terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Efeitos da crise

Produção industrial cai 12,4% de novembro para dezembro

Do Blog do Nassif:


Na série sem ajuste sazonal, houve queda de 14,5% em relação a dezembro de 2007. A produção industrial acumulou 3,1% em 2008, ficando abaixo do crescimento acumulado em 2007 (6,0%).

Em dezembro de 2008, a produção industrial recuou 12,4% frente a novembro, na série com ajuste sazonal. Foi o terceiro resultado negativo consecutivo nessa comparação, acumulando perda de 19,8% de setembro a dezembro. Em relação a dezembro de 2007, o decréscimo foi de 14,5% contra os –6,4% registrados em novembro. Com isso, o resultado para o fechamento do ano ficou em 3,1%, bem abaixo do resultado acumulado até setembro (6,4%). A produção no último trimestre de 2008 recuou 9,4% na comparação com o período imediatamente anterior e 6,2% em relação ao quarto trimestre de 2007.

A redução de 12,4% observada na passagem de novembro para dezembro de 2008 foi a mais acentuada da série histórica (iniciada em 1991), e levou o patamar de produção ao nível observado em março de 2004. O resultado refletiu o comportamento negativo dos 27 ramos pesquisados, à exceção de celulose e papel (0,4%) e outros equipamentos de transporte (6,7%). O desempenho da indústria de veículos automotores, com queda de 39,7%, foi o principal impacto negativo no índice global, seguido por máquinas e equipamentos (-19,2%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-48,8%), metalurgia básica (-18,3%), borracha e plástico (-20,1%), indústria extrativa (-11,8%) e outros produtos químicos (-9,0%). Esse quadro de queda generalizada foi especialmente marcado pelo movimento de setores mais sensíveis à restrição de crédito e a queda das exportações de commodities.

(...)

Levem em conta o seguinte atenuante.

1. A economia vinha a cem por hora.

2. Internacionalmente, havia especulação com matérias primas.

3. Esses dois fenômenos levaram a indústria a super-estocar.

4. Quando veio a crise internacional, a indústria passou a trabalhar com um ritmo menor de vendas. O primeiro passo foi adequar os estoques às novas expectativas. Nesse período de adequação, vende-se o estoque acumulado. O comércio consegue andar com os estoques, mas a indústria deixa de produzir até os estoques voltarem à nova normalidade.

5. Por isso, só haverá uma estimativa melhor do novo ritmo da atividade econômica, quando os estoques assentarem.

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