terça-feira, 6 de novembro de 2007

Americanos estudam relação entre hip hop e sexo adolescente

A notícia saiu no "The New York Times". Leia trechos da reportagem abaixo:

"O hip hop, com suas letras sugestivas, vídeos e movimentos de dança, há muito é criticado por pais e especialistas em saúde pública, que temem que possa levar a comportamento sexual de risco entre os adolescentes.

Mas nunca ficou claro se há algo particularmente insidioso no hip hop ou se o problema é simplesmente o fato de pessoas com mais de 40 anos não entendê-lo. Afinal, quase toda geração parece incomodada com as preferências musicais da seguinte; lembre-se, os quadris rebolantes de Elvis já foram considerados como uma influência corruptora sobre a juventude do país. Para solucionar este enigma, pesquisadores de saúde pública estão desconstruindo a cultura hip hop, freqüentando pistas de dança e dissecando as letras do rap. A esperança é de que ao compreender o hip hop, os especialistas possam projetar mensagens de saúde mais eficazes -e talvez até mesmo dar aos pais um entendimento da música freqüentemente desconcertante abraçada por seus filhos."

De acordo com o jornal, os pesquisadores passaram três anos estudando a cena dos clubes do hip hop, conversando com dezenas de adolescentes e os observando dançarem. Os pesquisadores observaram que a maioria dos adolescentes no estudo era sexualmente experiente e que o comportamento sexual tinha pouco a ver com a música que eles ouviam. "Em vez disso, eram os tradicionais álcool, drogas e pressão dos pares que geralmente os levavam aos encontros sexuais", informa o "The New York Times".

A pesquisa concluiu que o hip hop não é apenas música, mas um sistema de apoio e estrutura social que domina a cultura jovem. Outra conclusão é que a linguagem do hip hop também pode ser uma forma mais eficaz de se comunicar com os adolescentes, como na hora de se fazer campanhas de prevenção ao HIV, por exemplo.

A pesquisa também apontou que os adolescentes que eram expostos aos níveis mais elevados de letras sexualmente degradantes apresentavam probabilidade duas vezes maior de ter praticado sexo. Os pesquisadores definiram como letras degradantes aquelas que retratam as mulheres como objetos sexuais, os homens como insaciáveis e o sexo como inconseqüente.

Em linhas gerais, a pesquisa sugere que não é o hip hop que influencia negativamente os adolescentes, mas o conteúdo que as letras transmitem. A reportagem afirma que muitos especialistas acreditam que as chaves para a comunicação com toda uma geração de jovens pode ser encontrada no hip hop. Para eles, o hip hop precisa ser entendido porque trata-se de um "fenômeno de geração que une os jovens".

Comentário

Enquanto a cultura hip hop nos EUA é vista como uma música erotizada, que incita o sexo adolescente e dissemina preconceitos de gênero, o hip hop brasileiro tem um caráter muito mais ligado às questões sociais, se configurando numa música de protesto contra as injustiças sociais, o racismo, a violência urbana (incluindo aí a violência policial) e a situação das favelas, por exemplo.

A impressão que eu tenho é que o hip hop americano é uma música muito alienada. Essa alienação termina sendo refletida nas letras das músicas, que, em sua maioria, só falam de sexo e consumismo.

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