gabrielli deu a deixa - o Brasil está perto de virar uma Venezuela e ser um grande exportador de petróleo. E agora, o que será que a oposição e a mídia conservadora vão dizer?
Vocês devem estar informados sobre a descoberta de uma gigantesca reserva de gás e petróleo no campo de Tupi, localizado na bacia de Santos, anunciada ontem pela Petrobras. A nova reserva tem de cinco a oito bilhões de barris de petróleo de boa qualidade e gás abaixo da camada. As atuais reservas da Petrobras somam 13 bilhões de barris. Isso significa que a descoberta anunciada ontem pode representar um aumento de 50% nas reservas atuais.
Durante o anúncio da descoberta, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, declarou que com a descoberta do novo campo o Brasil "pode se converter em um exportador de petróleo à altura da Venezuela ou da Nigéria". Jornais internacionais destacam que o Brasil, que antes ambicionava apenas a auto-suficiência na produção de petróleo, agora se situa como futuro grande exportador.
Gabrielli deu a deixa - o Brasil está perto de virar uma Venezuela e ser um grande exportador de petróleo. E agora, o que será que a oposição e a mídia conservadora vão dizer?
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Memória
A essência da vida
A revista "National Geographic Brasil" deste mês vem falando, entre outras coisas, sobre memória. A reportagem de Joshua Foer e as fotos de Maggie Steber estão perfeitas. Maggie também escreveu um pequeno texto falando sobre sua mãe, Madje Steber, que sofre com a falta da memória. Achei o texto tocante e despretenciosamente belo.
As palavras de Maggie sobre sua mãe remeteram meu pensamento para minha avó paterna, D. Celsina, que padece do mesmo mal. Uma estranha melancolia tomou conta de mim e, numa fração de tempo, fechei meus olhos e viajei para outra galáxia, onde eu era só poeira estelar. Nessa galáxia, as memórias eram indeléveis e o tempo não era esse estranho cavaleiro da despedida.
Leia o texto de Maggie Steber:
Quando a memória acaba
"Minha mãe, Madje Steber, está fazendo a melancólica viagem da perda de memória. Ela está no mar. E eu, sua única filha, reservei passagem em outro navio para navegar pelas memórias que descrevem toda a sua vida.
Fotografo minha mãe para ajudar na travessia, criando novas lembranças para mim mesma pelo caminho. Mostro-lhe as fotos, apesar de ela não se reconhecer. Para ela, são cartões-postais de terras distantes. Como ela pode ser tão dolorosamente bela agora, mesmo com o cenho franzido pela confusão? Ela desaparece das minhas vistas bem diante de mim. A cada dia aproxima-se mais do horizonte aonde chegará sozinha, deixando-me apenas memórias, preciosas memórias, dessa sua longa e derradeira jornada."
A revista "National Geographic Brasil" deste mês vem falando, entre outras coisas, sobre memória. A reportagem de Joshua Foer e as fotos de Maggie Steber estão perfeitas. Maggie também escreveu um pequeno texto falando sobre sua mãe, Madje Steber, que sofre com a falta da memória. Achei o texto tocante e despretenciosamente belo.
As palavras de Maggie sobre sua mãe remeteram meu pensamento para minha avó paterna, D. Celsina, que padece do mesmo mal. Uma estranha melancolia tomou conta de mim e, numa fração de tempo, fechei meus olhos e viajei para outra galáxia, onde eu era só poeira estelar. Nessa galáxia, as memórias eram indeléveis e o tempo não era esse estranho cavaleiro da despedida.
Leia o texto de Maggie Steber:
Quando a memória acaba
"Minha mãe, Madje Steber, está fazendo a melancólica viagem da perda de memória. Ela está no mar. E eu, sua única filha, reservei passagem em outro navio para navegar pelas memórias que descrevem toda a sua vida.
Fotografo minha mãe para ajudar na travessia, criando novas lembranças para mim mesma pelo caminho. Mostro-lhe as fotos, apesar de ela não se reconhecer. Para ela, são cartões-postais de terras distantes. Como ela pode ser tão dolorosamente bela agora, mesmo com o cenho franzido pela confusão? Ela desaparece das minhas vistas bem diante de mim. A cada dia aproxima-se mais do horizonte aonde chegará sozinha, deixando-me apenas memórias, preciosas memórias, dessa sua longa e derradeira jornada."
Prostituição
CCJ da Câmara rejeita projeto que legalizava o trabalho das profissionais do sexo
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal rejeitou o projeto do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que regulamenta o exercício da prostituição e concede direitos às chamadas profissionais do sexo, como a possibilidade de contribuição para a Previdência Social e de aposentadoria.
A decisão da CCJ decepcionou a presidente da Rede Brasileira de Prostituição, Gabriela Leite. Ela disse que as prostitutas não são consideradas "cidadãs de primeiro grau".
Independente da disputa entre "conservadores e libertários", o projeto desperta outro debate, pouco mencionado, que é a questão da utilização da mulher como objeto sexual. O discurso de que a prostituição é um trabalho como outro qualquer, além de não ser nada original, é falacioso. Não estou defendendo o ponto de vista dos militantes dos "valores da família", mas considero estranho um projeto que diz ser legal a exploração comercial do corpo da mulher como simples objeto de gozo.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal rejeitou o projeto do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que regulamenta o exercício da prostituição e concede direitos às chamadas profissionais do sexo, como a possibilidade de contribuição para a Previdência Social e de aposentadoria.
A decisão da CCJ decepcionou a presidente da Rede Brasileira de Prostituição, Gabriela Leite. Ela disse que as prostitutas não são consideradas "cidadãs de primeiro grau".
Independente da disputa entre "conservadores e libertários", o projeto desperta outro debate, pouco mencionado, que é a questão da utilização da mulher como objeto sexual. O discurso de que a prostituição é um trabalho como outro qualquer, além de não ser nada original, é falacioso. Não estou defendendo o ponto de vista dos militantes dos "valores da família", mas considero estranho um projeto que diz ser legal a exploração comercial do corpo da mulher como simples objeto de gozo.
A polêmica dos esgostos em Ponta Negra
Ministério Público diz que sistema de esgotamento está saturado e é contra instalação de novas Estações de Tratamento de Esgotos
O Ministério Público (MP) quer impedir a instalação de novas Estações de Tratamento de Esgotos (ETE's) em Ponta Negra e, para isso, encaminhou uma recomendação à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) para anular uma resolução do Conselho Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Conplam), que autoriza a instalação das ETE's.
De acordo com o MP, o sistema de esgotamento sanitário do bairro está saturado. A promotora Gilka da Mata acha um contrasenso uma cidade como Natal, abastecida com água subterrânea, permitir o lançamento de esgotos no solo. Para a integrante do MP, a solução para o saturamento do sistema é a ampliação do sistema atual, ao invés de se construir novas ETE's.
A secretária Ana Miriam Machado da Semurb, que também preside o Conplam, ainda não se pronunciou sobre a recomendação do Ministério Público.
Com informações do Diário de Natal
O Ministério Público (MP) quer impedir a instalação de novas Estações de Tratamento de Esgotos (ETE's) em Ponta Negra e, para isso, encaminhou uma recomendação à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) para anular uma resolução do Conselho Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Conplam), que autoriza a instalação das ETE's.
De acordo com o MP, o sistema de esgotamento sanitário do bairro está saturado. A promotora Gilka da Mata acha um contrasenso uma cidade como Natal, abastecida com água subterrânea, permitir o lançamento de esgotos no solo. Para a integrante do MP, a solução para o saturamento do sistema é a ampliação do sistema atual, ao invés de se construir novas ETE's.
A secretária Ana Miriam Machado da Semurb, que também preside o Conplam, ainda não se pronunciou sobre a recomendação do Ministério Público.
Com informações do Diário de Natal
Justiça decide que Zona Norte não será adensada
As empreiteiras podem reclamar, mas a construção de grandes prédios na Zona Norte de Natal está suspensa a partir de hoje. A suspensão foi determinada ontem pelo Tribunal de Justiça do Estado, que concedeu liminar à Prefeitura de Natal, autora de uma ação direta de inconstitucionalidade impetrada no TJE. A ação pedia a anulação dos artigos do Plano Diretor que transformavam a Zona Norte em área adensada, permitindo a construção de grandes empreendimentos. Essa foi uma das emendas apresentadas pelos vereadores na votação do PD, que culminou na Operação Impacto do Ministério Público - investigação sobre o possível recebimento de propina pelos vereadores para aprovação das emendas.
O argumento da Prefeitura é que o adensamento permitiria a ocupação desordenada e a conseqüente sobrecarga de infra-estrutura da Zona Norte. Agora, a região volta a ser classificada como área de adensamento básico. O coeficiente de aproveitamento (relação entre a área construída e o tamanho do terreno) ficou estabelecido em 1.2 e os prédios construídos terão altura máxima de 22 andares. A Prefeitura defende que o coeficiente básico vai permitir o desenvolvimento sustentável da área.
Os juízes do TJE ainda vão julgar o mérito da questão e decidir definitivamente sobre o assunto do adensamento. Enquanto isso, a Zona Norte está protegida da pressão das grandes empreiteiras, interessadas somente em explorar a região sem se preocupar com a sustentabilidade da área.
Com informações da Tribuna do Norte e do Diário de Natal
O argumento da Prefeitura é que o adensamento permitiria a ocupação desordenada e a conseqüente sobrecarga de infra-estrutura da Zona Norte. Agora, a região volta a ser classificada como área de adensamento básico. O coeficiente de aproveitamento (relação entre a área construída e o tamanho do terreno) ficou estabelecido em 1.2 e os prédios construídos terão altura máxima de 22 andares. A Prefeitura defende que o coeficiente básico vai permitir o desenvolvimento sustentável da área.
Os juízes do TJE ainda vão julgar o mérito da questão e decidir definitivamente sobre o assunto do adensamento. Enquanto isso, a Zona Norte está protegida da pressão das grandes empreiteiras, interessadas somente em explorar a região sem se preocupar com a sustentabilidade da área.
Com informações da Tribuna do Norte e do Diário de Natal
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
É hoje
O documentário "Ribeira das minhas memórias", que resgata um pouco da história do bairro mais tradicional de Natal a partir das memórias de dois personagens, vai ser exibido hoje à noite, às 19h, no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFRN.
O documentário foi produzido para a disciplina "Introdução à Televisão" do curso de Radialismo, sob orientação da professora Miriam Moema. Além deste blogueiro, fizeram parte do grupo os alunos Kamilla Senna, Geraldo Gabi, Fábio Borges e Beatriz Fernandes. Contamos com a preciosa ajuda de "São" Justino Neto, que fez as imagens e a edição do vídeo.
O nosso objetivo era falar de memória e, para isso, usamos a Ribeira como pano de fundo. Walter Canuto e Nalva Melo, nossos dois personagens, são pessoas que têm uma ligação profunda com o bairro e histórias legais pra contar. O resultado foi emocionante. Fiquei mais feliz ainda porque esse foi o primeiro roteiro que escrevi e o primeiro vídeo que produzi.
Agora, quem quiser conferir, é só aparecer hoje à noite lá na UFRN.
O documentário foi produzido para a disciplina "Introdução à Televisão" do curso de Radialismo, sob orientação da professora Miriam Moema. Além deste blogueiro, fizeram parte do grupo os alunos Kamilla Senna, Geraldo Gabi, Fábio Borges e Beatriz Fernandes. Contamos com a preciosa ajuda de "São" Justino Neto, que fez as imagens e a edição do vídeo.
O nosso objetivo era falar de memória e, para isso, usamos a Ribeira como pano de fundo. Walter Canuto e Nalva Melo, nossos dois personagens, são pessoas que têm uma ligação profunda com o bairro e histórias legais pra contar. O resultado foi emocionante. Fiquei mais feliz ainda porque esse foi o primeiro roteiro que escrevi e o primeiro vídeo que produzi.
Agora, quem quiser conferir, é só aparecer hoje à noite lá na UFRN.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Americanos estudam relação entre hip hop e sexo adolescente
A notícia saiu no "The New York Times". Leia trechos da reportagem abaixo:
"O hip hop, com suas letras sugestivas, vídeos e movimentos de dança, há muito é criticado por pais e especialistas em saúde pública, que temem que possa levar a comportamento sexual de risco entre os adolescentes.
Mas nunca ficou claro se há algo particularmente insidioso no hip hop ou se o problema é simplesmente o fato de pessoas com mais de 40 anos não entendê-lo. Afinal, quase toda geração parece incomodada com as preferências musicais da seguinte; lembre-se, os quadris rebolantes de Elvis já foram considerados como uma influência corruptora sobre a juventude do país. Para solucionar este enigma, pesquisadores de saúde pública estão desconstruindo a cultura hip hop, freqüentando pistas de dança e dissecando as letras do rap. A esperança é de que ao compreender o hip hop, os especialistas possam projetar mensagens de saúde mais eficazes -e talvez até mesmo dar aos pais um entendimento da música freqüentemente desconcertante abraçada por seus filhos."
De acordo com o jornal, os pesquisadores passaram três anos estudando a cena dos clubes do hip hop, conversando com dezenas de adolescentes e os observando dançarem. Os pesquisadores observaram que a maioria dos adolescentes no estudo era sexualmente experiente e que o comportamento sexual tinha pouco a ver com a música que eles ouviam. "Em vez disso, eram os tradicionais álcool, drogas e pressão dos pares que geralmente os levavam aos encontros sexuais", informa o "The New York Times".
A pesquisa concluiu que o hip hop não é apenas música, mas um sistema de apoio e estrutura social que domina a cultura jovem. Outra conclusão é que a linguagem do hip hop também pode ser uma forma mais eficaz de se comunicar com os adolescentes, como na hora de se fazer campanhas de prevenção ao HIV, por exemplo.
A pesquisa também apontou que os adolescentes que eram expostos aos níveis mais elevados de letras sexualmente degradantes apresentavam probabilidade duas vezes maior de ter praticado sexo. Os pesquisadores definiram como letras degradantes aquelas que retratam as mulheres como objetos sexuais, os homens como insaciáveis e o sexo como inconseqüente.
Em linhas gerais, a pesquisa sugere que não é o hip hop que influencia negativamente os adolescentes, mas o conteúdo que as letras transmitem. A reportagem afirma que muitos especialistas acreditam que as chaves para a comunicação com toda uma geração de jovens pode ser encontrada no hip hop. Para eles, o hip hop precisa ser entendido porque trata-se de um "fenômeno de geração que une os jovens".
Comentário
Enquanto a cultura hip hop nos EUA é vista como uma música erotizada, que incita o sexo adolescente e dissemina preconceitos de gênero, o hip hop brasileiro tem um caráter muito mais ligado às questões sociais, se configurando numa música de protesto contra as injustiças sociais, o racismo, a violência urbana (incluindo aí a violência policial) e a situação das favelas, por exemplo.
A impressão que eu tenho é que o hip hop americano é uma música muito alienada. Essa alienação termina sendo refletida nas letras das músicas, que, em sua maioria, só falam de sexo e consumismo.
"O hip hop, com suas letras sugestivas, vídeos e movimentos de dança, há muito é criticado por pais e especialistas em saúde pública, que temem que possa levar a comportamento sexual de risco entre os adolescentes.
Mas nunca ficou claro se há algo particularmente insidioso no hip hop ou se o problema é simplesmente o fato de pessoas com mais de 40 anos não entendê-lo. Afinal, quase toda geração parece incomodada com as preferências musicais da seguinte; lembre-se, os quadris rebolantes de Elvis já foram considerados como uma influência corruptora sobre a juventude do país. Para solucionar este enigma, pesquisadores de saúde pública estão desconstruindo a cultura hip hop, freqüentando pistas de dança e dissecando as letras do rap. A esperança é de que ao compreender o hip hop, os especialistas possam projetar mensagens de saúde mais eficazes -e talvez até mesmo dar aos pais um entendimento da música freqüentemente desconcertante abraçada por seus filhos."
De acordo com o jornal, os pesquisadores passaram três anos estudando a cena dos clubes do hip hop, conversando com dezenas de adolescentes e os observando dançarem. Os pesquisadores observaram que a maioria dos adolescentes no estudo era sexualmente experiente e que o comportamento sexual tinha pouco a ver com a música que eles ouviam. "Em vez disso, eram os tradicionais álcool, drogas e pressão dos pares que geralmente os levavam aos encontros sexuais", informa o "The New York Times".
A pesquisa concluiu que o hip hop não é apenas música, mas um sistema de apoio e estrutura social que domina a cultura jovem. Outra conclusão é que a linguagem do hip hop também pode ser uma forma mais eficaz de se comunicar com os adolescentes, como na hora de se fazer campanhas de prevenção ao HIV, por exemplo.
A pesquisa também apontou que os adolescentes que eram expostos aos níveis mais elevados de letras sexualmente degradantes apresentavam probabilidade duas vezes maior de ter praticado sexo. Os pesquisadores definiram como letras degradantes aquelas que retratam as mulheres como objetos sexuais, os homens como insaciáveis e o sexo como inconseqüente.
Em linhas gerais, a pesquisa sugere que não é o hip hop que influencia negativamente os adolescentes, mas o conteúdo que as letras transmitem. A reportagem afirma que muitos especialistas acreditam que as chaves para a comunicação com toda uma geração de jovens pode ser encontrada no hip hop. Para eles, o hip hop precisa ser entendido porque trata-se de um "fenômeno de geração que une os jovens".
Comentário
Enquanto a cultura hip hop nos EUA é vista como uma música erotizada, que incita o sexo adolescente e dissemina preconceitos de gênero, o hip hop brasileiro tem um caráter muito mais ligado às questões sociais, se configurando numa música de protesto contra as injustiças sociais, o racismo, a violência urbana (incluindo aí a violência policial) e a situação das favelas, por exemplo.
A impressão que eu tenho é que o hip hop americano é uma música muito alienada. Essa alienação termina sendo refletida nas letras das músicas, que, em sua maioria, só falam de sexo e consumismo.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
As sete maravilhas do RN
O resultado da eleição promovida pelo Diário de Natal para escolher as sete maravilhas do Rio Grande do Norte foi divulgado ontem (04/11) n'O Poti. Em primeiro lugar ficou a Serra Barriguda, cartão postal da cidade de Alexandria, terra natal deste blogueiro.
A Serra Barriguda teve mais de 16 mil votos e ficou na frente, inclusive, do Morro do Careca, símbolo maior da cidade do Natal, que foi o segundo colocado. Completam a lista das maravilhas o Açude Gargalheiras de Acari, a Fortaleza dos Reis Magos de Natal, o Frasqueirão Natal (estádio do ABC Futebol Clube), o Santuário do Lima em Patú e o trecho de serras Os Apertados em Currais Novos.
Sobre a serra de Alexandria, escrevi uma "Crônica da Barriguda" quando era estagiário no "Jornal Metropolitano" de Parnamirim.
Quando morava lá, costumava escalar a Barriguda com os amigos da Igreja Presbiteriana. No meio do caminho fazíamos uma parada estratégica para retomar o folêgo. Há um trecho bastante verticalizado, onde temos que subir uma rocha apoiado com as mãos. A gente chamava de "pedra de quatro" por causa da posição em que ficávamos.
Antes de alcançarmos o topo da serra, a gente passava por uma abertura entre as rochas que produzia uma sombra agradável. Lá o vento era forte e fazia um frio danado.
Quando chegávamos no cume, a sensação de liberdade tomava conta de nós. O vento era nossas asas. A gente via a cidade diminúncula lá de cima. Imagens de verde rareavam aqui e acolá. Feito meninos bestas, a gente ficava acenando lá de cima achando que alguém responderia lá de baixo.
Aí a gente sentava, alguém sacava o violão e cantarolávamos algumas músicas. A gente aproveitava pra fazer uma boquinha também, afinal de contas ninguém é de ferro. Nosso break fast tinha pão, presunto, mussarela, suco, bolo, tapioca e dindin (acho que aqui em Natal chamam de dadá ou sacolé).
A gente ficava lendo as mensagens que as outras pessoas deixavam nas rochas, pra mostrar que já estiveram ali antes. A poluição visual deixava a gente indignado deixava a gente indignado. Débora, amiga querida, sempre dizia que o nome dos tôlos está em todo lugar (acho que é o versículo bíblico, mas não lembro qual).
Na hora de descer, estava todo mundo exausto. Mas, como diz o ditado, pra descer todo santo ajuda. Todo mundo tinha medo de Janaína nessa hora. Ela costumava vir mais atrás e aprontava com quem ia na frente. Carlinda, nossa saudosa amiga que está nos eperando no céu, era quem mais tinha medo. Uma vez Janaína desceu correndo e arrastou Carlinda serra abaixo. Foi um Deus nos acuda. Depois todo mundo caiu na risada.
Foram muitas as subidas à Barriguda. Faz tempo que não faço essa aventura. A maioria dos amigos não moram mais na cidade e só aparecem lá nas férias. E sem aquela turma, a Barriguda perde um pouco de graça.
É isso aí, essas são algumas das minhas memórias da Barriguda e essa foi a forma que encontrei pra homenagear a nossa maravilha.
A Serra Barriguda teve mais de 16 mil votos e ficou na frente, inclusive, do Morro do Careca, símbolo maior da cidade do Natal, que foi o segundo colocado. Completam a lista das maravilhas o Açude Gargalheiras de Acari, a Fortaleza dos Reis Magos de Natal, o Frasqueirão Natal (estádio do ABC Futebol Clube), o Santuário do Lima em Patú e o trecho de serras Os Apertados em Currais Novos.
Sobre a serra de Alexandria, escrevi uma "Crônica da Barriguda" quando era estagiário no "Jornal Metropolitano" de Parnamirim.
Quando morava lá, costumava escalar a Barriguda com os amigos da Igreja Presbiteriana. No meio do caminho fazíamos uma parada estratégica para retomar o folêgo. Há um trecho bastante verticalizado, onde temos que subir uma rocha apoiado com as mãos. A gente chamava de "pedra de quatro" por causa da posição em que ficávamos.
Antes de alcançarmos o topo da serra, a gente passava por uma abertura entre as rochas que produzia uma sombra agradável. Lá o vento era forte e fazia um frio danado.
Quando chegávamos no cume, a sensação de liberdade tomava conta de nós. O vento era nossas asas. A gente via a cidade diminúncula lá de cima. Imagens de verde rareavam aqui e acolá. Feito meninos bestas, a gente ficava acenando lá de cima achando que alguém responderia lá de baixo.
Aí a gente sentava, alguém sacava o violão e cantarolávamos algumas músicas. A gente aproveitava pra fazer uma boquinha também, afinal de contas ninguém é de ferro. Nosso break fast tinha pão, presunto, mussarela, suco, bolo, tapioca e dindin (acho que aqui em Natal chamam de dadá ou sacolé).
A gente ficava lendo as mensagens que as outras pessoas deixavam nas rochas, pra mostrar que já estiveram ali antes. A poluição visual deixava a gente indignado deixava a gente indignado. Débora, amiga querida, sempre dizia que o nome dos tôlos está em todo lugar (acho que é o versículo bíblico, mas não lembro qual).
Na hora de descer, estava todo mundo exausto. Mas, como diz o ditado, pra descer todo santo ajuda. Todo mundo tinha medo de Janaína nessa hora. Ela costumava vir mais atrás e aprontava com quem ia na frente. Carlinda, nossa saudosa amiga que está nos eperando no céu, era quem mais tinha medo. Uma vez Janaína desceu correndo e arrastou Carlinda serra abaixo. Foi um Deus nos acuda. Depois todo mundo caiu na risada.
Foram muitas as subidas à Barriguda. Faz tempo que não faço essa aventura. A maioria dos amigos não moram mais na cidade e só aparecem lá nas férias. E sem aquela turma, a Barriguda perde um pouco de graça.
É isso aí, essas são algumas das minhas memórias da Barriguda e essa foi a forma que encontrei pra homenagear a nossa maravilha.
domingo, 4 de novembro de 2007
Altas Horas
"Altas Horas, vida inteligente na madrugada". Esse é o slogan repetido por artistas nos intervalos do programa comandado por Serginho Groisman nas madrugadas de sábado na Globo.
O programa realmente é interessante. Conta (quase) sempre com convidados bacanas e atrações musicais de bom gosto. Ontem os entrevistados eram os atores Ney Latorraca e Letícia Sabatela, o jogador do São Paulo Richarlyson e o "Doutor Bactéria" do Fantástico, Roberto Figueiredo. A atração era o cantor Djavan, que estava lançando seu novo cd.
A "vida inteligente" desaparece quando a gente presta atenção na platéia do programa. Serginho não usa mais o velhor bordão "fala, garoto" dos tempos do "Programa Livre" no SBT. Mas os jovens continuam fazendo perguntas. É nessa hora que a coisa desanda. As perguntas quase nunca ultrapassam velhos clichês e esbarram na previsibilidade. Fica nítido o constrangimento do apresentador e dos entrevistados com a burrice da platéia. Uma menina perguntou a Ney Latorraca se ele prefere fazer drama, comédia ou suspense. Original, não?
Os cantores e as cantoras também sofrem com a platéia. Na hora de pedir uma "canjinha", a galera pede as mesma músicas de sempre - geralmente aquelas que tocaram na novela. Djavan teve que cantar "Oceano" pela enésima vez. Em outro programa, uma menina pediu pra Zélia Duncan cantar "Catedral". Contrariada, ela atendeu ao pedido, mas não sem dar seu recado: "A gente tem tantas outras coisas pra mostar".
Mas o momento que os jovens mostram toda sua inteligência é no quadro "Púlpito", quando eles ocupam a tribuna do programa para "protestar" contra o que eles quiserem. É tanta asneira que o jeito é rir. Um menino protestou contra a qualidade das escolas brasileiras. Hein?!
A minha sugestão para que a "vida inteligente" se extenda também à platéia é que o programa pare de contratar modelinhos de agências para fazer figuração e não convide só a turma da classe média, alunos de colégios e faculdades particulares. Encha aquelas arquibancadas com gente que tem o que dizer de verdade e pode contribuir pra tornar as entrevistas mais interessantes. É pedir demais?
O programa realmente é interessante. Conta (quase) sempre com convidados bacanas e atrações musicais de bom gosto. Ontem os entrevistados eram os atores Ney Latorraca e Letícia Sabatela, o jogador do São Paulo Richarlyson e o "Doutor Bactéria" do Fantástico, Roberto Figueiredo. A atração era o cantor Djavan, que estava lançando seu novo cd.
A "vida inteligente" desaparece quando a gente presta atenção na platéia do programa. Serginho não usa mais o velhor bordão "fala, garoto" dos tempos do "Programa Livre" no SBT. Mas os jovens continuam fazendo perguntas. É nessa hora que a coisa desanda. As perguntas quase nunca ultrapassam velhos clichês e esbarram na previsibilidade. Fica nítido o constrangimento do apresentador e dos entrevistados com a burrice da platéia. Uma menina perguntou a Ney Latorraca se ele prefere fazer drama, comédia ou suspense. Original, não?
Os cantores e as cantoras também sofrem com a platéia. Na hora de pedir uma "canjinha", a galera pede as mesma músicas de sempre - geralmente aquelas que tocaram na novela. Djavan teve que cantar "Oceano" pela enésima vez. Em outro programa, uma menina pediu pra Zélia Duncan cantar "Catedral". Contrariada, ela atendeu ao pedido, mas não sem dar seu recado: "A gente tem tantas outras coisas pra mostar".
Mas o momento que os jovens mostram toda sua inteligência é no quadro "Púlpito", quando eles ocupam a tribuna do programa para "protestar" contra o que eles quiserem. É tanta asneira que o jeito é rir. Um menino protestou contra a qualidade das escolas brasileiras. Hein?!
A minha sugestão para que a "vida inteligente" se extenda também à platéia é que o programa pare de contratar modelinhos de agências para fazer figuração e não convide só a turma da classe média, alunos de colégios e faculdades particulares. Encha aquelas arquibancadas com gente que tem o que dizer de verdade e pode contribuir pra tornar as entrevistas mais interessantes. É pedir demais?
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