domingo, 16 de março de 2008

Veja: O Último Factóide

Luis Nassif publicou hoje o novo capítulo do "Dossiê Veja".

Em "O Último Factóide", Nassif conta a ficção criada pela revista envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF).

Nassif diz que Veja tem o hábito de "criar notícias", recorrendo ao que em jornalismo se chama "cozidão" - fatos velhos requentados e publicados como se fossem novidade.

Neste capítulo, Nassif trata da matéria “A sombra do estado policial”, capa da edição de 22 de agosto de 2007 da Veja.

A matéria "conspiratória" falava sobre o suposto clima de "medo" intalado no STF, cujos ministros, segundo a revista, estavam "assutados" com a possibilidade de terem sido grampeados.

Leia um trecho do capítulo a seguir:

"Ninguém mais na mídia tinha percebido qualquer sinal de "medo" do Supremo, ou de generalização das escutas atingindo os Ministros. Aliás, os últimos abusos contra juízes haviam partido da própria revista e do próprio autor da reportagem, no falso dossiê contra o então presidente do Superior Tribunal de Justiça Edson Vidigal - abordado no capítulo “O dossiê falso”.

Não se sabia ao certo qual a intenção da matéria. Seguramente, uma tentativa canhestra de se aproximar do Supremo, utilizando a moeda de troca da qual a revista sempre usou e abusou: a visibilidade, a apologia, pegando no centro de uma das fraquezas humanas, a vaidade.

Podia ser a Abril querendo se aproximar do STF (em função da expectativa de uma eventual CPI da Abril), ou se sentindo objeto de investigação da Polícia Federal, ou algo relacionado com as pendengas entre Daniel Dantas e a PF; ou mesmo como forma de coação indireta aos membros do STF, que estavam prestes a julgar os acusados pelo "mensalão".

Que era um factóide, não havia dúvida.

(...)

Mas o factóide da escuta no Supremo foi um marco importante, por ter sido o primeiro absurdo da Veja que não mereceu repercussão na mídia. Até então, todos os abusos eram repercutidos, por um efeito pavloviano que fez com que o esgoto que vazava da cobertura da revista acabasse contaminando o restante da mídia.

Com um factóide, a revista conseguiu criar outro factóide, a CPI do Grampo, e impedir a CPI da Veja."

Leia a íntegra do capítulo aqui.

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