Livro analisa novas tendências da cobertura policial
Na próxima segunda-feira (29), o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Candido Mendes e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Governo Federal lançam o livro "Mídia e violência: Novas tendências na cobertura de criminalidade e segurança no Brasil", no Rio de Janeiro. O livro analisa a cobertura midiática sobre o tema da violência e é resultado de três anos de monitoramento de diversos jornais brasileiros, análise de mais de 5 mil textos e a realização de 90 entrevistas - 64 com jornalistas e 26 com especialistas da área de segurança pública.
Em entrevista a Brunna Rosa para o site da revista "Fórum", a cientista social Silvia Ramos afirmou que a cobretura sobre o tema da criminalidade e da segurança pública mudou para melhor - apesar de ainda haver muito o que melhorar, pondera ela. "Há uma tendência muito forte e de redução cada vez maior de uma cobertura apelativa, que vai desde mostrar cadáver e sangue até coisas do tipo 'bandido bom é bandido morto' ", afirmou.
Para Silvia, a cobertura jornalística do tema deveria ser uma cobertura "onde o jornalista seja mais especializado". Segundo ela, esse "jornalista especilaizado" é aquele que compreende "o que é crime, criminalidade, violência", que é "capaz de fazer leituras de estatística, de criminalidade" e conhece "conceitos básicos como taxa de homicídios, entre outros".
Ela também denuncia que a cobertura policial é muito dependente dos boletins de ocorrência e o próprio policial, na maioria das vezes, é a única fonte.
A cientista social defende uma cobertura com foco nos direitos humanos. "O mais importante é tratar a segurança pública como uma política pública", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário