Maria do Socorro é uma dessas pessoas que a gente gosta de graça. Nem é preciso muito tempo para admirá-la. Quando a conheci, cinco minutos depois, já estava encantado.
Maria do Socorro produz e vende cocadas na praia da Pipa, distrito de Tibau do Sul - a mais famosa e globalizada das praias potiguares. A sua lojinha se chama "O Ponto da Cocada".
Estive lá ontem (dia 19) e provei duas receitas: a cocada de maracujá e a tradicional cocada branca de leite condensado. Preciso dizer que eram deliciosas? Mas digo mesmo assim: eram deliciosas.
Maria do Socorro ajudava a mãe a vender cocada quando tinha nove anos. O tempo passou e os papéis se inverteram - a mãe ajuda na produção diária de 60 cocadas. A doceira sustenta a família vendendo suas cocadas para nativos e turistas brasileiros e estrangeiros.
A cocada, porém, mesmo deliciosa não é o que Maria do Socorro faz de melhor. O melhor dela é a simplicidade, a bondade - esse sentimento-virtude que parece quase extinto - espelhada em seus olhos ingênuos e a ternura em cada gesto.
Ela foi contando um pouco da sua história de vida sem nenhuma reserva - sem medo de parecer ridícula. Fiquei profundamente sensibilizado. Não é uma história triste - é só uma história verdadeira, uma história de alguém que não se acanhou e foi à luta. É piegas? Isso é com vocês.
Maria do Socorro me fez novamente ter esperança nas pessoas. Ela acendeu uma luzinha que estava apagada, por já ter me deparado tantas vezes com tanta falta de humanidade.
Maria do Socorro me fez lembrar de Sônia - outro anjo que apareceu na minha vida há oito anos atrás quando fui morar em Nova Lima-MG.
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