A mídia reacionária intensificou agora em abril os ataques aos movimentos sociais na tentativa de criminalizar a luta dos pequenos e passar uma imagem manipulada destes para a sociedade.
O principal alvo da ira da mídia conservadora é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A Globo disse que militantes do MST fizeram um protesto na quarta-feira da semana passada (dia 9) e ameaçaram interditar a Estrada de Ferro Carajás. Os manifestantes, na verdade, eram do Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração (MTM).
Em nota, o MST disse que "o fechamento da portaria que dá acesso à mina do grande projeto de exploração de ferro Carajás foi realizado por operários da Vale e das empresas terceirizadas prestadoras de serviço, que cobram melhores condições de trabalho da maior empresa privada da América Latina".
"A Vale atribuiu ao MST esses protestos para esconder da sociedade que diversos setores populares fazem manifestações contra a diretoria da mineradora e pela reestatização da empresa, que trabalha com recursos naturais que pertencem ao povo brasileiro", diz outro trecho da nota.
A Vale contou com a colaboração da Globo pra ocultar os protestos dos seus funcionários e atribuí-los ao MST.
Mesmo quando a verdade veio à tona, a emissora achou um jeitinho de sair pela tangente e deu a seguinte 'notícia': "Para escapar da Justiça, militantes do MST vestiram camisas do Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração".
Mas a perseguição não é exclusividade da Globo. A Folha de São Paulo também mira no MST. Na edição de hoje (quinta-feira, 17), o jornal chama a "Jornada Nacional de Lutas", deflagrada tradicionalmente pelo MST no mês de abril, de "abril vermelho".
O jornal perguntou ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, o que ele achava das ações dos movimentos sociais. Esperava ouvir dele uma condenação. Mas, como resposta, o ministro disse que os movimentos sociais "têm as suas agendas e cada um tem que se responsabilizar por suas atitudes" e que eles são essenciais para o "fortalecimento da democracia" no Brasil.
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