sábado, 31 de maio de 2008

Paixão e Metamorfose

Começei a ler "A Paixão Segundo G.H.", considerado por muitos a obra-prima de Clarice Lispector.

A história de uma mulher que mata e depois come uma barata me lembrou "A Metamorfose" de Kafka. Não sei se Clarice bebeu na fonte kafkiana. Estou apenas especulando, somente uma primeira e imatura impressão.

Quando terminar a leitura, volto ao assunto.

A barriga de Thaisa Galvão

Thaisa Galvão se atrapalhou toda hoje (sábado, 31) em seu blog ao querer dar o furo da pesquisa Consult que sai no Poti de amanhã (domingo, 1). A moça disse que Micarla subiu menos do que subiu de verdade, que Fátima caiu mais do que caiu de verdade e que Rogério Marinho ficou no mesmo lugar - quando, na verdade, perdeu uns votinhos.

Tá vendo. É como diz o didato: apressado come cru - e ainda dá barriga.

Duas cenas

Estava no ônibus voltando pra casa hoje à noite e vi duas cenas que despertaram a minha atenção.

Na cadeira em frente à minha, uma mãe e seu filho pequeno saboreavam uma amanteigada espiga de milho cozido. Quando terminaram de comer, a mãe, solenemente, abriu a janela do ônibus e jogou o sabugo e a palha do milho na rua.

Eu tive vontade de dizer alguma coisa a ela, pra ver se ela se tocava que aquilo era falta de educação e que ela, com aquele tipo de atitude, estava dando um péssimo exemplo ao filho.

Mas não fiz isso. Achei que não valeria à pena, porque talvez não adiantasse nada e a mulher ainda poderia querer armar um barraco.

Aí fiquei olhando pra ela meio atravessado, com minha indiganação sufocada e me sentindo um completo babaca por me incomodar com gente que joga lixo na rua, fura fila, não respeita a faixa de pedestre, ocupa a vaga dos idosos e gestantes nos ônibus, entre outras pequenas demonstrações de má educação.

Então, aconteceu a segunda cena. Eu me preparava pra descer do ônibus. Outra mãe, com o filho pequeno no colo, também terminava de saborear sua espiga de milho cozido. O menino, que viu a mãe daquele primeiro garoto jogar o lixo pela janela, queria que sua mãe imitasse a primeira.

- Não, meu filho. A gente leva e quando chegar em casa, joga no lixo - respondeu a segunda mãe à sugestão do seu filho de se desfazer do lixo na rua.

Olhei pra mulher e, mesmo sem conhecê-la, sorri pra ela. Ela retribuiu o sorriso. Eu vim pra casa mais esperançoso de que nem tudo está perdido e mais convicto de que o exemplo começa em casa.

As crianças tendem (eu disse tendem)a reproduzir o comportamento e os hábitos dos seus pais. O mesmo vale para os valores morais e éticos.

Como formar cidadãos éticos, conscientes dos seus direitos e deveres, não violentos, se no próprio lar, diariamente, mães e pais despreparados dão o contra-exemplo de tudo isso?

Garotinho culpa Lula por "perseguição"




Acusado pela Polícia Federal de ser o "líder político" de uma "quadrilha armada" no Rio de Janeiro, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) disse que é vítimia de "perseguição" e insinuou que o presidente Lula está por trás das acusações da PF contra ele (Garotinho).


Garotinho, que teve sua casa revistada, reclamou que a PF não agiu da mesma forma com José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, petistas denunciados no caso do "mensalão".


Garotinho disse ainda que o motivo de estar sendo perseguido "é porque é ano de eleição".


Essa gente e suas teorias conspiratórias.


Alguém precisa dizer ao Garotinho que ninguém chuta cão que já está na sarjeta - e esse é o lugar onde ele se encontra na política há um bom tempo.


Garotinho é assim: quando pegam ele fazendo traquinagem, desata a chorar.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Os 10 mitos sobre as cotas

Leia no Blog do Mello a lista com os 10 mitos sobre as cotas, elaborada pelo Laboratório de Políticas Públicas da UERJ, primeira universidade pública de grande porte no Brasil a utilizar o sistema de cotas, em 1991.

Para acessar o Blog do Mello, clique aqui.

Imprensa no banco dos réus

Rede Globo, Folha da Tarde, Folha de S.Paulo, Estadão e Editora Três são condenados por cobertura do caso "Escola Base"

O Tribunal de Justiça de São Paulo, 14 anos depois, condenou o Grupo Folha da Manhã, dono do jornal Folha da Tarde, a pagar indenização por causa da cobertura "escandalosa e sensacionalista" no caso da Escola Base. A informação é do site Consultor Jurídico.

Em março de 1994, três casais foram acusados de envolvimento no abuso sexual de crianças na Escola Base, em São Paulo (SP). A acusação se baseava em laudos preliminares e no depoimento de duas mães de alunos. Os donos da Escola Base foram sumariamente julgados e condenados pela mídia e pela opinião pública.

Na época, a Folha da Tarde deu a seguinte manchete sobre o caso:

Perua escolar carregava as crianças para a orgia

Para o desembargador Oldemar Azevedo, o jornal e outros órgãos de imprensa extrapolaram a liberdade de informar e não resguardaram a honra moral de uma criança de quatro anos, apontada como vítima de abuso sexual dos próprios pais.

O Grupo Folha foi condenado a pagar R$ 200 mil a um jovem de 18 anos - o garoto que na época do falso escândalo tinha somente quatro anos. Ele é filho de um dos casais acusados sem provas no caso da Escola Base.

O Consultor Jurídico informa ainda que outros veículos de imprensa também foram condenados pelo episódio:

"Outras empresas de comunicação sofreram condenação pelas notícias divulgadas à época dos fatos, em 1994. É o caso dos jornais Folha de S.Paulo (R$ 750 mil) e O Estado de S.Paulo (R$ 750 mil), da Globo (R$ 1,35 milhão) e da Editora Três, responsável pela publicação da revista IstoÉ, (R$ 360 mil). Em todos os casos ainda cabe recurso."

É como diz o título do livro do jornalista Carlos Dorneles: Deus é inocente; a mídia, não.

Leia mais aqui.

A traquinagem do Garotinho

Do G1:

MPF denuncia Álvaro Lins, Garotinho e mais 14 pessoas

Eles são suspeitos de praticar vários crimes, entre eles, lavagem de dinheiro e corrupção.Ex-governador diz que está em casa e não foi informado de nada.


O Ministério Público Federal apresentou denúncia à Justiça Federal
contra o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB), o deputado estadual Álvaro Lins (PMDB) e mais 14 pessoas por, supostamente, integrarem uma organização criminosa.

Segundo a denúncia oferecida ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, o grupo de 16 pessoas usava a estrutura da Polícia Civil do Rio de Janeiro para praticar lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção.

Leia mais aqui.

É tudo vaidade...




Em "O Advogado do Diabo" (Devil's Advocate), Al Pacino vive o próprio coisa ruim, disfarçado sob a identidade do dono de uma poderosa firma de advogados, John Milton. Keanu Reeves é Kevin Lomax, um jovem e talentoso advogado que nunca perdeu uma causa, mesmo recorrendo a expedientes, digamos, pouco ortodoxos. Ele não é o tipo de pessoa que tem problemas de consciência.


Lomax recebe uma proposta tentadora para ir trabalhar em Nova Yorque na firma de John Milton, que consegue seduzir o rapaz e fazê-lo aceitar o convite. Depois de morder o anzol, Lomax não percebe que suas escolhas morais estão lhe conduzinho para um caminho perigoso e sem volta.


Numa das melhores cenas do filme, quando John Milton revela sua verdadeira identidade, ele diz a Kevin Lomax como conseguiu seduzi-lo:


- Vaidade... Esse é o meu pecado predileto.


A vaidade, como apontara o coisa ruim, havia cegado o entendimento e o discernimento de Lomax e o fizera crer que o mundo girava em torno do seu próprio ego.


Há muitos Lomax por aí, em todos os cantos, em todas as áreas. Não são apenas advogados, mas médicos, engenheiros, professores, jornalistas...


Gente que adota o discurso da conveniência. Proferem verdades inquestionáveis e professam ideologias inabaláveis em público, somente para fazer barulho e tentar ocultar os pequenos pecados inconfessáveis.


Tentam convencer a si próprios que são verdades as mentiras que dizem olhando no espelho.

Como diz o Eclesiastes, é tudo vaidade.

Lula matou Isabella

Alexandre Nardoni, acusado de matar a própria filha, Isabella Nardoni, disse que a culpa pela repercussão do caso e por ele e sua mulher, Anna Carolina Jatobá, estarem sendo hostilizados pela opinião pública é do governo, que estaria usando o episódio para desviar a atenção das pessoas dos reais problemas do país.

O próximo passo será acusar o presidente Lula de ter matado Isabella. A mídia vai adorar.

Denúncia ou falácia?

O deputado federal Rogério Marinho (PSB) acusou a governadora Wilma de Faria (PSB) e o prefeito Carlos Eduardo (PSB) de misturarem "governo com política" e cometerem "abuso de poder".

Até onde eu sei, "abuso de poder" é caso para cassação de mandato. Rogério terá coragem de formalizar a denúncia ou vai ficar só na falácia?

Pleonasmo

"Testemunha Presente". Esse é o título do livro que o vereador Edivan Martins (PV) lança hoje (29), às 19h, na Livraria Siciliano, no Shopping Midway Mall. Trata-se de uma coletânea de discursos proferidos pelo parlamentar ao longo dos seus cinco mandatos na Câmara Municipal de Natal.

Ok. Mas sem querer ser maldoso, alguém aí conhece uma testemunha que não seja presente?

quarta-feira, 28 de maio de 2008

É contigo, Fábio!




Fábio Faria (PMN) foi o deputado federal mais votado do Rio Grande do Norte. Teve quase 200 mil votos - 195.148 para ser mais preciso. Até agora, ninguém sabe pra quê o rapaz foi eleito. O porquê é mais fácil saber. Na campanha, quando ele chegava nos comícios, as moçoilas ficavam em polvorosa e se descabelavam todas aos gritos de "lindo, tesão, bonito e gostosão". Devem estar satisfeitas com o desempenho do rapaz. Como não podem tê-lo, se satisfazem colecionando as capas de revista com o guapo e sua coleção de beldades. Depois de pegar Adriane Galisteu, o cabra tá pegando agora Leticia Birkheuer. E o mandato dele só termina em 2010.

Outra de Cora Coralina




Coração é terra que ninguém vê


Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.


Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.


Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão.


Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.


Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração.


Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...


terça-feira, 27 de maio de 2008

Isso é política?



Os 45 membros da direção do PSB de Natal se reuniram nesta terça-feira (27) à noite na sede do partido em Lagoa Nova e aprovaram a coligação com o PT e o PMDB para a eleição deste ano, com a deputada federal Fátima Bezerra (PT) na cabeça de chapa para disputar a vaga de prefeita da capital.

Os relatos da reunião retrataram um clima de guerra e baixaria entre os wilmistas defensores do apoio à candidatura petista e os rogeristas defensores da candidatura pessebista à Prefeitura de Natal.

Houve troca de acusações, insultos, gritaria, palavras de ordem de um lado e outro, empurra-empurra, gás de pimenta. Verdadeira muvuca.

De acordo com o relato de Thaisa Galvão, o deputado federal Rogério Marinho, ao chegar à sede do PSB e observar o tumulto, dirigiu-se à deputada estadual Márcia Maia e disse: "Isso é política".

Márcia retrucou dizendo: “Essa não foi a política que eu aprendi”.

Eu, então, depois de ver as imagens da baderna, pergunto: isso é política?

Eu mesmo repondo: não, isso não é política. É politicagem, é luta de egos, é briga por hegemonia, que é antidemocrática por natureza.


Dilma no Jô




Em entrevista ao "Programa do Jô", que foi ao ar na madrugada de segunda (26) para terça (27), a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), enalteceu o Bolsa Família, disse que o cartão corporativo "é um avanço", lamentou a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente e falou, emocionada, sobre a época em que lutou contra a ditadura militar.


Jô Soares não perdeu a oportunidade e tirou outro sarro com a cara do senador José Agripino Maia (DEM-RN), relembrando o episódio do depoimento da ministra à Comissão de Infra-Estrutura do Senado, quando Agripino tentou constranger Dilma e levou um bom tá ligado da "mãe do PAC".


"Perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado", disse o apresentador sobre Agripino Maia.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Incrível

MIRIAM LEITÃO DEFENDE COTAS RACIAIS

A gente sempre mete o pau na turma da mídia conservadora por que se trata de um pessoal reacionário a tudo o que diz respeito ao povo. Por isso, causa espanto quando eles assumem posições em favor dos fracos e oprimidos.

Foi o que fez a comentarista da TV Globo, Miriam Leitão, em artigo na edição de domingo do jornal O Globo. Miriam disse com todas as letras que existe racismo no Brasil (o que é em geral negado pela elite branca do país), defendeu a política de cotas raciais e chamou de "negacionistas" os que sustentam que o país não é racista.

Leia a íntegra do artigo abaixo:

A luta contra a escravidão foi um movimento cívico de envergadura. Misturou povo e intelectuais, negros e brancos, republicanos e monarquistas.

Foi uma resistência que durou anos.

Houve passeatas de estudantes e lutas nos quilombos.

Houve batalhas parlamentares memoráveis e disputas judiciais inesperadas. Os contra a abolição reagiram nos clubes da lavoura, na chantagem econômica e nos sofismas.

O país se dividiu e lutou.

Venceu a melhor tese. Pena o país ter feito o reducionismo que fixou na memória coletiva apenas o instante da assinatura da lei pela Princesa. Tudo foi varrido. Do povo em frente ao Paço à persistência para se aprovar a lei que tornou extinta a escravidão no Brasil.

Foram seis anos de lutas parlamentares para libertar os não-nascidos, após quedas de gabinetes, avanços e retrocessos. Mais luta de vários anos para libertar os idosos. Por fim, a maior das batalhas: a libertação de todos.Lutou-se com a poesia e o jornalismo. Com a política e o Direito. Lutou-se na Justiça com as Ações de Liberdade, incríveis processos que escravos moviam contra seus donos.

Os negros lutaram de forma variada: com a greve negra em Salvador, com rebeliões e quilombos. Os escravocratas adiaram o inevitável, ameaçaram com a derrota econômica, assombraram com todos os fantasmas nacionais. Pareciam vencer, até que perderam.

Fica em quem revisita a história a constatação de um erro: os abolicionistas se dispersaram cedo demais.Era a hora de reduzir a imensa distância que a centenária ordem escravagista havia criado no país.

Venceu a idéia de que, deixado ao seu ritmo, o país faria naturalmente a transição da escravidão negra para um outro país, sem divisões raciais. Idéia poderosa esta da inércia salvacionista.

Ela construiu o imaginário de um país sem racismo por natureza, que teria eliminado o preconceito naturalmente, como se as marcas deixadas por 350 anos de escravidão fossem varridas por um ato, uma lei de duas linhas.

Ainda há quem negue, hoje, que haja algo estranho numa sociedade de tantas diferenças.
O manifesto contra as cotas tem alguns intelectuais respeitáveis. Mais os respeitaria se estivessem pedindo avaliações e estudos sobre o desempenho de política tão recente; primeira e única tentativa em 120 anos de fazer algo mais vigoroso que deixar tudo como está para ver como é que fica. O status quo nos trouxe até aqui: a uma sociedade de desigualdades raciais tão vergonhosas de ruborizar qualquer um que não tenha se deixado anestesiar pela cena e pelas estatísticas brasileiras.

Ora, direis: o que tem o glorioso abolicionismo com uma política tópica — para tantos, equivocada — de se reservar vagas a pretos e pardos nas universidades públicas? Ora, a cota não é a questão.

Ela é apenas o momento revelador, em que reaparece com força o maior dos erros nacionais: negar o problema para fugir dele. Os “negacionistas” — expressão da professora Maria Luiza Tucci Carneiro, da USP — sustentam que o país não é racista, mas que se tornará caso alguns estudantes pretos e pardos tenham desobstruído seu ingresso na universidade.Erros surgiram na aplicação das cotas. Os gêmeos de Brasília, por exemplo.Episódios isolados foram tratados como o todo.

Tiveram mais destaque do que a análise dos resultados da política. Os cotistas subverteram mesmo o princípio do mérito acadêmico? Reduziram a qualidade do ensino universitário? Produziram o ódio racial? Não vi até agora nenhum estudo robusto que comprovasse a tese manifesta de que uma única política pública, uma breve experiência, pudesse produzir tão devastadoras conseqüências. Os órgãos de comunicação têm feito uma enviesada cobertura do debate. Melhor faria o jornalismo se deixasse fluir a discussão, sem tanta ansiedade para, em cada reportagem, firmar a posição que já está explícita nos editoriais. A mensagem implícita em certas coberturas só engana os que não têm olhos treinados.

Ora, direis, que vantagens podem ter políticas que atuam apenas no topo da escala educacional? Ter mais pretos e pardos junto aos brancos, nas universidades públicas, permite a saudável convivência no mesmo nível social. Na minha UnB, não havia negros; na atual, há mais de dois mil. Isso é um começo num país com o histórico do Brasil.

Melhorar a educação pública sempre será fundamental para construir o país futuro, mas isso não conflita com outras políticas desenhadas diretamente para derrubar as barreiras artificiais e dissimuladas que impedem a ascensão de pretos e pardos.

O vestibular não mede a real capacidade do aluno de estar numa universidade, mas, sim, quem aprendeu melhor os truques dos cursinhos. Há muito a fazer pelo muito não feito neste longo tempo em que se esperou que, deixando tudo como está, tudo se resolveria. Ajudaria se intelectuais, ou não, quisessem avaliar as políticas de ação afirmativa, em vez de ter medo delas.

O racismo brasileiro é ardiloso e dissimulado. A luta contra ele será longa e difícil. Será mais eficiente se unir brancos e negros.

Será mais rápida se o país não acreditar nas falsas ameaças de que tocar no assunto nos trará o inferno da divisão por raças. Ora, a divisão já existe; sempre existiu. O que precisa ser construído são os caminhos do reencontro.

Ninjas



Essa é a foto dos dois ninjas que fingiram ser manobristas, enganaram a segurança do presidente Lula e roubaram um carro do SBT na manhã desta segunda-feira (26), durante um evento em Niterói (RJ).

A sedução dos holofotes midiáticos

O senador José Agripino Maia (DEM) disse ao portal Nominuto.com que prorrogar os trabalhos da CPI Mista que investiga o uso dos cartões corporativos do governo federal é uma coisa "inócua".

Para o líder dos 'demos', é melhor aguardar as investigações da Polícia Federal para "encostar a base do governo no canto da parede".

Mas se era para esperar a PF investigar, por que fazer CPI?

Eu respondo: para ter os holofotes da mídia. O resto é balela.

Cadê a coerência?

Voltando às notícias, leio na Folha Online que a executiva nacional do PT autorizou aliança com partidos da oposição em 12 municípios, mas vetou a coligação com o PSDB em Belo Horizonte (MG).

A justificativa dos petistas, segundo a Folha Online, é que a disputa eleitoral em BH tem reflexos nas eleições presidenciais de 2010, porque fortaleceria o governador tucano de MG, Aécio Neves, possível candidato à sucessão do presidente Lula.

É desculpa furada. O PT trocou a ideologia pela conveniência e a coerência pelo pragmatismo político. O resto é conversa pra boi dormir.

Explicação rápida



Meus caros, a falta de postagens nos últimos dias não tem a ver com preguiça. Estive muito atarefado desde quinta-feira até domingo e não deu para postar. Mas também, pelo que andei lendo e vendo, não aconteceu nada de muito importante. Então, acho que não perdi muita coisa.

Quero registrar apenas que no sábado à tarde fui ao Fraqueirão ver o jogo ABC x Corínthians. Assisti uma das festas mais bonitas da minha vida. A torcida abcedista deu show. O coração alvinegro ficou por demais emocionado. A parte chata foi a derrota do ABC por 1x0 para o time de São Paulo. Mas isso faz parte do espetáculo. O legal foi ver o estádio lotado de potiguares apaixonados pelo "Mais Querido do RN" e cantando a uma só voz: "Eu me orgulho em ser da terra potiguar / Quando vou para o gramado ver o ABC jogar".

domingo, 25 de maio de 2008

Você é cego de quê?

"Cegueira" é o título do vídeo abaixo, um curta-metragem inspirado no livro "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago.

O curta mostra que a cegueira que nos acomete, na verdade, são muitas.

"E se, de repente, ficássemos todos cegos? Se perdêssemos aquilo que nos conecta, nos une de forma mais intensa? Estaríamos preparados assumindo o abstrato? Sentiríamos falta de um olhar, que, em essência, nos possibilida apenas ver a decadência do enxergar?", pergunta-nos a narradora.

Qual é a sua cegueira? Assista e descubra.