Luis Nassif começou a desvendar a Veja, contando o processo de transformação da maior revista semanal do país no panfleto refratário que a publicação é nos dias atuais.
No primeiro capítulo, Nassif relaciona as mudanças da revista com as mudanças estruturais da mídia e seus reflexos na crise política brasileira e nas grandes disputas empresariais.
Nassif não economiza nas críticas:
"O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico."
No segundo capítulo, ele comenta a mudança de comando na revista, nos anos 90:
"Gradativamente o modelo passou a ser tocado por mãos menos habilidosas e seus principais vícios acabaram exacerbados ano a ano: agressividade desmedida, desqualificação, uso abusivo de dossiês suspeitos, matérias ficcionais. Mantinha-se a maldade, mas sem o talento."
No mesmo capítulo, Nassif também fala sobre o macartismo da Veja:
"Era o que faltava para a direção da revista romper com um dos pontos centrais da auto-regulação no jornalismo: os critérios jornalísticos para a publicação de matérias, o filtro técnico. É esse filtro que impede manipulações.
No macartismo, pode-se atropelar qualquer lógica em nome da guerra contra o inimigo externo. Sem filtros técnicos, o jornalismo pode ser manipulado e esconder-se atrás de supostas posturas ideológicas para praticar toda sorte de lobby."
No próximo capítulo, Nassif vai tratar sobre "A Guerra das Cervejas" e a infuência da publicidade sobre a revista.
Vale à pena acompanhar cada lance dessa novela.
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