quinta-feira, 19 de abril de 2007

Máfia dos jogos subornava políticos

O inquérito da Operação Furacão aponta que a máfia do jogo pagava uma espécie de mensalão a políticos do Congresso Nacional, que atuariam em favor da liberação dos jogos no país.

A revelação é feita pela Folha de S. Paulo de hoje, na matéria "PF diz ter provas de repasses rotineiros de bingo a políticos".

A Folha teve acesso ao relatório sigiloso do inquérito que investiga os 25 presos pela operação.

De acordo com o documento, o contato com os políticos era feito pela Aberj (associação de bingos do Rio de Janeiro).

O relatório da PF indica ainda que a máfia dos bingos fez doações para campanha eleitoral de alguns candidatos, que após eleitos passaram a formar a "bancada dos bingos" na Câmara Federal.

A Folha informa os nomes dos deputados federais Marina Maggessi (PPS-RJ) e Simão Sessim (PP-RJ), dois políticos que, segundo escutas telefônicas da PF, receberam dinheiro de donos de bingos e bicheiros nas eleições do ano passado.

Os deputados citados, obviamente, negaram tudo.

Advogado da CSN também negociava com máfia dos jogos

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"A Polícia Federal afirma haver um "conluio" de um advogado da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com a quadrilha que negociava sentenças judiciais para conseguir uma decisão favorável para a empresa. A decisão de fato ocorreu.

A Polícia Federal gravou, com autorização judicial, conversas entre Silvério Nery Cabral Júnior, genro do desembargador José Eduardo Carreira Alvim, e o advogado da CSN Antônio Correa Rabello. Nos diálogos, segundo a PF, fica clara a negociação para que Carreira Alvim desse liminar em benefício da CSN. O desembargador e seu genro foram presos durante a Operação Hurricane."

STF bloqueia bens de investigados na Operação Furacão

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou anteontem o bloqueio de bens e contas bancárias de investigados no caso Hurricane. A medida havia sido requisitada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.

A Polícia Federal também pretende pedir um rastreamento de operações financeiras internacionais de pessoas ligadas à máfia.

Os indícios das operações no exterior surgiram a partir da análise do material apreendido, mas ainda não foi feito o pedido ao STF.

O número dos atingidos pelo bloqueio não foi divulgado. Só se sabe que deve superar os 25 detidos. Acusados e familiares estão na mira da investigação.

Antonio Fernando disse ontem que poderá pedir a quebra do sigilo bancário dos investigados e a decretação da prisão preventiva dos 25 já detidos."

Assessor de ministro do STJ atuava intermediava venda de sentenças

Da Folha de S. Paulo, hoje:

"No inquérito da Operação Hurricane, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, solicitou diligências tendo como alvo o ministro Paulo Medina (Superior Tribunal de Justiça). O procurador escreveu que haveria indícios de que um assessor do ministro teria operado como intermediário na venda de sentenças.

"Quanto ao foco principal da presente investigação -a venda de decisões judiciais por magistrados- a interceptação das comunicações telefônicas dos envolvidos revelou a atuação constante do assessor do ministro Paulo Medina, Fernando Rodrigues, que vem aparecendo como possível intermediador na venda das decisões."

Antonio Fernando solicitou ao Supremo Tribunal Federal a quebra do sigilo telefônico do assessor do ministro do STJ, entre outras pessoas."

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