O resultado da eleição promovida pelo Diário de Natal para escolher as sete maravilhas do Rio Grande do Norte foi divulgado ontem (04/11) n'O Poti. Em primeiro lugar ficou a Serra Barriguda, cartão postal da cidade de Alexandria, terra natal deste blogueiro.
A Serra Barriguda teve mais de 16 mil votos e ficou na frente, inclusive, do Morro do Careca, símbolo maior da cidade do Natal, que foi o segundo colocado. Completam a lista das maravilhas o Açude Gargalheiras de Acari, a Fortaleza dos Reis Magos de Natal, o Frasqueirão Natal (estádio do ABC Futebol Clube), o Santuário do Lima em Patú e o trecho de serras Os Apertados em Currais Novos.
Sobre a serra de Alexandria, escrevi uma "Crônica da Barriguda" quando era estagiário no "Jornal Metropolitano" de Parnamirim.
Quando morava lá, costumava escalar a Barriguda com os amigos da Igreja Presbiteriana. No meio do caminho fazíamos uma parada estratégica para retomar o folêgo. Há um trecho bastante verticalizado, onde temos que subir uma rocha apoiado com as mãos. A gente chamava de "pedra de quatro" por causa da posição em que ficávamos.
Antes de alcançarmos o topo da serra, a gente passava por uma abertura entre as rochas que produzia uma sombra agradável. Lá o vento era forte e fazia um frio danado.
Quando chegávamos no cume, a sensação de liberdade tomava conta de nós. O vento era nossas asas. A gente via a cidade diminúncula lá de cima. Imagens de verde rareavam aqui e acolá. Feito meninos bestas, a gente ficava acenando lá de cima achando que alguém responderia lá de baixo.
Aí a gente sentava, alguém sacava o violão e cantarolávamos algumas músicas. A gente aproveitava pra fazer uma boquinha também, afinal de contas ninguém é de ferro. Nosso break fast tinha pão, presunto, mussarela, suco, bolo, tapioca e dindin (acho que aqui em Natal chamam de dadá ou sacolé).
A gente ficava lendo as mensagens que as outras pessoas deixavam nas rochas, pra mostrar que já estiveram ali antes. A poluição visual deixava a gente indignado deixava a gente indignado. Débora, amiga querida, sempre dizia que o nome dos tôlos está em todo lugar (acho que é o versículo bíblico, mas não lembro qual).
Na hora de descer, estava todo mundo exausto. Mas, como diz o ditado, pra descer todo santo ajuda. Todo mundo tinha medo de Janaína nessa hora. Ela costumava vir mais atrás e aprontava com quem ia na frente. Carlinda, nossa saudosa amiga que está nos eperando no céu, era quem mais tinha medo. Uma vez Janaína desceu correndo e arrastou Carlinda serra abaixo. Foi um Deus nos acuda. Depois todo mundo caiu na risada.
Foram muitas as subidas à Barriguda. Faz tempo que não faço essa aventura. A maioria dos amigos não moram mais na cidade e só aparecem lá nas férias. E sem aquela turma, a Barriguda perde um pouco de graça.
É isso aí, essas são algumas das minhas memórias da Barriguda e essa foi a forma que encontrei pra homenagear a nossa maravilha.
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