Há um ano, a Folha publicava pesquisa do Datafolha mostrando que 55% dos brasileiros apoiavam a pena de morte e que, para 31% da população, a violência era o principal problema do país.
A pesquisa foi feita depois do brutal assassinato do menino João Hélio Fernandes, arrastado por um carro nas ruas do Rio de Janeirio, em fevereiro de 2007, que comoveu e deixou a todos perplexos.
A própria Folha creditou o aumento da "mobilização popular e a repercussão na mídia do tema insegurança pública" ao assassinato de João Hélio Fernandes.
Quando essa pesquisa foi publicada, escrevi um artigo no "Observatório da Imprensa" afirmando que a elevação da preocupação nacional com a violência e a aprovação maior à pena de morte coincidiam com a hiperexposição do assunto na mídia (clique aqui para ler o artigo).
Eis que o Datafolha fez nova pesquisa sobre o tema e o jornal novamente publicou os números. A aprovação dos brasileiros à pena de morte caiu para 47%. Enquanto isso, os que são contrários a essa medida passaram para 46%.
A pesquisa, realizada entre 25 e 27 de março, entrevistou 4.044 brasileiros com 16 anos ou mais em 159 municípios, segundo o jornal.
Na matéria deste domingo, a Folha afirma que o apoio à pena de morte no Brasil "pode ser circunstancial e emotivo".
A mídia não costuma admitir os próprios erros e excessos. A cobertura sensacionalista de temas como a violência leva à exacerbações perigosas e alimenta sentimentos vingativos que geram apenas mais violência.
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