O procurador Antônio Fernando de Souza alfineta Gilmar Mendes ao dizer que Ministério Público, ao contrário do STF, trabalha "sem estradalhaço"
Finalmente, alguém resolveu encarar o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, aquele que, segundo Paulo Henrique Amorim, se acha o "Supremo Presidente".
Enquanto o presidente Lula, o PT e o governo como um todo se calam diante do assanhamento midiático de Gilmar Mendes, o procurador-geral Antônio Fernando de Souza não se intimidou e lembrou que vivemos numa democracia e que questões "complexas" como o conflito agrário não vão se "resolver numa afirmação solta numa entrevista".
Leia trechos da matéria da Folha de São Paulo:
Procurador confronta Mendes sobre MST e diz que Ministério Público "não está dormindo"
Em resposta às críticas do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, disse ontem que o Ministério Público "não está dormindo" diante dos recentes conflitos no campo.
Apesar de afirmar que política agrária não faz parte de suas atribuições, Souza disse que o órgão cumpre sua função. "Vimos hoje nessa questão da violência no campo que o Ministério Público não estava dormindo, já trabalha nisso há muito tempo, sem estardalhaço, respeitando o direito de defesa, para ao final emitir seu juízo."
Segundo Antonio Fernando, "o conflito agrário é algo extremamente complexo", que não se pode "resolver numa afirmação solta numa entrevista".
Questionado se o presidente do STF teria extrapolado suas prerrogativas institucionais, o procurador-geral respondeu: "Não faço julgamento de autoridades. Cada um sabe do que diz. Também não é atribuição dele julgar esse caso concreto. Ele deve achar que é. As minhas atribuições eu sei plenamente e me mantenho dentro delas."
Antonio Fernando também negou, ao contrário do que tem dito Gilmar Mendes, que o país se transformou num "Estado policial". "Essa frase para mim é mais de efeito. Se todos podemos conversar, exercer nossos direitos, a Justiça é aberta para todos, acho que estamos longe do Estado policial."
Em nota, MST chama Daniel Dantas de "corrupto"
O MST do Pará divulgou nota criticando Gilmar Mendes e chamando o banqueiro Daniel Dantas, com quem o presidente do STF mantém ligações estreitas, de "corrupto":
"Crime não é ocupar terras que não cumpram sua função social, mas vender terras públicas a banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimentos sociais”.
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