Tatiana Dahmer, membro da diretoria da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais(Abong), disse, em entrevista ao Terra Magazine, que a mídia tem trabalhado numa lógica de criminalização das ONGs.
A afirmação reflete a preocupação da Abong com a instalação no Senado da CPI das ONGs, que deve ocorrer nesta quarta-feira. Para a diretora da entidade, a investigação deveria ser feita pelo Ministério Público, não pelos senadores.
De acordo com o site da revista "Fórum", Tatiana Dahmer vê, por trás do interesse na investigação, o interesse em atingir entidades que têm ou tiveram ligação com o PT e deram sustentação para o governo Lula. Para ela, "existe uma disputa político-partidária".
A diretora da Abong disse que durante o governo FHC as ONGs foram usadas como braço do Estado na implementação de políticas públicas, com o objetivo de promover o desmonte estatal. Segundo ela, naquela época, as organizações não sofriam questionamento pelo fato de receber dinheiro público.
"Fizemos uma rodada de diálogos públicos com o TCU [Tribunal de Contas da União]. A lógica é mostrar que existe uma diversidade de organizações nesse campo. A gente tem que tomar um cuidado muito grande, porque essa criminalização que está acontecendo que está acontecendo a torto e a direito, sem esclarecimento do que essas organizações fazem, da diversidade, dos perfis", declarou ao Terra Magazine.
A CPI das ONGs foi proposta pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Desde o final do ano passado, a instalação da CPI passou por diversos adiamentos. O presidente da CPI deverá ser o senador Raimundo Colombo (DEM-SC), indicado pela oposição.
PMDB e PT disputam a relatoria da CPI. O PMDB quer o cargo para o senador Valter Pereira (MS), mas o PT trabalha pela indicação do senador Inácio Arruda (PC do B-CE).
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