sexta-feira, 30 de março de 2007

Rede de TV pública não será "chapa-branca", afirma Lula

De EDUARDO SCOLESE e RANIER BRAGON na Folha de S.Paulo, hoje:

"Ao encerrar ontem a primeira reforma ministerial após a reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma das plataformas de seu segundo mandato será a criação de uma rede pública de rádio e televisão. A idéia, segundo o petista, é que essa TV nacional adote um modelo de jornalismo imparcial. "A informação tal como ela é, sem pintar de cor-de-rosa, mas também sem pichá-la", disse.

Lula, que passou seu primeiro mandato alternando fortes críticas e alguns elogios à imprensa, disse que a idéia é criar uma "coisa séria", distante, segundo ele, do chamado jornalismo "chapa-branca". Ou seja, daquele modelo estatal apenas de noticiário pró-governo.

"Eu sonho grande. Sonho com uma coisa quase 24 horas por dia. Não sei se a gente vai conseguir construir. E que não seja uma coisa chapa-branca, porque a chapa-branca parece bom, mas enche o saco. Gente puxando o saco não dá certo", disse, no Planalto, na cerimônia de posse de ministros.

Num discurso de improviso, recheado de piadas e exaltações históricas a seu governo, a citação à idéia de uma rede pública de TV ocorreu no momento em que colocou a "tarefa gigantesca" que Franklin Martins terá na nova Secretaria de Comunicação Social, da qual a Radiobrás (rede estatal de comunicação) será subordinada.

"Temos que fazer uma coisa séria, não é uma coisa para falar bem do governo ou para falar mal do governo, é uma coisa para informar. A informação tal como ela é, sem pintar de cor-de-rosa, mas também sem pichá-la", disse, citando a TV Cultura, do governo paulista, como exemplo de boa programação.

Ainda sobre o tema, Lula disse que o objetivo é criar uma opção diante das redes privadas, oferecendo oportunidade de assistir a programas educativos em diferentes horários. "Se vai ter meio ponto de audiência ou zero, não me interessa."

Para Franklin, a britânica BBC e a francesa TV5 podem servir de exemplos. "Ela [rede pública] pode fazer programações e pode entrar em áreas que outras TVs abertas muitas vezes não podem entrar porque trabalham em uma escala de concorrência muito grande." "

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