Blog do Alisson
"LIBERDADE É POUCO. O QUE EU SONHO AINDA NÃO TEM NOME." (Clarice Lispector)
terça-feira, 16 de junho de 2009
Casa Nova
Espero vocês no meu novo blog "Embolando Palavras": http://embolandopalavras.wordpress.com
Inté,
Alisson Almeida.
terça-feira, 31 de março de 2009
MEMÓRIA
No próximo dia 26 de junho, na Cinemateca de São Paulo (SP) será lançado o Instituto Vladimir Herzog, uma iniciativa da família do jornalista, com apoio de mais de uma dezena de instituições. “Vlado” faria 72 anos no dia 27 de junho, se não tivesse sido assassinado em outubro de 1975 nos porões do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), temido órgão de repressão política da ditadura militar.
O instituto terá como missão organizar o acervo de documentos, textos e fotos de Vladimir Herzog que, além de jornalista, era fotógrafo, cineasta e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). A Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São Paulo, onde o jornalista atuou como diretor, doou parte do material que ficará disponível para pesquisa e consulta.
Além de perpetuar a memória de Herzog, o instituto discutirá os caminhos do jornalismo atual. “A imprensa é a história do hoje. Ela reporta o que está acontecendo agora. E tem o papel de suprir informações que faltam à sociedade”, diz Ivo Herzog, filho de Vladimir, contando que o instituto quer fomentar a discussão sobre a produção da notícia, a vida nas redações e a atividade dos jornalistas.
Juntamente com o Sindicato dos Jornalistas (SP), o novo instituto será responsável pelo Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, instituído em 1979. As próximas edições do prêmio passarão a reconhecer as reportagens que tratem dos “direitos humanos intangíveis”, anuncia Ivo Herzog, explicando o objetivo de estimular as reportagens que mostrem como a corrupção e o mau uso do dinheiro público, por exemplo, prejudicam os direitos humanos.
Agência Brasil
quarta-feira, 4 de março de 2009
Justiça censura blog que fazia críticas a José Serra
O delegado da Polícia Civil em São Vicente (65 km de São Paulo), Roberto Conde Guerra, autor do blog, disse ao jornal que não sabia porque o blog saiu do ar. "A representação, da última vez, trouxe como vítimas o governador José Serra e outros", disse o delegado.
Segundo a Folha, o delegado responsável pelo inquérito contra o Flip Paralisante, José Mariano de Araújo Filho, titular da Delegacia de Crimes em Meios Eletrônicos, disse que, apesar do nome do governador José Serra aparecer no ofício judicial, o "governador de São Paulo não é parte".
Ainda segundo a Folha, o delegado alegou que o nome do governador está no ofício judicial para "justificar" a medida. "Caso ele se interesse, pode tomar parte na ação principal, pois ele é uma das partes", afirmou.
Isso me lembra aquele famoso bordão publicitário: "Tá querendo me enganar é?!"
Procurador da República "enquadra" presidente do STF
Finalmente, alguém resolveu encarar o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, aquele que, segundo Paulo Henrique Amorim, se acha o "Supremo Presidente".
Enquanto o presidente Lula, o PT e o governo como um todo se calam diante do assanhamento midiático de Gilmar Mendes, o procurador-geral Antônio Fernando de Souza não se intimidou e lembrou que vivemos numa democracia e que questões "complexas" como o conflito agrário não vão se "resolver numa afirmação solta numa entrevista".
Leia trechos da matéria da Folha de São Paulo:
Procurador confronta Mendes sobre MST e diz que Ministério Público "não está dormindo"
Em resposta às críticas do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, disse ontem que o Ministério Público "não está dormindo" diante dos recentes conflitos no campo.
Apesar de afirmar que política agrária não faz parte de suas atribuições, Souza disse que o órgão cumpre sua função. "Vimos hoje nessa questão da violência no campo que o Ministério Público não estava dormindo, já trabalha nisso há muito tempo, sem estardalhaço, respeitando o direito de defesa, para ao final emitir seu juízo."
Segundo Antonio Fernando, "o conflito agrário é algo extremamente complexo", que não se pode "resolver numa afirmação solta numa entrevista".
Questionado se o presidente do STF teria extrapolado suas prerrogativas institucionais, o procurador-geral respondeu: "Não faço julgamento de autoridades. Cada um sabe do que diz. Também não é atribuição dele julgar esse caso concreto. Ele deve achar que é. As minhas atribuições eu sei plenamente e me mantenho dentro delas."
Antonio Fernando também negou, ao contrário do que tem dito Gilmar Mendes, que o país se transformou num "Estado policial". "Essa frase para mim é mais de efeito. Se todos podemos conversar, exercer nossos direitos, a Justiça é aberta para todos, acho que estamos longe do Estado policial."
Em nota, MST chama Daniel Dantas de "corrupto"
O MST do Pará divulgou nota criticando Gilmar Mendes e chamando o banqueiro Daniel Dantas, com quem o presidente do STF mantém ligações estreitas, de "corrupto":
"Crime não é ocupar terras que não cumpram sua função social, mas vender terras públicas a banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimentos sociais”.
Retrocesso no Maranhão
O Maranhã está prestes a voltar para o controle do clã dos Sarneys. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em sessão que começou ontem à noite e entrou pela madrugada, cassou o mandato do governador Jackson Lago (PDT) e do seu vice Luiz Carlos Porto (PPS). O placar foi de 5x2 pela cassação. O governador e o vice foram cassados sob a acusação de abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006. Jackson Lago ainda poderá recorrer contra a decisão.
Os ministros do TSE também decidiram que a segunda colocada nas eleições de 2006, senadora Roseana Sarney (PMDB), deverá assumir o governo do Maranhão. Mas Jackson Lago poderá permanecer no cargo até que se esgotem todos os recursos judiciais. O Estado, portanto, terá ainda uma sobrevida antes que os Sarneys voltem a mandar em tudo.
A propósito da cassação de Jackson Lago, Luis Nassif postou o seguinte comentário em seu blog:
"Neste momento, graças à sua rede de relações políticas e jurídicas, o senador José Sarney está conseguindo afastar do cargo um adversário, o governador Jackson Lago, do Maranhão, que o venceu democraticamente nas urnas.
Quando começou essa onda contra Lago, escrevi alguns comentários no blog, ele me procurou, contou o que estava acontecendo, as ligações da desembargadora que o condenava com o esquema Sarney. Publiquei aqui. Nenhum jornalão deu nada, porque não interessava naquele momento."
Só há uma palavra para definir o que está acontecendo no Maranhão: RETROCESSO.
domingo, 1 de março de 2009
A "ditabranda" da Folha
Na semana passada, um editorial da Folha de São Paulo, classificando a ditadura brasileira (1964-1985) como "ditabranda", causou (e continua causando) polêmica entre leitores, jornalistas, acadêmicos, filósofos, estudantes e todo o mundo da blogosfera.
Na edição de terça-feira (17), a pretexto de criticar a vitória de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, no referendo popular sobre a reeleição ilimitada (Chávez poderá concorrer quantas vezes quiser à presidência do seu país), o jornal saiu-se com essa:
"Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso."
Multiplicaram-se os protestos contra a inexplicável denominação da Folha para o regime que, durante 21 anos, prendeu, torturou, estuprou e assassinou todos aqueles que, conforme a vontade dos generais de plantão, eram considerados subversivos.
Dois dias depois do fatídico editorial, o jornal publicou a carta do leitor Sérgio Pinheiro Lopes, na qual chama o neologismo da Folha de "detestável e inverídico":
"Golpe de Estado dado por militares derrubando um governo eleito democraticamente, cassação de representantes eleitos pelo povo, fechamento do Congresso, cancelamento de eleições, cassação e exílio de professores universitários, suspensão do instituto do habeas corpus, tortura e morte de dezenas, quiçá de centenas, de opositores que não se opunham ao regime pelas armas (Vladimir Herzog, Manuel Fiel Filho, por exemplo) e tantos outros muitos desmandos e violações do Estado de Direito.
Li no editorial da Folha de hoje que isso consta entre "as chamadas ditabrandas -caso do Brasil entre 1964 e 1985" (sic). Termo este que jamais havia visto ser usado.
A partir de que ponto uma "ditabranda", um neologismo detestável e inverídico, vira o que de fato é? Quantos mortos, quantos desaparecidos e quantos expatriados são necessários para uma "ditabranda" ser chamada de ditadura? O que acontece com este jornal?
É a "novilíngua"?
Lamentável, mas profundamente lamentável mesmo, especialmente para quem viveu e enterrou seus mortos naqueles anos de chumbo.
É um tapa na cara da história da nação e uma vergonha para este diário."
Em resposta, a Folha publicou uma Nota da Redação, onde defende que "na comparação com outros regimes instalados na região no período, a ditadura brasileira apresentou níveis baixos de violência política e institucional".
Em seguida, vieram as cartas do professor Fábio Konder Comparato e da socióloga Maria Victória Benevides:
“O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17/2, bem como o diretor que o aprovou, deveria ser condenado a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana.” (Fábio Comparato)
“Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de ‘ditabranda’? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar ‘importâncias’ e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi ‘doce’ se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala – que horror!” (Maria Victória)
A Folha, mais uma vez, respondeu com uma Nota da Redação:
“A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua ‘indignação’ é obviamente ‘cínica e mentirosa’.”
Em artigo na revista Carta Capital, a socióloga Maria Victória Benevides explicou o porquê da "inacreditável estupidez da Folha":
"1. A combativa atuação do advogado Comparato para impedir que os torturadores permaneçam “anistiados” (atenção: o caso será julgado em breve no STF!). 2. O insidioso revisionismo histórico, com certos acadêmicos, políticos e jornalistas, a quem não interessa a campanha pelo “Direito à Memória e à Verdade”. 3. A possível derrota eleitoral do esquema PSDB-DEM, em 2010. (Um quarto ponto fica para “divã de analista”: os termos da nota – não assinada – revelam raiva e rancor, extrapolando a mais elementar ética jornalística.)"
Mas não parou por aí. Em seu blog, o jornalista Mello disse que a Folha, ao transformar ditadura em "ditabranda", pretendia se "autoindultar". Explica-se: pesa contra o jornal a suspeita de ter colaborado com o regime, conforme declarou Mino Carta:"A Folha de S. Paulo nunca foi censurada. Até emprestou a sua C-14 [carro tipo perua, usado na distribuição do jornal] para recolher torturados ou pessoas que iriam ser torturadas na Oban [Operação Bandeirante]."
Ainda segundo Mello, o caso demonstra a tentativa de "sequestro da realidade que a mídia corporativa impõe ao país, na tentativa de vender uma realidade alternativa aos brasileiros."
Até mesmo o editor de Brasil da Folha, Fernando de Barros e Silva, se manifestou publicamente contra a tentativa do jornal de mascarar esse capítulo da recente história do nosso país. Na quarta-feira (25), o jornalista escreveu:
"O mundo mudou um bocado, mas "ditabranda" é demais.O argumento de que, comparada a outras instaladas na América Latina, a ditadura brasileira apresentou "níveis baixos de violência política e institucional" parece servir, hoje, para atenuar a percepção dos danos daquele regime de exceção, e não para compreendê-lo melhor.
O que pretende ser um avanço analítico parece, mais do que um erro, um sintoma de regressão.
Algumas matam mais, outras menos, mas toda ditadura é igualmente repugnante. Devemos agora contar cadáveres para medir níveis de afabilidade ou criar algum ranking entre regimes bárbaros?
Por essa lógica, chega-se à conclusão absurda de que o holocausto nazista não passou de um "genolight" perto do extermínio de 20 milhões promovido por Stálin.
Ora, se é verdade que o aparelho repressivo brasileiro produziu menos vítimas do que o chileno ou o argentino, isso se deu porque a esquerda armada daqui era menos organizada e foi mais facilmente dizimada, não porque nossos militares tenham sido "brandos".
Quando a tortura se transforma em política de Estado, como de fato ocorreu após o AI-5, o que se tem é a "ditadura escancarada", para falar como Elio Gaspari. Seria um equívoco de mau gosto associar qualquer tipo de "brandura" até mesmo ao que Gaspari chamou de "ditadura envergonhada", quando o regime, entre 64 e 68, ainda convivia com clarões de liberdade, circunscritos à cultura."
Para quem ainda tinha alguma dúvida, a Folha demonstrou que é um jornal conservador e reacionário, apesar de sempre se travestir de democrático e plural.
Agaciel Maia, novamente, em apuros
Para quem não sabe, Agaciel Maia, secretário-geral do Senado, é irmão do deputado federal João Maia (PR) e primo do senador José Agripino Maia (DEM). Neste domingo, reportagem da Folha de São Paulo revela que Agaciel comprou uma casa no valor de R$ 5 milhões, na área nobre de Brasília, no nome do irmão-deputado. João Maia, por sua vez, não declarou o imóvel à Receita Federal nem à Justiça Eleitoral.
De acordo com a Folha, peritos da Receita Federal afirmaram que o caso pode representar "conluio" entre os dois para omissão de renda.
A reportagem também relata as muitas denúncias e suspeitas de irregularidades que pesam contra Agaciel Maia.
A Folha revela ainda que antes da eleição para a Presidência do Senado, os então candidatos Tião Viana (PT-AC) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) prometiam demitir Agaciel como forma de moralizar a Casa.
Como se sabe, Garibaldi desistiu da candidatura e Tião Viana terminou derrotado por José Sarney (PMDB-AP).
Há outro detalhe que a reportagem não menciona. O DEM de Agripino apoiou Sarney na eleição do Senado. Em troca, Sarney se comprometeu, como o fez de fato, a manter Agaciel exatamente no mesmo lugar. Foi Sarney, aliás, quem nomeou o primo de Agripino para o cargo de diretor-geral da Casa, em 1995.
Leia, a seguir, a íntegra da reportagem:
Servidor do Senado esconde casa de R$ 5 mi
Agaciel Maia, ordenador de despesas do Senado, registrou imóvel no nome do irmão deputado, que nunca declarou o bem
Agaciel diz que não pôs casa no nome dele porque estava com os bens indisponíveis devido ao escândalo da gráfica do Senado, em 1994
LEONARDO SOUZA
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Há 14 anos como o "homem do cofre" do Senado, Agaciel Maia usou o irmão e deputado João Maia (PR-RN) para esconder da Justiça a propriedade de uma casa avaliada em cerca de R$ 5 milhões.
O imóvel está no nome do deputado, que não declarou o bem nem à Receita Federal nem à Justiça Eleitoral."Eu comprei [o imóvel], mas não podia pôr no meu nome porque eu estava com os bens indisponíveis. Então, na época, em vez de comprar no meu nome, eu comprei no nome do João", disse Agaciel à Folha.
Agaciel entrou no Congresso como datilógrafo no final da década de 1970. Galgou alguns postos desde então e tornou-se em 1995 o servidor mais poderoso do Senado. Foi nomeado naquele ano para o cargo de diretor-geral pelo então presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), eleito novamente para a função no último dia 2.
Agaciel é o ordenador de despesas do Senado. As contas da Casa precisam de sua assinatura para serem pagas, embora os gastos acima de R$ 80 mil necessitem do aval da Mesa Diretora, composta por sete senadores. Sob sua gestão, está previsto um orçamento para este ano de R$ 2,7 bilhões -maior, por exemplo, do que o da cidade de Porto Alegre.
Agaciel comprou a casa em 1996, um ano após assumir o cargo de diretor-geral, mas nunca registrou a propriedade. Não há nenhum imóvel em Brasília em seu nome, nem no de sua mulher, Sânzia, também funcionária do Senado, nem no nome dos três filhos do casal.
A casa tem 960 metros quadrados de área construída, com três andares, cinco suítes e salão de jogos. Localizada num dos pontos mais nobres de Brasília, às margens do lago Paranoá, no Lago Sul, dispõe de uma piscina em forma de taça, um amplo campo de futebol e um pequeno píer para barcos e lanchas.
Aficionado por futebol, Agaciel costuma organizar partidas em seu campo aos sábados. Até 2007, antes de sofrer de dores na coluna, um dos frequentadores da pelada era o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, seu ex-colega da gráfica do Senado.
A indisponibilidade dos bens de Agaciel foi decretada pela Justiça na esteira do escândalo da gráfica, em 1994.
Naquele ano, o então senador Humberto Lucena (PMDB-PB) teve sua candidatura à reeleição cassada pela Justiça Eleitoral por uso ilegal da gráfica para impressão de material de campanha.
Também enfrentaram representação na Justiça Eleitoral, acusados da mesma prática, os políticos pelo então PFL maranhense Roseana Sarney (deputada e candidata vencedora a governadora) e os postulantes ao Senado Alexandre Costa e o hoje ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Eles tiveram cadernos escolares com propaganda eleitoral impressos na gráfica encomendados por Costa, candidato à reeleição.
Suas candidaturas, contudo, não foram cassadas.
Foi nessa época que Agaciel se aproximou da família Sarney. Ele era o diretor da gráfica quando o material foi impresso. Na ocasião, o Ministério Público Federal pediu que houvesse o ressarcimento dos gastos à União. Assim, foi determinado o bloqueio de seus bens (proibição de venda).
A casa foi adquirida em 1996 por meio de um termo de compra e venda, mas só foi registrada no cartório de imóveis -o que caracteriza legalmente a propriedade do bem- em 2002, e no nome de João Maia.
Segundo Agaciel, a indisponibilidade de seus bens foi suspensa entre 1999 e 2000. Ele afirma que sempre informou a casa à Receita, mas só mostrou à reportagem sua declaração de 2001 -primeiro ano após a suspensão da indisponibilidade dos bens.
Auditores da Receita disseram que o caso pode representar "conluio" entre os dois para omissão de renda, mas ressaltaram que só uma análise detalhada das declarações de bens e das movimentações bancárias permitiria uma afirmação de irregularidade ou fraude fiscal. No caso de Agaciel, como não colocou o imóvel em seu nome, se fosse condenado, a casa não poderia ser penhorada.
Ex-candidatos já prometeram demitir Agaciel
Semanas antes da eleição para a Presidência do Senado, os então postulantes ao cargo Tião Viana (PT-AC) e Garibaldi Alves (PMDB-RN) diziam nos bastidores que, se vencessem, iniciariam uma campanha de moralização da Casa, começando pela demissão de Agaciel Maia.
A trajetória de Agaciel no Senado, seja no comando da gráfica ou na direção geral, é marcada por uma série de denúncias e suspeitas de irregularidades.
Potiguar de Jardim de Piranhas, Agaciel, 51, teve seu primeiro envolvimento num escândalo de maiores proporções em 1993, como diretor-executivo da gráfica. Agaciel foi acusado de desviar recursos provenientes de trabalhos realizados pela gráfica, mas nada foi comprovado contra ele.
No ano seguinte, Agaciel teve seus bens bloqueados pela Justiça por conta de outro caso, que resultou na cassação da candidatura de reeleição do senador Humberto Lucena (PMDB-PB). Segundo a Justiça eleitoral, Lucena imprimiu material de campanha na gráfica da Casa.
Em 1995, Agaciel foi nomeado diretor-geral da Casa. Em 1999, a mulher dele, Sânzia Maia, foi nomeada para a Secretaria de Estágios.
Ela só deixou o cargo no ano passado, após a edição da súmula do STF (Supremo Tribunal Federal) que proibiu o nepotismo em todo o serviço público.
Em 2005, Agaciel virou réu numa ação por improbidade movida pelo Ministério Público Federal, que o acusou de ter permitido três aditivos ilegais no valor total de R$ 984 mil, sem licitação, ao contrato de compra da "sala cofre" para o Prodasen (área de processamento de dados do Senado). Esse processo encontra-se parado na Justiça Federal.
Em 2006, a gestão de Agaciel sofreu outro baque ao ser atingida pela Operação Mão-de-Obra da Polícia Federal, que investigou fraudes em licitações para a contratação de empresas terceirizadas. Os policiais chegaram a realizar uma ação de busca e apreensão no Senado.
No entanto, horas antes, o então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu para Agaciel receber os policiais federais. No mesmo dia, o Ministério Público Federal acusou a PF de vazar informações sigilosas da operação.
No ano passado, o Ministério Público denunciou por improbidade três servidores do Senado, entre os quais Aloysio Brito Vieira e Dimitrios Hadjinicolaou, ambos homens de confiança de Agaciel. O processo está em andamento.
O diretor-geral, porém, acabou não sendo denunciado pelos procuradores.
Agaciel diz que tem renda para comprar casa
O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, diz que ele e sua mulher, Sânzia Maia, têm renda suficiente para ter a casa e alega que só não cumpriu uma formalidade, de registrar a propriedade em seu nome no registro de imóveis.
Segundo ele, os dois recebem líquidos por mês cerca de R$ 18 mil e R$ 14 mil, respectivamente. Mas Agaciel não informou sua renda em 1996, quando comprou o imóvel.
Supondo que a casa fosse adquirida hoje, pelo valor médio de R$ 5 milhões estimado por três corretores de imóveis ouvidos pela Folha, Agaciel e Sânzia teriam de ter economizado integralmente por mais de 12 anos, mantidas suas remunerações atuais. O valor do imóvel calculado pelos corretores foi de R$ 3,5 milhões a R$ 7 milhões. Há vários anúncios de casas na região da propriedade nessa faixa de preço.
Agaciel apresentou à Folha parte de sua declaração de Imposto de Renda de 2001, na qual consta a casa entre seus bens. Mas não apresentou a de 1997, ano posterior à compra.
O deputado João Maia (PR-RN) disse que, como o imóvel pertence a Agaciel, era obrigação de seu irmão declará-lo ao fisco. "Foi tudo feito às claras, não tem nenhuma ilegalidade, não há nada de errado na transação", disse o deputado.
Há, contudo, divergências nas versões apresentadas por Agaciel e seu irmão. O imóvel foi registrado em 2002 por R$ 180 mil. Segundo a avaliação dos corretores ouvidos pela Folha, só o terreno naquele ano valia cerca de R$ 1 milhão.
Agaciel disse que o valor a ser considerado é o de 1996 e que, na época da compra, o imóvel era um terreno cheio de mato com uma casa inacabada. Naquele mesmo ano ele vendeu no mesmo bairro, no interior da QL 8, uma casa por R$ 418 mil. Um imóvel na beira do lago costuma ser muito mais caro do que no interior de quadra.
Já João Maia disse se lembrar "perfeitamente" que ele comprou a casa na beira do lago por "uns R$ 470 mil", "mais ou menos" o mesmo valor da casa vendida.
Em relação à origem do dinheiro, primeiro Agaciel disse que vendeu a casa da QL 8 para comprar o imóvel no lago. Porém a venda do imóvel na QL 8 só ocorreu dois meses depois da compra da casa na QL 6. Ao ser questionado pela reportagem sobre essa diferença de datas, ele disse que seu irmão lhe emprestou o dinheiro e que depois, com a venda da primeira casa, ele pagou a dívida.
João Maia confirmou a versão do empréstimo.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
"Eu tô voltando pra casa..."
É o que estou fazendo. Mas não reclamo. Desde o início sabia que seria exatamente assim. Nunca busquei o jornalismo pensando em glamour. Meu negócio é botar o pé na lama, falar com gente, conhecer pessoas e contar a história dessas pessoas.
Gosto do que a jornalista Eliane Brum escreve sobre esta profissão: "Meu ofício é encontrar o que torna a vida possível apesar de tudo, a delicadeza na brutalidade do cotidiano, a vida na morte. É esse o mistério que me fascina".
Desde que comecei a trabalhar no jornalismo diário, tenho tido a chance de conhecer muitos personagens da vida real e suas histórias - nem sempre felizes. É emocionante ver como essas pessoas, mesmo em meio a "brutalidade do cotidiano", conseguem transformar esperança em força motriz para seguir na estrada.
Cada uma delas tem me ensinado, sem saber, grandes lições. Volto de cada reportagem com a certeza de que alguma coisa mudou em mim. Às vezes nem eu sei o que mudou. Mas sei que não sou mais a mesma pessoa. No dia em que eu ficar indiferente às histórias que conto, então é sinal que fracassei em algum momento.
Então, vamos nessa que a vida tá acontecendo agora, lá fora.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Roberta Sá na MTV
Micarla contra o Ministério Público
A prefeita de Natal Micarla de Sousa trava o primeiro embate direto com o Ministério Público Estadual. Ela não assinou o Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelos promotores, que traziam regras a serem seguidas pelo Município na rede pública de saúde.
A prefeita ressaltou que o Termo de Ajustamento de Conduta não deve ser para sua administração.
“Existem pontos a serem colocados. O Termos de ajustamento de Conduta é só um ajustamento de conduta, nós estamos há 30 dias, deveria ter sido feito na gestão passada. Vamos discutir com o Ministério Público em cima de outras bases. Respeito o Ministério Público, mas existem pontos nesse Termo que discordo e questiono”, completou.
Perguntinha básica:
Quais são esses pontos com os quais a senhora discorda, prefeita?
Prefeita de Natal comete gafe histórica na primeira sessão da CMN
Erro histórico na mensagem da prefeita [Micarla de Sousa]. Ela disse que o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt esteve “aqui nessa cidade há exatos 50 anos”. Na verdade, ele esteve aqui em 1943, quando ocorreu o encontro com o então presidente da República Getúlio Vargas. Ou seja, Roosevelt passou por Natal há 66 anos.
Insegurança Geral
Esse é o cenário da insegurança na capital e na Grande Natal.
Da Tribuna do Norte:
Adolescente e homem fazem arrastão em ônibus da Riograndense
Um adolescente e um homem foram responsáveis por momentos de terror vividos por passageiros de um ônibus da empresa Riograndense que transitava pela BR-101, na altura da zona norte de Natal na noite desta terça-feira (03). A dupla rendeu o motorista do veículo, para em seguida, fazer um arrastão contra os passageiros.
Leia mais aqui.
Assaltantes rendem gestante, roubam casa e baleiam homem
Um grupo de assaltantes armados rendeu uma mulher grávida, roubou sua casa, e em seguida ainda baleou com dois tiros um homem ainda não identificado que passava pela rua na noite desta terça-feira (03), em Parnamirim, Grande Natal. A polícia foi acionada, mas não obteve sucesso na busca dos acusados, que fugiram a bordo de uma Ranger prata.
Leia mais aqui.
Bando assalta hotel e faz reféns em Ponta Negra
Quatro homens armados assaltaram um hotel em Ponta Negra na noite da última segunda-feira, fazendo funcionários e turistas como reféns. Os ladrões invadiram vários quartos e fugiram levando muitos objetos e dinheiro, fugindo no carro de um casal de clientes do estabelecimento. Uma das vítimas foi o técnico do ABC, Heriberto Cunha.
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Efeitos da crise
Do Blog do Nassif:
Na série sem ajuste sazonal, houve queda de 14,5% em relação a dezembro de 2007. A produção industrial acumulou 3,1% em 2008, ficando abaixo do crescimento acumulado em 2007 (6,0%).
Em dezembro de 2008, a produção industrial recuou 12,4% frente a novembro, na série com ajuste sazonal. Foi o terceiro resultado negativo consecutivo nessa comparação, acumulando perda de 19,8% de setembro a dezembro. Em relação a dezembro de 2007, o decréscimo foi de 14,5% contra os –6,4% registrados em novembro. Com isso, o resultado para o fechamento do ano ficou em 3,1%, bem abaixo do resultado acumulado até setembro (6,4%). A produção no último trimestre de 2008 recuou 9,4% na comparação com o período imediatamente anterior e 6,2% em relação ao quarto trimestre de 2007.
A redução de 12,4% observada na passagem de novembro para dezembro de 2008 foi a mais acentuada da série histórica (iniciada em 1991), e levou o patamar de produção ao nível observado em março de 2004. O resultado refletiu o comportamento negativo dos 27 ramos pesquisados, à exceção de celulose e papel (0,4%) e outros equipamentos de transporte (6,7%). O desempenho da indústria de veículos automotores, com queda de 39,7%, foi o principal impacto negativo no índice global, seguido por máquinas e equipamentos (-19,2%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-48,8%), metalurgia básica (-18,3%), borracha e plástico (-20,1%), indústria extrativa (-11,8%) e outros produtos químicos (-9,0%). Esse quadro de queda generalizada foi especialmente marcado pelo movimento de setores mais sensíveis à restrição de crédito e a queda das exportações de commodities.
(...)
Levem em conta o seguinte atenuante.
1. A economia vinha a cem por hora.
2. Internacionalmente, havia especulação com matérias primas.
3. Esses dois fenômenos levaram a indústria a super-estocar.
4. Quando veio a crise internacional, a indústria passou a trabalhar com um ritmo menor de vendas. O primeiro passo foi adequar os estoques às novas expectativas. Nesse período de adequação, vende-se o estoque acumulado. O comércio consegue andar com os estoques, mas a indústria deixa de produzir até os estoques voltarem à nova normalidade.
5. Por isso, só haverá uma estimativa melhor do novo ritmo da atividade econômica, quando os estoques assentarem.
Empurrão contra a crise
Do G1:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que inaugurou nesta terça-feira (3) obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na comunidade de Manguinhos, no subúrbio do Rio, disse que um plano para construção de 500 mil novas casas será apresentado a ele em dez dias.
Em discurso durante a inauguração do Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila, primeira obra do PAC na comunidade, o presidente disse que a apresentação será feira pelos ministros Guido Mantega, da Fazenda, Dilma Roussef, da Casa Civil, e Márcio Fortes, das Cidades.
Leia mais aqui.
Para Wall Street Journal, Brasil é "país atraente" para investidores
Em duas longas reportagens, ontem, o "Wall Street Journal" alertou investidores americanos a se "aventurarem no exterior", ainda "a saída inteligente". Segundo o jornal, "muitos gerentes de investimento, conselheiros financeiros e analistas encontram ações com bons preços em áreas como os emergentes", onde o movimento de venda teria sido "exagerado". Cita, logo de cara, que "um país atraente é o Brasil, com economia bem administrada e que está investindo em infraestrutura e educação". Um analista alerta para "uma recuperação das commodities".
No segundo texto, "Sinais de esperança num horizonte gelado" , o "WSJ" destaca precisamente como os "preços em alta das commodities" estariam "oferecendo um sopro de otimismo". De novo, abre pelas ações do Brasil, com o gráfico "Tentando se recuperar", mostrando Bovespa e petróleo. Registra que se prevê recuperação global no segundo semestre, encabeçada por emergentes como Brasil.
No fim do texto, "quando o mercado de ações dobrar a esquina, será mais rápido do que as pessoas pensam". Bloomberg e blogs já vão na mesma linha.
Lula nas alturas
Para usar uma frase repetida como mantra pelo próprio Lula, nunca antes na história desse país um presidente conseguiu índices tão expressivos de aprovação.
Em janeiro, a avaliação positiva (ótimo + bom) do governo, segundo a pesquisa CNT/Sensus divulga nesta terça-feira, chegou a 72,5%. Para 21,7% o governo é apenas regular. Enquanto isso, só 5% avaliaram negativamente a administração federal. Em dezembro, o índice positivo era de 71,1%.
A mesa pesquisa mostrou que a avaliação pessoal do presidente também cresceu, chegando a 84% - maior que os 83,6% registrados de 2003 quando Lula assumiu o cargo.
A CNT/Sensus também pesquisou sobre a intenção de voto dos brasileiros para as eleições de 2010.
De acordo com os dados, os tucanos José Serra (governador de São Paulo) e Aécio Neves (governador de Minas Gerais) registraram queda nas intenções de voto para presidente em 2010.
Enquanto isso, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, viu seus índices crescerem. Dilma alcançou 13,5% de intenções de voto para presidente agora em dezembro, frente aos 10,4% da pesquisa anterior em dezembro do ano passado. Serra, por sua vez, caiu de 46,5% para 42,8%.
Leia mais aqui e aqui.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Lula: "deus mercado quebrou por falta de controle"
“Parecia que eles eram infalíveis e nós éramos incompetentes. Está provado que Deus escreve certo por linhas tortas. A crise não é nossa. É deles. A crise não nasceu por causa do socialismo bolivariano do Hugo Chavez. Não nasceu das brigas do Evo Morales. A crise nasceu porque durante os anos 80 e 90, ao estabelecerem a lógica do consenso de Washington, eles venderam a lógica de que o Estado não prestava pra nada e que o ‘deus mercado’ ia desenvolver o país e fazer justiça social. Esse 'deus mercado' quebrou por falta de controle, por causa da especulação. (...) Espero que o FMI diga ao querido Barack Obama como tem de consertar a economia. Diga à Alemanha como tem de resolver, ao Nicolas Sarkozy, ao Sílvio Berlusconi como vão cuidar das crises que eles criaram.”
Micarla diz que problema da saúde em Natal está resolvido
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
PSDB e DEM criticam ampliação do Bolsa Família
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que o aumento do número de beneficiados pelo Bolsa Família tem o objetivo de "atrair eleitores para 2010". Ele disse que a oposição vai tomar providências contra o "pacote social" de Lula.
"Do ponto de vista social, as medidas são meritórias. Mas o governo está perdendo receita e não sinaliza racionalização nos gastos. De onde virá o dinheiro?", questionou Agripino Maia (DEM-RN).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta quarta-feira autorizar que famílias que tenham renda mensal per capita de até R$ 137 recebam os benefícios do Bolsa Família. Até então, a autorização era apenas para as famílias com renda mensal per capita de R$ 120.
A decisão foi tomada por Lula depois de reunião com o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social).
A primeira inclusão de beneficiados ocorrerá a partir de maio. Pelos dados do ministério, a medida vai permitir a inclusão de 1,3 milhão de famílias em todo país.
A previsão é que para o pagamento dos benefícios sejam gastos R$ 549 milhões neste ano. Não há ainda cálculos para 2010, segundo os técnicos. Cada família pode receber até R$ 60 por mês.
Comentário
É claro que os demo-tucanos não iriam gostar da ampliação do programa.
É interessante como eles não tem coragem de dizer publicamente que vão acabar com o Bolsa Família se voltarem ao poder em 2010, mas nos bastidores, emitem sinais claros de que pretendem desmontar a rede de proteção social montada no Governo Lula.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
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Da Agência Estado:
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira, 28, que o governo decidiu suspender a adoção da licença prévia para as importações. Segundo ele, a medida causou ruídos e foi mal interpretada. Mantega disse que conversou com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, que está em missão comercial no norte da África, e que ambos chegaram a um acordo para suspender a medida.
O ministro da Fazenda abriu o pronunciamento afirmando que o MDIC adotou a medida para monitorar mais de perto o comportamento da balança comercial, em razão do fato de que a crise internacional provocou a "agudização" da competição do comércio exterior. Ele disse que essa decisão foi em decorrência do comportamento da balança comercial em janeiro. "A crise internacional provocou uma redução das exportações e causou uma preocupação para a balança comercial", afirmou.
O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, explicou que, com a revogação da licença automática a partir de amanhã, o sistema vai proceder como fazia até a última sexta-feira. "A partir de amanhã, quando a importação for registrada no sistema não será solicitada a licença automática. Voltaremos à situação anterior, que valia até sexta-feira", disse.
Bolsa Família
De O Estado de São Paulo:
O governo federal decidiu nesta quarta-feira, 28, aumentar o limite de renda das famílias que podem ser beneficiadas pelo programa Bolsa-Família. A partir de agora, para serem atendidas, as famílias precisam ter uma renda per capita máxima de R$ 137 mensais. Atualmente, essa renda é de R$ 120. No total, isso significa a inclusão de mais 1,8 milhões de famílias no programa.
Comentário
Quem não gostou muito da notícia acima foi o senador José Agripino (DEM-RN). Em entrevista ao Jornal da Globo, no final da noite desta quarta-feira, Agripino não conseguiu esconder a aversão que tem pelo Bolsa Família. ´
Novos sinais para a informação
Terra Magazine traz uma notícia que mostra que a nova era da informação, com os sinais de uma nova comunicação, já chegou: em 2008, os jornais foram superados pela internet como fonte de informação nos EUA.
"Entre 2007 e 2008, as notícias dos jornais ganharam 1% de audiência, as da TV perderam 4% e a internet - como fonte de informação - ganhou 16%. Os totais de audiência, somados, passam de 100% porque a resposta é de escolhas múltiplas. De seu pico, em 2002, a TV perdeu 12 pontos; do pico de 2003, o rádio perdeu 15 pontos. Por outro lado, de sua base de 2001, que é quando banda começa a se tornar realmente disponível para a internet nos EUA, a audiência para notícias, na rede, saiu de 13 para 40 pontos. Sinal dos tempos."
Os dados são de um instituto de pesquisas americano (Pew research center for people and the press).
Segundo a pesquisa, na faixa etária entre 18 a 29 anos, "a internet já empata com TV como principal fonte de informação, enquanto rádio, jornais e revistas estão muito atrás. Para os mais jovens, TV perdeu 11 pontos entre 2007/8 e a internet cresceu 25 pontos."
Leia mais sobre a pesquisa na Terra Magazine.
Paulo Henrique Amorim: "Obama não é Lula"
Eles venceram as eleições em seus respectivos países de forma esmagadora.
Os dois se elegeram sob a marca da esperança.
Mas Obama, ao contrário de Lula, em poucos dias de mandato, já transformou esperança em realidade.
Leia o post de PHA:
O Presidente Lula ganhou as duas eleições de forma esmagadora: 61 a 39% (*).
. Tanto quanto Barack Obama.
. Semana passada, quando discutiam o plano de estímulo à economia, numa reunião com líderes do Congresso na Casa Branca, o líder do partido de oposição, o Arthur Virgílio dos Republicanos, discordou veementemente – sem os tiques - das propostas de Obama.
. Serenamente, Obama ponderou que havia uma diferença importante entre eles dois – “I won”, “eu ganhei” (a eleição).
. Desde que George Bush e Laura tomaram o helicóptero de volta ao Texas, Obama entregou as seguintes promessas de campanha, promessas feitas ao eleitorado que se situa à esquerda do espectro político americano:
. Fechou Guantánamo;
. Suprimiu a tortura nos interrogatórios da CIA;
. Determinou a retirada gradual das tropas do Iraque;
. Determinou que o Governo americano voltasse a financiar programas de prevenção da natalidade através do aborto;
. E, ontem, reverteu um das jóias da coroa republicana: mandou a indústria automobilística se enquadrar nos padrões de preservação do meio ambiente – o que vai abrir espaço para a crescente utilização do etanol (de milho, o americano; e de cana, o brasileiro).
. A indústria automobilística era intocável: “o que é bom para a GM é bom para os Estados Unidos”, chegou a dizer Eisenhower.
. Por causa dela, o governo americano não taxa a importação de petróleo; e foi à breca, porque não precisava até agora competir com os concorrentes japoneses e europeus, mais eficientes no emprego de energia.
. Enfrentar a indústria automobilística americana significa enfrentar a indústria do petróleo – e os Bush, pai e filho, são operadores e foram empresários do setor de petróleo.
. É mais ou menos como meter a mão no câncer da ligação entre as empreiteiras e os políticos brasileiros…
(...)
. Obama não é Lula.
. Obama chegou lá e, numa semana, entregou a mercadoria.
Dieese: desemprego cai para 14,1% em 2008
Leia a notícia na íntegra do portal Terra:
O desemprego em seis regiões metropolitanas recuou de 15,5%, em 2007, para 14,1% no último ano, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em conjunto com a Fundação Seade.
O total de ocupados em Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal foi estimado em 17,5 milhões de pessoas e o de desempregados em 2,5 milhões.
Segundo pesquisa, foram criados 804 mil postos de trabalho no ano passado, o suficiente para absorver as 613 mil pessoas que entraram no mercado de trabalho. Desse modo, a taxa de desemprego total diminuiu - reduzindo o contingente de desempregados em 190 mil pessoas.
Em dezembro, o nível de desocupação também caiu de 13% em novembro para 12,7% - o menor desde janeiro 1998. De acordo com o levantamento, o setor do Comércio teve crescimento de 3,6% em dezembro, com 100 mil novas ocupações, e na Construção Civil de 2,8% ou 28 mil postos.
No entanto, o emprego caiu 0,4% no setor de Serviços (28 mil), 1,1% na Indústria (31 mil) e 2% no agregado de outros Setores (30 mil).
Governo anunciará Conferência Nacional de Comunicações
O governo federal deve anunciar a realização da Conferência Nacional de Comunicações às vésperas da participação do presidente Luis Inácio Lula da Silva no Fórum Social Mundial 2009, em Belém (PA).
O ministro das Comunicações Hélio Costa discutiu a questão com o presidente na segunda-feira, mas a data ainda não foi definida. A definição da data deve ocorrer nos próximos dias. Eventos estaduais vêm sendo realizados desde o ano passado.
Ativistas reunidos no Fórum Mundial de Mídia Livre, um dos eventos paralelos que ocorre na capital paraense às vésperas do FSM, avaliam que a decisão é uma conquista importante. A análise é que o governo cedeu às pressões do movimento de rádios comunitárias e veículos alternativos, mas que é preciso exigir rapidez na organização do processo.
O objetivo da Conferência é discutir o setor de telecomunicações, incluindo o Código Brasileiro de Telecomunicações, que regula o setor desde 1962.