O paraíso gay
Por Pedro Doria no blog No Mínimo:
"A Arábia Saudita é o paraíso gay do Oriente Médio – apesar de, talvez, ser o país onde o islamismo é mais radical. Um dos motivos é exatamente este. A lei do Estado é a sharia, a lei sagrada. A vertente predominante da religião é o wahabismo, nascida há dois séculos, uma visão fundamentalista que deu origens a coisas como Osama bin Laden e o Talibã.
Por Pedro Doria no blog No Mínimo:
"A Arábia Saudita é o paraíso gay do Oriente Médio – apesar de, talvez, ser o país onde o islamismo é mais radical. Um dos motivos é exatamente este. A lei do Estado é a sharia, a lei sagrada. A vertente predominante da religião é o wahabismo, nascida há dois séculos, uma visão fundamentalista que deu origens a coisas como Osama bin Laden e o Talibã.
E é dado que homem, sem parentesco de primeiro grau ou casamento, não pode andar acompanhado de mulher. Está no shopping com uma moça, o sujeito lá duns vinte e poucos, a Polícia de Vícios pára. Dá prisão e tudo.
Acompanhado de homem, ninguém estranha.
Existe uma extensa comunidade gay nos subterrâneos sauditas – e razoavelmente bem organizada. Existe uma certa permissividade. Homens paqueram outros abertamente – quão mais clara a pele, quão mais finos os traços, mais interessantes ficam.
Um dos motivos de o movimento gay ser razoavelmente intenso é que, como o contato com homens é facilitado e com mulheres, dificultado, homens jovens só têm acesso a sexo com outros homens.
Há também um quê de tradição. Homossexualismo não é visto, no Islã tradicional, como identidade. É um ato, no máximo uma fase, mas não algo com o qual você tenha que viver. Há poemas clássicos árabes de teólogos importantes elogiando a beleza de jovens adolescentes. Ainda hoje, na Arábia Saudita, não é raro um bando de marmanjos parar o café porque um garotão bem apanhado de buço passou. É como quando em Ipanema admiram a mocinha que ganhou suas curvas que desfila de biquíni quando vem o verão.
O Coorão não cita qualquer pena para o ato homossexual – embora o adultério seja pecado grave. Oficialmente, na Arábia Saudita equivale-se o ato homossexual a adultério, para que possa ser punido. E é punido. Às vezes."
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