Arthur Virgílio diz que "o presidente [Lula] vai ver com quantos paus se faz uma jangada”
O presidente Lula disse ontem (14), num evento em São Bernardo do Campo (SP), que a oposição teria que explicar ao povo "por que a saúde não terá R$ 24 bilhões a mais nos próximos quatro anos”. Lula disse mais: "Quem votou contra a CPMF não usa o SUS. Porque se usassem, não votariam contra."
Os tucanos, principais responsáveis pela derrubada da CPMF, juntamente com os parceiros de alma, os "demos", pegaram ar, como se diz na gíria popular. Eles não gostaram do que o presidente falou e ameaçaram partir para a guerra. A promessa de guerra partiu, vejam só, do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra.
Guerra disse que Lula estava com "conversa fiada" e que "o governo do presidente Lula arrecada demais e gasta demais. Desperdiça. O governo tem que gastar menos e honrar todos os seus compromissos, inclusive com a saúde."
Caro leitor, cuidado quando tucanos e "demos" disserem que o governo "gasta demais" e que é preciso "cortar custos". Quando eles falam em cortar gastos, estão se referindo aos programas sociais do governo, porque, repito, investir no social, para eles, é um "gasto".
O galo de briga dos tucanos, senador Arthur Virgílio (AM), chegou a dizer que "o presidente [Lula] vai ver com quantos paus se faz uma jangada". A declaração demonstra, mais uma vez, a elegância de Virgílio, que já prometeu até dar uma surra em Lula.
sábado, 15 de dezembro de 2007
Entrando no clima
Amanhã (16), é o tão esperado dia do show da Roberta Sá no Auto de Natal, que este ano acontece no Machadão. Antes disso, à tarde, os fãs da melhor cantora do Brasil em 2007, segundo a APCA, se reúnem num pic-nic no Parque das Dunas, às 14h30, para se conhecerem, trocarem informações e impressões sobre a musa e, como não poderia deixar de ser, aquecer os tamborins e os gogós para mais tarde.
Então, pra entrar no clima, curtam aí Roberta cantanto "Alô, fevereiro" no Programa do Jô.
Então, pra entrar no clima, curtam aí Roberta cantanto "Alô, fevereiro" no Programa do Jô.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
"FHC tem inveja do Lula", afirma ministro Tarso Genro
O ministro da Justiça, Tarso Genro, ao comentar a derrota do governo na votação que extinguiu a CPMF no Senado, disse que "a sombra do Fernando Henrique Cardoso" está por trás "desse movimento contra a CPMF". Para o ministro, o ex-presidente "não admite que o Lula é melhor presidente do que ele. E que o governo [petista] tirou o país da estagnação e o presidente Lula é muito mais respeitado internacionalmente do que ele [FHC]".
As declarações de Tarso Genro foram feitas hoje (14), no final de cerimônia de formatura de novos policiais federais. As informações são da Folha Online.
O ministro também disse desconfiar que o ex-presidente tucano é movido por uma "angústia interior". Tarso disse que o Lula "tirou o país do atoleiro que ele [FHC] deixou" e isso "dói muito nele [FHC]."
Em Tempo
Segundo a Folha Online, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) admitiu ontem (13) que seguiu orientação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante a tramitação da proposta de prorrogação da CPMF no Congresso.
Na coluna "Painel" da Folha de São Paulo, a jornalista Renata Lo Prete diz que FHC foi "grande articulador do "não" tucano" à prorrogação da CPMF, mas, segundo ela, o ex-presidente "procurou diminuir seu papel" e "atribuiu o resultado ao líder da bancada, Arthur Virgílio, que estaria "fora de controle".
Agora é salve-se quem puder.
As declarações de Tarso Genro foram feitas hoje (14), no final de cerimônia de formatura de novos policiais federais. As informações são da Folha Online.
O ministro também disse desconfiar que o ex-presidente tucano é movido por uma "angústia interior". Tarso disse que o Lula "tirou o país do atoleiro que ele [FHC] deixou" e isso "dói muito nele [FHC]."
Em Tempo
Segundo a Folha Online, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) admitiu ontem (13) que seguiu orientação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante a tramitação da proposta de prorrogação da CPMF no Congresso.
Na coluna "Painel" da Folha de São Paulo, a jornalista Renata Lo Prete diz que FHC foi "grande articulador do "não" tucano" à prorrogação da CPMF, mas, segundo ela, o ex-presidente "procurou diminuir seu papel" e "atribuiu o resultado ao líder da bancada, Arthur Virgílio, que estaria "fora de controle".
Agora é salve-se quem puder.
O que na verdade eles querem
Tucanos e "demos" querem sangrar Lula, diz Folha de São Paulo
"Traições, base aliada rebelada, questões paroquiais, erros de negociação e desejo de sangrar o presidente Lula para enfraquecê-lo no jogo de 2010.
Essa confluência de fatores, reunidos de uma forma improvável num mesmo momento, levou o governo Lula a sofrer uma das principais derrotas no Congresso na madrugada de ontem, quando a CPMF perdeu sua sobrevida no próximo ano.
Democratas e tucanos, tidos como votos certos no início do ano para renovar a CPMF, viram na votação o momento apropriado para minar Lula numa fase de boa avaliação e economia crescendo, com inflação baixa, reservas perto de US$ 200 bilhões e investimentos em alta. Um cenário que pode transformar o petista no grande eleitor de 2010.
Sem os R$ 40 bilhões da CPMF, a oposição reduz o poder de fogo do petista em suas duas principais frentes: vitaminar os programas sociais e acelerar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)."
"Traições, base aliada rebelada, questões paroquiais, erros de negociação e desejo de sangrar o presidente Lula para enfraquecê-lo no jogo de 2010.
Essa confluência de fatores, reunidos de uma forma improvável num mesmo momento, levou o governo Lula a sofrer uma das principais derrotas no Congresso na madrugada de ontem, quando a CPMF perdeu sua sobrevida no próximo ano.
Democratas e tucanos, tidos como votos certos no início do ano para renovar a CPMF, viram na votação o momento apropriado para minar Lula numa fase de boa avaliação e economia crescendo, com inflação baixa, reservas perto de US$ 200 bilhões e investimentos em alta. Um cenário que pode transformar o petista no grande eleitor de 2010.
Sem os R$ 40 bilhões da CPMF, a oposição reduz o poder de fogo do petista em suas duas principais frentes: vitaminar os programas sociais e acelerar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)."
Aumenta o número de crianças escolarizadas no ensino primário
O número de crianças escolarizadas no ensino primário aumentou de 647 para 688 milhões entre 1999 e 2005. Apesar disto, as políticas de educação seguem prestando uma atenção mínima ao analfabetismo: um de cada cinco adultos (e uma de cada quatro mulheres) são mantidos na ignorância. Os dados são do sexto Informe de Seguimento da Educação Para Todos (EPT) no Mundo, apresentado pela UNESCO.
A taxa total de escolarização no primário aumentou de 83% para 87% entre 1999 e 2005, isto é, mais rapidamente que no período 1991-1999. O número de meninos escolarizados aumentou com maior rapidez na África Subsahariana (23%) e Ásia Meridional e Ocidental (11%). Entre 1999 e 2005, o número de crianças sem escola foi reduzido em 24 milhões e passou a ser de 72 milhões. Cerca de 37% do conjunto de crianças sem escola se concentra em 35 Estados frágeis.
De outro lado, o Índice de Desenvolvimento da EPT (IDE) mostra que só 51 países, sobre um total de 129, conseguiram ou estão a ponto de conseguir os quatro objetivos mais quantificáveis da EPT: a universalização do ensino primário, a alfabetização dos adultos, a paridade entre os sexos e a qualidade da educação. Outros 53 países se encontram em uma posição intermediária e 25 distam muito de alcançar os objetivos da EPT em seu conjunto.
Para os governos que não alcançaram seus objetivos, o custo da escolaridade segue sendo um obstáculo importante para o acesso à educação de milhões de crianças e jovens, apesar da supressão dos direitos de matrícula no primário decretada em 14 países depois do ano 2000. Entre 2000 e 2004, multiplicou-se mais de duas vezes a ajuda prestada à educação básica nos países de baixa renda, mas em 2005 diminuiu consideravelmente.
Sobre a universalização do ensino primário, 23 países que no ano de 2000 careciam de disposições legais relativas à obrigatoriedade do ensino primário, a instauraram desde então. Hoje em dia, 95% dos 203 países e territórios estudados contam com leis que impõem o ensino obrigatório.
Apesar de haver mais crianças escolarizadas hoje em dia que no ano de 2000, o Informe chama atenção para o esforço que deve ser desprendido para os 72 milhões de crianças sem escola, para esse 20% da população adulta mundial que carece de competências básicas em leitura e escritura e para o grande número de alunos que saem da escola sem ter adquirido conhecimentos e competências práticas essenciais.
Fonte: Fórum
A taxa total de escolarização no primário aumentou de 83% para 87% entre 1999 e 2005, isto é, mais rapidamente que no período 1991-1999. O número de meninos escolarizados aumentou com maior rapidez na África Subsahariana (23%) e Ásia Meridional e Ocidental (11%). Entre 1999 e 2005, o número de crianças sem escola foi reduzido em 24 milhões e passou a ser de 72 milhões. Cerca de 37% do conjunto de crianças sem escola se concentra em 35 Estados frágeis.
De outro lado, o Índice de Desenvolvimento da EPT (IDE) mostra que só 51 países, sobre um total de 129, conseguiram ou estão a ponto de conseguir os quatro objetivos mais quantificáveis da EPT: a universalização do ensino primário, a alfabetização dos adultos, a paridade entre os sexos e a qualidade da educação. Outros 53 países se encontram em uma posição intermediária e 25 distam muito de alcançar os objetivos da EPT em seu conjunto.
Para os governos que não alcançaram seus objetivos, o custo da escolaridade segue sendo um obstáculo importante para o acesso à educação de milhões de crianças e jovens, apesar da supressão dos direitos de matrícula no primário decretada em 14 países depois do ano 2000. Entre 2000 e 2004, multiplicou-se mais de duas vezes a ajuda prestada à educação básica nos países de baixa renda, mas em 2005 diminuiu consideravelmente.
Sobre a universalização do ensino primário, 23 países que no ano de 2000 careciam de disposições legais relativas à obrigatoriedade do ensino primário, a instauraram desde então. Hoje em dia, 95% dos 203 países e territórios estudados contam com leis que impõem o ensino obrigatório.
Apesar de haver mais crianças escolarizadas hoje em dia que no ano de 2000, o Informe chama atenção para o esforço que deve ser desprendido para os 72 milhões de crianças sem escola, para esse 20% da população adulta mundial que carece de competências básicas em leitura e escritura e para o grande número de alunos que saem da escola sem ter adquirido conhecimentos e competências práticas essenciais.
Fonte: Fórum
Sábado tem Seu Zé
Neste sábado (15), a banda potiguar Seu Zé lança o segundo cd da carreira: “A Comédia Humana: Solidão”.
O lançamento vai ser no Galpão 29 (antigo Blackout, na Rua Chile), com início às 22h e presença também das bandas Uskaravelho e Jane Fonda.
Mais informações por telefone ou e-mail: 8834-1677/producao@seuze.net
O lançamento vai ser no Galpão 29 (antigo Blackout, na Rua Chile), com início às 22h e presença também das bandas Uskaravelho e Jane Fonda.
Mais informações por telefone ou e-mail: 8834-1677/producao@seuze.net
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Oposição derruba CPMF no Senado
A oposição conservadora e golpista conseguiu o que queria: derrubou a proposta de prorrogação da CPMF. O placar foi de 45 a favor e 34 contra a prorrogação. Eram necessários 49 votos para que a CPMF fosse prorrogada.
Trata-se de uma derrota sem precedentes para o Governo Lula. Talvez agora o presidente acorde e veja que não está lidando com cordeiros, mas com feras famintas.
Eu senti náuseas ao ver o sorriso cínico do senador potiguar José Agripino, líder dos "demos". Agripino, que apoiou ferrenhamente a criação da CPMF no governo tucano-pefelê de FHC, agora brada contra a contribuição. Nunca vi tanto proselitismo num político só.
A oposição não votou no fim CPMF; votou contra a saúde e o Bolsa Família. É preciso que isso fique bem claro. A oposição quer, com isso, inviabilizar o governo petista. Eles não se conformam até hoje com as duas derrotas que sofreram nas urnas nem com a popularidade de Lula e de seu governo.
Concordo plenamente com Paulo Henrique Amorim quando ele diz que a derrota do governo significa que a oposição "conseguiu interromper a marcha do Governo Lula em direção ao sucesso" e que "o que estava em jogo não era a CPMF – era o sucesso de um governo trabalhista."
A direita e seus conservadores ganharam.
O assessor de um político local comemorou o fim da CPMF porque, segundo ele, é o fim também dos programas sociais dos governos Federal e do RN. O argumento do assessor é que sem o dinheiro da CPMF os governos não têm como manteros programas sociais e, portanto, Lula e Wilma não terão o que dar ao povo no ano eleitoral. Esse é o jogo. O povo que se exploda.
Lula, descupem a expressão que usarei a seguir, abriu as pernas e fez todas as concessões que a oposição queria. O presidente mandou uma carta ao presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), se comprometendo a aplicar 100% dos recursos da CPMF na saúde. A oposição fez ouvidos de mercador.
Mas não era isso que eles queriam, que a CPMF fosse toda pra saúde? Como explicar que o governo tenha cedido e, mesmo assim, eles tenham votado contra?
Não se engane com o discurso fajuto da oposição. Eles falam que o governo tem que cortar gastos. Por "cortar gastos" leia-se "parar com os programas sociais", porque para eles, investir no social é "gasto".
Neste país, sempre que se fala em tirar dos mais ricos para dar aos mais pobres, é uma chiadeira geral. Para os conservadores, isso não pode acontecer no Brasil. "Parem de transferir renda pra esses pobres", dizem eles - só que subliminar e eufemisticamente.
E é isso que a CPMF faz: cobra de quem tem tudo para dar a quem não tem nada. É só ver quem paga a CPMF: 72% dos recursos da CPMF saem das empresas; 28% saem das pessoas físicas. Desses 28%, 17% são pagos pelos que ganham mais de R$ 100 mil por ano. Você não leu errado: os que ganham mais de R$ 100 mil por ano mesmo.
Subscrevo mais uma vez o que diz Paulo Henrique Amorim: quem paga a CPMF pode pagar.
O governo agora está de joelhos. O presidente e o PT precisam dizer com todas as letras ao povo: a oposição votou contra a saúde e o Bolsa Família, porque querem voltar ao poder de qualquer jeito, nem que para isso tenham que tirar o leite das crianças.
Trata-se de uma derrota sem precedentes para o Governo Lula. Talvez agora o presidente acorde e veja que não está lidando com cordeiros, mas com feras famintas.
Eu senti náuseas ao ver o sorriso cínico do senador potiguar José Agripino, líder dos "demos". Agripino, que apoiou ferrenhamente a criação da CPMF no governo tucano-pefelê de FHC, agora brada contra a contribuição. Nunca vi tanto proselitismo num político só.
A oposição não votou no fim CPMF; votou contra a saúde e o Bolsa Família. É preciso que isso fique bem claro. A oposição quer, com isso, inviabilizar o governo petista. Eles não se conformam até hoje com as duas derrotas que sofreram nas urnas nem com a popularidade de Lula e de seu governo.
Concordo plenamente com Paulo Henrique Amorim quando ele diz que a derrota do governo significa que a oposição "conseguiu interromper a marcha do Governo Lula em direção ao sucesso" e que "o que estava em jogo não era a CPMF – era o sucesso de um governo trabalhista."
A direita e seus conservadores ganharam.
O assessor de um político local comemorou o fim da CPMF porque, segundo ele, é o fim também dos programas sociais dos governos Federal e do RN. O argumento do assessor é que sem o dinheiro da CPMF os governos não têm como manteros programas sociais e, portanto, Lula e Wilma não terão o que dar ao povo no ano eleitoral. Esse é o jogo. O povo que se exploda.
Lula, descupem a expressão que usarei a seguir, abriu as pernas e fez todas as concessões que a oposição queria. O presidente mandou uma carta ao presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), se comprometendo a aplicar 100% dos recursos da CPMF na saúde. A oposição fez ouvidos de mercador.
Mas não era isso que eles queriam, que a CPMF fosse toda pra saúde? Como explicar que o governo tenha cedido e, mesmo assim, eles tenham votado contra?
Não se engane com o discurso fajuto da oposição. Eles falam que o governo tem que cortar gastos. Por "cortar gastos" leia-se "parar com os programas sociais", porque para eles, investir no social é "gasto".
Neste país, sempre que se fala em tirar dos mais ricos para dar aos mais pobres, é uma chiadeira geral. Para os conservadores, isso não pode acontecer no Brasil. "Parem de transferir renda pra esses pobres", dizem eles - só que subliminar e eufemisticamente.
E é isso que a CPMF faz: cobra de quem tem tudo para dar a quem não tem nada. É só ver quem paga a CPMF: 72% dos recursos da CPMF saem das empresas; 28% saem das pessoas físicas. Desses 28%, 17% são pagos pelos que ganham mais de R$ 100 mil por ano. Você não leu errado: os que ganham mais de R$ 100 mil por ano mesmo.
Subscrevo mais uma vez o que diz Paulo Henrique Amorim: quem paga a CPMF pode pagar.
O governo agora está de joelhos. O presidente e o PT precisam dizer com todas as letras ao povo: a oposição votou contra a saúde e o Bolsa Família, porque querem voltar ao poder de qualquer jeito, nem que para isso tenham que tirar o leite das crianças.
Miséria S.A.
O título acima é emprestado da música homônima do grupo O Rappa, que em seu cd de estréia [Mundi] cantava assim a pobreza nossa de cada dia:
"Senhoras e Senhores estamos aqui
pedindo uma ajuda por necessidade
pois 'temo' irmão doente em casa
qualquer trocadinho é bem recebido
vou agradecendo antes de mais nada
aqueles que não puderam contribuir
deixamos também o nosso muito obrigado
pela boa vontade e atenção dispensada
vamo agradecendo antes de mais nada
bom dia passageiros
é o que lhes deseja
a miséria s.a.
que acabou de chegar"
É esse mesmo discurso, apenas com palavras diferenciadas, que escuto quase todos os dias quando entro num busão e me locomovo pela cidade rumo ao trabalho, à universidade, ao cinema, à praia e na volta para casa.
A foto que vocês estão vendo foi tirada com meu celular numa dessas idas e vindas pela cidade. O menino pedia ajuda para comprar comida para seus irmãos mais novos que teriam ficado em casa. Ele dizia que seu pai estava preso e sua mãe desempregada. Vendia jujubas por um real. Muitos passageiros se sensibilizaram com sua história e compraram o saquinho com as jujubas.
O menino era falante, se comunicava bem e tinha um jeito que cativava mesmo. Era, como se diz na gíria, desenrolado. Não sei o nome dele. Pensei em perguntar, mas desisti, por medo de que ele se sentisse intimidado. Não sei onde ele mora, quantos irmãos tem, como é sua casa (se é que ele vive numa casa de verdade), não conheço sua mãe e também desconheço motivo do pai dele estar preso.
Aquele menino, ali naquele ônibus, vendendo jujubas, é para mim o retrato de uma tragédia. A tragédia do abandono das nossas crianças. A tragédia da banalização da miséria. A tragédia da indiferença de todos nós, que faz de cenas como essa da foto uma coisa cotidiana, que não choca nem nos deixa mais indignados.
Há muitos deles pela cidade. Já encontrei vários em outras viagens; alguns, mais de uma vez. Apesar de me sentir profundamente triste com a situação, evito dar qualquer trocado ou comprar as canetinhas e as guloseimas que eles oferecem.
É preciso manter a razão no lugar num momento assim e discernir as coisas. Não é dando trocados nem alimentando a exploração do trabalho infantil que vamos tirá-los da miséria. Não me pergunte o que fazer, porque também não sei.
Hoje (quarta-feira, 12 de dezembro), nossos senadores em Brasília discutem se devem aprovar ou não a prorrogação da CPMF. Assisto discursos acalourados de aliados do governo e da oposição, respectivamente a favor e contra a prorrogação do tributo. Espero um dia ver esses mesmos senadores discursando em busca de um consenso sobre como acabar com a miséria no Brasil, para que eu não tenha que encontrar mais meninos vendendo jujubas nos ônibus, quando eles deveriam estar na escola.
"Senhoras e Senhores estamos aqui
pedindo uma ajuda por necessidade
pois 'temo' irmão doente em casa
qualquer trocadinho é bem recebido
vou agradecendo antes de mais nada
aqueles que não puderam contribuir
deixamos também o nosso muito obrigado
pela boa vontade e atenção dispensada
vamo agradecendo antes de mais nada
bom dia passageiros
é o que lhes deseja
a miséria s.a.
que acabou de chegar"
É esse mesmo discurso, apenas com palavras diferenciadas, que escuto quase todos os dias quando entro num busão e me locomovo pela cidade rumo ao trabalho, à universidade, ao cinema, à praia e na volta para casa.
A foto que vocês estão vendo foi tirada com meu celular numa dessas idas e vindas pela cidade. O menino pedia ajuda para comprar comida para seus irmãos mais novos que teriam ficado em casa. Ele dizia que seu pai estava preso e sua mãe desempregada. Vendia jujubas por um real. Muitos passageiros se sensibilizaram com sua história e compraram o saquinho com as jujubas.
O menino era falante, se comunicava bem e tinha um jeito que cativava mesmo. Era, como se diz na gíria, desenrolado. Não sei o nome dele. Pensei em perguntar, mas desisti, por medo de que ele se sentisse intimidado. Não sei onde ele mora, quantos irmãos tem, como é sua casa (se é que ele vive numa casa de verdade), não conheço sua mãe e também desconheço motivo do pai dele estar preso.
Aquele menino, ali naquele ônibus, vendendo jujubas, é para mim o retrato de uma tragédia. A tragédia do abandono das nossas crianças. A tragédia da banalização da miséria. A tragédia da indiferença de todos nós, que faz de cenas como essa da foto uma coisa cotidiana, que não choca nem nos deixa mais indignados.
Há muitos deles pela cidade. Já encontrei vários em outras viagens; alguns, mais de uma vez. Apesar de me sentir profundamente triste com a situação, evito dar qualquer trocado ou comprar as canetinhas e as guloseimas que eles oferecem.
É preciso manter a razão no lugar num momento assim e discernir as coisas. Não é dando trocados nem alimentando a exploração do trabalho infantil que vamos tirá-los da miséria. Não me pergunte o que fazer, porque também não sei.
Hoje (quarta-feira, 12 de dezembro), nossos senadores em Brasília discutem se devem aprovar ou não a prorrogação da CPMF. Assisto discursos acalourados de aliados do governo e da oposição, respectivamente a favor e contra a prorrogação do tributo. Espero um dia ver esses mesmos senadores discursando em busca de um consenso sobre como acabar com a miséria no Brasil, para que eu não tenha que encontrar mais meninos vendendo jujubas nos ônibus, quando eles deveriam estar na escola.
Roberta Sá é eleita a melhor cantora do Brasil
A Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) elegeu Roberta Sá como a melhor cantora do ano por conta do CD Que Belo Estranho Dia para se Ter Alegria, o segundo da carreira da cantora potiguar. O resultado foi divulgado hoje (12) e a cerimônia de entrega vai acontecer no dia 25 de março, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo (SP).
O prêmio é a confirmação do talento da jovem cantora, que com sua voz afinada e o cuidado na seleção do repertório, revigorou o samba e a música popular brasileira. Roberta consegue cantar com lirismo e suavidade, mesmo que sua praia musical seja o canto popular.
O samba fica mais cadenciado e a bossa parece mais nova quando ela canta. É como diz uma de suas músicas: "É como vento leve em seu lábio a assobiar..."
Outros premiados
Melhor cantor do ano: Paulinho da Viola
Melhor disco de 2007: Onde brilhem os olhos seus (Fernanda Takai)
Melhor grupo: Orquestra Imperial
Revelação Feminina: Marina de la Riva
Revelação Masculina: Edu Krieger
Grupo Revelação: Fino Coletivo
Presidente do Ipea defende jornada de trabalho de 12h por semana
O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, defendeu a adoção de jornada semanal de trabalho de três dias com expediente de quatro horas. Disse ainda que o Brasil deveria preparar seus cidadãos para começar a trabalhar depois dos 25 anos de idade.
Para Pochmann, o aumento da expectativa de vida no Brasil --que hoje é de 72,3 anos-- justifica a entrada tardia no mercado de trabalho. "Não há razão técnica para alguém começar a trabalhar no país antes dos 25 anos de idade. Especialmente porque estamos para entrar na fase em que a expectativa de vida ultrapassará os cem anos."
Seu argumento para reduzir a jornada é o acúmulo de capital pelo sistema financeiro internacional, que ele chamou de "produtividade imaterial". "Essa produtividade justifica a razão pela qual não há, do ponto de vista técnico, [motivo para] alguém trabalhar mais do que quatro horas por dia durante três dias por semana."
A Constituição permite a livre negociação da jornada de trabalho, com limite máximo semanal de 44 horas. Na semana passada, centrais sindicais se reuniram com o presidente Lula para reivindicar redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução do salário.
"Pode ser estranho ouvir isso neste momento, ou talvez devessem ter sido mal compreendidos aqueles que, em 1850, justificavam o trabalho de oito horas por dia, começando a partir dos 15 anos, embora [naquela época] a indústria no mundo todo empregasse crianças de cinco, seis anos fazendo jornada de 16 horas diárias."
Fonte: Revista Fórum
Para Pochmann, o aumento da expectativa de vida no Brasil --que hoje é de 72,3 anos-- justifica a entrada tardia no mercado de trabalho. "Não há razão técnica para alguém começar a trabalhar no país antes dos 25 anos de idade. Especialmente porque estamos para entrar na fase em que a expectativa de vida ultrapassará os cem anos."
Seu argumento para reduzir a jornada é o acúmulo de capital pelo sistema financeiro internacional, que ele chamou de "produtividade imaterial". "Essa produtividade justifica a razão pela qual não há, do ponto de vista técnico, [motivo para] alguém trabalhar mais do que quatro horas por dia durante três dias por semana."
A Constituição permite a livre negociação da jornada de trabalho, com limite máximo semanal de 44 horas. Na semana passada, centrais sindicais se reuniram com o presidente Lula para reivindicar redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução do salário.
"Pode ser estranho ouvir isso neste momento, ou talvez devessem ter sido mal compreendidos aqueles que, em 1850, justificavam o trabalho de oito horas por dia, começando a partir dos 15 anos, embora [naquela época] a indústria no mundo todo empregasse crianças de cinco, seis anos fazendo jornada de 16 horas diárias."
Fonte: Revista Fórum
Ministério da Justiça não acredita em explicações fajutas da Globo
Aquele papo furado da Globo de que as cenas da atriz Flávia Alessandra dançando seminua no bastão (pole dancing) na novela "Duas Caras" era apenas um "modismo" e a novela apenas retratava "a sociedade contemporânea" não convenceu o Ministério da Justiça. Segundo a coluna "Zapping" da Folha Online, a Globo foi advertida de que parte do conteúdo da novela das oito é impróprio para menores de 16 anos.
Governo Lula em alta
Pesquisa CNI/Ibope: aprovação do governo chega a 51%
A avaliação positiva do Governo Lula subiu três pontos percentuais em relação à última pesquisa feita em setembro e atingiu agora 51% de "ótimo" e "bom". O índice de aprovação de dezembro é o mais alto do ano. A informação é do UOL Últimas Notícias.
A avaliação negativa atingiu 17% de "ruim" e "péssimo" - um ponto percentual a menos que o registrado em setembro.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas (com 16 anos ou mais), em 141 municípios, entre os dias 30 de novembro e 5 de dezembro. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Em relação ao desempenho do presidente Lula, a aprovação é ainda maior que a do seu governo e atingiu 65% - dois pontos a mais que o levantamento anterior. A desaprovação ao presidente recuou três pontos percentuais: de 33% em setembro para 30% neste mês.
A pesquisa também mostra que 60% da população confia no presidente Lula, contra 35% que não confia. O contingente dos que dizem não confiar teve baixa de dois pontos percentuais em relação a setembro.
A avaliação positiva do Governo Lula subiu três pontos percentuais em relação à última pesquisa feita em setembro e atingiu agora 51% de "ótimo" e "bom". O índice de aprovação de dezembro é o mais alto do ano. A informação é do UOL Últimas Notícias.
A avaliação negativa atingiu 17% de "ruim" e "péssimo" - um ponto percentual a menos que o registrado em setembro.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas (com 16 anos ou mais), em 141 municípios, entre os dias 30 de novembro e 5 de dezembro. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Em relação ao desempenho do presidente Lula, a aprovação é ainda maior que a do seu governo e atingiu 65% - dois pontos a mais que o levantamento anterior. A desaprovação ao presidente recuou três pontos percentuais: de 33% em setembro para 30% neste mês.
A pesquisa também mostra que 60% da população confia no presidente Lula, contra 35% que não confia. O contingente dos que dizem não confiar teve baixa de dois pontos percentuais em relação a setembro.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Cuba vai assinar acordos de direitos humanos
O ministro cubano das Relações Exteriores, Felipe Pérez Roque, anunciou que o governo cubano vai assinar dois importantes acordos internacionais de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU)
Segundo o ministro, Havana assinará no início de 2008 o Pacto Internacional de Direitos Humanos, Sociais e Culturais, e o de Direitos Civis e Políticos, ambos no contexto da Carta Internacional dos Direitos Humanos.
Os compromissos internacionais consagram a liberdade de expressão e associação, e diversos direitos, como o de viajar ao exterior.
"Esta decisão reflete nosso desejo de cooperação total com a ONU, na base do respeito à nossa soberania nacional e o direito do povo cubano à autodeterminação", declarou Pérez Roque, em uma entrevista coletiva.
No momento em que o ministro falava, seguidores do governo intimidavam um grupo de manifestantes que pedia por mais liberdade. Os manifestantes foram ameaçados e sofreram empurrões, até que o protesto foi dissolvido.
Ao mesmo tempo, as Damas de Branco, esposas e mães de presos políticos, realizaram um protesto inédito em frente ao Parlamento cubano, e fizeram uma passeata pela libertação imediata de seus familiares.
'Primeiro passo'
Segundo o correspondente da BBC em Havana Michael Voss, fontes diplomáticas descreveram o anúncio da assinatura dos acordos como "um primeiro passo importante" no que poderia ser uma abertura do regime comunista cubano.
Mas o correspondente observou que existem expectativas sobre como o regime reconhecerá os direitos estabelecidos nos dois pactos. Cuba acusa os dissidentes de serem "mercenários" dos Estados Unidos.
Na terça-feira, 10 de dezembro, a ONU comemorou os 59 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que também faz parte da Carta da ONU. Para o chanceler cubano, Pérez Roque, Cuba festejou a data "de cabeça erguida".
Fonte: BBC Brasil / Ig Último Segundo
Segundo o ministro, Havana assinará no início de 2008 o Pacto Internacional de Direitos Humanos, Sociais e Culturais, e o de Direitos Civis e Políticos, ambos no contexto da Carta Internacional dos Direitos Humanos.
Os compromissos internacionais consagram a liberdade de expressão e associação, e diversos direitos, como o de viajar ao exterior.
"Esta decisão reflete nosso desejo de cooperação total com a ONU, na base do respeito à nossa soberania nacional e o direito do povo cubano à autodeterminação", declarou Pérez Roque, em uma entrevista coletiva.
No momento em que o ministro falava, seguidores do governo intimidavam um grupo de manifestantes que pedia por mais liberdade. Os manifestantes foram ameaçados e sofreram empurrões, até que o protesto foi dissolvido.
Ao mesmo tempo, as Damas de Branco, esposas e mães de presos políticos, realizaram um protesto inédito em frente ao Parlamento cubano, e fizeram uma passeata pela libertação imediata de seus familiares.
'Primeiro passo'
Segundo o correspondente da BBC em Havana Michael Voss, fontes diplomáticas descreveram o anúncio da assinatura dos acordos como "um primeiro passo importante" no que poderia ser uma abertura do regime comunista cubano.
Mas o correspondente observou que existem expectativas sobre como o regime reconhecerá os direitos estabelecidos nos dois pactos. Cuba acusa os dissidentes de serem "mercenários" dos Estados Unidos.
Na terça-feira, 10 de dezembro, a ONU comemorou os 59 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que também faz parte da Carta da ONU. Para o chanceler cubano, Pérez Roque, Cuba festejou a data "de cabeça erguida".
Fonte: BBC Brasil / Ig Último Segundo
Limpando o salão
O apresentador Marcelo Rezende da Rede TV! foi flagrado dando aquela clássica limpada no salão. Vejam o vídeo e morram de rir... hehehe
Garibaldi é o candidato do PMDB para Presidência do Senado
Em disputa interna, Garibaldi venceu Pedro Simon (RS) por 13x6
"O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) foi escolhido por 13 a 6 votos, pela bancada do PMDB no Senado, como candidato da legenda à presidência da Casa. A decisão ocorreu após votação com a presença de dezenove dos vinte senadores do PMDB. Apenas Roseana Sarney (MA) não participou do encontro por problemas médicos.
Alves, após uma semana de disputa com outros quatro candidatos, chegou nesta terça-feira (11) com dois oponentes: Pedro Simon (RS) e Neuto de Conto (SC). De Conto abriu mão da disputa minutos antes do início da votação que envolveu somente Alves e o parlamentar gaúcho.
O nome indicado pelo PMDB será submetido ainda nesta terça-feira ao colégio de líderes em reunião marcada inicialmente para as 11h. Caso não haja um candidato de oposição, Garibaldi Alves Filho deve ser eleito em sessão no plenário marcada para esta quarta-feira (12)."
Fonte: G1
"O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) foi escolhido por 13 a 6 votos, pela bancada do PMDB no Senado, como candidato da legenda à presidência da Casa. A decisão ocorreu após votação com a presença de dezenove dos vinte senadores do PMDB. Apenas Roseana Sarney (MA) não participou do encontro por problemas médicos.
Alves, após uma semana de disputa com outros quatro candidatos, chegou nesta terça-feira (11) com dois oponentes: Pedro Simon (RS) e Neuto de Conto (SC). De Conto abriu mão da disputa minutos antes do início da votação que envolveu somente Alves e o parlamentar gaúcho.
O nome indicado pelo PMDB será submetido ainda nesta terça-feira ao colégio de líderes em reunião marcada inicialmente para as 11h. Caso não haja um candidato de oposição, Garibaldi Alves Filho deve ser eleito em sessão no plenário marcada para esta quarta-feira (12)."
Fonte: G1
Se essa moda pega...
Sabe aquela dança erótica do bastão que a atriz Flávia Alessandra, intérprete da persongem Alzira, faz seminua na novela "Duas Caras", escrita pelo intragável Aguinaldo Silva, na Globo? O Ministério da Justiça quer reclassificar a novela por causa do abuso de erotismo e nudez das cenas, levando em consideração que no horário em que a novela é exibida, há muitas crianças e adolescentes acordados assitindo televisão.
Sabe o que a Globo disse ao Ministério? Segundo o colunista Daniel Castro da Folha de São Paulo, a Globo respondeu que a novela "vai de encontro da moda internacional do pole dancing" e que o "modismo" é "inevitável para retratar a sociedade contemporânea".
É esse o retrato da sociedade contemporânea que a Globo quer passar às nossas crianças e adolescentes? A verdade é que a novela de Aguinaldo Silva vai mal de audiência e, na tentativa de atrair mais telespectadores, o novelista e a emissora carioca lançam mão do apelo ao erotismo e ao nudismo feminino.
E nem Aguinaldo nem a Globo estão preocupados com os efeitos sobre crianças e adolescentes, como o estímulo à sexualidade precoce, um dos fatores, conforme postagem abaixo, que colaboram para o crescimento do número de casos de gravidez na adolescência.
A Globo tem mesmo "duas caras": estimula crianças e adolescentes a ingressarem mais cedo na sexualidade e, ao mesmo tempo, posa de boazinha na campanha "Criança Esperança".
Sabe o que a Globo disse ao Ministério? Segundo o colunista Daniel Castro da Folha de São Paulo, a Globo respondeu que a novela "vai de encontro da moda internacional do pole dancing" e que o "modismo" é "inevitável para retratar a sociedade contemporânea".
É esse o retrato da sociedade contemporânea que a Globo quer passar às nossas crianças e adolescentes? A verdade é que a novela de Aguinaldo Silva vai mal de audiência e, na tentativa de atrair mais telespectadores, o novelista e a emissora carioca lançam mão do apelo ao erotismo e ao nudismo feminino.
E nem Aguinaldo nem a Globo estão preocupados com os efeitos sobre crianças e adolescentes, como o estímulo à sexualidade precoce, um dos fatores, conforme postagem abaixo, que colaboram para o crescimento do número de casos de gravidez na adolescência.
A Globo tem mesmo "duas caras": estimula crianças e adolescentes a ingressarem mais cedo na sexualidade e, ao mesmo tempo, posa de boazinha na campanha "Criança Esperança".
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
"Terrorismo Simbólico"
É assim que o ministro Geddel Vieira Lima da Integração Nacional define a greve de fome do bispo d. Luiz Cappio contra a transposição do Rio São Francisco. Cappio está sem comer há duas semanas e diz que só termina a greve quando o governo paralizar as obras de transposição.
Geddel diz que "não há diálogo com d. Luiz Cappio", porque ele é contra a transposição. Para Geddel, um governo eleito pela maioria dos brasileiros não pode se submeter à vontade de uma única pessoa, que quer fazer prevalecer sua opinião pessoal em detrimento dos outros.
As declarações do ministro foram dadas ao Terra Magazine.
Geddel diz que "não há diálogo com d. Luiz Cappio", porque ele é contra a transposição. Para Geddel, um governo eleito pela maioria dos brasileiros não pode se submeter à vontade de uma única pessoa, que quer fazer prevalecer sua opinião pessoal em detrimento dos outros.
As declarações do ministro foram dadas ao Terra Magazine.
Meninas Mães
Matéria da Tribuna do Norte de domingo (09) sobre gravidez na adolescência revela que o número de meninas mães no Rio Grande do Norte vêm aumentando à cada ano. Em 2006, segundo a reportagem de Carla França, foram realizados 44.342 partos em mulheres de todas as idades. Desse total, 10.358 partos foram feitos em meninas entre 10 e 19 anos de idade. O numero equivale a quase 24% dos partos.
Imagine você: meninas de 10 anos de idade estão se tornando mães. Crianças dando à luz a outras crianças. A reportagem também revela que dos 2,8 milhões de partos realizados ano passado em todo o Brasil, 560 mil ocorreram com meninas de até 20 anos de idade.
A ginecologista ouvida pela reportagem da TN, Stênia Lins, disse que "os meninos e as meninas entram na adolescência cada vez mais cedo". Não sei o que isso significa exatamente, como alguém pode "entrar mais cedo" na adolescência. Mas para a médica, essa "adolescência precoce" favorece a "iniciação sexual" também precoce.
Acho que ela inverteu a ordem das coisas, porque essa iniciação sexual precoce se dá por outros motivos, não porque as meninas e os meninos estão se tornando adolescentes mais cedo.
Mais adiante na reportagem, a médica diz que há uma "discrepância entre a mídia, os pais e a escola". Para ela, a mídia é responsável pelo estímulo à erotização e a banalização do sexo, enquanto "os pais fingem que não vêem e a escola se omite". Assino em baixo.
A reportagem poderia ter avançado mais na discussão do tema, mas não o fez e ficou muito nas explicações comuns: "falta informação", "falta educação", "falta uma política pública eficiente" e blá, blá, blá...
Não se falou, por exemplo, da violência sexual que ocorre, na maioria das vezes, dentro de casa e rouba a inocência dessas meninas, transformando-as em mães prematuras e em futuras mulheres traumatizadas e amarguradas.
Não se falou também em quais informações, qual educação e quais políticas políticas são necessárias. A médica lembrou da responsabilidade da mídia. A reportagem poderia ter pedido a opinião dela sobre a classificação indicativa dos programas de televisão. Quando o Ministério da Justiça publicou, no primeiro semestre deste ano, a nova portaria regulamentando a classificação indicativa para os programas de televisão, a chiadeira foi geral. As novas regras determinavam que as emissoras seriam obrigadas a divulgar a faixa etária e o horário recomendado para a exibição de cada atração que levasse ao ar. As redes também teriam que exibir os programas nos horários determinados pelo Ministério.
Os donos de televisão fizeram uma campanha e diziam que a portaria representava uma forma de censura. A choradeira deu resultado e o governo cedeu. As emissoras não são mais obrigadas a submeter o conteúdo dos programas à análise prévia do Ministério da Justiça. Elas apenas informam a faixa etária recomendada para cada programa. As próprias emissoras, inclusive, são que decidem o horário de exibição dos programas.
A regulamentação da classificação indicativa, inclusive com o estabelecimento de punições para as emissoras, é uma política pública eficiente para combater o "estímulo à erotização e a banalização do sexo" na mídia, como destacou a ginecologista, principalmente em relação aos meninos e às meninas adolescentes. É uma pena que o lobby das grandes emissoras, mais uma vez, saiu vencedor. Enquanto isso, nossas crianças assitem Flávia Alessandra descendo seminua no mastro do cabaré da novela das oito na Globo. Assim caminha a nossa sociedade.
Imagine você: meninas de 10 anos de idade estão se tornando mães. Crianças dando à luz a outras crianças. A reportagem também revela que dos 2,8 milhões de partos realizados ano passado em todo o Brasil, 560 mil ocorreram com meninas de até 20 anos de idade.
A ginecologista ouvida pela reportagem da TN, Stênia Lins, disse que "os meninos e as meninas entram na adolescência cada vez mais cedo". Não sei o que isso significa exatamente, como alguém pode "entrar mais cedo" na adolescência. Mas para a médica, essa "adolescência precoce" favorece a "iniciação sexual" também precoce.
Acho que ela inverteu a ordem das coisas, porque essa iniciação sexual precoce se dá por outros motivos, não porque as meninas e os meninos estão se tornando adolescentes mais cedo.
Mais adiante na reportagem, a médica diz que há uma "discrepância entre a mídia, os pais e a escola". Para ela, a mídia é responsável pelo estímulo à erotização e a banalização do sexo, enquanto "os pais fingem que não vêem e a escola se omite". Assino em baixo.
A reportagem poderia ter avançado mais na discussão do tema, mas não o fez e ficou muito nas explicações comuns: "falta informação", "falta educação", "falta uma política pública eficiente" e blá, blá, blá...
Não se falou, por exemplo, da violência sexual que ocorre, na maioria das vezes, dentro de casa e rouba a inocência dessas meninas, transformando-as em mães prematuras e em futuras mulheres traumatizadas e amarguradas.
Não se falou também em quais informações, qual educação e quais políticas políticas são necessárias. A médica lembrou da responsabilidade da mídia. A reportagem poderia ter pedido a opinião dela sobre a classificação indicativa dos programas de televisão. Quando o Ministério da Justiça publicou, no primeiro semestre deste ano, a nova portaria regulamentando a classificação indicativa para os programas de televisão, a chiadeira foi geral. As novas regras determinavam que as emissoras seriam obrigadas a divulgar a faixa etária e o horário recomendado para a exibição de cada atração que levasse ao ar. As redes também teriam que exibir os programas nos horários determinados pelo Ministério.
Os donos de televisão fizeram uma campanha e diziam que a portaria representava uma forma de censura. A choradeira deu resultado e o governo cedeu. As emissoras não são mais obrigadas a submeter o conteúdo dos programas à análise prévia do Ministério da Justiça. Elas apenas informam a faixa etária recomendada para cada programa. As próprias emissoras, inclusive, são que decidem o horário de exibição dos programas.
A regulamentação da classificação indicativa, inclusive com o estabelecimento de punições para as emissoras, é uma política pública eficiente para combater o "estímulo à erotização e a banalização do sexo" na mídia, como destacou a ginecologista, principalmente em relação aos meninos e às meninas adolescentes. É uma pena que o lobby das grandes emissoras, mais uma vez, saiu vencedor. Enquanto isso, nossas crianças assitem Flávia Alessandra descendo seminua no mastro do cabaré da novela das oito na Globo. Assim caminha a nossa sociedade.
Olha nós aqui outra vez...
Gente, já tá virando quase uma rotina eu explicar meus sumiços aqui do blog. Semana passada foi uma correria da mulesta, como diria o matuto.
É que estive ocupado no Fórum Natal Cidade Sustentável e não deu pra atualizar o blog. Além disso, ainda tinha um vídeo pra entregar na universidade.
Domingo foi dia de ressaca e hoje resolvi dar as caras por aqui. Ainda tô fra de ritmo, mas aos poucos as coisas vão voltando ao normal.
Mas, pelo que andei lendo e vendo, parece que não aconteceu nada de muito interessante nesses dias. A única bomba foi a prisão do ex-governador Fernando Freire. Hoje eu li uma declaração dele dizendo que vai ser candidato a vereador ano que vem em Natal, para os fracos e injustiçados. É ser muito cara de pau mesmo.
E enquanto Freire era preso, Garibaldi continuava e continua, como diria o José Simão da Folha, sua "heróica e mesopotâmica campanha" para se tornar o novo presidente do Senado.
E por falar em Senado, amanhã parece que vai ser o dia "D" para a votação da prorrogação da CPMF. A conferir as cenas dos próximos capítulos.
É que estive ocupado no Fórum Natal Cidade Sustentável e não deu pra atualizar o blog. Além disso, ainda tinha um vídeo pra entregar na universidade.
Domingo foi dia de ressaca e hoje resolvi dar as caras por aqui. Ainda tô fra de ritmo, mas aos poucos as coisas vão voltando ao normal.
Mas, pelo que andei lendo e vendo, parece que não aconteceu nada de muito interessante nesses dias. A única bomba foi a prisão do ex-governador Fernando Freire. Hoje eu li uma declaração dele dizendo que vai ser candidato a vereador ano que vem em Natal, para os fracos e injustiçados. É ser muito cara de pau mesmo.
E enquanto Freire era preso, Garibaldi continuava e continua, como diria o José Simão da Folha, sua "heróica e mesopotâmica campanha" para se tornar o novo presidente do Senado.
E por falar em Senado, amanhã parece que vai ser o dia "D" para a votação da prorrogação da CPMF. A conferir as cenas dos próximos capítulos.
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