sábado, 17 de maio de 2008

As eleições e a TV

Luis Nassif comenta as alianças que estão se formando em São Paulo (SP) para as eleições deste ano, todas focadas na tentativa de conseguir mais tempo na TV. O pensamento geral é que mais tempo na TV significa mais votos. Fosse essa uma verdade absoluta, Wilma de Faria não teria sido eleita governadora do RN em 2002, quando seu tempo na TV era ínfimo - não chegava a dois minutos.

Leia o comentário do Nassif:

Não consigo entender essa briga maluca por alianças, para conseguir tempo em TV. Obviamente, com um minuto de tempo por dia, ninguém consegue passar recado algum. Mas sabe a diferença entre 5 e 8 minutos de tempo no horário gratuito: quem tem 8 minutos sai com desvantagem de 3 minutos a mais de aporrinhação sobre os telespectadores.

Campanha eleitoral em TV não é para aprofundar idéias, é para fixar mensagens – em geral mensagens simples. A objetividade é fundamental, ainda mais nesses tempos de falta de idéias e de propostas inovadoras, em que as promessas tradicionais não têm a menor credibilidade.

Geraldo Alckmin tem toda razão ao dizer que cinco minutos é mais que suficiente para a campanha.

Na campanha eleitoral para presidente, por exemplo, conferiu a parte mais importante da campanha – o conteúdo – ao seu ex-Secretário de Ciência e Tecnologia João Carlos de Souza Meirelles. Em plena campanha, Meirelles não havia conseguido produzir uma síntese sequer. Foi necessário Yoshiaki Nakano passar cinco dias enfurnado em casa para produzir um documento de 50 páginas. Assim são feitos programas de governo para consumo eleitoral.

Imagine o que aconteceria se a campanha tivesse mais que cinco minutos diários.

Por isso mesmo, a aliança Kassab-Quércia deve ser analisada sob a ótica do que agregou ao candidato em termos de densidade eleitoral, não em termos de tempo na TV.

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