Antes de comandar a saída do Plenário do Senado da sua tropa de 'demos', na madrugada de terça (dia 11) para quarta (dia 12), o senador José Agripino (RN) vociferou:
"Somos homens. Vamos nos retirar. Querem apodrecer? Pois que apodreçam sós. Querem a TV Pública? Pois que aprovem sozinhos. Temos vergonha na cara".
A têmpora de José Agripino estava a ponto de estourar. Estriônico, performático, dado a chiliques, ele parecia até convincente encenando o papel de indignado.
"Somos homens", bradou, esquecendo-se das companheiras 'demos'. Ninguém entendeu esse discurso machista, essa afirmação de masculinidade que reflete, na prática, uma certa insegurança.
"Querem apodrecer?", indagou, tocando no assunto que, diga-se de passagem, ele entende bem: podridão. A vida política de Agripino cheira a putrefação.
"Querem a TV Pública", questionou, inconformado. A resposta é "sim, senador". Nós queremos a TV Pública, porque é uma iniciativa importante para democratizar a comunicação no Brasil.
Em vez de encenar para a platéia, o senhor deveria explicar à sociedade por que o senhor não quer a TV Pública. Poderia aproveitar e explicar também por que o senhor usa uma concessão pública (TV Tropical) em benefício próprio. Finalmente, deveria explicar por que sua repulsa a tudo que leva o nome de "público".
"Temos vergonha na cara", anunciou. Desculpe, senador, mas isso o senhor não tem mesmo. Porque se tivesse, ficaria ruborizado com sua própria desfarçatez.
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