Tucanos e Democratas vão "discutir a relação"
Em entrevista a Josias de Souza do UOL, o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), queixou-se da forma como os "demos" estão sendo tratados pelos parceiros tucanos e disse que a aliança de mais de uma década entre os dois partidos está em crise.
Dois episódios contribuem para aprofundar o desgaste entre DEM e PSDB. Primeiro, em São Paulo, os tucanos se negam a apoiar a candidatura do prefeito do DEM, Gilberto Kassab, à reeleição.
Kassab era vice de José Serra e tornou-se titular do cargo quando este último elegeu-se governador de São Paulo. A vontade do governador é que o seu partido marche junto com Kassab, mas o PSDB não abre mão da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin.
No Rio de Janeiro, o PSDB desistiu da candidatura própria para apoiar o deputado Fernando Gabeiro (PV) à Prefeitura, em detrimento de Solange Amaral, candidata do prefeito César Maia (DEM).
Mas as rusgas entre "demos" e tucanos vêm de mais longe. Em 2002, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, era pré-candidata à Presidência do Brasil pelo então PFL. O seu nome dispontava nas pesquisas como o único capaz de derrotar o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
O cenário apontava para uma disputa entre Rosena e Lula no segundo truno, deixando o candidato do PSDB, José Serra, fora do páreo. Foi então que o governo federal entrou em cena para "desconstruir" a candidatura de Roseana Sarney.
A Polícia Federal, a mando do presidente Fernando Henrique Cardoso, realizou uma operação na sede da Lunus, empresa da governadora Roseana Sarney e seu marido Jorge Murad. Na operação, a PF encontrou R$ 1,3 milhão em notas de R$ 50. A imagem do dinheiro em pilhas apareceu em todos os jornais impressos e telejornais. Terminavam ali as chances de Roseana Sarney naquelas eleições.
O que aconteceu depois é do conhecimento de todos. Lula e José Serra foram ao segundo turno, que culminou com a vitória esmagadora do petista. O PFL optou por apoiar Ciro Gomes, que também foi vítima de uma operação de "desconstrução" do governo do PSDB e viu sua candidatura naufragar.
Os "demos" nunca esqueceram o episódio. Os recentes atritos em São Paulo e no Rio de Janeiro vêm se somar às querelas do passado e fomentar ainda mais o descontentamento do DEM com o PSDB.
"A gente não sabe mais com quem está dormindo. Sabemos que o PT está do outro lado. Mas, às vezes, a gente dorme com o PSDB e acorda com o inimigo. Daqui a pouco, a gente não sabe mais quem é o verdadeiro inimigo", disse Rodrigo Maia.
É, pelo visto vai ser preciso muita sessão de DR pra eles se acertarem.
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