sábado, 27 de outubro de 2007

Mídia

Livro analisa novas tendências da cobertura policial

Na próxima segunda-feira (29), o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Candido Mendes e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Governo Federal lançam o livro "Mídia e violência: Novas tendências na cobertura de criminalidade e segurança no Brasil", no Rio de Janeiro. O livro analisa a cobertura midiática sobre o tema da violência e é resultado de três anos de monitoramento de diversos jornais brasileiros, análise de mais de 5 mil textos e a realização de 90 entrevistas - 64 com jornalistas e 26 com especialistas da área de segurança pública.

Em entrevista a Brunna Rosa para o site da revista "Fórum", a cientista social Silvia Ramos afirmou que a cobretura sobre o tema da criminalidade e da segurança pública mudou para melhor - apesar de ainda haver muito o que melhorar, pondera ela. "Há uma tendência muito forte e de redução cada vez maior de uma cobertura apelativa, que vai desde mostrar cadáver e sangue até coisas do tipo 'bandido bom é bandido morto' ", afirmou.

Para Silvia, a cobertura jornalística do tema deveria ser uma cobertura "onde o jornalista seja mais especializado". Segundo ela, esse "jornalista especilaizado" é aquele que compreende "o que é crime, criminalidade, violência", que é "capaz de fazer leituras de estatística, de criminalidade" e conhece "conceitos básicos como taxa de homicídios, entre outros".

Ela também denuncia que a cobertura policial é muito dependente dos boletins de ocorrência e o próprio policial, na maioria das vezes, é a única fonte.

A cientista social defende uma cobertura com foco nos direitos humanos. "O mais importante é tratar a segurança pública como uma política pública", disse.

Entrevista com Caco Barcelos

O "Diário de Natal" deste sábado (27) traz uma entrevista com o jornalista e escritor Caco Barcelos.

Neste domingo (28), Caco faz palestra na Feira do Livro de Mossoró, onde falará das suas obras " Revolução das crianças", "Rota 66" e "Abusado".

O repórter do DN perdeu uma ótima oportunidade de fazer uma grande entrevista. Ele poderia ter aprofundado temas que o próprio Caco Barcelos colocou em pauta - o que deixaria o material muito mais rico. Em vez disso, o entrevistador preferiu seguir um roteiro mais ou menos previsível.

Felizmente, Caco Barcelos soube como superar a obviedade e trazer questões interessantes para a discussão. Ao comentar sobre o jornalismo brasileiro, ele ressaltou a importância de se contextualizar a notícia, fugindo da narrativa óbvia. Para ele, o jornalista precisa refletir sobre o fato para tentar entender as circunstâncias que culminaram naquela situação.

"Eu acho que no jornalismo é importante a gente ir além da notícia, explicar porque a notícia está acontecendo, porque com tanta freqüência, por exemplo, pessoas pobres são mortas pela polícia e nunca, nenhuma, absolutamente nunca uma pessoa rica é morta pela polícia", afirmou.

Em outro ponto da entrevista, Caco Barcelos falou sobre a questão da utilização de armas de fogo e fez um contraponto interessante ao discurso predominante do uso da força. Na opinião do jornalista, é um contrasenso falar em direito de ter arma "num país que não dá o direito mais elementar e essencial para as vidas das pessoas pobres."

Acho que a pergunta mais inteligente que o repórter do DN fez foi quando ele questionou o seu entrevistado sobre o papel que a imprensa brasileira tem desempenhado quando se trata de abordar os direitos humanos. Caco Barcelos respondeu que há uma "campanha difamatória" contra os militantes dos direitos humanos. Para ele, o principal discurso dessa campanha é disseminar a mentira de que "os militantes que defendem os direitos humanos defendem bandidos ou entravam a ação da polícia".

Ele também disse que todas as políticas públicas de segurança implantadas no Brasil até hoje sempre derivaram "do ideário dos coronéis" e que "os militantes de direitos humanos nunca conseguiram impor uma única política pública."

Caros Amigos...

Estive ausente alguns dias me recuperando de alguns probleminhas de saúde.

Matéria novamente em forma, hora de voltar a dar meus pitacos por aqui.

Andréa, obrigado pelas belas palavras. Elas enchem essa pobre alma de vida.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Meias palavras

Eu sou esse anti-herói que a vida forjou entre encontros e descalabros, esse personagem assim um tanto quanto desajeitado, esse sujeito meio assim sem graça, essa promessa que santo nenhum quis aceitar. O meu corpo é só cansaço, desapego e desafeto. A minha alma é desesperança em estado bruto. Temo que a crença que ingenuamente depositava na virtude humana esteja se acabando. Não me cobre explicações sobre nada. Isso é apenas um desabafo.