A Força Sindical vai usar a mesma estratégia da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e mover vários processos, em nome de sindicalistas, contra os jornais Folha de São Paulo e O Globo.
No mês passado, fiéis da IURD entraram com 58 ações contra a Folha e a jornalista Elvira Lobato, dizendo-se, todos eles, ofendidos com uma série de reportagens do jornal sobre os 30 anos da igreja do bispo Edir Macedo e o império em que ela se tornou. O curiosos é que o texto das ações é praticamente igual, mudando apenas a assinatura dos advogados.
Agora, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, anunciou que vai “dar trabalho” para a Folha de S. Paulo e O Globo.
segundo o Comunique-se, Paulinho vai processar os dois jornais por publicarem reportagens sobre o repasse de verbas do Ministério do Trabalho para entidades ligadas à central.
"Estamos fazendo apenas 20 ações contra a Folha e O Globo. Liguei para vários jornalistas para explicar que a Força não tem convênio com o Ministério do Trabalho e outros ministérios do governo. E, todos os dias, os jornais citam o meu nome e o da Força. Como eles não ouviram, decidi consultar amigos sindicalistas que estão se sentindo ofendidos e vão entrar com ações em várias partes do Brasil", disse o deputado.
Ainda segundo o Comunique-se, Paulinho avisou que o objetivo não é ganhar os processos. “Pode perder, não tem problema. Vou dar um trabalho desgraçado para eles. Meu negócio é dar trabalho para eles. Não é nem ganhar. É só para eles aprenderem a respeitar as pessoas. Eu estou fazendo apenas 20. Se não parar, vou fazer de 1.000 a 2.000 ações contra eles no Brasil inteiro", ameaçou. "A Igreja Universal vai ser fichinha", destacou.
Numa das matérias da Folha, o jornal afirma que o Ministério do Trabalho pretendia repassar R$ 7 milhões à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), que é ligada à Força Sindical, com o objetivo de recolocar mão-de-obra em São Paulo.
Note-se que a Folha diz "pretendia repassar". O jornal transformou algo que não aconteceu de fato em notícia e promoveu uma especulação à categoria de fato consumado.
Se isso for jornalismo, melhor rasgar meu diploma...
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