Folha de S. Paulo diz que número de homicídios foi subestimado pelo governo federal
Na semana passada, o governo federal divulgou o "Mapa da Violência", que mostrou uma redução no número de homicídios no país. De acordo com o estudo, houve 46.653 homicídios em 2006. Mas, segundo a Folha de São Paulo, os números divulgados foram subestimados e não refletem a realidade brasileira. O jornal afirma que o número de assassinatos é bem maior - mas não quantifica isso.
Ainda segundo o jornal, o problema ocorre em decorrência de uma falha no sistema de informação dos Institutos Médicos Legais (IML's), que lançam muitas mortes no sistema como "intenção indeterminada" - quando não se tem precisão sobre a causa da morte. A Folha diz que, muitas vezes, mesmo após investigação e esclarecimento do caso, os dados não são atualizados.
O jornal também acusa peritos e policiais de "maquiar as estatísticas" deliberadamente.
O índice de "intenção indeterminada" em mortes por causa externa considerado aceitável pelos pesquisadores é de até 5% do total. No Brasil, contudo, ele nunca foi inferior a 8%. Em São Paulo, o percentual foi de 17,25% em 2005.
O índice de São Paulo, observa o jornal, é o maior responsável pela distorção, por tratar-se do Estado com a maior população e, por conseqüência, o maior número de mortes.
O índice no Rio Grande do Norte foi de 19,45% - o maior do país. Isso significa que a violência no RN é camuflada e morre muito mais gente assassinada do que mostram as estatísticas oficiais.
O jornal diz que essa distorção não afeta a conclusão de que o número de homicídios no país está em queda. Mas acrescenta que a proporção da redução pode ser menor do que a apontada pelo "Mapa da Violência".
A Folha baseou sua reportagem nos dados do Datasus (sistema do Ministério da Saúde) de 1996 a 2005. O "Mapa da Violência", divulgado na semana passada, usou os números de 2006. O jornal diz que os dados de 2006 não estam disponíveis no Datasus.
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