sexta-feira, 16 de novembro de 2007

É o fim da picada

Oposição golpista não perde uma chance de alfinetar o presidente Lula

Nos tempos de presidência do príncipe dos sociólogos, Fernando Henrique Cardoso, ministro das Relações Exteriores do Brasil tinha que tirar o sapato para entrar na White House (Alô, alô, marciano...). Bill Clinton (aquele que pegou a secretária e também confessou ter dado "um tapa na pantera") era adorado pelas bandas de cá, o líder máximo do mundo, bajulado pela direita e entronizado pela mídia conservadora.

Bush Jr. é a antítese de Clinton. Depois das invasões ao Afeganistão e ao Iraque, o atual presidente americano passou a personificar o próprio mal. Ficou difícil até para os bajuladores da direira brasileira e para a mídia conservadora falarem bem do cara. Então, essa turma estava meio órfã, sem um ícone, sem alguém que encarnasse a figura do grande líder estrangeiro a ser imitado na província. Eu disse estava. Pois agora a patuléia da direita achou alguém para bajular.

Trata-se do rei Juan Carlos da Espanha. O site "Vermelho" informa que a oposição prepara um ato de bajulação ao rei, visando atingir o presidente Lula. Vocês já estão informados do quiprocó envolvendo sua majestade e o presidente Hugo Chávez da Venezuela. Também devem estar informados da defesa que o presidente Lula fez da democracia na Venezuela. Por causa disso, a oposição pretende fazer um ato de desagravo ao rei da Espanha e, ao mesmo tempo, de repúdio às palvras de Lula sobre Chávez e a Venezuela.

A manifestação, informa o "Vermelho", deve ser feita na sessão da Comissão de Relações Exteriores do Senado na próxima semana. O líder da trama é o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da Comissão. Segundo ele, ''o presidente Lula precipitou-se a entrar nessa disputa real''. ''O silêncio do Brasil nesse caso seria melhor''.

Heráclito é aquele senador bochechudo que também é contra as ONG's. Ele pretende colocar em votação uma moção de aplauso, apresentada por outro direitista, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), à atitude do rei espanhol na sessão da Cúpula Ibero-Americana, em Santiago do Chile, que mandou Chávez se calar quando o venezuelano chamava o ex-premiê da Espanha José Maria Aznar de fascista.

Para o pessoal do "demo" (eles não gostam de ser chamados assim), Chávez é a encarnação do próprio demo (perdoem o trocadilho infame). Mas não deixa de ser curioso que os senadores da oposição queiram homenagear um rei contra um presidente. Ficaram do lado da monarquia contra o presidencialismo.

Mais curioso ainda é que esse rei que a oposição golpista quer homenagear é dono de um passado nada memorável. Depois do episódio em Santiago, a história da chegada do rei Juan Carlos ao trono espanhol passou a circular por diversos blogs. Segundo o "Vermelho", Juanito, como gosta de ser chamado sua majestade, foi conduzido ao trono espanhol pelo ditador Franco, com apoio das hostes fascitas que golpearam a democraia espanhola.

"Demos" e tucanos querem homenagear o rei fascista para fazer pirraça contra Lula e demonizar Chávez. E eles ainda se dizem guardiões da democracia.

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