Esculhambação Geral
Tenho acompanhado pelos jornais a briga entre a Secretaria de Trânsito e Transporte Urbano de Natal (STTU) e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Seturn) sobre essa questão da bilhetagem eletrônica.
À revelia da STTU, que é o órgão regulador do transporte público, o Seturn cancelou a venda do vale-transporte tradicional e passou a vender apenas o tiquete eletrônico.
A STTU disse que o Seturn não pode vender vale-transporte eletrônico e, por conta disso, notificou o Sindicato dos donos de ônibus para que suspenda a venda irregular do 'Natal Card'.
Como o Seturn não atendeu à notificação, a Promotoria de Defesa do Consumidor, a STTU e o Procon-RN entraram na Justiça para obrigar o Sindicato a continuar vendendo vales transportes impressos.
Enquanto a Justiça não decide o impasse, prevalece a esculhambação geral. Não se trata de ser a favor ou contra a bilhetagem eletrônica. A questão é que o Seturn não pode passar por cima do órgão gestor e fazer as coisas do seu jeito.
É a STTU que tem que tomar à frente desse processo de implantação da passagem eletrônica. Até porque, há pontos obscuros nessa história. Ninguém sabe direito como as coisas vão funcionar daqui pra frente. E se ficar tudo nas mãos dos donos de ônibus, a população vai sair prejudicada.
A STTU diz que, pelo sistema de bilhetagem na Seturn, cada passageiro não poderá ter acesso a mais do que quatro créditos por dia. E o sistema ainda exclui os transportes alternativos, deixando uma grande parcela da população que faz uso desse tipo de condução à deriva.
Há rumores também de que essa confusão do bilhete eletrônico está servindo para camuflar o próximo aumento do preço da passagem dos ônibus. os empresários já estariam fazendo as contas do aumento.
O que justifica um novo aumento em menos de um ano? Nada. É um absurdo. Em Fortaleza, o preço da passgem de ônibus é R$ 1,60 e não aumenta há três anos. Além disso, a população de lá vai poder escolher quanto vai ser a redução da próxima tarifa.
Em Natal, só se fala em aumento. A passagem já é muito cara (R$ 1,75) e, além do mais, o sistema de transporte público é de péssima qualidade. Os ônibus são velhos, a frota é pequena e o passageiro tem que enfrentar longas esperas nos pontos da cidade.
O detalhe é que as empresas de ônibus funcionam amparadas por uma liminar, porque não foi feita, até hoje, uma licitação para as linhas de ônibus da capital.
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