Eu tinha prometido pra mim mesmo não tocar mais neste assunto dos cartões de pagamento. A mídia elegeu o assunto como a bola da vez e, pelo visto, não vai largar o osso tão fácil.
Comentei lá atrás que o próprio governo deixou as coisas desandarem. O próprio presidente deveria ter falado à nação e explicado o que são e para que servem os cartões corporativos.
Deveria ter dito também que no governo passado os gastos eram maiores - o que, obviamente, não isenta de responsabilidade aqueles que usaram o cartão indevidamente agora. Mas serviria para efeito de comparação.
O presidente deveria ter dito ainda que o governo iria investigar e afastar qualquer servidor público que possa ter feito mau uso do cartão corporativo.
Já disse que não se deve relativizar a ética. Errou, tem que ser punido. A demissão da ministra Matilde Ribeiro foi acertada, porque ela própria reconheceu que fez besteira.
Mas a manipulação que a mídia faz em cima dessa história dos cartões é das mais inescrupulosas.
Agora todo gasto com cartão corporativo virou suspeito. Todo santo dia o assunto está nas manchetes dos jornais.
O jornalista Luciano Martins Costa se referiu ao caso como o "impasse da imprensa" no site do Observatório da Imprensa.
Para ele, vivemos o tempo do "jornalismo declaratório", no qual a imprensa vive de "repetir discursos e declarações de políticos".
Nestes dias, só se fala na CPI, que ainda nem começou a funcionar, para investigar o uso desses cartões corporativos.
Estão mirando cada vez mais no próprio presidente Lula. "Demos" e tucanos querem que as contas secretas da Presidência da República tornem-se públicas.
Nos tempos de FHC, ninguém falava nisso. Mas é assim mesmo, como diz o ditado: aos amigos, tudo; aos inimigos, a justiça.
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