sábado, 10 de maio de 2008

O jornalismo potiguar segue testando hipóteses

A máxima do diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, para quem fazer jornalismo é testar hipóteses, pegou pra valer entre os jornais potiguares. É verdade que uns são mais afoiotos que os outros na arte de ensair 'notícias' em laboratório antes de torná-las públicas. Mas a prática de testar hipóteses pra ver qual delas pega é praticamente um denominador comum na imprensa nativa. O boato da vez dá conta da saída da governadora Wilma de Faria do PSB para o PT, em 2010, para ser candidata à senadora. O prefeito Carlos Eduardo (PSB) também estaria de malas prontas para desembarcar no PT ou no PMDB.

O pior é que o boato não tem nada de novidade. É coisa velha, requentada. Foi trazido à tona novamente por aliados do deputado federal Rogério Marinho (PSB), que não se conforma de ter sido preterido pela governadora e pelo prefeito, que escolheram apoiar a candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT) à prefeita de Natal.

O secretário de Comunicação do Governo do Estado, jornalista Rubens Lemos Filho, disse que o boato se devia à "obsessão, ingratidão, deslealdade e sede de poder" de integrantes do PSB, que esquecem que o partido só passou a existir de verdade com a filiação de Wilma de Faria.

Em entrevista a'O Jornal de Hoje, o secretário não economizou críticas aos insurgentes pessebistas e deu uma estocada indireta no senador José Agripino Maia (DEM), que esta semana teve que ouvir um carão da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quando levantou o assunto ditadura militar na Comissão de Infra-Estrutura do Senado.

Alguns trechos da entrevista de Rubens Lemos Filho:

"O PSB no Rio Grande do Norte passou a existir, de verdade, com a filiação da governadora Wilma, que orgulharia a qualquer partido se nele se filiasse. Mas ela jamais abandonou o PSB, partido pelo qual enfrentou situações desiguais como a candidatura ao Governo do Estado em 1994 apenas para manter acesa a chama socialista. Desta chama, surgiram vitórias e os aproveitadores dessas vitórias".

"A governadora não merece o que está sendo feito com ela. A provocação é tamanha que até integrantes do governo, que deveriam entregar os cargos por discordarem dela, continuam a afrontando. Alguns, vão à casa dela e fazem o sujo papel de leva-e-traz. Em 2000, Wilma e Garibaldi estiveram juntos e os beneficiados de então, jamais reclamaram."

"Aqui [no RN], há ambição e obsessão. Mas Wilma é forte o suficiente para superar mais este obstáculo. A candidatura Fátima reúne as forças que estão com Lula, as forças que abominam a tortura, o dedurismo e o Estado de exceção. Pena que alguns estejam caindo nesta arapuca."

É isso aí, secretário.

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