sábado, 3 de novembro de 2007

Violência

Leio, entre desorientado e perplexo (acho que já escrevi isso antes), a notícia: "Adolescente é morto a pauladas na Zona Norte".

Aconteceu na madrugada deste sábado num conjunto da Zona Norte de Natal. O adolescente foi assassinado por quatro pessoas não identificadas.

Ninguém sabe o motivo do crime. A polícia ainda busca explicações.

Explicação pode existir - o que não existe é justificativa.

A brutalidade e a banalidade do crime são chocantes. Mas mais chocante ainda é saber que nossos jovens - principalmente os da periferia - continuam sendo assassinados diariamente e alimentando as estatísticas da violência urbana. Apesar de impactante, a morte do jovem da periferia não comove muito. As pessoas comentam o caso e o esquecem em seguida. A cena repete, diz a canção.

Além de viver sob o signo da exclusão social, o jovem da periferia é condenado a morrer cedo. As estatísticas comprovam que a violência urbana escolhe idade, classe, cor e gênero: as vítimas são principlamente jovens, pobres, negros e homens.

Que país é esse que permite a morte dos seus jovens e não faz nada para salvá-los?

É o país que comemora a vinda da Copa do Mundo de 2014 para cá.

P.S.: Depois que escrevi o texto acima, li no site de um jornal da capital que o adolescente foi espancado por "populares" porque "teria praticado assaltos na região". Não sei o que comentar. Há um nó na minha garganta. Não consigo acreditar que isso seja verdade.

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