Desde quarta-feira passada que não tive mais tempo de postar nada. Estava atolado de coisas pra fazer, referentes a meu trabalho na AL.
Aproveito pra comentar rapidinho sobre o "Fórum Natal Pela Sustentabilidade", que aconteceu sexta-feira passada, no Cefet. O tema foi segurança pública.
O evento foi muito bom, apesar de alguns contratempos e do cancelamento de uma das palestras por falta de energia.
Achei particularmente interessante a palestra da secretária de Defesa Social da cidade de Diadema (SP), Regina Miki. Ela falou sobre a experiência da cidade na redução, combate e prevenção à violência urbana - Diadema era considerada a cidade mais violenta do país, com taxa de homicídios de 110 para cada grupo de 100 mil habitantes.
Regina Miki, que fez mestrado em segurança púbica, disse que Diadema precisou fazer um mapeamento da criminalidade, para que se tivesse um diagnóstico que norteasse as ações contra a violência.
Ela contou que, no início, foi preciso superar muitos entraves, como a própria lentidão da máquina pública, classificada por ela como um "paquiderme".
Mas o maior desafio era mudar os paradigmas sobre segurança púbica. "As pessoas olham para a segurança como repressão. Mas repressão significa a falha do sistema", ressaltou.
Feito o mapeamento da criminalidade, o resultado das análises dos dados coletados revelou que 60% dos homicídios de Diadema ocorriam em bares e similares ou áreas próximas, entre 23h e 4h. A cidade tinha cerca de 4.800 bares.
Para mudar esse quadro, a Prefeitura criou a "Lei de Fechamento de Bares", que está em vigor desde julho de 2002.
O resultado, após a medida, foi que os homicídios em Diadema despencaram - de 110 para 19 homícidios por grupo de 100 mil habitantes.
A maioria absoluta da população (97%) apóia o fechamento dos bares em Diadema.
Mas é claro que não foi apenas fechando os bares que Diadema diminuiu a violência. A Prefeitura também criou programas de promoção de cidadania para jovens e adolescentes, que são as maiores vítimas da violência.
O programa "Adolescente Aprendiz", criado em 2001, prepara jovens de 14 a 15 anos para o mundo do trabalho. Já foram atendidos 12 mil adolescentes e, de 2001 para 2007, houve uma redução de 79% dos homicídios entre jovens, que viviam em situação crítica de vulnerabilidade social e, freqüentemente, acabavam envolvidos com o tráfico de drogas.
"O crime prospera onde o Estado está ausente. E ainda tem um agravante: o vácuo é preenchido pelo tráfico. Não há vácuo de poder", disse Regina Miki.
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