As lições das pesquisas eleitorais
O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM), que adora analisar pesquisas de opinião pública, escreve sobre a utilidade das pesquisas eleitorais em seu ex-blog.
Maia diz que "pesquisa muito antes da eleição é um sinal político importante", mas, acrescenta ele, "não é pesquisa eleitoral".
O prefeito também diz que sair na frente nas pesquisas não é garantia de vitória.
É bom prestar atenção nisso. Por aqui, costuma-se encarar pesquisa como resultado certo. A experiência mostra que não é bem assim.
Confira as "lições" de Maia sobre as pesquisas:
1. Entrem nos sites dos jornais -daqui e de alhures- de uns 9 meses atrás, e leiam o que diziam as pesquisas nos Estados Unidos. Hilary Clinton franca favorita entre os democratas. Romney, franco favorito entre os republicanos seguido de Giuliani. E leiam as mesmas pesquisas hoje nestes mesmos jornais.
2. Moral da historia: pesquisa muito antes da eleição é um sinal político importante. Ajuda a se entender melhor o ambiente político. Mas -garantidamente- não é pesquisa eleitoral. Eleição depende da PERFORMANCE das candidaturas. A pesquisa de meses antes informa de onde se parte. Mas nada garante sobre onde se chega. Nem sempre estar na primeira linha no grid de largada ajuda. Às vezes atrapalha.
3. Ghelen -diretor do BND -agência de informações- de Adenauer na Alemanha do final dos anos 50 e inicio dos 60 -dizia- coisas interessantes: a) não se pode ganhar uma guerra só com slogans; b) nunca beba na taça envenenada da contra-informação, pois é veneno letal; c) não desista nunca; d) uma infinidade de minúsculos detalhes podem -bem analisados- produzir inestimáveis informações; e) toda organização sólida deve ter uma corrente inquebrantável de... elos invisíveis; f) em vez de querer punir os derrotados, olhe para frente; g) uma vez traidor, sempre traidor; h) a discrição desconcerta o adversário; i) lembre o lema do serviço secreto britânico: -toda noticia é má noticia, mesmo que seja sobre nós; i) vai mal o líder que só quer ouvir boas noticias; j) nem sempre se atinge o adversário diretamente;procure saber o que faz a cabeça dele, e faça a cabeça de quem faz a cabeça dele: é muito mais eficiente. (Assim foi com o uso do Der Spiegel contra Strauss -ministro da defesa). ( Editora Bibliex).
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