Em sua coluna na edição de ontem da Folha de São Paulo, Daniel Castro disse que o telejornal "Aqui Agora" vai voltar ao ar no SBT em março.
O "Aqui Agora" fez sucesso nos anos 1990, quando popularizou o estilo "mundo-cão" de fazer reportagens, que usava e abusava de notícias e matérias sensacionalistas.
O telejornal se dizia "uma arma do povo" e usava o slogan "um telejornal vibrante, que mostra na TV a vida como ela é".
A fórmula foi baseada no programa argentino Nuevo Diario, estudada com afinco por Marcos Wilson e Albino Castro Filho, antigos diretores de jornalismo do SBT. Albino Castro voltará ao comando do novo "Aqui Agora".
O prato principal do telejornal era a violência. Gil Gomes era seu principal repórter. Ele narrava as histórias de crimes com voz dramática, imprimindo o clima de suspense para atrair e manter a atenção das pessoas.
Em 5 de julho de 1993, o programa atingiu o cúmulo do sensacionalismo ao transmitir ao vivo, durante dez minutos, o suicídio da recepcionista Daniele Lopes, de 16 anos. Ao ver o carro da equipe de reportagem, a moça se jogou do sétimo andar de um prédio em São Paulo.
De acordo com Daniel Castro, o novo "Aqui Agora" vai se inspirar nos programas "Pânico na TV" (Rede TV!) e no quadro "Central da Periferia", do "Fantástico" (Globo).
Albino Castro quer reportagens como uma feita pelo "Pânico" na Espanha, em que as pessoas atiravam tomates umas nas outras. De Regina Casé, Castro quer reportagens sobre bairros pobres, rap e grafite.
Ainda segundo Daniel Castro, o diretor Albino Castro tem dito aos futuros colaboradores que o "Aqui Agora" não terá mundo-cão. No lugar, investirá em assuntos de cidades e de comportamento. Tem dito também que seus apresentadores não farão a linha "justiceiro demagogo", como José Luís Datena, do "Brasil Urgente" (Band).
É a volta de um dos piores lixos que a TV brasileira já produziu.
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