domingo, 9 de março de 2008
As voltas que a vida dá
Ontem à noite assisti "Volver", do diretor espanhol Pedro Almodóvar. O filme é estrelado pela belíssima Penélope Cruz, que vive Raimunda, uma mulher dedicada ao trabalho e à filha.
Raimunda tem que se desdobrar entre vários trabalhos para sustentar a filha e o marido desempregado. Mas não são só as dificuldades financeiras que a perturbam. Por trás daqueles olhos profundamente negros, há algo que ela esconde, algo do passado, que ela achava que estava devidamente esquecido, mas que um dia, por uma dessas voltas que a vida dá, resolve bater novamente à sua porta.
Para mim, o melhor de "Volver" é como o filme move-se pela tecitura frágil dos nossos sentimentos, que nos unem indefinidamente a quem não escolhemos, mas que as tornam (as pessoas a quem não escolhemos) de certo modo essenciais.
Na maioria das vezes, não passamos de um objeto deste jogo voluntarioso do destino, absolutamente vulneráveis que estamos às voltas que a vida dá e temerosos das perturbadoras lembranças que, à noite, quando nos refugiamos na solidão do sono, insistem em nos assombrar.
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