Por Daniel Galera no blog No Mínimo:
"Nada de concreto até agora vincula o massacre de 33 pessoas no Instituto Politécnico da Univesidade de Virginia, nos EUA, aos videogames - como no caso do massacre de Columbine, em que os assassinos creditaram seus atos em parte a jogos violentos e filmes como The Matrix - mas a mídia americana não perdeu tempo em pedir a opinião de pessoas como Jack Thompson, o advogado que acha que o terrível e estranho fenômeno dos estudantes que metralham pessoas em instituições de ensino em seu país se deve exclusivamente à violência da mídia, e em particular à violência de jogos como Grand Thef Auto. Artigos em jornais dizem que Cho Seung-Hui jogava Counter-Strike, jogo de tiro popular no mundo inteiro, como se isso pudesse explicar seu crime. Hoje em dia, a chance de qualquer jovem da idade dele ter jogado esse ou qualquer outro jogo em que há violência explícita é a mesma dele ter escutado Beatles ou comprado um DVD de Pulp Fiction. É muito mais importante salientar que o sujeito tinha um histórico de problemas mentais, comportamento agressivo e tendências suicidas - ele pode ter sido influenciado por um videogame, por um fora de uma garota, pelo tratamento que recebia na condição de imigrante, por um filme, por um livro ou por nada disso.
"Nada de concreto até agora vincula o massacre de 33 pessoas no Instituto Politécnico da Univesidade de Virginia, nos EUA, aos videogames - como no caso do massacre de Columbine, em que os assassinos creditaram seus atos em parte a jogos violentos e filmes como The Matrix - mas a mídia americana não perdeu tempo em pedir a opinião de pessoas como Jack Thompson, o advogado que acha que o terrível e estranho fenômeno dos estudantes que metralham pessoas em instituições de ensino em seu país se deve exclusivamente à violência da mídia, e em particular à violência de jogos como Grand Thef Auto. Artigos em jornais dizem que Cho Seung-Hui jogava Counter-Strike, jogo de tiro popular no mundo inteiro, como se isso pudesse explicar seu crime. Hoje em dia, a chance de qualquer jovem da idade dele ter jogado esse ou qualquer outro jogo em que há violência explícita é a mesma dele ter escutado Beatles ou comprado um DVD de Pulp Fiction. É muito mais importante salientar que o sujeito tinha um histórico de problemas mentais, comportamento agressivo e tendências suicidas - ele pode ter sido influenciado por um videogame, por um fora de uma garota, pelo tratamento que recebia na condição de imigrante, por um filme, por um livro ou por nada disso.
Minha opinião é de que a violência no entretenimento, longe de ser causa, é só mais um sintoma de problemas sociais globais que se manifestam de forma especialmente doentia nos Estados Unidos. Por algum motivo, é lá que os tiroteios em instituições de ensino tornaram-se um padrão. De qualquer modo, uma das reações curiosas a essa nova tragédia foi o esforço de defesa dos jogadores americanos, que já não vêem graça nenhuma em serem o bode expiatório. No Brasil quase ninguém debateu o assunto, mas nos Estados Unidos quase todos os blogs e sites de videogame refletiram sobre o fato e se apressaram em tentar esclarecer o que, para eles, é óbvio: videogame é fantasia, somente um jogador com a mente previamente perturbada poderia confundir o que acontece num jogo com o que acontece na realidade, e culpar um jogo por um massacre é como culpar O Apanhador no campo de centeio pela morte de John Lennon."
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