Abra os jornais e todo dia você vai encontrar alguma coisa sobre essa história de terceiro mandato. É só no que a imprensa fala ultimamente.
Na falta de outro assunto, a mídia dá espaço às declarações de algum político em busca de holofotes, que diz ser favorável à idéia de permitir a reeleição sem limites para cargos majoritários.
Como se diz no interior, um fulano, que não é ninguém no jogo do bicho, de repente aparece nas manchetes dos jornais e na televisão, como se fosse porta-voz do governo. Os (de)formadores de opinião, imediatamente, interpretam a declaração do fulano como um recado do governo.
"É um golpe! É uma tentativa de transformar o Brasil na Venezuela!", bradam todos.
Não adianta o presidente dizer repetidas vezes que não aceita ser candidato a re-reeleição...
Não adianta o partido do presidente - o PT - dizer que é contra a idéia...
O fulano fala e a mídia espalha a conversa.
Outro dia eu estava na livraria do campus universitário e escutei a conversa de dois senhores:
- Meu amigo, você soube que Lula já quer ser candidato de novo em 2010? - perguntou o primeiro.
- Sei, sim. O pior é que ele é tão dissimulado que fica negando que não vai ser candidato - emendou o segundo.
Eu lembrei daquele ditado popular, segundo o qual uma mentira repetida muitas vezes vira uma verdade.
Foi aí que entendi a estratégia. A mídia conservadora e golpista, como diria Paulo Henrique Amorim, está investindo nesse filão para tentar convencer o povo de que o presidente Lula não passa de um obcecado pelo poder, com tendências ditatoriais.
Pela conversa que testemunhei dos dois senhores, a coisa tá pegando.
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