terça-feira, 18 de março de 2008

Ainda a demissão de PHA

Até Reinaldo Azevedo desconfia de Daniel Dantas

O blogueiro da Veja disse que "a operação BrT-Oi é uma desculpa verossímil para a demissão" de Paulo Henrique Amorim.

Ele ressalta, porém, que essa explicação não é "necessariamente verdadeira". Mas se até ele cogita essa possibilidade, é porque a coisa tá muito explícita.

Leia a íntegra do comentário de Azevedo:

Demitido por quê?

Queridos,

Não cabe a mim especular por que o sr. Paulo Henrique Amorim, cujo jornalismo se tornou notório, foi demitido do iG. Sei lá. Ele deve alegar que é porque a Oi vai mesmo comprar a Brasil Telecom. Eu prefiro pensar que o iG o dispensou em razão do tipo de jornalismo que ele pratica.

Vocês sabem, podem achar na Internet: o primeiro que criticou a operação BrT-Oi fui eu. Por quê? Ora, é simples. Meu primado: no capitalismo, negócios se fazem de acordo com as leis; em país bananeiro, leis se fazem de acordo com os negócios. Nem entrei no mérito se seria bom ou não para o consumidor ou se essa é uma tendência desse mercado. Fiquei na questão de princípio, como sempre.

Se bem se lembram, dois subjornalistas me atacaram, então, dizendo que eu escrevia o que Daniel Dantas gostava de ler. Ora, Dantas está a favor da operação, que vai lhe render uma bolada de R$ 2 bilhões. Não mudei de idéia. Eles mudaram. O agora demitido passou a fazer uma oposição radical ao negócio e aparentemente suicida. Digo “aparentemente” porque não vejo, neste cidadão, alguém que acaba se dando mal. Acho que as escolhas morais que ele fez ao longo da vida lhe permitem sempre se dar bem. É uma pessoa muito esperta. O seu parceiro de oposição radical à fusão percebeu que estava entrando água no navio e tratou de saltar fora, sempre com aquela moral elevada. E decidiu não tocar mais no assunto.

Causas

Mas insisto: a operação BrT-Oi é uma desculpa verossímil para a demissão, mas não necessariamente verdadeira. Prefiro pensar que o iG pode estar fazendo a opção pelo jornalismo que honra a apuração, a independência, o bom texto, o jornalismo etc. Será isso? O tempo vai nos dizer, não é mesmo? Lamento pela equipe, que, espero, encontre logo o seu lugar no mercado de trabalho, já que o de profissionais como Amorim estará sempre garantido.

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